I. - O Discóbolo
O lançador de discos ou Discóbolo é uma das mais aclamadas obras de arte da Antigiuidade. Ela foi produzida em bronze no apogeu do período clássico grego (450 a.C.) por um escultor chamado Miron. Ela representa um atleta momentos antes de lançar um disco e e´provavelmente a estátua mais famosa do mundo de um desportista em ação.
O original não existe mais, entretanto sobrevivem algumas cópias romanas feitas em mármore.
Segundo nos dizem Plínio, o Velho e Luciano de Samósata, o original fora produzido em bronze em torno de 455 a.C para ser instalado em um palácio de Atenas, possivelmente criado para comemorar um atleta vitorioso no antigo pentatlo
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Cópia reduzida em bronze da Gliptoteca de Munique, foto de Matthias Kabel em Wikipedia |
II. - Quem foi Míron
Míron, o autor da escultura, nasceu em Eleutas, na fronteira entre a Ática e a Beócia, no ano de 480 a.C.. Ele viveu a maior parte da sua vida em Atenas e era conhecido pelo seu trabalho na representação de atletas. Miron trabalhava principalmente com o bronze devido à sua maleabilidade que permitia que os escultores criassem posições mais dinâmicas e acrescentassem detalhes que deixassem as obras mais realistas. As esculturas de bronze são menos pesadas que as de mármore e mais fáceis de serem transportadas e com isso as obras gregas se espalharam por toda a região do Mediterrâneo.
III. - O Lançamento de Discos
O lançamento de discos era uma etapa do pentatlo, na qual um atleta arremessava um disco pesado. Aqui Miron captura o estado de momentânea imobilidade do atleta.
A definição grega para esse momento é "rhytmos" e se refere a um ação de contém harmonia e equilibrio.
IV. - Detalhes da Obra
a) Músculos flexionados
Na antiguidade, os lançadores de disco se exibiam nus o que permitia que os artistas retratassem os músculos flexionados. Miron descreve o momento em que a figura irá lançar o disco com um realismo convicente, trasnmisitndo uma sensação de firmeza e vigor e de delicado equilíbrio ao corpo.
b) Rosto sereno
O lançador de discos tem um ar sereno enquanto se vira para olhar o disco. Para o observador moderno, o rosto do atleta parece despido de emoção. Para os antigos escultores, era importante representar o corpo como a encarnação estética do ideal atlético, em vez de se concentrar na expressão facial.
c) Formas triangulares
O físico dos lançadores de discos era admirado porque nenhum grupo muscular se desenvolvia mais do que os outros. A simetria das proporções do atleta é acentuada pelo ângulo feito pela coxa e aquele feito pelo tórax e o braço estendido.
V. - Comentário sobre o Estilo da Obra
Estilisticamente o Discóbolo ilustra a transição do Estilo Severo para o Estilo Clássico. A descrição anatômica tem um caráter mais naturalista do que a idealização praticada pelos seus antecessores imediatos, e apesar de dinâmica, é mais ou menos confinada dentro do plano frontal, à maneira de um alto-relevo.
A vanguarda da escultura grega logo após Míron se tornou celebrada por dar a verdadeira independência tridimensional à escultura, criando obras igualmente eficientes em todos os ângulos. Essas características, se lhe dão um caráter transicional, não lhe retiram mérito próprio como obra perfeitamente acabada sob todos os aspectos, quando analisada no contexto de seu próprio momento histórico e cultural.
Sob outro ponto de vista, Míron foi um pioneiro justamente pela introdução de uma abordagem anatômica e cinesiológica mais próxima do natural, e por ter conseguido sintetizar em arte um ideal de beleza física, de equilíbrio dinâmico e de harmonia entre mente e corpo, antecipando em muitos aspectos a produção de Fídias e Policleto. (fonte:Wikipedia)
V. - Cópias Romanas
A quantidade de cópias conhecidas indica que a obra foi muito popular na Roma Antiga. As cópias, eram então realizadas geralmente em mármore, e por causa das especificidades do material precisavam incorporar alguma base de apoio maior para o peso da pedra na forma de troncos de árvore ou rochas. Esse recurso retira muito do impacto e elegância da composição original em bronze de Miron, que se mantinha somente com suas próprias pernas graças à maior resistência do metal.
Os restauradores às vezes faziam pequenas mudanças nas cópias romanas, pensando aprimorá-las. No British Museum, em Londres, a cópia em mámore do lançador de discos mostra a cabeça do atleta com o olhar para baixo, ao invés de voltado para trás, observando o disco.
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Cópia do lançador de discos no British Museum, foto de Steve F-E-Cameron |
Devemos lembrar também que nenhuma das cópias conservou indicação de como a estátua original era colorida, um costume comum entre os gregos que devia acrescentar às esculturas muita vivacidade e naturalismo. Além disso, das cópias que chegaram aos nossos dias somente uma, em bronze, em tamanho menor que o original, está completa; todas as outras apresentam danos mais ou menos extensos.
VI - Referências
Tudo sobre ARTE - Editora Sextante - comentário de obra por Julie Chan (JC)
Wikipedia - Discóbolo
Observação: Toda a análise da obra foi extraída do livro "Tudo sobre ARTE" e colocada aqui com o seu crédito e o propósito de divulgação cultural.