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domingo, 18 de fevereiro de 2024

Nápoles, sua história e seus atrativos

 1. - Pequeno resumo Histórico de Nápoles


Nápoles, é uma das cidades mais antigas e ricas em história da Europa. Ela oferece um mosaico cultural que reflete os diversos povos e civilizações que a influenciaram ao longo dos milênios.  

Vista geral de Nápoles, foto de @tanialerro em dreamstime.com


Abaixo colocamos um resumo da sua fascinante história ao longo do tempo:

a) Fundação e Antiguidade

A área onde hoje se encontra Nápoles foi inicialmente povoada pelos gregos no primeiro milênio a.C., originando a cidade de Neápolis ("nova cidade" em grego) no século VI a.C. Esta localização estratégica no Golfo de Nápoles fez dela um importante centro comercial e cultural na Magna Grécia.

Mapa de Nápoles e do mar Tirreno, google maps



b) Período Romano (século V a.C. a século V d.C)

Com a expansão romana, Nápoles foi incorporada ao Império Romano como uma cidade federada, mantendo certa autonomia e suas tradições gregas. Durante o período romano, Nápoles floresceu como um centro de cultura e erudição, atraindo filósofos, poetas e artistas.

Justamente pela importância do seu porto, em 326 a.C. rendeu-se aos romanos , preservando porém a herança civil dos seus fundadores até à Idade Média , tanto que poderia ser definida como "a metrópole do helenismo ocidental" .

Virgílio (70 a.C. - 19 a.C.), o grande poeta romano, embora não nascido em Nápoles, passou parte de sua vida na cidade e foi enterrado nas suas proximidades.

Busto de Virgilio


Catacumbas de San Gennaro: Embora as origens das catacumbas datem do século II, elas foram expandidas nos séculos subsequentes. São um dos mais antigos cemitérios cristãos, refletindo a prática funerária da era pré-cristã até a antiguidade tardia.


c) Idade Média (Século V a Século XIII)


c.1 - Ducados de Nápoles

Após a queda do Império Romano, Nápoles foi governada por uma série de potências, incluindo os Ostrogodos, Bizantinos e Lombardos. No século IX, tornou-se a capital do Ducado de Nápoles, mantendo uma certa independência em meio às lutas de poder na Itália medieval.

Nesse período, personagens como  os duques de Nápoles, exemplo de  Sergio IV, foram fundamentais para manter a cidade relativamente autônoma durante as invasões e disputas de poder.

As construções mais relevantes do  período foram:

Castel dell'Ovo: No local havia sido construída no século I a.C. uma esplendida vila muito luxuosa por Lúcio Licínio Lúculo e que ficou conhecido como castelo Luculano. Posteriormente em tempos mais difíceis para o império, a vila foi fortificada no século V. Do século VI ao século X foi transformado em um convento. Foi destruído e posteriormente reconstruído algumas vezes. O último restauro aconteceu em 1975.

Castelo dell'ovo, foto napolike

Basilica di San Gennaro fuori muro

A basílica foi construída perto das catacumbas de San Gennaro no século V e a antiga estrutura foi provavelmente o resultado da fusão de dois antigos cemitérios, um do século II contendo os restos mortais de Santo Agripino (o primeiro padroeiro da cidade ) e outra do século IV, que abrigou os restos mortais de San Gennaro, pelo menos até à transferência dos restos mortais que ocorreu na primeira metade do século IX.


c.2) O período normando-suábio - Reino da Sicília (1139 a 1266)

Em 1139 os normandos conquistaram a cidade e o ducado passou a fazer parte do território do Principado de Cápua , no recém-formado Reino da Sicília . Este novo reino foi governado pelos normandos até 1197 : a capital foi colocada em Palermo a mando de Rogério II de Hauteville , mas Nápoles, já um centro de importância desde o século VII está ligada à sua função como um notável centro mercantil

Assim que o Reino da Sicília passou para as mãos dos suevos sob o comando de Hohenstaufen , Frederico II da Suábia sempre preferiu Palermo como residência, bem como a Capitanata na Apúlia, mas  decidiu estabelecer em Nápoles a Universidade de onde retiraria a classe dominante do Estado. Esta escolha deveu-se, entre outras coisas, à sua posição geográfica, dado que o novo Estúdio deveria ter sido um centro de atração não só para o Reino da Sicília, mas também para o Sacro Império Romano. A Universidade, uma das mais antigas da Europa, fundada em 1224, foi concebida como uma escola independente do poder papal.

Duomo di Napoli (Catedral de Nápoles): Iniciada no século XIII, é dedicada a Santa Restituta e San Gennaro, padroeiro da cidade, e mistura elementos góticos e renascentistas.

Fachada do Duomo de Nápoles, foto de Berthold Werner em Wikipedia



c.3) Domínio Angevino e Aragonês (1266 a 1503) Reino de Nápoles

No século XIII, Nápoles passou para o domínio dos Angevinos franceses, tornando-se a capital do Reino de Nápoles. Este período é marcado por um renascimento artístico e arquitetônico. Posteriormente, no século XV, o controle da cidade passa para a Coroa de Aragão, iniciando um período de influência espanhola que duraria até o século XVIII.

Nesse período destacam-se Carlos I de Anjou (1227-1285), que fez de Nápoles a capital de seu reino, e Alfonso I de Aragão (1396-1458), que fortaleceu a cidade e promoveu o Renascimento.

São desse período:

Castel Nuovo (Maschio Angioino): Um imponente castelo construído em 1279 sob o reinado de Carlos I de Anjou, que se tornou um símbolo do poder angevino e aragonês em Nápoles.

Castel Nuovo (Maschio Angioino), foto Sergio Parrela em wikipedia


Basilica de Santa Chiara: Fundada em 1310 por Roberto d'Anjou, é famosa pelo seu claustro majólico decorado com azulejos pintados.

Claustro do Complexo de Santa Chiara, foto de © Vitalii Bondalietov
|em Dreamstime.com



e) Sob o domínio Espanhol (1503 a 1714)

Sob o domínio espanhol, Nápoles tornou-se uma das maiores cidades da Europa, com um crescimento significativo. No entanto, também enfrentou várias epidemias e erupções do Monte Vesúvio. O domínio espanhol foi marcado por um governo autocrático e pela construção de imponentes fortificações e palácios.

O destaque do período foram os Vice-reis como Pedro Álvarez de Toledo (1484-1553), que modernizou a cidade, promovendo uma vasta reforma urbana.

Nesse período:

Palazzo Reale di Napoli: Construído em 1600, este palácio real serviu como residência para os governantes espanhóis, oferecendo um exemplo esplêndido da arquitetura do Renascimento italiano.

Palazzo reale, foto pietro scerrato, wikipedia


San Lorenzo Maggiore: A igreja e o complexo monástico, que datam do período medieval, foram significativamente remodelados durante o domínio espanhol, incorporando elementos do Barroco.

Fontana del Gigante: A Fontana del Gigante, em Nápoles, foi inaugurada em 1601. Originalmente, esta fonte monumental não se localizava onde está hoje. Ela foi projetada pelo arquiteto e escultor Pietro Bernini, pai do famoso Gian Lorenzo Bernini, e foi inicialmente colocada perto do Palazzo Reale di Napoli.


f. Período Bourbon Espanhol- (1750 a 1860) - Reino das Duas Sicílias

Após a Guerra da sucessão espanhola no século XVIII, a posse do reino novamente mudou de mãos. Sob os termos do Tratado de Rastatt em 1714, Nápoles foi dado a Carlos VI, Sacro Imperador Romano. Não durou muito.

Nápoles e Sicília foram conquistadas por um exército espanhol durante a guerra da sucessão polonesa, em 1734, e Carlos,  um jovem filho do Rei Filipe V de Espanha foi instalado como Carlos VII, rei de Nápoles e da Sicília, de 1735. 

Quando Carlos herdou o trono espanhol a partir de seu meio-irmão mais velho, em 1759, ele deixou Nápoles e Sicília para seu filho mais novo, Fernando IV. Apesar dos dois reinos, serem uma união pessoal sob as dinastias de austríacos e espanhóis, eles permaneceram constitucionalmente separados.

Sendo um membro da Casa de Bourbon, Fernando IV foi um adversário natural da Revolução Francesa e de Napoleão.

Obelisco da Imaculada

O obelisco da Imaculada foi erguido para comemorar o dogma da Imaculada Conceição. A tradição de homenagear a Imaculada Conceição nesta praça remonta a 1743, quando foi colocada uma estátua da Virgem Maria no topo do obelisco, com a inauguração oficial e a bênção do monumento completas em 1750

Museu Capodimonte 


O Museu de Capodimonte, localizado em Nápoles, Itália, é um dos museus mais importantes e vastos do país. Situado no majestoso Palazzo di Capodimonte, originalmente projetado como uma residência de verão e pavilhão de caça para os reis de Nápoles da dinastia Bourbon, o museu abriga uma rica coleção de arte que abrange vários séculos.


Museu Capodimonte, foto de © Sirio Carnevalino em Dreamstime.com



A coleção do Museu Capodimonte inclui obras-primas da pintura italiana e europeia, com destaque para a arte renascentista e barroca. Entre os artistas representados estão nomes de enorme relevância como Caravaggio, Rafael, Ticiano, Masaccio, Simone Martini, e muitos outros. Além das pinturas, o museu também exibe uma impressionante coleção de artes decorativas, armas, porcelanas e obras históricas.

Palácio Reggia di Caserta (1752 ~ 1773 ~1847)

A Reggia di Caserta (Palácio Real de Caserta) é um palácio barroco situado em Caserta, na região italiana da Campania, cerca de 40 km distante de Nápoles. O edifício foi encomendado pelo rei Carlos VII para servir de centro administrativo e cortesão do novo Reino de Nápoles, ao mesmo tempo que simbolizava o poder real. O monarca quis dotar a Dinastia Borbon-Duas Sicílias de uma residência à altura do Palácio de Versailles. O Palácio conta com cerca de 1.200 quartos e é um dos maiores da Europa considerando esse critério.posteriormente faremos uma postagem especial sobre ele.

Residência real

O rei Fernando I elegeu o Palácio Real de Caserta como sua residência de Verão, a qual se converteria numa das principais quando teve que abandonar o real sítio favorito, o Reggia di Portici, em consequência da erupção do Vesúvio em 1767. A sua esposa, Maria Carolina de Áustria, encarregou-se da decoração do palácio, pois tinha um gosto refinado que havia sido demonstrado em diversas ocasiões, reunindo uma importante pinacoteca e uma grande colecção de porcelana


g) Período da Unificação Italiana - Risorgimento


No século XIX, Nápoles desempenhou um papel crucial no Risorgimento, o movimento de unificação italiana. Em 1860, Giuseppe Garibaldi entrou em Nápoles, liderando a conquista que contribuiria para a unificação da Itália sob a Casa de Saboia no ano seguinte. Outro destaque foi Francisco II das Duas Sicílias (1836-1894), o último rei do Reino das Duas Sicílias.

Galleria Umberto I: Um exemplo magnífico da arquitetura do século XIX, inaugurada em 1890. Esta galeria comercial é um símbolo da unificação italiana e da modernização de Nápoles.

Galeria Umberto I, foto de xxx dreamstime.com



h) Século XX até os Dias Atuais / Período de guerra e pós-guerra


No século XX, Nápoles enfrentou desafios, incluindo a devastação durante a Segunda Guerra Mundial e problemas sociais e econômicos no pós-guerra. Recentemente, a cidade tem se revitalizado, destacando-se por seu rico patrimônio cultural, histórico e artístico. Nápoles é hoje Patrimônio Mundial da UNESCO, reconhecida pela sua extraordinária herança arquitetônica, a vibrante vida cultural e a influência culinária, particularmente como o berço da pizza.

A história de Nápoles é um testemunho da complexidade e da riqueza cultural da Itália, revelando camadas de influências gregas, romanas, medievais, renascentistas e modernas que moldaram a cidade e a região ao longo dos séculos.

Estação Toledo do Metrô de Nápoles: Inaugurada em 2012, é uma das estações de metrô mais bonitas do mundo, representando a modernidade e a inovação na Nápoles contemporânea.

2. - Locais de Interesse em Nápoles


.Estação Toledo do Metrô de Nápoles

.Quarteirão Espanhol / Mural de Maradona / Artesanato

.Galeria Humberto I

.Gran Café Gambrinus

.Palacio Real

.Piazza Del Plebiscito

.Piazza del Martiri

.Castel Nuovo / Maschio Angioino

.Castel del Uovo

.Fontana del Gigante

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.Chiesa de Gesú Nuovo

.Complexo e Basilica de Santa Clara

.Capela de San Severo

.Museu Arqueologico de Napoles

.Piazza Cavour

.Duomo di Napoli / Chiesa de San Genario



3. - Referências


foto castelo do ovo - https://br.napolike.com/turismo/place/castel-dell-ovo-napoli/ 

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

La Spezia, le Cinque Terre, Portofino e a beleza do mar da Ligúria

 1. - A Costa da Liguria


A costa da Ligúria, é uma das mais pitorescas e encantadoras regiões da Itália, estende-se por cerca de 300 quilômetros ao longo do mar da Ligúria, do sul da França até a Toscana. Esta faixa costeira, conhecida por sua extraordinária beleza natural, é caracterizada por uma mistura de paisagens extraordinárias, incluindo falésias rochosas muito íngremes, praias de seixos e areia, pequenas baías e enseadas, além de uma sucessão de  vilarejos de pescadores coloridos e elegantes cidades de veraneio que existem na região.


   A comuna de Porto Fino, no mar da Liguria, foto de @Rostislav Glinsky em Dreamstime.com


As duas Rivieras


A costa da Ligúria é tradicionalmente dividida em duas partes: A Riviera di Levante, a leste de Gênova e a Riviera di Ponente, a oeste da cidade.

Riviera di Levante ("Riviera do Nascer do Sol") se estende de Gênova até a fronteira com a Toscana e é marcada por um relevo mais acidentado. Esta área abriga algumas das joias mais espetaculares da Ligúria, incluindo Portofino, conhecida por seu porto exclusivo e boutiques de luxo, e as Cinque Terre, uma área de beleza excepcional composta por cinco vilarejos (Monterosso al Mare, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore) que se agarram às falésias sobre o mar da Ligúria. A Riviera di Levante é famosa por suas belas paisagens,  trilhas para caminhadas com vistas deslumbrantes e pequenas praias escondidas entre as rochas.

Mapa da Riviera da Liguria, foco no Levante, mostrando de La Spezia a Genova

Riviera di Ponente ("Riviera do Pôr do Sol") estende-se de Ventimiglia, perto da fronteira francesa, até Gênova. É conhecida por suas amplas praias de areia, cidades balneárias sofisticadas como Sanremo, famosa pelo seu festival anual de música, e pitorescos vilarejos como Bordighera e Alassio. Esta parte da costa é mais plana e tem uma atmosfera um pouco mais desenvolvida e turística, com longos passeios marítimos, muitos hotéis e praias públicas ou privadas.


2. - Contexto Histórico


A região da Ligúria, estendendo-se de La Spezia até Gênova, possui uma rica tapeçaria histórica, marcada pela presença de diversos povos, conflitos e desenvolvimentos ao longo dos séculos. Sua posição estratégica no Mar Mediterrâneo e seu terreno acidentado proporcionaram tanto oportunidades quanto desafios para seus habitantes.

Primeiros Povos e Ocupação Antiga

Os primeiros registros de ocupação na Ligúria remontam ao período Neolítico, com evidências de assentamentos ligures, um povo antigo que vivia na região antes da chegada dos romanos. Os ligures são frequentemente descritos como uma população tribal e guerreira, adaptada às condições montanhosas da área. A partir do século V a.C., a região começou a ver a influência de povos mais avançados tecnologicamente e culturalmente, como os etruscos e, posteriormente, os gregos, que estabeleceram postos comerciais ao longo da costa.

Com a expansão do Império Romano, a Ligúria foi gradualmente incorporada ao domínio romano, começando no século II a.C. Durante o período romano, a região viu melhorias significativas em sua infraestrutura, incluindo a construção de estradas, como a Via Aurelia, que facilitava o comércio e o movimento de tropas.

Idade Média e República de Gênova

Após a queda do Império Romano, a região enfrentou invasões bárbaras, mas começou a se recuperar durante a Idade Média. A partir do século XI, Gênova emergiu como uma potente república marítima, competindo com Veneza e Pisa pelo controle do comércio no Mediterrâneo. Este foi um período de grande prosperidade e expansão para Gênova e sua região, com a construção de uma poderosa frota naval e a realização de expedições comerciais e militares.

Período Moderno até as Guerras Mundiais

Nos séculos seguintes, a região passou por vários períodos de domínio estrangeiro, incluindo os franceses e os austríacos, antes de se tornar parte do recém-formado Reino da Itália em 1861. Durante as duas Guerras Mundiais, a Ligúria, graças à sua posição estratégica e infraestrutura industrial, desempenhou um papel significativo, especialmente na resistência contra o fascismo e a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial.

Desenvolvimento Turístico

Após a Segunda Guerra Mundial, a reconstrução e o boom econômico da Itália contribuíram para o desenvolvimento da vocação turística da Ligúria. A beleza natural da região, combinada com seu rico patrimônio histórico e cultural, atraiu visitantes de todo o mundo. Áreas como a Riviera di Levante, especialmente as Cinque Terre e Portofino, tornaram-se sinônimos de beleza costeira e charme rústico, com suas coloridas aldeias de pescadores, vinhas em terraços e águas cristalinas.


3. - Os principais locais de destaque


3.1 - La Spezia

La Spezia é um município italiano de 92.443 habitantes, capital da província de mesmo nome em Ligúria. É o segundo município da região em população depois de Génova .

A cidade está localizada no extremo leste da região da Ligúria, a poucos quilômetros da fronteira com a Toscana , no centro de um profundo golfo natural ao qual dá nome. O golfo, que também é conhecido pelo nome de Golfo dos Poetas por sua beleza, é cercado por uma cadeia contínua de colinas cujos picos mais altos, o Monte Verrugoli (749 m acima do nível do mar ), o Monte Parodi (673 m acima do nível do mar ), O Monte Santa Croce (543 m acima do nível do mar ) e o Monte Viseggi (347 m acima do nível do mar ), localizados no lado oeste do centro da cidade, dominam a cidade de La Spezia.

O território municipal de La Spezia faz parte da autoridade inter-regional da bacia do rio Magra , enquanto uma pequena porção do território municipal, constituída pela pequena aldeia de Tramonti e pela colina circundante, está inserida no Parque Nacional de Cinque Terre .


La Spezia, foto HistoriacomGosto


La Spezia tem o sétimo maior porto da Itália pelo critério de volume de carga  e é conhecido pela sua eficiência no manuseio de conteiners.

É uma região de intensa atividade portuária mas é também ao mesmo tempo uma boa base para conhecer as regiões da Ligúria como Cinque Terre, Portofino e Gênova.

Mapa de La Spezia, golfo do poeta, google maps



3.2 - Porto Venere

Portovenere ou Porto Venere é uma comuna italiana da região da Ligúria, Província da Spezia, com cerca de 4.041 habitantes. Estende-se por uma área de 7 km², tendo uma densidade populacional de 577 hab/km². Faz fronteira com La Spezia.

Porto Venere é uma pitoresca vila localizada na parte da deslumbrante costa do Golfo dos Poetas. 

A vila é frequentemente associada com as famosas Cinque Terre, embora tecnicamente não faça parte desse grupo de cinco vilas; no entanto, compartilha com elas a mesma beleza natural deslumbrante, a rica história e o charme peculiar que atraem visitantes do mundo inteiro. Porto Venere foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO em 1997, juntamente com as Cinque Terre e as ilhas de Palmaria, Tino e Tinetto.

Características e Atrações Principais:

Castelo Doria: Erguendo-se acima da vila, o Castelo Doria é uma fortaleza imponente que data dos séculos XII a XIV. O castelo oferece vistas panorâmicas de Porto Venere, do mar e das ilhas vizinhas, além de sediar eventos e exposições.


Entrada e área portuária de Porto Venere com o castelo Dória ao fundo, foto HistoriacomGosto


Igreja de São Pedro (Chiesa di San Pietro): Construída sobre um promontório rochoso que se projeta no mar, a igreja de São Pedro é um exemplo emblemático da arquitetura gótica genovesa, datada do século XIII. A sua localização e estrutura oferecem vistas espetaculares do Mediterrâneo e são um dos pontos mais fotografados de Porto Venere.


Igreja de São Pedro, foto HistoriacomGosto


Grotta di ByronLocalizada perto da igreja de São Pedro, a Grotta di Byron é uma caverna natural nomeada em homenagem ao poeta inglês Lord Byron, que se diz ter nadado daqui até Lerici. Hoje, é um local popular para admirar a vista do mar e a força da natureza.


Gruta de Byron, porto Venere, foto de @Karick em Dreamstime.com



3.3 - Le Cinque terre


a) Rio Maggiore


Riomaggiore é um dos vilarejos mais encantadores das Cinque Terre. Este lugar fascinante é conhecido por suas construções coloridas que se agarram às íngremes falésias ao longo da costa do Mar Ligure. 

Rio Maggiore, foto HistoriacomGosto

Arquitetura

A arquitetura de Riomaggiore é notável por suas casas coloridas que parecem empilhadas umas sobre as outras, adaptando-se à geografia desafiadora do terreno. As construções são típicas da arquitetura genovesa, com fachadas vibrantes, janelas pequenas e telhados de terracota. As vielas estreitas e sinuosas, conhecidas como "caruggi", atravessam o vilarejo, criando um labirinto charmoso que conduz tanto para o mar quanto para as colinas acima. Muitas das casas possuem terraços ou pequenos jardins verticais, onde os moradores aproveitam para cultivar plantas e flores, adicionando ainda mais cor à paisagem.

Rio Maggiore, foto HistoriacomGosto



História

Riomaggiore tem suas origens no século XIII, quando se acredita que famílias vindas da região de Valfiorita estabeleceram-se ali para aproveitar as terras para agricultura, especialmente para o cultivo de vinhas e oliveiras. Ao longo dos séculos, o vilarejo se desenvolveu ao redor de seu curso de água principal, o rio Maggiore, que mais tarde foi coberto para se tornar a rua principal do vilarejo. A economia local era tradicionalmente baseada na pesca, agricultura e vinicultura, especialmente conhecida pelo vinho Sciacchetrà, uma especialidade da região.

Rio Maggiore, foto HistoriacomGosto



b) Manarola


A arquitetura de Manarola é caracterizada por suas construções densamente agrupadas que acompanham o contorno da rocha, criando uma imagem impressionante contra o azul do mar. As casas possuem a típica configuração genovesa, com fachadas coloridas, telhados de terracota, e são adaptadas à topografia íngreme, o que resulta em um labirinto de ruelas estreitas, escadarias e passagens cobertas que percorrem o vilarejo. 

História

A origem de Manarola remonta ao século XII, possivelmente construída pelos habitantes fugindo de invasões na costa. O vilarejo se desenvolveu em torno do cultivo de uvas e produção de vinho, atividades que ainda hoje são parte fundamental da economia local. Como em Rio Maggiore, o vinho produzido em Manarola, e nas Cinque Terre de modo geral, é  valorizado. E também a pesca tradicionalmente desempenha um papel importante na subsistência da comunidade.


Manarola, foto @Tanja Rosso em Dreamstime.com


c) Corniglia

Corniglia se distingue entre os vilarejos das Cinque Terre, na Itália, por sua peculiar localização. Ao contrário das outras comunas, que se encontram diretamente à beira-mar, Corniglia é o único vilarejo situado no topo de um promontório rochoso cerca de 100 metros acima do nível do mar, oferecendo vistas panorâmicas espetaculares da Riviera Ligure.

Este posicionamento exclusivo confere a Corniglia um charme particular, um refúgio mais tranquilo e menos acessível do que os outros vilarejos das Cinque Terre, proporcionando uma experiência um tanto diferente.


Corniglia, foto HistoriacomGosto

Acesso

O acesso a Corniglia é uma característica que a define: para chegar ao coração do vilarejo a partir da estação de trem, os visitantes enfrentam a "Lardarina", uma longa escada de 382 degraus. Embora o caminho possa ser desafiador, ele oferece uma oportunidade única para admirar as vistas deslumbrantes do mar e das vinhas que caracterizam a região. Para aqueles que preferem uma abordagem menos exigente, há um serviço de ônibus que conecta a estação ao centro do vilarejo.

Corniglia, foto @Alessandro Vecchi em Wikipedia.it



d) Vernazza

Vernazza tem um charme único que combina a beleza natural com uma rica história marítima. O vilarejo é construído em torno de uma pequena baía natural, com uma praia de areia e cascalho e um cais que serve como um ponto de encontro para os habitantes locais e turistas. 



Vernazza, foto HistoriacomGosto


Vernazza, foto HistoriacomGosto


Vernazza, foto HistoriacomGosto



História e Cultura

Vernazza tem raízes que remontam ao ano 1000, e sua importância histórica é evidente no layout e na arquitetura do vilarejo. A fortaleza de Doria, construída como uma defesa contra os ataques de piratas, e a Igreja de Santa Margherita d'Antiochia, com sua torre que se destaca na paisagem, são testemunhos da rica história de Vernazza. A igreja, em particular, é notável por sua localização à beira-mar e sua arquitetura distintamente gótico-ligúria, datada do século XIII.


Vernazza, foto HistoriacomGosto

Vernazza, foto HistoriacomGosto



e) Monterosso al Mare


Monterosso al Mare é a maior das cinco pitorescas vilas que compõem a famosa região de Cinque Terre. Esta comuna encantadora é dividida em duas partes distintas: a velha vila e a nova vila, conectadas por um túnel para pedestres. Monterosso é conhecida por suas praias extensas, algo raro na maior parte da acidentada costa de Cinque Terre, o que a torna particularmente popular entre os turistas durante o verão.


Monterosso, foto HistoriacomGosto


Características e Atrações:

Praias: Diferente de outras vilas em Cinque Terre, Monterosso tem praias mais acessíveis e extensas, com faixas de areia e infraestrutura para banhistas, incluindo aluguel de espreguiçadeiras e guarda-sóis.

Monterosso, foto HistoriacomGosto


Centro Histórico: A parte antiga da cidade é um labirinto de ruas estreitas e sinuosas, adornadas com lojas, restaurantes e bares tradicionais. A arquitetura é caracterizada por construções coloridas e bem preservadas.


Monterosso, foto HistoriacomGosto


Igrejas e Monumentos: Destaca-se a igreja de San Giovanni Battista, no centro histórico, com sua fachada em estilo gótico-ligúrio e o Convento dei Cappuccini, situado no alto de uma colina, oferecendo vistas espetaculares do mar e da vila. O convento abriga obras de arte significativas, incluindo pinturas do século XVII.

Trilhas de Caminhada: A trilha que liga Monterosso a Vernazza é particularmente popular, conhecida por suas vistas panorâmicas.


3.4 - Portofino


Portofino é uma pequena vila de pescadores situada na região da Ligúria, no noroeste da Itália, incrustada em uma baía dentro do Parque Natural Regional de Portofino. Conhecida por sua beleza pitoresca e seu porto colorido, Portofino se tornou sinônimo de elegância e exclusividade, atraindo visitantes de todo o mundo, incluindo celebridades e membros da alta sociedade. A vila e seu entorno oferecem uma combinação perfeita de charme natural, história rica e luxo discreto.

Portofino, foto de @Olgacov em Dreamstime.com



Características e Atrações:

Porto: O coração de Portofino é seu porto, rodeado por edifícios coloridos e elegantes iates ancorados. O porto é um local excelente para passear, desfrutar de uma refeição em um dos muitos restaurantes de frutos do mar ou simplesmente observar o movimento tranquilo das embarcações.


Piazzetta: A pequena praça principal de Portofino, conhecida como "La Piazzetta", é um ponto de encontro popular tanto para locais quanto para turistas. Rodeada por restaurantes e cafés, é o lugar perfeito para experimentar a cozinha local e absorver a atmosfera vibrante da vila.


Castello Brown: Situado no alto de uma colina acima de Portofino, o Castello Brown é uma fortaleza datada do século XVI que foi transformada em uma residência privada antes de se tornar um museu. Oferece vistas espetaculares da vila e da costa circundante.

Igreja de San Giorgio, foto de @Uhg1234 em dreamstime.com


Igreja de San Giorgio: Uma pequena caminhada leva à Igreja de San Giorgio, de onde se tem outra perspectiva panorâmica de Portofino e do mar Mediterrâneo. A igreja abriga relíquias do santo padroeiro da vila.

4.0 - Referências

Wikipedia - La Spezia, Cinque terre, 
Rio Maggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza, Monterosso, Portofino

Chat Gpt - La Spezia, Rio Maggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza, Monterosso, Porto Fino

HistoriacomGosto - fotos e notas de viagem

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 às escarpas ou se espalharem pelas colinas suaves.