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terça-feira, 2 de junho de 2015

Sintra - Refúgio dos Reis

I - Sintra - De forte muçulmano a refúgio de verão dos Reis Portugueses 


De acordo com os arqueólogos algumas das primeiras ocupações de Sintra ocorreram entre os séculos X a VIII a.c., pelos Celtas. Posteriormente, no século III a.c.  vieram os romanos e formaram a população que dominou o lugar. A região foi invadida a partir do século VIII pelos Mouros vindos da região dos Marrocos. A região recebeu o nome de "AL-Shantara". A construção do castelo ocorreu entre os séculos VIII a X com finalidade de controlar as rotas de ligação entre Sintra, Cascais e Lisboa. O destino de Sintra desde então manteve-se ligado ao de Lisboa que foi conquistada por  D.Afonso Henrique em 1147. 


visão geral do alto do castelo de Sintra - vê-se a cidade e as matas ao redor
Visão geral do alto do castelo de Sintra, foto historiacomgosto


Com a instalação da sede do Reino de Portugal em Lisboa, a região de Sintra passou a ser usada pela nobreza portuguesa como lugar de repouso e férias, devido particularmente às condições agradáveis do clima serrano. 

Um outro palácio mais voltado para a hospedagem dos governantes mouros já havia sido construído na atual vila de Sintra. Ele foi reformado posteriormente pelos reis portugueses e recebeu o nome de Palácio Real de Sintra. Posteriormente outras  mansões foram sendo construídas na cidade  pelos burgueses e comerciantes endinheirados, criando a fama da cidade.

II - Principais Atrações de Sintra


II.1 - O Castelo dos Mouros

O castelo dos Mouros , construído no século X, foi muito usado enquanto havia a disputa da área entre cristãos e muçulmanos. Após a conquista de Lisboa e expulsão definitiva dos mouros, o castelo foi sendo gradualmente desativado pois ele se constituía de instalações militares, sendo que para hospedagem da nobreza já havia sido construído o palácio real. As instalações do castelo se deterioraram muito com a falta de uso. Apenas em 1839, por iniciativa de Dom Fernando II, empreendeu-se uma campanha de restauro do castelo e de sua área circundante. A iniciativa de Dom Fernando acompanhava o gosto romântico da época que evidenciava o interesse pela natureza e o regresso ao passado medieval.


 foto de baixo do morro vendo-se o castelo em cima do monte  foto do castelo vendo-se as muralhas e o caminho através delas


 Muralha do Castelo


Percorre-se a muralha através de vários degraus em que ressalta-se o desnível entre as torres devido a geografia do local.

 outra foto da muralha, da torre e das bandeiras  mais uma foto subindo-se o castelo pelo caminho da muralha

Visão panorâmica


Da muralha é possível admirar-se em primeiro plano a vila e a serra de Sintra, logo após a extensa planície ao norte e, ao fim o Oceano Atlântico.


foto com visão da montanha e da mata em torno do castelo
Visão da montanha em torno do castelo de Sintra, foto historiacomgosto


 Ocupação da área


Escavações e pesquisas continuam sendo feitas na área ao redor do castelo. São visíveis alicerces de habitações e silos da população muçulmana que habitava a área. Foram identificados e recolhidos  artefatos típicos da cultura islâmica dos séculos X a XII,  bem como vestígios de veado, ovelha e cabra, javali e raposa, sementes de favinha, pêssego, abrunho e azeitonas. 

Área de escavação e pesquisa na entrada do castelo


 foto de placa com explanação da pesquisa de escavação no castelo foto de área de pesquisa de escavação controlada
foto da entrada murada do castelo


II.2 - Palácio Nacional


As primeiras referências ao Palácio Nacional são do período dos mouros e referem-se a construção que teria servido como habitação dos governantes mouros e, após 1147, dos reis cristãos. 

Após a retomada de Sintra decorreu algum tempo até que os reis portugueses começassem a frequentar o Palácio com maior assiduidade. Foi Dom Dinis (1279-1325) que primeiro se interessou pelo palácio onde mandou construir a Capela Palatina. 

 A grande ampliação do Palácio deu-se no período de Dom João I (1385-1433) com ampliação das áreas íntimas e com a construção das duplas chaminés cônicas, destinadas à cozinha, que se tornaram característica da vila. 

 Deve-se a Dom Manuel I (1495-1521) o embelezamento do Palácio com portas e janelas decoradas e revestimentos azulejares em várias partes.


 foto aérea do palácio nacional visto de cima foto da fachada do palácio nacional

II.3 - O centro histórico


Toda a vila de Sintra e seu parque natural ao redor, foram declarados pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1995. A antiga vila foi desenvolvida em volta do Palácio Nacional,  com suas pequenas ruas, igrejas, casas e museus. Em consequência do terremoto de 1755, as construções antigas foram bastante danificadas tendo sido reconstruídas em posteriormente. 


foto de lindas casas no centro da cidade localizadas no meio da vegetação, com muito verde
Visão do centro da cidade de Sintra, foto historiacomgosto

No  centro encontramos também várias opções de restaurantes, bares e lojas de artesanato que complementam o passeio aos locais históricos. A bebida "ginginha" é muito popular e vende-se em todos os locais.


 comércio do centro da cidade com casas bem coloridas  foto de restaurante e adega no centro de Sintra




 foto da praça central com Igreja ao fundo


II.4 - Palácio Pena


Em uma outra colina de altura equivalente à do Castelo dos Mouros, havia um mosteiro cuja construção fora ordenada por Dom Manuel I em 1503. Em 1838, esse mosteiro estava em ruínas e o local foi adquirido por Dom Fernando de Saxônia, esposo da rainha Maria II de Portugal e mais tarde regente. O arquiteto prussiano barão Ludwig von Eschwege, ajudado pelo português Possidônio da Silva foi o encarregado de projetar e dirigir a construção do Palácio de Pena, que se iniciou em 1840 e terminou em 1885 ano em que morreu o rei Dom Fernando.

O palácio  representa uma das principais expressões do Romantismo na arquitetura do século XIX. 


foto da entrada do Palácio Pena com suas torres manuelinas misturadas com mudejar e bizantino
Foto da entrada do Palácio Pena, foto historiacomgosto


Com suas torres coloridas e uma mistura dos estilos gótico, bizantino, mudéjar e manuelino, o resultado do castelo é um tanto extravagante e impacta quem gosta de um estilo mais uniforme.  Em Portugal o Castelo de Pena é bastante apreciado e foi escolhido em julho de 2007 como uma das sete maravilhas do País.


 torres da fachada do palácio   Portal de entrada do palácio


Utilização do Palácio

Após a morte de Dom Fernando(1885) , o palácio foi deixado para sua segunda esposa, Elisa Hendler, o que causou grande controvérsia, pois o palácio já era considerado um monumento nacional. Em 1889, o rei Luís I (1861 a 1889) adquiriu o castelo definitivamente em nome do Estado. Como condição a condessa reservou para si apenas um chalé onde continuou a morar.
Durante o reinado de Carlos I (1889 a 1908), a família real ocupou com frequência o palácio, tornando-se a residência predileta da Rainha Dona Amélia. No castelo foi servido um almoço a comitiva de Eduardo VII do Reino Unido na sua visita ao país em 1903.
Quando acabou o período de regência, Dona Amélia retirou-se para o palácio onde recebia com frequência a visita do filho, Manuel II de Portugal (1908 a 1910). Quando eclodiu  a revolta de 04 de Outubro de 1910 Dona Amélia aguardou no palácio a evolução dos acontecimentos. Conhecido o triunfo da República  uniu-se a seu filho em Mafra, de onde toda família partiu para o exílio


Com a implantação da República Portuguesa, o palácio foi convertido em museu.


Últimos reis que habitaram o palácio:

Dona Maria II e Fernando II  1834 a 1853
Dom Pedro V e Dona Estefânia  1853 a 1861
Dom Luís I e Dona Maria Pia  1861 a 1889
Dom Carlos I e Dona Amélia  1889 a 1908
Dom Manuel II  1908 a 1910
fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Palacio_Nacional_da_Pena


II.5 - Palácio / Jardins de Montserrate


Inicialmente existia no lugar uma pequena capela erguida em 1540 e que estava dedicada a Nossa Senhora de Montserrat. Posteriormente, no século XVIII, havia no local uma propriedade agrícola com pomares que foi alugada por um rico comerciante inglês, Gerard de Visme, que mandou construir um palácio neo-gótico com forma de castelo. 



foto da fachada do palácio de Montserrat


Na década de 1850 o palácio foi adquirido por um rico industrial inglês, Sir Francis Cook, que contratou o arquiteto  James Knowles para realizar um novo edifício com inspiração oriental dando então a forma definitiva para o palácio.




 foto de corredor interno do palácio Montserrat foto de janelas com arcos do palácio montserrat


A realeza portuguesa gostou tanto das modificações realizadas por Sir Francis Cook que lhe concedeu o título de primeiro Visconde de Monserrate.



outra foto das janelas em arco do palácio    foto dos jardins do palácio montserrat


II.6 Quinta da Regaleira

   
A Quinta da Regaleira é uma vila residencial localizada no centro histórico de Sintra, e que foi construída entre 1904 e 1910, já no último período da monarquia.

A área foi adquirida da Viscondessa da Regaleira pelo Sr. António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), conhecido como "Monteiro dos Milhões", para fundar o seu lugar de residência.

Nascido no Rio de Janeiro em 1850, herdeiro de uma grande fortuna familiar, grandemente multiplicada no Brasil com o comércio de pedras preciosas e cafés, Carvalho Monteiro tinha o desejo de construir um espaço grandioso, em que vivesse rodeado de todos os símbolos que espelhassem os seus interesses e ideologias, baseados principalmente na influencia Maçônica.

 foto da fachada da Quinta da Regaleira


X. - Referências


a) - Site Oficial dos Parques de Sintra- www.parquesdesintra.pt
b) - Coleção turismo Europa - Escudo de Oro - Sintra.
c) - Wikipedia.pt - Palacio de Pena
d) - Notas e fotografias de Viagem
e) - Fotos do Palácio Montserrat - Adquiridos de Fotolia.com