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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Museu Egípcio Antigo - Mais de 4.000 anos de Arte e História

1. - Introdução


Uma coleção fantástica de estátuas, obras e artefatos da história egípcia antiga, com peças de mais de 4.000 anos de existência e em bom estado de conservação. Uma verdadeira viagem ao passado, com um enriquecimento cultural e histórico fabuloso.

O Museu possui 120 mil itens, com uma quantidade representativa em exposição, sendo o restante em almoxarifados.

O governo egípcio estabeleceu primeiramente o museu em 1835, construído perto do Jardim Ezbekeyah e depois mudou-o para a Cidadela do Cairo. O Museu mudou-se ainda umas três vezes até que em 1902 estabeleceu-se na localização atual na Praça Tahir.


foto da fachada do Museu Egípcio antigo


O Novo Museu Egípcio


Com cerca de 168.000 metros quadrados, está sendo construído o Novo Museu Egípcio que será composto por três grandes galerias. Situado na área de Gizé, o museu ficará próximo das pirâmides. Todo o acervo do Museu Egípcio será transferido para essa nova localização. A inauguração deverá acontecer entre 2019 e 2021. Ainda não tem-se uma data certa.

2. - A distribuição do Museu


Existem dois andares principais no museu, o térreo e o primeiro andar. No térreo há uma extensa coleção de artefatos do Novo Reino, o período de tempo entre 1550 e 1069 aC. Esses artefatos são geralmente maiores que itens criados nos séculos anteriores. Esses itens incluem estátuas, mesas e sarcófagos, além de uma coleção de papiros e moedas.


foto do salão de entrada - térreo do Museu Egípcio Antigo


No primeiro andar há artefatos das duas últimas dinastias do Egito, incluindo itens dos túmulos dos faraós Tutmósis III , Tutmósis IV , Amenófis II, Hatshepsut e do cortesão Maiherpri, bem como muitos artefatos do Vale dos Reis, em particular, o material das sepulturas intactas de Tutankhamon. Duas salas especiais contêm várias múmias de reis e de outros membros da família real do Novo Reino.


foto do salão do corredor térreo do Museu Egípcio foto das alas laterais do pavimento superior do Museu Antigo


3. - Algumas obras em destaque


a) Estátua de Khufu (Quéops)


Dados: 4th dinastia (2613 bC a 2494 bC) Material: Marfim Dim: altura 7,5 cm, largura, 2,5 cm



Estátua de Khuphu - Quéops Apesar de outros fragmentos representando o rei terem sido achados, essa estatueta de marfim é considerada ser a única escultura completa do rei Khuphu (Quéops), o construtor da grande pirâmide de Gizé.
Sua expressão facial é séria e transmite poder. Ele está sentado no trono que tem o seu nome inscrito nos dois lados. Ele está usando a coro vermelha do Baixo Egito. Na mão direita ele tem um malo cerimonial que é um símbolo de autoridade. 

b) A Tríade de Menkaure


Dados: 4th dinastia (2613 bC a 2494 bC) Material: Grauvaque, rocha sedeimentar de cor cinza Dim: altura 96 cm, largura, 38 cm

escultura da Tríade de Menkaure - Mostra o Faraó Menkaure entre as chamadas deusas Hathor  e Cynopolis Essa tríade esculpida mostra o Rei Menkaure entre as deusas Hathor a sua direita e a personificação de Cynopolis, o 17o nome do Egito Superior, à sua esquerda. 

O Rei Menkaure usa a coroa do Egito Superior e tem uma falsa barba. Ele usa um Kilt e segura dois objetos cilindricos em suas mãos. 

As duas damas usam vestidos colados no corpo. Hathor usa sua coroa normal, composta de um disco solar entre os dois chifres, enquanto a outra dama ressalta um chacal.


c) Estátua de Khafre (Quéfren)


Data: 4th dinastia, material: pedra diorita, altura: 168 cm, largura: 57 cm;

Estátua de Quéfren Essa estátua do Rei Khafre foi esculpida em pedra dioritana 4th dinastia do Antigo Reino. A estátua foi achada no Vale do Templo em Gizé, próximo à esfinge. É uma das peças mais fascinantes do museu egípcio. O grande faraó Khafre está sentado em seu trono usando o capuz real, um kilt curto e a falsa barba. De cada lado do  trono está esculpido o símbolo de unificação do Alto Egito com o Baixo Egito.


d) Estátua do Príncipe Rahotep e da Princesa Nofret


Data: 4a dinastia, altura: 120 cm, material: calcário pintado;

Rahotep pode ter sido o filho do Rei Senefru, o qual teria sido o irmão do rei Khufu. Ele mantinha os títulos de Alto Sarcedote de Ra em Heliopolis, General de Exército, e Chefe de Construção. Ele é visto usando um kilt curto, cabelo curto, um bigode fino, e um amuleto com coração em torno de seu pescoço.



Linda estátua colorida do príncipe Rahotep e sua espora Nofret. Os dois estão sentados com o braço dobrado sobre o peito. ele usa apenas um kilt curto e o dorso desnudo.  Ela usa uma túnica branca um diadema floral e um colar

A esposa de Rahotep, Nofret, é descrita como aquela familiarizada com o Rei. Ela é vista usando uma peruca que cai aos ombros, decorado com um diadema floral e um colar. A distinção dos nobres e privilegiados também é marcado na pele colorida das duas estátuas. O marrom na pele do rei e o creme na pele da rainha. Isso era uma convenção. 

e) Estátua do Escriba sentado


estátua do escriba sentado Data: 5th Dinastia (2.494 bC a 2.343 bC).
Essa estátua é a representação idealizada de um escriba legal e oficial público. Em uma posição sentada o escriba põe o seu olhar fixo no horizonte. A face do escriba mostra confiança e determinação. Os escribas tinham uma posição admirada dentro das funções que não eram da realeza.
No Louve também tem uma estátua de um escriba sentado que é muito famosa.


f) Estátua de Ka-Aper (Sheikh el-Balad)


data: 5th dinastia, material: madeira sicômoro, altura 112 cm. No Egito antigo, Ka-APer era um chefe sacerdote, mas o nome Sheikh el-Balad veio dos trabalhadores de Marriette porque ele parecia muito o supervisor da Vila. Ele é mostrado com um kilt longo. Ele segura um cajado na sua mão esquerda.

Estátua de Ka-Aper em madeira sicômoro de 1,12m foco frontal no rosto Estátua de Ka-Aper em madeira sicômoro visto de corpo inteiro usando un kilt mais comprido e segurando um cajado


g) Cortejo


Esse modelo representa um cortejo provavelmente de um funeral real, onde as pessoas estão carregando as oferendas para o túmulo.


cerca de vinte pequenas esculturas simbolizando um cortejo funerário.As pessoas carregam caixas na cabeça parecendo que são os pertneces para o morto, no caso família real, levarem para outra vida


h) Cabeça de Hatshepsut


Hatshepsut nasceu em Tebas. Era a filha mais velha do rei Tutmés I (Tutmósis I) e da rainha Amósis.

Quando o seu pai morreu Hatshepsut teria cerca de vinte e quatro anos. Casou com seu meio-irmão, Tutmés II, seguindo um costume que existia no Antigo Egito que consistia em membros da família real casarem entre si. 

Após a morte de Tutmés II, cujo reinado é pouco conhecido, o enteado de Hatshepsut, Tutmés III, era ainda uma criança que não estava apta a governar. 

Por esta razão Hatshepsut, na qualidade de grande esposa real do rei Tutmés II, assumiu o poder como regente na menoridade de Tutmés III. Mais tarde, Hatshepsut decidiu assumir a dignidade de faraó e governar em seu direito.
esscultura da cabeça de Hatshepsut Acredita-se que essa cabeça fazia parte de uma estátua colossau de Hatshepsut. Apesar de ser mulher, Hatshepsut governou como uma faraó e inclusive usava a tradicional falsa barba nas suas representações. Isso foi uma exceção e m toda história egípcia, e os seus sucessores inclusive mandaram apagar uma grande parte de suas representações.  


i) Cabeça de Akhenaton  


Data: Novo reinado 18th dinastia (1352 a 1336 a.C), arenito, altura: 150 cm;

escultura da cabeça de Akhenaton. Akhenaton mostra as feições alongadas O rei Akhenaton promoveu uma transformação radical nos costume religiosos e sociais do seu tempo. Aboliu o culto a múltiplos deuses e instituiu o culto somente a Aton, representado por um disco solar. O próprio Aton era o intermediário entre o Deus e o povo. Ele desagradou uma imensidão de sacerdotes, todos muito poderosos, que se sediavam na cidade de Luxor.

Akhenaton era casado com Nefertiti e pai de Thuntakamon.


Logo após a sua morte o culto aos vários deuses foi sendo gradualmente restaurado e tudo ficou como antes.

Akhenaton tem um rosto comprido, feições alongadas, olhos grandes e repuxados.

j) Máscara de Ouro de Tutankhamun


A câmara funerária de Tutancâmon foi encontrada na necrópole tebana no Vale dos Reis em 1922 e inaugurada em 1923. Outros dois anos seriam necessários para que a equipe de escavação, liderada pelo arqueólogo inglês Howard Carter, abrisse o pesado sarcófago que continha a múmia de Thuntancâmon.  Em 28 de outubro de 1925, eles abriram o interior de três caixões para revelar a máscara de ouro, vista pelas pessoas pela primeira vez em aproximadamente 3.250 anos. Carter escreveu em seu diário:

Os pinos removidos, a tampa foi levantada. A penúltima cena foi divulgada - uma múmia muito bem embrulhada do jovem rei, com máscara de ouro de expressão triste, mas tranquila, simbolizando Osíris ... a máscara carrega os atributos desse deus, mas a semelhança é a de Tut.Ankh.Amen - plácida e bela , com as mesmas características que encontramos em suas estátuas e caixões. A máscara caiu um pouco para trás, assim seu olhar é direto para o céu.  

Em dezembro de 1925, a máscara foi removida do túmulo, colocada em uma caixa e transportada 635 quilômetros até o Museu Egípcio, no Cairo, onde permanece em exibição pública.


foto da famosa Máscara de Ouro de Thuthancamon
Máscara de Thuthancamon, foto de MikReev,
 wikipedia

A face representa a imagem padrão do faraó, e a mesma imagem foi encontrada por escavadores em outras partes da tumba, em particular nas estátuas dos guardiões. Ele usa um pano de cabeça nemes , encimado pela insígnia real de uma cobra  e abutre, simbolizando o domínio de Tutancâmon, tanto do Baixo Egito quanto do Alto Egito, respectivamente.

As orelhas são perfuradas para prender brincos, uma característica que parece ter sido reservada para rainhas e crianças em quase todas as obras de arte egípcias antigas. 
Ela contém incrustações de vidro colorido e pedras preciosas, incluindo lápis-lazúli , quartzo, obsidiana , cornalina , feldspato , turquesa , amazonita , faiança e outras pedras.

k) Busto de Ramsees II quando menino

Data: 19th dinastia, material: granito cinza, altura 80 cm;

Esse busto faz parte de uma estátua sentada de Ramsés II. Ele é mostrado usando uma peruca arredondada na qual está fixada a cobra que representa o poder real.

escultura do busto de Ramsés II quando menino


l) Máscara de ouro de Psusenes I


foto da máscara de ouro de Psusenes I
Máscara de Psusenes I, foto de Nrblex, wikimedia
A máscara de Psusenes I aparece com a cobra real. Ela contém  a falsa barba divina e também um colar com decorações florais.Os olhos são feitos de pedras brancas e pretas. A máscara é feita de duas partes de ouro fixadas juntas através de cinco pregos vistos por trás. 

4. - Referências


Egyptian Museum - Global Press House

Fotos - História com Gosto

Wikipedia : Dinastias, faraós, ...,.



sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Botticelli e o "Nascimento de Vênus"

I - O Renascimento Italiano


Chama-se renascimento o movimento cultural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650 - portanto no final da idade Média e na Idade Moderna. 

Na verdade o renascimento significou muito mais que o simples reviver da cultura clássica: nesse período ocorreram em todos os campos da arte e das ciências, inúmeras realizações que superaram essa herança. O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel de tais realizações e tronou-se o próprio espírito do renascimento.

Num sentido amplo o renascimento pode ser visto como a valorização do ser humano em oposição ao divino e sobrenatural.

Pintura


A pintura do renascimento confirma as tendências vindas do período anterior: A introdução da perspectiva, a utilização do claro escuro e o realismo nas telas. Além disso, a partir do renascimento deu-se o surgimento e a valorização do estilo pessoal, contribuindo para o surgimento dos grandes nomes conhecidos.


II - Sandro Botticelli 


Sandro Botticelli (1445-1510) é considerado o artista que melhor expressou, por meio do desenho, um ritmo suave e gracioso para as figuras pintadas. Seus temas - tirados tanto da antiguidade grega como da tradição cristã - foram escolhidos segundo o potencial de expressar o seu ideal de beleza. (Graça Proença, História da Arte)

quadro com as feições de Sandro Boticelli
Dedicou boa parte da carreira às grandes famílias florentinas, especialmente a Família Médici, para os quais pintou retratos. Entre tais obras, destacam-se Retrato de Giuliano de Medici e A adoração dos Magos. O último rendeu-lhe a atenção da Família Médici, que o colocou sob sua proteção e patronato. A sua relação com a Família Médici foi, sem dúvida, útil para que obtivesse proteção e condições para produzir várias de suas obras-primas.



Participou dos círculos intelectual e artístico da corte de Lourenço de Médici, recebendo a influência do neoplatonismo cristão lá presente, o qual pretendeu conciliar com as ideias clássicas. Tal síntese expressa-se em A Primavera e O Nascimento de Vênus, ambas realizadas sob encomenda para enfeitar uma residência dos Médici e que hoje estão expostas na Galeria Uffizi, em Florença, na Itália. Até hoje não há consenso na interpretação dessas pinturas, embora creia-se que Vênus pode ser vista como fonte do amor divino, tanto do ponto de vista cristão quanto pagão. Assim como o batismo é o "Renascer em Deus", o nascimento de Vênus remete a esperança do "renascimento".

III - Nascimento de Vênus


Obra icônica do Renascimento italiano, muitas vezes tomada como um símbolo da própria Florença e de sua arte, talvez na antiguidade estivesse ligada à igualmente famosa "Primavera" de Botticelli, com a qual compartilha a proveniência histórica, o formato e algumas referências filosóficas. Representa uma das mais altas criações estéticas do pintor florentino, bem como um ideal universal de beleza feminina.

O Nascimento de Vênus sempre foi considerado a ideia perfeita da beleza feminina na arte,  assim como David é considerado o cânone da beleza masculina. Uma vez que ambas as obras são mantidas em Florença, os florentinos se orgulham de possuir os cânones da beleza artística dentro dos muros da cidade. (fonte: Wikipédia italiana)


Descrição

Soprado por Zephir e Chloris a deusa Vênus, nua, é carregada sobre a água por uma concha gigante. Ela pisa em terra firme onde existem árvores como pés de laranja, enquanto uma chuva de rosas cai sobre ela. Uma jovem mulher corre para lhe acolher e cobri-la




quadro O Nascimento de Vênus, mostra uma bela mulher sendo soprada por Zephir e Clóris dentro de uma imensa concha aberta pelo mar. Possivelmente é a deusa Vênus. Ela está despida com uma mão sobre o seio. Uma chuva de rosas cai sobre ela.Uma mulher corre para cobrí-la.
Nascimento de Vênus, Sandro Botticelli, 1485 a 1486, Galleria degli Uffizzi, Florença


No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem por Zéfiro, o Vento Oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. 


Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.


O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".


A anatomia da Vênus, assim como vários outros detalhes menores, não revela o realismo clássico estrito de Leonardo da Vinci ou Rafael. O pescoço é irrealisticamente longo e o ombro esquerdo posiciona-se em ângulo anatomicamente improvável. Não se sabe se tais detalhes constituíram erros artísticos ou licença artística, mas não chegam a atrapalhar a beleza da obra, e alguns chegam a sugerir que seriam presságios do vindouro Maneirismo.


IV. - Detalhes do Quadro


O rosto da Vênus


o rosto de Vênus

Vênus, a deusa do amor, traz beleza para o mundo. A beleza é considerada divina. Na Florença de Botticelli essa era o pensamento corrente que tentava conciliar as ideias classicas com o pensamento Cristão.

A postura


parte do quadro mostrando Vênus em pé em uma forma esguia

A postura de Vênus relembra uma escultura clássica, a Venus pudica, na qual a deusa cobre seus seios e genitais com seus braços, e com o longo cabelo que desce até o joelho. 


Zephir e Chloris


Zephir e sua companheira Chloris  transmitem  movimento quando eles voam através da cena.

Zephir era o único vento permitido de entrar no jardim de Vênus. É Zephir que proporciona as fragrancias perfumadas e que cobre a terra com toda espécie de flores.


rostos de Zephir, o vento, e Chloris

Chloris é raptada por Zephir no Jardim das Hespérides. Depois eles se casam e se tornam capazes de usufruir a primavera por toda eternidade. 

No quadro Zephir e Chloris representam também o amor terreno / carnal a ser purificado pela deusa.

Uma deusa do tempo


A figura feminina que corre para cobrir Vênus pode ser a deusa Primavera


Essa figura pode ser uma das Horai, deusas das estações do tempo.

No caso ela seria a primavera. Seu vestido e o manto que ela leva para Vênus são decorados com flores da primavera.

Ela usa também uma guirlanda de mirtilo ao redor do seu pescoço.

As flores


Temos na cena  flores caindo e folhas nas árvores, dando a noção da primavera ou do paraíso.

flores que estão caindo sobre Vênus

folhas das árvoes ao redor



V - Outras publicações relacionadas


- História resumida de Florença: 
Essa postagem faz um resumo da História de Florença desde a sua fundação atá o Renascimento
https://historiacomgosto.blogspot.com.br/2016/07/historia-resumida-de-florenca-da.html


- Batistério de São João e as Portas do Paraíso
O Batistério de São João, em Florença, tem suas portas com esculturas da história bíblica.
https://historiacomgosto.blogspot.com.br/2016/06/o-batisterio-de-sao-joao-e-porta-do.html


- A Catedral (Duomo) de Florença: 
O Duomo de Florença tem uma das maiores cúpulas de catedral do mundo. Projetado por Bruneleschi, foi um feito extraordinário.

- Dante Alighieri e a Divina Comédia
Dante, com a sua Divina Comédia, conseguiu tornar o idioma da Florença o idioma padrão da Itália.
https://historiacomgosto.blogspot.com/2018/11/dante-alighieri-divina-comedia.html


- Galeria Uffizzi - Construção e Obras


- Michelangelo Buonarroti - Seis Esculturas  
Mostra-se seis esculturas de Michelangelo.
- Leonardo da Vinci - Sua história em Florença
Nessa postegem mostra-se a história de Leonardo da Vinci em Florença.

  https://historiacomgosto.blogspot.com/2018/04/vida-e-obra-de-leonardo-da-vinci-i.html

- A Primavera de Sandro Botticelli
Além do Nascimento de Vênus, a pintura da "Primavera" foi realizada com o mesmo conceito  e técnica por Botticelli.

 
 

V - Referências


Wikipédia - Sandro Botticelli / Nascimento de Vênus (Português e Italiano)

How to read a Painting - D E Rinck - Thames & Hudson



Dante Alighieri - A Divina Comédia

I. - Introdução


Esse post foi amadurecendo lentamente. Comentar sobre Dante Alighieri ou sobre a Divina Comédia  é falar sobre alguns séculos de cultura italiana que se passaram desde então. Dante é considerado o primeiro e o maior poeta da língua italiana e um dos maiores nomes da literatura ocidental. Não temos a formação e nem a pretensão para fazer uma análise da obra. O resumo a seguir não é um texto original, é um conjunto de textos e observações compiladas da pesquisa em uma fonte pública como a wikipédia em português e em italiano com algumas observações complementares. O objetivo é dar ao leitor uma breve mostra da estrutura da obra.


II. - Dante Alighieri


Dante viveu entre os anos de 1265 a 1321, época de uma guerra constante entre Florença e Siena pela supremacia de seus reinos, ao mesmo tempo que também havia na própria Florença, outra guerra interna entre os partidos guelfos e gibelinos que traziam partidários do Papa ou dos governantes da cidade. 

Tendo nascido de uma família importante, Dante foi médico  e farmacêutico para pertencer a uma das corporações de artes e ofícios (guildas) e assim poder ocupar cargos públicos em Florença.

De 1295 a 1300, Dante fez parte do "Conselho dos Cem" entidade política que governava Florença.



quadro mostrando as feições de DanteDante tomou partido dos guelfos que foram derrotados em Firenze e portanto foi expulso da cidade passando o resto de sua vida em Ravena, onde passou a escrever o seu famoso livro.

Entre os anos de 1304 e 1307, Dante escreveu duas obras: "Il Convivio", composta de quatro tratados, onde no primeiro, defende o uso da língua vulgar e explica que nela escreveu a obra para que todos pudessem lê-la. E "De Vulgari Eloquentia" (sobre a vida do povo), escrita em latim, na qual retraça a origem e a história da linguagem e debate o problema dos dialetos. 

A prensa só viria a ser inventada por Guttemberg em 1450, e a divulgação dos livros ainda era pequena. 

Além disso, Dante publicou um livro falando sobre o Inferno, o Purgatório e o Céu. O livro era todo em verso e os personagens eram todos figuras da época que de acordo com a análise pessoal de Dante, ele os colocava em um dos três locais possíveis. 

No livro, Dante que era ainda vivo, passeava por entre os estados da alma, conduzido inicialmente pelo poeta Virgílio, com  a permissão do senhor Deus. Virgílio conduziu Dante pelo inferno e pelo purgatório, mas no Céu ele não tinha permissão de entrar 

Para entrar no Céu, somente com a generosidade da alma perfeita de Beatriz, uma paixão não consumada de Dante. Diz-se que Beatriz era uma mulher bela porém casada quando Dante a conheceu e se apaixonou. Dante somente a viu uma duas ou três vezes mas a conservou como a criatura perfeita em sua imaginação. Dante casou-se e teve filhos mas em toda sua história a figura de Beatriz passou a ser um anjo de virtude e de perfeição.

O valor da Obra literária

Dentre todos os poetas e escritores italianos, Dante é sem sombra de dúvida o mais estudado, respeitado e lido.  

A importância do livro  consolidando a língua falada na Toscana como a expressão do povo italiano é reconhecida por todos. 

O livro todo feito em versos tem um valor intelectual incrível por tratar de difíceis assuntos de uma maneira intelectualmente elaborada. 

Todo o estudante italiano estuda essa obra. É obrigatório. Todo italiano cita, fala e comenta sobre Dante e a divina comédia.

O prazer da leitura

Ler "A Divina Comédia" traduzida em português, sem ser estudante de línguas ou de letras, é uma atividade de aprendizado e não muito fácil por três motivos:

Primeiro: Em português temos versões em prosa e em verso. Em prosa é mais fácil de entender e mais fiel a obra, mas perde a grandeza do original em italiano. Em verso, é mais difícil a leitura e tem a dificuldade do que rima em italiano precisar ser trabalhado para ter rima em português. Por isso Já se perde muito. 

Segundo: O livro trata o tempo todo de personagens históricos, muitos deles completamente desconhecidos, que viveram na época de Dante. Comerciantes, juízes, advogados, proprietários de terras, ...,. Apesar de o livro trazer explicações sobre todos eles torna a leitura um pouco cansativa.  

Terceiro: A abordagem sobre o inferno, purgatório e céu no livro em português feita por Dante, segue uma crença da estrutura do Universo na época. O Universo feito de círculos com a Terra como centro. Dante coloca o Inferno, Purgatório e Paraíso também feito de círculos concêntricos com as devidas separações. Dante desenvolve idéias sobre essa estrutura para nós hoje desatualizada. 

A Divina Comédia é uma obra prima para ser estudada. Não é uma leitura  para ser lida no dia-a-dia como um romance policial, iniciado na sexta e terminada em uma semana. 


As Ilustrações de Gustav Doré

Hoje em dia, quase todas as publicações da Divina Comédia contam com as gravuras / ilustrações de Gustav Doré e que muito enriqueceram a leitura do livro.

Paul Gustave Doré foi um pintor e desenhista francês, nascido em Estrasburgo em 1832, que dedicou a maior parte de sua vida a ilustração de livros. 



exemplo de ilutração de Doré para o livro Gato de Botas. Na ilustração o gato está em pé com suas botas conversando com um senhor gordo junto à mesa de refeiçãoCom aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.



Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855); Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863); O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; Contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. 

III. - Os Três Livros da Divina Comédia


III.1 O Inferno 


O Inferno, é a primeira parte do livro e está dividido em trinta e quatro cantos (uma divisão de longas poesias), possuindo um canto a mais que as outras duas partes, que serve de introdução ao poema. 

No poema, o inferno é descrito com nove círculos de sofrimento localizados dentro da Terra. Foi escrito no início do século XIV. Os mais variados pintores de todos os tempos criaram ilustrações sobre esta obra, se destacando Botticelli, Gustave Doré, Dalí e Delacroix.


quadro de Delacroix mostrando Dante e Vrigílio atravessando o inferno. No quadro Virgílio com uma vestimenta marrom conduz Dante pelo inferno passando por cima de corpos em sofrimento
Dante e Virgílio no inferno, quadro de Delacroix, Museu do Louvre



O inferno além dos Nove Círculos, é formado por Três Vales, Dez Fossos e Quatro Esferas. Essa organização foi baseada na teoria medieval de que o universo era formado por círculos concêntricos. 

Dante, sem saber ao certo como, perdeu-se em uma selva sombria, que segundo a tradutora Dorothy L. Sayers  é uma representação simbólica da perdição no pecado, "onde a confusão é tão grande que a alma não se acha capaz de reencontrar o caminho certo".

Então Dante encontra Virgílio, seu autor favorito.  Virgílio propõe a Dante uma jornada pelo inferno, purgatório e paraíso. No canto 2, Dante se acovarda e tenta desistir da jornada, entretanto Virgílio o impede e revela ter sido mandado por Beatriz – a amada do Dante que saiu do céu e foi falar com Virgílio, no Limbo – para que o ajudasse. Então, Dante recupera sua coragem e é iniciada a sua epopeia.


Paolo e Francesca


Paolo Malatesta e Francesca da Polenta são duas figuras de amantes que fazem parte do imaginário popular ocidental. A eles é dedicado o canto V, na divina comédia. Os dois estão condenados no circulo referente ao pecado da luxuria. 


ilustração de Paolo e Francesca pairando abraçados por sobre as montanhas, nus e enrolados soment epor mantos
ilustração de Doré

Na vida eles eram cunhados. Francesca que era muito bela e prendada foi prometida em caso por interesse de seu pai, a casar com Gianciotto Malatesta. Como o jovem era muito feio, o pedido foi feito por procuração e quem o levou foi Paolo que era um jovem bonito.



Segundo Boccaccio, Francesca foi enganada com relação ao seu real esposo. Acontece que no dia da consumação do matrimônio, eis que surge o Gianccioto na escuridão do quarto e consuma o matrimônio. No outro dia, Francesca descorbrindo toda a trama, passa dias de infelicidade, se divertindo apenas em companhia de Paolo.



Ao ser perguntada por Dante, no livro, como começou o romance, Francesca responde que eles estavam lendo a história de Lancelote e Guinevere (esposa do rei Artur) e então sentindo a mesma paixão que os personagens do livro, eles começaram com um beijo, desenvolveram a sua paixão, até que um dia foram descobertos por seu irmão que os matou.  

III.2 O Purgatório


O Purgatório é a segunda parte do livro. Está dividido em trinta e três cantos. 


ilustração de Doré para o purgatório. Virgílio e DAnte estã de pé observando uma multidão de pessoas sentadas cobertas por mantos em ato de contrição, reflexão e arrependimento
o purgatório por Doré

É a criação mais original de Dante, pois ao contrário do Inferno e do Paraíso, concepções imaginadas por diversas religiões, o Purgatório, na época em que A Divina Comédia foi escrita, era um dogma novo da Igreja Católica.


Segundo Dante, o Purgatório é um espaço intermediário, que se encontra na porção austral do planeta, onde existe uma única ilha com uma grande montanha no centro, que sobe até alcançar os céus: o Monte Purgatório. 



O Purgatório seria então uma montanha composta por círculos ascendentes (as cornijas), reservados àqueles que se arrependeram em vida de seus pecados e estão em processo de expiação dos mesmos. No Purgatório as almas assistem às punições das outras almas que por pecarem mais "intensamente" foram para o Inferno. Antes das Sete Cornijas onde as almas expiam seus pecados, está o Ante-Purgatório, onde ficam as almas que se arrependeram no último instante.  



O Purgatório, geograficamente, se divide em 6 partes:


1. O Rio Tibre, onde um anjo em uma barca leva as almas até o Purgatório.

2. O Ante-Purgatório, onde estão as almas dos que se arrependeram no último instante.

3. O Baixo Purgatório, onde estão as almas daqueles que perverteram o amor.

4. O Médio Purgatório, onde estão as almas daqueles que não conseguiram amar.

5. O Alto Purgatório, onde ficam aqueles que amaram em excesso.

6. O Paraíso Terrestre, ou o Jardim do Éden.


Outra cena do purgatório com as pessoas em pe´ e ajoelhadas paraecendo quererem se justificar para Virgílio e DanteAo contrário do Inferno, onde os pecados que aparecem no início são os mais leves e quanto mais se desce, mais graves eles ficam, no Purgatório, os piores pecados aparecem no Baixo Purgatório e os menores, no Alto

No purgatório estão os que cometeram os pecados capitais: Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza junto ao Pródigo, Gula e Luxúria. 

No fim do Purgatório, Dante se despede de Virgílio, pois este não pode ter acesso ao Paraíso. Lá encontra Beatriz, sua amada quando estava na Terra. Esta o leva até o rio Lete. Quando Dante bebe a água do Lete, esta apaga a sua memória, seus pecados, é como se Dante tivesse renascido. Existe uma lenda que diz que o Paraíso fica entre o rio Tigre e o Eufrates. Quando Dante vê o rio ele julga ser o Tigre no atual Iraque. Finalmente Dante chega ao Paraíso.

III.3 - O Paraíso


Paraíso é a terceira e última parte da Divina Comédia. É uma alegoria, segundo a visão de Dante do céu, que por uma permissão divina especial tem a permissão de o conhecer através de Beatriz, o seu amor platônico. 

Depois de uma ascensão inicial a partir do topo do Monte Purgatório (Canto I), Beatriz guia Dante através das nove esferas celestes do paraíso. Estas são esferas concêntricas, semelhante à cosmologia aristotélica e ptolomaica. 


ilustração do Paraíso. DAnte encontra sua amada Beatriz no topo de uma montanha e tem a visao do Paráiso que é uma miríade de anjos  em circulo em volta do que parece ser a Eucaristia ou a presença de Deus como uma luz
O Paraíso, ilustração de Gustav Doré



Dante admite que a visão do céu que ele recebe é a de que seus olhos humanos permitiram-no a ver. Assim, a visão do paraíso encontrado no Cantos é a visão pessoal do próprio Dante, ambígua na sua construção verdadeira. A adição de uma dimensão moral significa que uma alma que chegou a alcançar o Paraíso, ao nível que lhe é aplicável.

A passagem de Virgilio, que simboliza a razão, para Beatriz, represetando a graça, fé e teologia, simboliza a impossibilidade para o homem de chegar a Deus pelo único meio da razão humana: é necessário a existência de uma intuição e um nível diferente de "razão divina" (isto é verdade iluminada), representada precisamente pela acompanhante. Mais tarde, Dante vai ter a companhia de um outro guia: Beatrice deixa mais espaço para St. Bernard de Clairvaux , mantendo-se presente e rezando para o poeta no momento final da invocação da Santa Virgem . A teologia (Beatriz) ainda não é suficiente para elevar-se à visão de Deus , que só pode ser alcançada através da contemplação mística do êxtase , representada alegoricamente por São Bernardo.


ilustração do século XV com Dante sendo conduzido por Beatriz para o Paraíso que mostra figuras que parecem ser Deus Pai, Cristo, profetas e anjos dentro de uma concha.
Dante sendo conduzido ao paraíso por Beatriz, ilustração do século XV


A bem-aventurança eterna reside no Paraíso: as almas contemplam a divindade de Deus e são cheias de graça . Enquanto Dante ascende, o brilho aumenta em torno dele, e o sorriso de Beatrice fica cada vez mais deslumbrante. Dante virá para ver Deus e contemplar a Trindade graças à intercessão de Nossa Senhorai invocada por São Bernardo , último guia de Dante nas últimas canções do Paraíso. Durante a jornada ao Paraíso, Dante aborda muitas questões filosóficas e teológicas, explicando-as com base no conhecimento medieval .

IV. - Referências


Observação: Texto não original. Todo o texto compilado da Wikipédia

Wikipedia - Divina Comédia de Dante Alighieri