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sexta-feira, 27 de julho de 2018

História de Paris, França - 02 (Século XV ao Século XVII)

I. História de Paris, França - 02 


I.1. - Renascença

Na  França, a Renascença teve a sua maior influência na corte real residente no Vale do Loire, e por isso não trouxe benefícios para Paris. Entretanto, apesar do seu afastamento, a monarquia se inquietava com a expansão desordenada da cidade. A primeira regulamentação urbanística foi decretada em 1500 a propósito da nova ponte de Notre-Dame, sobre a qual se construíram casas uniformes de tijolo e pedra com o estilo Luís XII.

quadro mostra casas construídas em cima da ponte de Notre Dame
La joute de mariniers entre le pont Notre-Dame et le Pont-au-Change, por Nicolas-Jean-Baptiste Raguenet, de 1756, 

o quadro mostra claramente as casas em cima da ponte já de pedra.

A ponte anterior
  

Em 31 de maio de 1412, Carlos VI de França ordenou a construção da primeira versão da ponte a ser chamada de "Notre-Dame".  Esta estrutura era composta de madeira maciça e conectada a Île de la Cité pela rue Saint-Martin. A ponte levou sete anos para ser construída e tinha sessenta casas em cima dela, trinta de cada lado. As casas foram observadas por Robert Gauguin como "notáveis para sua altura, e a uniformidade da construção" e foram chamadas de as "mais bonitas na França."  A ponte de madeira do rei Carlos desabou em 25 de outubro de 1499 perto das 9 horas, provavelmente devido a instabilidades estruturais causadas pela falta de reparos. 



A  nova ponte



Desta vez, a ponte foi construída com pedra, como uma ponte em arco sob a direção do arquiteto, erudito e frade franciscano italiano Giovanni Giocondo, que também tinha supervisionado a construção do Petit Pont. A construção foi concluída em 1507, com construções de tijolos sobre ela e se tornaria um local de comércio. 

I.2 - Hotel de Ville


O Hôtel de Ville de Paris, é a sede do governo municipal de Paris  desde 1357. A sua arquitetura é da época renascentista, período em que sofreu uma grande remodelação por obra do arquitecto italiano Domenico da Cortona. Foi ainda totalmente reconstruído depois de um incêndio em 1871, mantendo o aspecto original. Encontra-se na margem norte do Sena e é considerado um marco turístico tanto pelos franceses como pelos estrangeiros.



foto da Prefeitura de Paris - Hotel de Ville
Hôtel de Ville, foto HistoriacomGosto

Paris teve diversas insurreições, e o Hôtel de Ville foi frequentemente ponto de reunião de insurgentes, amotinados e revolucionários. O Hôtel de Ville é um lugar cheio de história, tendo servido de palco a vários acontecimentos que vão  da revolução francesa aos dias revolucionários de 1830 e 1848.

I.3 - Ponte Neuf

A Pont Neuf é a ponte mais antiga de Paris, que existe nos dias atuais,  e também a mais longa. Ela possui 232 m de comprimento e é decorada com belos candelabros negros. É uma das pontes mais bonitas da cidade. 

Construída entre 1597 e 1607, foi a primeira ponte de pedra que se edificou em Paris e que atravessa todo o Sena, já que as anteriores foram construídas com madeira.

 foto da Pont Neuf ao entardecer
pont neuf, foto de  Bargotiphotography


A ponte foi uma novidade para a época, já que se tornou a primeira a cruzar o Sena em toda a sua largura, conectando as duas margens do rio e a parte mais ocidental da Île de la Cité. 

I.4 - Palácio de Luxemburgo


O Palácio do Luxemburgo foi construído por Marie de Médicis, mãe do rei Luís XIII, no local de um antigo hotel particular pertencente a François, duque de Luxemburgo, de onde vem o seu nome. Marie de Médicis comprou a estrutura e a sua grande área em 1612, e encomendou  o novo edifício, em 1615. O seu arquiteto foi Salomon de Brosse.

Catarina de Médicis

Marie de Médicis era parente remota de Catarina de Médicis, que foi casada com Henrique II e  que a antecedeu no trono. Catarina foi rainha consorte de 1547 a 1599. Depois da morte do marido, e do seu filho sucessor Francisco após um ano, ela tornou-se regente de seu filho, o rei Carlos IX, de dez anos, com amplos poderes. Depois que Carlos morreu em 1574, Catarina teve um papel fundamental no reinado de seu terceiro filho, Henrique III, que dispensou os conselhos da mãe somente em seus últimos meses de vida em 1589.  

Henrique II, o rei esposo de Catarina, manteve um relacionamento amoroso com Diane de Poitiers durante toda a sua vida. 

Maria de Médici

Maria de Médici foi a segunda esposa do rei Henrique IV e rainha consorte da França de 1600 até 1610, além de regente durante a menoridade de seu filho Luís XIII, entre 1610 e 1614, permanecendo no poder até 1617. Era filha de Francisco I de Médici, Grão-Duque da Toscana com sua primeira esposa, a arquiduquesa Joana da Áustria.

foto do Palácio de Luxemburgo com seu grande jardim na parte da frente
Palácio de Luxemburgo, foto de Nadiia_foto


No século XIX o palácio foi extensamente remodelado, com uma nova fachada para o jardim, obra de Alphonse de Gisors realizada entre 1836 e 1841), e um ciclo de pinturas, realizado entre 1845 e 1847 por Eugène Delacroix, o qual foi adicionado à biblioteca.

Durante a ocupação germânica de Paris (1940-1944), Hermann Göring ocupou o palácio, usando-o como quartel general da Luftwaffe em França.

Atualmente o Palácio é a sede do Senado Francês.

I.5 - Jardins de Luxemburgo


O maior parque de Paris e com certeza o mais bonito para passear tanto no verão como no inverno são os jardins do palácio de Luxemburgo. Um verdadeiro Oásis verde no coração de Paris.

foto mostrando a grandeza dos Jardins de Luxemburgo - Um grande gramado no centro e alamedas laterais com caminhos arborizados
Jardins de Luxemburgo, foto de Brian Kinney


1.6 - Jardins de Tuileries

O jardim das Tuileries, é um jardim típicamente francês, e é o mais antigo de Paris. Ele fazia parte do "Palais des Tuileries" na época em que foi construído. 
Inicialmente ele era um jardim à moda italiana, que a rainha Catarina de Medicis, que era da nobreza italiana e nascida em Florença, construiu em paralelo com o palácio no século XV. 


foto do jardim de Tuileries com pessoas sentadas em cadeiras ao redor de um lago
jardins de Tuileries, foto de Nadiia_foto


Em 1664, Jean-Baptiste Colbert redesenhou completamente o jardim de André Le Nôtre. Ele montou lagos de cada lado de um grande beco. Foi também ele quem construiu o "terraço da beira da água"


I.7 - A Universidade de Sorbonne

A Sorbonne foi fundada como colégio integrante da Universidade de Paris, em 1257, por Robert de Sorbón, capelão e confessor do rei São Luís, com a intenção de facilitar o ensino da teologia para estudantes pobres.

Três séculos depois, converteu-se em lugar privilegiado para a realização de debates teológicos e teve um papel importante nas querelas religiosas contra os jesuítas, no século XVI, e contra os jansenistas, no século XVII. Já no século XVI, por ser a faculdade mais importante, a Sorbonne era considerada como o núcleo principal da Universidade. Sorbonne e Universidade de Paris passaram a ser sinônimos.

foto da fachada da Capela de Santa Úrsula na Universidade de Sorbonne
Capela de Santa Ursula, foto HistoriacomGosto

E1622, o cardeal de Richelieu, que havia sido aluno da Sorbonne em 1606-1607, torna-se o seu provedor e, em 1627, promove a renovação dos edifícios, além de construir a magnífica capela de Santa Úrsula. A localização atual data dessa época. Posteriormente, os edifícios construídos por Richelieu foram demolidos, com exceção da capela, onde está seu túmulo. A nova construção forma um retângulo de 21.000 metros quadrados, três vezes maior que a Sorbonne erguida pelo cardeal. 

Sob a Revolução Francesa, os prédios foram fechados aos estudantes, em 1791. Em 1794, a capela é transformada em templo da deusa da Razão. Napoleão Bonaparte transforma o local em ateliês de artistas. A partir de 1806, Napoleão reorganiza o sistema de ensino francês e cria em Paris as faculdades de Ciências, Letras, Teologia, Direito e Medicina. A Sorbonne torna-se sede das três primeiras bem como da reitoria da Academia de Paris. Atualmente, suas salas, reconstituídas em sua totalidade entre 1885 e 1901, são destinadas sobretudo ao ensino de Humanidades - História, Geografia, Filosofia, Direito e Línguas.


 foto da fachada da Universidade de Sorbonne
Sorbonne, foto de historiacomgosto


Entre os estudantes conhecidos que passaram por esta universidade incluem: Balzac, Simone de Beauvoir, Jean-Luc Godard, Bento XVI, Erasmus, Pierre e Marie Curie, Jean-Paul Sartre ...

Ao longo dos anos, a Sorbonne desempenhou um papel importante no desenvolvimento da França com, por exemplo, as primeiras obras de impressão da França colocadas nessas instalações em 1470.

 foto do belo interior do anfiteatro da Universidade de Sorbonne
Anfiteatro da Sorbonne, crédito foto - flickr


A Sorbonne nos dias de hoje é mais conhecida por seu papel no QG dos estudantes no tumultuado período de maio de 68. Foi após uma intervenção policial no pátio da Sorbonne que ocorreram as primeiras manifestações. A sequência de eventos entrou para a história. 

I.8 - Palais Royal


O Palácio Real é um imponente edifício de frente para o Louvre , no primeiro distrito de Paris. Inclui um palácio que agora abriga o Conselho de Estado, o Conselho Constitucional e o Ministério da Cultura, um jardim, galerias e um teatro. 

Embora nunca tenha sido um palácio real, apesar do nome enganoso, o Palais Royal foi construído pelo arquitecto Jacques Lemercier, a mando de Richelieu, a partir de 1624.

A partir de 1643, depois da morte de Luís XIII, abrigou a Rainha-Mãe Ana da Áustria, o Cardeal Mazarino e o jovem Luís XIV. Nesta época passou a ser chamado de Palais Royal, nome que iria manter.

Em 1648, na época da Fronda, os parisienses invadiram o palácio para assegurar que o jovem Luís XIV e a sua mãe não voltariam a fugir.


foto do Palais Royal
palais royal, foto de Nadiia_foto



II. - O Conflito religioso na França


"As Guerras religiosas na França constituem uma série de oito conflitos que devastaram o reino da França na segunda metade do século XVI, opondo católicos e protestantes calvinistas, conhecidos como huguenotes, marcando um período de declínio do país. Os conflitos se iniciaram a partir de dezembro de 1562.

O desenvolvimento do humanismo durante o Renascimento provocou o surgimento de uma corrente reformista que questionou os princípios tradicionais da religião católica, conforme ensinava a Igreja de Roma. Portanto, o catolicismo tradicional teve a oposição do protestantismo, e isso desencadeou uma terrível guerra civil. 


As discórdias começaram devido a destruições iconoclastas, cometidas por protestantes, de objetos do ritual romano que os católicos consideravam sagrados: relíquias, Custódias e estátuas de santos.

O Caso dos Cartazes começou em 1534, quando os protestantes começaram a colocar cartazes anti-católicos. Os cartazes eram extremos em seu conteúdo anticatólico – especificamente, a rejeição absoluta da doutrina católica da “Presença Real”.

 No final do reinado de Henrique II, o conflito se politizou, e após a morte do rei em 1559, os partidos religiosos se organizaram para preparar suas estruturas militares. 


Um dos eventos mais infames das guerras foi o Massacre do Dia de São Bartolomeu em 1572, quando milhares de huguenotes foram mortos por católicos.

As guerras se prolongaram até 1598, e se encerraram com a promulgação do Édito de Nantes, por Henrique IV com a subseqüente proteção dos direitos dos huguenotes.
"

(fonte https://seuhistory.com/hoje-na-historia/guerras-religiosas-na-franca)

III. - Os Personagens da França/Paris, nesse período 

- Henrique II

 quadro de Henrique II rei da França Henrique II (Saint-Germain-en-Laye, 31 de março de 1519 – Paris, 10 de julho de 1559) foi o Rei da França de março de 1547 até sua morte. Segundo filho de Francisco I, tornou-se Delfim de França após a morte de seu irmão mais velho Francisco III, duque da Bretanha, em 1536. Foi casado com Catarina de Médici, da Casa dos Médici, com quem teve dez filhos e filhas.

Sucedeu as políticas de seu pai em assuntos ligados à arte, guerra e religião. Perseverou nas Guerras Italianas contra a Casa de Habsburgo e tentou suprimir a Reforma Protestante. No seu reinado os huguenotes se tornaram cada vez mais uma grande minoria na França.  


- Catarina de Médicis (1547 a 1574)


Catarina Maria Romola di Médici nasceu em Florença, 13 de abril de 1519 e faleceu no Castelo de Blois, 5 de janeiro de 1589. Filha de Lourenço II de Médici e de Madalena de La-Tour de Auvérnia, foi uma nobre italiana que se tornou rainha consorte da França de 1547 até 1559, como a esposa do rei Henrique II.
 quadro da Rainha Catarina de Médicis

Em 1533, com quatorze anos de idade, casou-se com Henrique, o segundo filho do rei Francisco I e da rainha Cláudia de França. Ela foi a rainha consorte da França de 1547 até a morte de seu marido. Ao longo de seu reinado, Henrique não permitiu que ela participasse dos assuntos do Estado e, em vez disso, favoreceu sua principal amante, Diana de Poitiers, que tinha grande influência sobre ele.


A morte de Henrique a empurrou para a arena política como a mãe do frágil rei Francisco II, de quinze anos de idade. Quando ele morreu, em 1560, ela tornou-se regente de seu filho, o rei Carlos IX, de dez anos, com amplos poderes. Depois que Carlos morreu em 1574, Catarina teve um papel fundamental no reinado de seu terceiro filho, Henrique III, que dispensou os conselhos da mãe somente em seus últimos meses de vida.

Seus três filhos reinaram na França em uma época de guerra civil e religiosa quase constante. Os problemas enfrentados pela monarquia eram complexos. Inicialmente, ela aceitou uma solução de compromisso e fez concessões aos rebeldes huguenotes, como ficaram conhecidos os protestantes na França.

Ela não conseguia, no entanto, compreender as questões teológicas por trás da revolta e, mais tarde, recorreu a políticas de linha dura, com frustração e raiva, contra os rebeldes. Por conta disso, chegou a ser responsabilizada pelas perseguições excessivas realizadas sob o reinado de seus filhos, em especial pelo massacre de São Bartolomeu, no qual milhares de huguenotes foram mortos em Paris e em toda a França.


Henrique III  (1574 a 1589)


 quadro do Rei Henrique III Henrique III (Fontainebleau, 19 de setembro de 1551 – Saint-Cloud, 2 de agosto de 1589) foi o Rei da Polônia e Grão-Duque da Lituânia entre 1573 e 1575 e também Rei da França de 1574 até seu assassinato.

Era o quarto filho do rei Henrique II e da rainha Catarina de Médici. Sob o reinado de seu irmão Carlos IX, tornou-se chefe do exército real e derrotou os protestantes nas batalhas de Jarnac e Moncontour. Ele foi eleito ao trono polaco-lituano aos 21 anos de idade em maio de 1573. Seu governo na Polônia foi curto, tendo deixado o reino para tornar-se rei da França em 1574 após a morte de seu irmão, que morreu sem descendência masculina.

Ao tornar-se rei da França, Henrique III herdou um reino dividido, onde a sua autoridade é apenas parcialmente reconhecido. Seu reinado foi marcado pela crise religiosa, política e econômica. Quatro guerras religiosas ocorreram durante o seu reinado



- Henrique IV (1589 a 1610)

 pintura do rei Henrique IV
Henrique IV (Pau, 13 de dezembro de 1553 - Paris, 14 de maio de 1610), também conhecido como "o Bom Rei Henrique", foi o Rei de Navarra como Henrique III de 1572 até sua morte, e também Rei da França a partir de 1589. Era filho de Antônio, Duque de Vendôme e Joana III de Navarra, sendo o primeiro monarca francês da Casa de Bourbon.

Em 1589, quando morreu seu primo e cunhado Henrique III de Valois, rei de França, Henrique de Bourbon, então rei da Navarra, do ramo Vendôme dos Bourbon, tornou-se Henrique IV e levou ao trono francês sua Casa.

A dinastia foi continuada em seu filho Luís XIII, que teve por sua vez dois filhos: o delfim Luís e Filipe.  O delfim Luís tornou-se o rei Luís XIV de França.

Henrique IV reinou a partir de 1589. Como protestante, esteve envolvido nas Guerras religiosas na França antes de subir ao trono. Para conseguir o apoio que lhe permitisse tornar-se rei, converteu-se ao catolicismo e assinou o Édito de Nantes, que concedia liberdades religiosas aos protestantes e que na prática acabou com a guerra civil.

Foi assassinado em 1610 por um homem com perturbações mentais, o fanático católico François Ravaillac.

Maria de Médicis


 quadro de Maria de Médicis
Maria de Médici (Florença, 26 de abril de 1575 — Colônia, 3 de julho de 1642) foi rainha consorte de França como a segunda esposa do rei Henrique IV, o primeiro da Casa de Bourbon no trono francês. Mais tarde, viria a ser regente do reino durante a menoridade do seu filho Luís XIII de França. Foi também Rainha-Mãe de França.

Henrique IV de França precisava casar-se urgentemente, devido, principalmente, às preocupações financeiras e dinásticas do Reino. Os Médici, credores do Rei da França, prometeram um dote de 600 000 coroas, o que fez Maria de Médici ser apelidada de "Grande Banqueira".

Quando Henrique IV foi assassinado em 14 de maio de 1610, o duque de Epernon foi ao Parlamento e conseguiu que Maria de Médici fosse declarada regente, pois Luís XIII tinha nove anos. 

A política de Henrique IV, que se tivesse vivido teria lutado cada vez mais por assegurar alianças com os Estados protestantes, foi substituída por uma política católica. Ela destituiu os conselheiros do rei, mas não conseguiu impor a obediência aos nobres. Para recuperar o poder da França não encontrou nenhuma solução melhor do que fazer a paz com a Espanha, e seu primeiro passo nessa direção foi começar a planejar um casamento entre seu filho e a primogênita de Felipe III de Espanha

Luís XIII


Luís XIII (Fontainebleau, 27 de setembro de 1601 – Paris, 14 de maio de 1643), também chamado de Luís, o Justo, foi o Rei da França e Navarra de 1610 até sua morte. Era filho do rei Henrique IV e de Maria de Médici.

Luís ascendeu ao trono alguns meses antes de seu aniversário de nove anos, com sua mãe atuando como regente durante a minoridade. O mau gerenciamento do reino aliado às intrigas políticas de Maria e seus favoritos italianos, levaram o jovem rei a tomar o poder em 1617, exilando-a e aos seus seguidores.


quadro do Rei Luís XIII


Taciturno e desconfiado, Luís muito dependia do Cardeal de Richelieu, seu principal ministro, para governar seus reinos. O rei e o cardeal são lembrados por estabelecerem a Academia Francesa e por colocarem um fim em uma revolta na vila francesa. Seu reinado também foi marcado por conflitos contra os Huguenotes e a Espanha.


- Cardeal Richelieu (1585 a 1642)


 quadro do Cardeal Richilieu Armand Jean du Plessis, Cardeal de Richelieu, Duque de Richelieu e de Fronsac nasceu em  9 de setembro de 1585 - Paris, e faleceu em 4 de dezembro de 1642. Ele foi um político francês hábil, que foi primeiro-ministro de Luís XIII de 1628 a 1642; foi arquiteto do absolutismo na França e da liderança francesa na Europa.

Consagrado Bispo de Luçon em 1607, foi orador do clero nos Estados Gerais de 1614, passando a fazer parte do conselho da regente Maria de Médici por volta de 1616 e tornou-se cardeal em 1622.

Em 10 de novembro de 1630 Richelieu derrotou seus adversários.

Chefiando o Conselho do rei, ou Conseil d'État, desde 1624, Cardeal Richelieu, tinha levado a nobreza a se rebelar. 

Combateu também com eficácia os protestantes do interior do país e seus aliados ingleses. Depois do sítio de La Rochelle e do Edito de Alès, pouco restava da antiga grandeza dos protestantes franceses. Richelieu desejava assegurar a tranquilidade da França nas fronteiras e se dispôs portanto a combater os Habsburgos, católicos, que governavam a Espanha de um lado da fronteira e os Estados austríacos do outro. Assim, o cardeal se aliou a protestantes alemães que combatiam o Imperador.


IV. - Referências


Quase todo o texto retirado da Wikipédia.

Guerras religiosas na França: 
  https://aulazen.com/historia/guerras-religiosas-na-franca/
  https://seuhistory.com/hoje-na-historia/guerras-religiosas-na-franca

V. - Outras Publicações da Série

História de Paris, França - 01 (fundação ao século XV)
https://historiacomgosto.blogspot.com/2018/07/historia-de-paris-franca-01.html

História de Paris, França - 02 (Século XV ao Século XVII)

História de Paris, França 03 século XVII ao século XVIII

História de Paris, França - 04 (Quase cem anos de revoltas, guerras e transformações)

História de Paris V - Da belle époque ao período entre guerras

sexta-feira, 13 de julho de 2018

História de Paris, França - 01 (fundação ao século XV)

I. - Paris,  espetacular


Por ser Paris uma das cidades que mais admiramos, e por já haver tantos posts maravilhosos já publicados sobre ela, até agora não me sentia à vontade para publicar alguma coisa adicional. Com a França no final da copa do mundo me motivei a iniciar uma sequência de publicações sobre a sua história, talvez 05 (cinco), e de uma maneira cautelosa, vamos  refinando aos poucos.


foto com visão geral da cidade a partir da torre Eifel
vista geral da cidade a partir da torre eiffel


II - Um pouco de história (da Gália aos Capetos)


a) A origem da cidade (250 a.c)


A informação confiável que existe sobre a  origem da cidade é que os parísios eram um povo gaulês que habitava a região hoje conhecida como ile-de-la-cité, antes da chegada dos romanos. Estima-se que talvez desde 250 a.c.,. Essa região era cercada por outros povos gauleses mais poderosos como os Silvanects, Senones, Arvernos e Carnutes.

foto do quadro da rendição de Vercingetórix
quadro da rendição de Vercingetórix
Em 53 a.c. os parísios se submeteram a Vercingetórix, chefe gaulês dos arvernos, que liderou a revolta contra os invasores romanos. Apesar de todos os esforços, os romanos com seu poderoso exército saíram vitoriosos e estabeleceram seu domínio na cidade rebatiazando-a com o nome "Lutécia Parisioro".  

Vercigentórix foi inspiração para criação da história em quadrinhos Asterix e os gauleses.

b) A dominação romana ou Gália Romana (50 a.c a 500 d.c.)


Após a rendição dos gauleses para Julio César, a Gália se converte em uma província romana e a cidade desenvolve as características de uma civilização refinada com banhos públicos, aquedutos, fontes, teatros, ...,. A dominação romana dura até por volta do ano 500 d.c., quando após uma onda de invasões bárbaras, finalmente Clóvis, rei dos francos, consegue dominar a cidade. 

Vestígio da ocupação romana na cidade - Arene de Lutece

A cidade romana foi construída, segundo um mapa de grade ortogonal datado do século I, sobre a margem esquerda. Lutécia, como a chamavam os romanos, provavelmente não tinha mais que cinco a seis mil habitantes em seu apogeu, não era mais que uma vila modesta do mundo romano.

quadro da Aréne de Lutece
Aréne de Lutece - melhor vestígio da ocupação romana em Paris,
foto de Antoine2K em shutterstock.com


c) A conquista dos Francos


Após uma onda de invasões bárbaras dos burgúndios, vândalos, visigodos e ostrogodos, finalmente a província romana cai perante os francos liderados por Clóvis. 

Clóvis 


 quadro de Clóvis rei dos Francos Em 486, Clóvis recebe o batismo católico. Eleito "rei dos francos" segundo a tradição germânica (seus guerreiros o carregam e o levam no alto sobre os escudos), seu poder sobre o conjunto dos habitantes da França é legitimado em 510 quando recebe, de Roma, as insígnias de Cônsul Honorário. 

Os franceses modernos de origem européia são descendentes dos antigos habitantes gauleses, dos colonizadores romanos que permaneceram na Gália,  dos invasores francos, e outros.

A cultura galo-romana permaneceu como a dominante e começou a se fundir com as cultura dos invasores francos, o latim continuou como o idioma dominante da região e posteriormente o latim vulgar local deu origem ao francês.


O Poder instalado

A história de Paris está ligada a uma combinação de vários fatores geográficos e políticos. É Clóvis quem decide, no século VI, instalar os órgãos fixos do poder político do reino na pequena cidade dos parísios. Esta posição de capital será confirmada pelos Capetianos, após um hiato de dois séculos durante a era carolíngia.

altar de Santa Genoveva  Santa Genoveva
A história conta que Santa Genoveva, foi uma jovem religiosa que incentivou o povo a resistir às invasões dos bárbaros. Finalmente após a conquista da cidade por Clóvis que era um rei católico, Santa Genoveva o convenceu a erguer uma igreja dedicada aos santos Pedro e Paulo, hoje situada no coração do quartier latin.

Santa Genoveva é a padroeira de Paris, ela é festejada no dia 03 de janeiro.




Idade Média - Os Capetos

Os Capetos, que reinam a partir de 987, preferem Orléans a Paris, uma das duas grandes vilas do seu domínio pessoal. Hugo Capeto, apesar da sua residência na île de la Cité, lá pouco permanece.  A cidade se torna um importante centro de ensino religioso desde o século XI. O poder real se fixa progressivamente em Paris, que volta a ser a capital do reino, a partir de Luís VI (1108-1137) e mais ainda sob Filipe Augusto (1179–1223), que a cercou com uma muralha.

Em 1163, o bispo Maurice de Sully empreende a edificação da Catedral de Notre-Dame de Paris sobre a île de la Cité.


III. - A Catedral de Notre Dame


Catedral de Notre-Dame de Paris é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico.  Sua construção se iniciou em 1163, e é dedicada à Maria, Nossa Senhora, Mãe de Jesus Cristo. Situa-se na Ile-de-la cité, banhada pelo rio Sena. A construção, e suas modificações, durou até meados do século XIV.
A catedral surgiu  ligada à ideia do gótico no seu esplendor, atendendo as necessidades e aspirações da alta sociedade, com uma nova abordagem da catedral como edifício de contato e ascensão espiritual.
A arquitetura gótica substituiu as paredes grossas das igrejas românicas por colunas altas e arcos capazes de sustentar o peso dos telhados. Como consequência, os edifícios góticos ganharam um aspecto mais leve, e as janelas, mais amplas e altas, foram decoradas com belos vitrais coloridos que filtravam a luz natural.  (fonte: wikipedia)


 foto da lateral da Catedral de Notre Dame
Catedral de Notre Dame, Paris, foto de Viacheslav Lopatin em shutterstock.com

Fachada principal

A fachada apresenta três níveis horizontais e é ainda dividida em três zonas verticais pelos contrafortes ligeiramente proeminentes que unem em verticalidade os dois pisos inferiores e reforçam os cunhais das duas torres. (fotos: HistoriacomGosto)
 foto da fachada da Catedral de Notre Dame foto das três portas de entrada da Catedral


Nível inferior - Portais


Neste nível são evidentes três portais que surgem em épocas diferentes e que formam um conjunto que passa a ser utilizado na arquitetura a partir dos meados do século XII. São muito trabalhados, penetrando na parede por uma sucessão de arcos envolventes em degrau, arquivoltas, destacando-se o portal central ligeiramente em altura dos laterais.

Nave Principal


No gótico o crente é impelido à ascensão pela afirmação constante da verticalidade, pela monumentalidade das paredes que parecem erguer-se segundo uma teoria contrária à da gravidade, tornando-as leves, deixando por elas filtrar o colorido dos grandes vitrais numa aura etérea. 

O edifício tem 127 metros de comprimento, 48 metros de largura e 35 metros de altura que é rematada em cima por abóbadas e dá o primeiro passo na construção colossal do gótico. As maciças colunas de fuste liso da nave, que acentuam a verticalidade, fazem a divisão em arcadas altas para as alas laterais e suportam uma tribuna (galeria), em que janelas para o exterior são abertas para deixar entrar mais luz.


 foto da nave principal da Catedral
Interior da catedral de Notre Dame

Vitrais


Um destaque entre os maravilhosos vitrais de Notre Dame é sem sombra de dúvida a sua rosácea que fica do lado Norte. Ela se localiza no centro da fachada, próximo a galeria da Virgem, medindo 9,60 m de diâmetro e foi criada em 1225.

No centro da rosácea está a Virgem com o Menino Jesus, circundada por 8 lunações com flores de lis. Na primeira circunferência de elementos, circundando o centro aparece uma faixa vermelha com formas florais, e mais externamente os 16 profetas. Na segunda circunferência de elementos, aparecem externamente 32 reis e antepassados de Cristo. Na última circunferência envoltos 32 patriarcas e grão-sacerdotes de Israel coroam o conjunto. Todos os elementos que circundam o centro estão envoltos por arabescos geométricos. Cerca de 85% do vitral é original.

vitrais laterais
outros vitrais, foto historiacomgosto
vitral em forma de rosáce do lado Norte
Rosácea lado norte foto historiacomgosto
Detalhes da decoração

foto de detalhes da decoração de partes de madeira e quadros da vida do Senhor
foto historiacomgosto


Vista da catedral a partir do Sena

 quadro da Catedral de Notre Dame ao entardecer
Catedral de Notre Dame ao entardecer, foto Historiacomgosto


IV - A organização de Paris entre os séculos X e XII


A posição de Paris no cruzamento entre as rotas terrestres comerciais e fluviais no coração de uma região rica em agricultura, fez com que Paris se tornasse uma das principais cidades da França durante o século X com palácios reais, ricas abadias e uma catedral. Durante o século XII, Paris se tornou um dos primeiros centros da Europa para a educação e as artes.


mapa da organização de Paris entre os séculos X e XII


V. - La Conciergerie


A Conciergerie é o vestígio principal do antigo Palácio da Cidade, que foi residência e sede do poder real francês do século X ao século XIV e que se estendia sobre o local em que hoje está o Palácio de Justiça de Paris. 



Origem do nome: O concierge era uma pessoa de alta patente no reino. Ele era nomeado pelo rei para manter a ordem, a polícia e registrar os prisioneiros.


foto da Conciergerie
La Conciergerie, foto Kiev.Victor em shutterstock.com


Atualmente, o edifício estende-se pelo Cais do Relógio, sobre a Ilha de la Cité, no 1º arrondissement de Paris. Foi convertido em prisão do Estado em 1392, após o abandono do palácio por Carlos V e seus sucessores.

A prisão ocupava o andar térreo do prédio, beirando o Cais do Relógio e as duas torres ; o andar superior era reservado ao Parlamento. A prisão da Conciergerie era considerada como a antessala da morte, durante a época do Terror (Revolução Francesa). Poucos  saíam dela livres. A Rainha Maria Antonieta foi aprisionada na Conciergerie em 1793.




A torre do Relógio 




 foto dda torre do relógio
foto HistoriacomGosto
João II construiu uma torre no ângulo nordeste do Palácio da Cidade. Esta torre de observação retangular foi chamada "Torre do Relógio" porque o primeiro relógio público da França aí foi instalado por volta de 1371. Este relógio foi substituído, sob o reinado de Henrique III, em 1585, pelo de Germain Pilon, ainda no local após múltiplas porém fiéis restaurações às decorações em homenagem a Henrique III.












Palácio da Justiça


É também a partir desta época que se constituirá progressivamente, sobre o terreno do Palácio da Cidade, o conjunto arquitetônico do atual Palácio de Justiça de Paris, que abriga notadamente a Corte de Cassações e o conjunto essencial da Corte de Apelações de Paris.

VI - La Saint Chapelle


Construída no século XIII, em apenas 7 anos, por Luís IX, a Sainte-Chapelle, uma jóia do gótico radiante, destinava-se a ser a capela do palácio real e também a abrigar as mais preciosas relíquias da cristandade. Nessas relíquias  incluía-se a coroa de espinhos atribuída a  Cristo, adquirida por Saint Louis. Ela foi consagrada em abril de 1248.

A posse dessas relíquias referenciava ao monarca muito poderoso como o líder da cristandade ocidental 

Distribuídos em 15 janelas de 15 m de altura, os vitrais das 1113 cenas do antigo e do novo testamento, contam a história do mundo até a chegada das relíquias em Paris.

foto do interior com os belos vitrais da Saint Chapelle
Saint Chapelle, foto HistoriacomGosto


Detalhes da Capela


 Detalhe de vitral da capela  detalhe de vitral principal da capela
detalhe de vitral em forma de roseta


Durante a Revolução Francesa a capela foi transformada em escritório administrativo e os vitrais foram tapados com enormes armários. A sua beleza oculta foi assim inadvertidamente preservada do vandalismo que a capela sofreu em outras partes, tendo sido destruídos os assentos do coro e o painel do altar principal, o pináculo do teto deitado abaixo e muitas das suas relíquias foram dispersas


VII - Guerra dos cem anos


Paris termina arruinada pela Guerra dos Cem Anos. Joana d'Arc, em 1429, é queimada viva em sua tentativa de liberá-la dos ingleses e de seus aliados bourguignons. Carlos VII e seu filho Luís XI tem ressalvas contra a cidade e fazem questão de não residir nela, preferindo o Vale do Loire. Sua população cresce entre 1422 e 1500, contando de cem mil a cento-e-cinquenta mil almas. 


VIII. - Continuação


Para não ficar muito extenso e cansativo, dividiremos a História de Paris em 05 publicações.


IX. - Referências


wikipedia - história de Paris


X. - Outras publicações da Série


História de Paris, França - 01 (fundação ao século XV)
https://historiacomgosto.blogspot.com/2018/07/historia-de-paris-franca-01.html

História de Paris, França - 02 (Século XV ao Século XVII)

História de Paris, França 03 século XVII ao século XVIII

História de Paris, França - 04 (Quase cem anos de revoltas, guerras e transformações)

História de Paris V - Da belle époque ao período entre guerras