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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Antonio Meneses - Um dos Maiores Violoncelistas do mundo

1. - Antonio Meneses


Antonio Meneses esteve em Vitória em agosto de 18.  Sempre disposto a divulgar a música clássica e participar de concertos promocionais / beneficentes, quando está no Brasil, ele esteve em Vitória fazendo uma homenagem a outro talento brasileiro, o compositor Edino Krieger. Além de tocar composição de Edino, Antonio Menezes nos brindou com o concerto #1 de Haydn para Violoncelo que é fantástico. Deixo abaixo para todos apreciarem a música e a performance de Menezes no Concerto de Haydn e na Sonata de Schubert "Arpeggione" onde ele toca com a pianista Maria João. 

2. Pequena biografia de Meneses


Filho do trompista João Jerônimo de Meneses, no primeiro ano de vida vai morar na cidade do Rio de Janeiro — o pai fora convidado para integrar o elenco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Com 6 anos, começa a aprender violoncelo. Vence vários concursos e, aos 17, vai estudar na Europa, para aprimorar o talento.

 foto de capa de disco de Antonio Meneses. Na foto ele está em pé segurando o Violoncelo   Torna-se aluno da Escola Superior de Música de Düsseldorf, depois segue para Stuttgart, ambas na Alemanha. Em 1977, vence o Concurso Internacional de Munique, derrotando, por unanimidade, 40 candidatos.

Em 1981, gravou com o maestro Herbert von Karajan, e no ano seguinte venceu o Concurso Tchaikovsky, em Moscou.



Tornou-se consagrado com a vitória no Concurso Tchaikovski, em Moscou.

Apresentou-se com as Orquestras Filarmônicas de Moscou, São Petersburgo, Nova York e Israel, e as Orquestras Sinfônicas de Londres, da BBC e Viena, além da Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdã, e da Orquestra da Suisse Romande, entre outras.

Participou de gravações com a Filarmônica de Berlim e Herbert von Karajan.

Meneses também é membro titular do trio Beaux Arts Trio, desde 1998 até 2008,[3] uma das mais prestigiosas formações de câmara do mundo.

Seu instrumento é um Matteo Goffriler do século 18 (equivalente, nos violoncelos, ao violino Stradivarius).

Em 2011, os jornalistas João Luiz Sampaio e Luciana Medeiros entrevistaram Antônio Meneses, em decorrência da pausa forçada causada por um tumor benigno no pulso direito, culminando na produção do livro Antonio Meneses - Arquitetura da Emoção, acompanhado de um CD com obras solo e com participação do pianista Luiz Fernando Benedini.

3. - Violoncello


O termo "violoncelo" foi introduzido na língua portuguesa no século XX. Até então, a designação do instrumento era rabecão, palavra que ainda se utiliza em muitos lugares.

 foto de um violoncelo    O violoncelo é tocado, geralmente, com arco, na posição vertical colocado entre as pernas, possui quatro cordas afinadas em quintas, primeira corda- LÁ, segunda- RÉ, terceira-SOL e quarta- DÓ. Dentes de cavalo é uma expressão utilizada para descrever este instrumento.

O instrumento pertence à sub-família dos violinos, que engloba os instrumentos orquestrais de quatro cordas afinadas em quintas. Essa família se diferencia da familia da guitarra tanto pela afinação, que ali se dá em quartas em vez de quintas, tanto pela forma diferenciada do instrumento.

A característica padrão do instrumento foi estabelecida por Stradivarius, em 1680. A partir dos Concertos Espirituais de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista, e não somente como um instrumento para compor o naipe de cordas.

Uma das primeiras citações sobre o violoncelo foi numa coleção de sonatas italianas anônimas, datada de 1665. Tornou-se popular como instrumento solista nos séculos XVII e XVIII.


4. - Concerto #1 de Haydn para Cello 


Não deixem de ouvir, é fantástica. É bom ouvir a introdução uma vez, mas a música começa no minuto 3,22.




5. - Schubert - Arpeggione Sonata in A minor D.821 | António Meneses and Maria João Pires





6. - Referências


Wikipédia - Antonio Meneses

Youtube - Concerto #1 Haydn


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Impressionistas IV - Alfred Sisley, o pintor da natureza

I. - Alfred Sisley


Alfred Sisley foi um pintor francês de ascendência e nacionalidade britânica. Sisley nasceu em Paris, em 1839, filho de pais ingleses, tendo estudado comércio em Londres, para continuar o trabalho de seu pai, diretor de uma empresa de exportação de flores artificiais para a América do Sul.

Já nessa época Sisley passava o tempo visitando museus e copiando esboços de Constable, Turner e Bonington. Quando voltou a Paris conseguiu autorização dos pais para entrar para a escola de Gleyre. 

quadro Le Pont de Moret sur Loing
Le Pont de Moret sur Loing, Sisley

No ateliê de Paris, Sisley conheceu Renoir, Bazille e Monet, com os quais passava horas pintando no bosque de Fontainebleau. Em 1877 participou da terceira exposição do grupo impressionista. Junto com Camille Pissarro, Sisley foi um dos mais representativos paisagistas do impressionismo, sendo considerado também um dos pintores da escola de Barbizon.

quadro de Alfred Sisley e sua esposa pintado por Renoir
Alfred Sisley e sua esposa,
 pintura de Renoir

Seus primeiros quadros revelaram uma certa influência da obra de Jean-Baptiste Camille Corot, mas pouco a pouco começou a se diferenciar dele, dando mais importância à cor do que à forma. Dono de uma capacidade surpreendente de observação, Sisley era capaz de captar os matizes mais sutis da luz, habilidade que demonstra em seus quadros das estações do ano.

Também é muito singular o modo como consegue homogeneizar água, terra e céu, inundando suas paisagens de uma paz transcendental. O galerista Durand-Ruel expôs seus quadros, sem sucesso, em Paris. Mais tarde, em 1890, Sisley foi indicado como acadêmico da Sociedade Nacional de Belas-Artes, onde expôs suas obras pela última vez, no ano de 1898. Sisley faleceu em 1899 em Moret-sur-Loing.

II. - Obras


a) Ponte em Villeneuve de la Garenne, 1872, Met New York

Construídas recentemente, pontes mais novas, emblemáticas da modernidade, aparecem em várias pinturas de Sisley da década de 1870 e início da de 1880. Esta vista em ângulo, dramaticamente inclinada, representa a ponte de ferro fundido e a ponte suspensa de pedra que foi construída em 1844 para ligar a aldeia de Villeneuve-la-Garenne ao subúrbio parisiense de Saint-Denis. Sisley avivou a cena mostrando turistas no rio Sena e ao longo da margem do rio. Traços lisos transmitem o efeito fugaz da luz do sol na água.

quadro Pont Villeneuve de la Garenne
pont villeneuve de la garenne


b) Início da Neve em Louvenciennes, 1870 a 1871, Museu de Fines Arts de Boston

Louveciennes era uma das cidades ribeirinhas do noroeste de Paris mais intimamente associada ao movimento impressionista. Sisley mudou-se para lá em 1871, depois que sua casa e seu estúdio na cidade vizinha de Bougival foram saqueados pelo avanço das tropas prussianas. Representando telhados com neve, chaminés fumegantes e pedestres apressados, essa cena evoca a atmosfera fria da França rural no ano terrível da Guerra Franco-Prussiana.

quadro Início da neve em Louvenciennes
Início da Neve em Louvenciennes, 1870 a 1871,
Museu de Fines Arts de Boston

 c) Descanso à beira do Rio, 1878, Musée d'Orsay em Paris


Entre seus trabalhos importantes estão uma série de pinturas do rio Tâmisa, principalmente em Hampton Court, executadas em 1874, e paisagens retratando lugares nas redondezas de Moret-sur-Loing. As notáveis ​​pinturas do Sena e suas pontes nos antigos subúrbios de Paris são como muitas de suas paisagens, caracterizadas pela tranquilidade, em tons pálidos de verde, rosa, roxo, azul e creme empoeirado. 

(fonte: https://theartstack.com/artist/alfred-sisley/rest-along-stream-edge)

quadro Descanso à beira do Rio

                    Descanso à beira do Rio, 1878, Musée d'Orsay

d) O barco na inundação de Port Marly,  1876, Musée d'Orsay

Em 1874 Sisley retirou-se para Marly-le-Roi , uma pitoresca aldeia às margens do Sena, onde viveu uma das fases mais intensas da sua pintura. Na primavera de 1874, Marly foi devastada por uma tempestade devastadora, devido a que as ondas do Sena ultrapassaram as margens e engoliram toda a aldeia. 

Sisley, pintor fortemente interessado em pinturas ao ar livre, não precisa ser motivado duas vezes. Imediatamente retratou a memória deste desastre natural em seis pinturas: As grandes versões agora em exposição são as do Museu de Belas Artes de Rouen e a do Musée d'Orsay em Paris. Esta segunda é mais famosa do que a primeira.


quadro  O Barco na Inundação de Port Marly

        O barco na inundação de Port Marly,  1876, Musée d'Orsay


e) Moret-sur_loing


Moret-sur-Loing é uma antiga comuna francesa localizada no departamento de Seine-et-Marne, na região de Ile-de-France. Em 2012 o município tinha 4.305 habitantes. Alfred Sisley viveu uma parte de sua vida em Moret, onde faleceu e está sepultado. Moret-sur-loing foi cenário de vários filmes entre os quais Cyrano de Bergerac. 


quadro de Moret-sur-Loing


f) O Terraço em Saint Germain, 1875, Walters Art Museum


Em 1872, Sisley mudou com sua família para Louveciennes, onde pintou a vista próxima do Vale do Sena em St.-Germain-en-Laye. Ao longo de sua carreira, ele pintou quase 900 pinturas a óleo, que foram principalmente paisagens que vão desde a floresta de Fontainebleau e Louveciennes,  Moret e Wales. Ele costumava se concentrar na serenidade dos ambientes pastorais.  

O Terraço em Saint-Germain, representa uma vista panorâmica do Vale do Sena e captura a luz associada à Primavera. A pintura retrata uma área aparentemente ilimitada do campo. O rio é mostrado saindo de Paris, em primeiro plano, os trabalhadores trabalham em um vinhedo e uma fêmea solitária caminha pelo pomar. Ao longe, há um castelo, que abrigou a corte real até 1682. Os aspectos modernos da pintura incluem os rebocadores movidos a vapor puxando barcaças e a ponte ferroviária.

quadro O terraço em Saint Germain
         O Terraço em Saint Germain, 1875, Walters Art Museum

III. - Referências


Todo o texto compilado da Wikipedia em português, francês e italiano para pesquisa sobre Alfred Sisley e suas obras. Finalidade divulgação cultural.


IV. - Outras Publicações da série Impressionistas


Manet ou Monet, eis a questão ! (Impressionismo I - Obras de Manet)


Monet ou Manet ? Ambos ! (Impressionismo II - Obras de Claude Monet)

Renoir - Impressionistas III
https://historiacomgosto.blogspot.com/2016/05/renoir-impressionistas-iii.html

Impressionistas IV - o pintor da natureza Alfred Sisley

Essa portagem atual
 
Impressionistas 5, Camille Pissarro  

"A arte das bailarinas", impressionismo (?) 6 - Degas


Impressionismo 7: Gustave Caillebotte - Pintor, Jardineiro, e Colecionador




História da Grécia III - Idade das trevas (1200 a.C. a 800 a.C.)

I. - História da Grécia III - Idade das trevas (1200 a.C. a 800 a.C.)


A Idade das Trevas na Grécia ( 1200–800 a.C.) refere-se ao período da pré-história grega iniciada pelo colapso da Civilização Micênica, provavelmente devido às invasões dóricas,  e terminando com a ascensão das primeiras cidades-estados gregas no século IX a.C., com os poemas épicos de Homero e com as primeiras instâncias da escrita alfabética grega no século VIII a.C.



 quadro com a imagem do cavalo de tróia
Cuidado com os presentes de Grego, Henri Paul Noblat

O colapso dos micênicos coincidiu com a queda de vários outros grandes impérios no Oriente Próximo, especialmente o império hitita e o egípcio. O motivo pode ser atribuído a uma invasão da população que dominava os mares de posse de armas de ferro. Quando os dórios apareceram na Grécia, vindos do interior da Grécia, também eles estavam equipados com armas de ferro de qualidade superior, facilmente dando cabo dos já fracos micênicos. 

Na Grécia, os principais centros regionais caíram em desuso ou por destruição ou por abandono. O número de assentamentos diminuiu bastante e os habitantes da região iniciaram um movimento de deslocamento em busca de locais seguros durante todo o período. 

O abandono da escrita micênica, Linear B, a inexistência de palácios e reis, diminuição das atividades de artesanato, tudo isso fez com que poucos registros do período tenham sido encontrados. Isso reforça a denominação de Idade das Trevas Grega.

II. - Os dórios


Os relatos tradicionais situam a origem geográfica no norte e nordeste da Grécia, na Macedônia e Epiro, mas circunstâncias posteriores os levaram a deslocar-se ao sul e estabelecer-se na Ática e no Peloponeso, em certas ilhas do mar Egeu e na costa da Anatólia. Em 1150 a.C., os dóricos começaram a invadir o Peloponeso, Creta e outros locais no mar Mediterrâneo, levando ao fim da Civilização Micenica da Idade do Bronze. Entre as cidades do Peloponeso invadidas pelos dórios contam-se Corinto, Olímpia, as aglomerações onde viria ser Esparta e Micenas.

Muitos arqueólogos atribuem a destruição de Micenas, cidade fundamental no estado micenico, às invasões dóricas.  Os dóricos também invadiram Creta.



quadro com os guerreiros dórios
Os dórios


A invasão dórica foi em parte responsável pela Idade Grega das Trevas que se seguiu. Não existem registros escritos; a migração dórica está documentada apenas pelo mudo registro arqueológico: o incêndio e destruição generalizado de sítios da Idade do Bronze quer em Creta, quer no continente grego, muitos dos quais foram reduzidos a aldeias ou abandonados, e a introdução do trabalho do ferro, puseram fim à Idade do Bronze no Egeu.

Reis e Aristocracia

Com a derrota dos micênicos, os reis  foram substituídos por uma aristocracia. Mais tarde, em algumas áreas, essa aristocracia foi substituída por um setor aristocrático dentro dela mesmo - a elite da elite. 

III. - Esparta


Após conquistar Micenas, os dórios fundaram a cidade de Esparta. O sistema de governo espartano era um regime oligárquico onde as decisões eram tomadas por um pequeno grupo chamado de Esparciatas. A preocupação máxima da sociedade espartana era fazer de cada membro da elite dominante, um militar permanente.



foto da cidade de Esparta
Esparta

A sociedade espartana


A sociedade espartana era fortemente estratificada, sem qualquer possibilidade de mobilidade entre os três grupos existentes: os Esparciatas, os Periecos e os Hilotas.

Esparciatas: Pertenciam, a este grupo, todos os que fossem filhos de pai e mãe espartanos, sendo os únicos que possuíam direitos políticos,  constituindo o corpo dos cidadãos. Deviam dedicar sua vida ao estado espartano, permanecendo à disposição do exército ou dos negócios públicos. Além disso, para se pertencer a este grupo, era obrigatório ter recebido a educação espartana e estar inscrito numa sissítia, onde tomavam a refeição em comum.

Periecos: Eram os habitantes das cidades da periferia (que descendiam dos povos conquistados pelos esparciatas) que estavam integrados no estado espartano e ao qual pagavam impostos. Apesar de serem livres, não tinham direitos políticos e dependiam dos Espartanos em matéria de política externa.

Hilotas: Eram os servos que, pertencendo ao estado espartano, trabalhavam nos kleros (lotes de terra), entregando metade das colheitas ao estado espartano. Eram duramente explorados. Deviam cultivar essa terra a vida inteira e não podiam ser expulsos de seu lugar. 


A formação espartana



Desde o nascimento até a morte, o espartano pertencia ao Estado. Os recém-nascidos eram examinados por um conselho de anciãos que ordenava eliminar os que fossem portadores de deficiência física ou mental ou não fossem suficientemente robustos (uma forma de eugenia). As crianças Espartanas eram espancadas pelos pais: se não fossem fortes o suficiente, morriam.

A partir dos sete anos de idade, os pais (cidadãos) não mais comandavam a educação dos filhos. As crianças eram entregues à orientação do Estado, que tinha professores especializados para esse fim. Os jovens viviam em pequenos grupos, levando vidas muito austeras, realizando exercícios de treino com armas e aprendendo a tática de formação.

gravura de uma formação espartana para a guerra

Técnicas militares

As técnicas militares de guerra tiveram seu foco mudado da cavalaria para a infantaria, e devido ao barato custo de produção e de sua disponibilização local, o ferro substituiu o bronze como metal, sendo usado na manufatura de ferramentas e armas. Lentamente a igualidade cresceu entre os diferentes estratos sociais, resultando na usurpação de vários reis e na ascensão do geno(γένος, genos), ou seja, família.


gravura de uma formação hoplita
falange hoplita


IV. - Idade das Trevas ??


A arqueologia mostra que a civilização do mundo grego sofreu um colapso nesse período. Os grandes palácios e cidades dos micênicos foram destruídos ou abandonados. A língua grega deixou de ser escrita. A arte cerâmica da Grécia durante a idade das trevas mostra desenhos geométricos simplistas, desprovida da rica decoração figurativa dos produtos micênicos. 

Os gregos do período da idade das trevas viviam em habitações menores e mais esparsas, o que sugere a fome, escassez de alimentos e uma queda populacional. Não foram encontrados em sítios arqueológicos nenhum artigo importado, mostrando que o comércio internacional era mínimo.


 mapa mostrando a destruição de cidades no período das trevas


Além do massacre e destruição das cidades micênicas, a idade das trevas em parte também é chamada assim por causa dos poucos registros existentes desse período. Entretanto nem tudo ficou parado na idade das trevas, ela foi um período de alta movimentação de pessoas. A população das cidades massacradas e suas vizinhas acabavam por migrar para outras regiões como o litoral da atual turquia, o litoral da sicília, entre outras. Por esse prisma a idade das trevas foi um período dinâmico, onde as pessoas estabelecidas nessas novar regiões estabeleciam rotas de comércio com as regiões da Grécia. 

V. - Escrita

Durante esse período, a escrita grega (Linear B) foi perdida, entretanto pelo final do período a escrita dos fenício havia sendo adaptada pelos gregos e originando o alfabeto atual. 


 quadro mostrando o alfabeto usado na escrita


VI. - História e Mitos


As famílias, chamadas genos (γένοι; genoi), começaram a reconstruir seu passado, na tentativa de traçar suas linhagens a heróis da Guerra de Troia, e ainda mais além - principalmente a Hércules. 

Enquanto a maior parte daquelas histórias eram apenas lendas, algumas foram separadas por poetas da escola de Hesíodo. Alguns desses "contadores de histórias", como eram chamados, incluíam Hecateude Mileto e Acusilau de Argos, mas a maioria desses poemas foram perdidos.


 escultura de Hércules
Hércules

Acredita-se que os poemas épicos de Homero contêm um certo montante de tradição preservada oralmente durante o período da Idade das Trevas. A validade histórica dos escritos de Homero têm sido disputada vigorosamente (cf. a "questão homérica").


VII. - A Odisséia de Homero


"O poema relata o regresso de Odisseu, (ou Ulisses, como era chamado no mito romano), herói da Guerra de Troia e protagonista que dá nome à obra. Como se diz na proposição, é a história do “herói de mil estratagemas que tanto vagueou, depois de ter destruído a cidadela sagrada de Troia, que viu cidades e conheceu costumes de muitos homens e que no mar padeceu mil tormentos, quando lutava pela vida e pelo regresso dos seus companheiros”. 



quadro Ulisses e as sereias
John William Waterhouse - Ulysses (Odisseu)  e as Sereias (1891)


"Odisseu leva dez anos para chegar à sua terra natal, Ítaca, depois da Guerra de Troia, que também havia durado dez anos."

"A trama da narrativa, surpreendentemente moderna na sua não-linearidade, apresenta a originalidade de só conservar elementos concretos, diretos, que se encadeiam no poema sem análises nem comentários. A análise psicológica, a análise do mundo interior, não era ainda praticada. As personagens agem ou falam; ou então, falam e agem. E falam no discurso direto, diante de nós, para nós – preparando, de alguma forma, o teatro. Os eventos narrados dependem tanto das escolhas feitas por mulheres, criados e escravos quanto dos guerreiros.

A influência homérica é clara em obras como a Eneida, de Virgílio, Os Lusíadas, de Camões, ou Ulysses, de James Joyce, mas não se limita aos clássicos. As aventuras de Ulisses, a superação desesperada dos perigos, nas ameaças que lhe surgem na luta pela sobrevivência, são a matriz de grande parte das narrativas modernas, desde a literatura ao cinema". fonte: Wikipedia


VIII. - A Arte nos tempos escuros


O período protogeométrico ou época protogeométrica, ocorreu aproximadamente entre 1100 a.C. e 800 a.C. na Grécia. O estilo marcou a transição entre as decorações lineares muito simples da idade do bronze e o uso de semicírculos e círculos concêntricos desenhados com compasso do período geométrico. Esta cerâmica, que assenta na tradição micénica revela o uso generalizado de compasso e pincel de pontas múltiplas para reproduzir motivos concêntricos.


 foto de vaso grego tipo jarro   foto de vaso grego tipo taça


O aspecto das peças cerâmicas é muito austero, com algumas formas de base: linha vertical ou horizontal, círculos ou semicírculos, triângulos, quadrados e losangos.

Durante os períodos Protogeométrico e Geométrico a cerâmica grega foi decorada com projetos abstratos. Exemplos de obras deste período podem ser encontradas no sítio arqueológico de Lefcandi e no cemitério de Dípilo, em Atenas. Em períodos posteriores, com a mudança estética os temas mudaram, passando a ser figuras humanas. A batalha e cenas de caçada também eram populares.


IX. - As colonizações e o fim da era das trevas


Ao fim desse período de estagnação a civilização grega foi tomada por um período de renascença que se espalhou pelo mundo grego chegando até o mar Negro e a Península Ibérica. A escrita foi reintroduzida pelos fenícios, retomada e modificada pelos gregos e, depois, pelos romanos e pelos gauleses.

As migrações jônicas para a Ásia Central ocorreram como uma espécie de reação em cadeia à presença dórica na Grécia. 

Com a escassez de terra boa, a superpopulação e a agitação social resultante, muitos aristocratas consideraram a emigração uma solução. Assim começou os esforços de colonização. É importante notar, no entanto, que a colonização grega foi radicalmente diferente da versão européia moderna. Quando os cidadãos emigraram, eles não estabeleceram comunidades subordinadas à polis doméstica. Embora os laços culturais continuassem, a cidade "mãe" não devia fidelidade ou impostos. A nova cidade representou uma polis independente. 


 foto do mapa do Mediterrâneo


O período de colonização, no entanto, voltou a enfatizar a linguagem como base para determinar quem eram os gregos. A Hellas era simplesmente onde os helenos, aqueles que falavam grego, viviam - e, no final do período de colonização, os helenos viveriam da costa do Mar Negro até a Espanha.

Com o início do período de colonização ocorreram desenvolvimentos culturais significativos, destacando o surgimento da Grécia da Idade das Trevas. Dois desenvolvimentos específicos merecem uma nota especial:

1) A data tradicional para o início dos Jogos Pan-Helénicos em Olímpia é 776. Embora estes originalmente atraíssem participantes em grande parte do Peloponeso, o seu papel em reunir gregos de várias cidades é indiscutível. (O período não foi inteiramente pacífico, no entanto. A Guerra Lelantina em Eubeoa, por exemplo, viu muitas cidades alinhadas em cada lado.)


 quadro de participantes dos jogos olímpicos


2) Os poemas épicos de Homero são geralmente presumidos de terem sido escritos, baseados na longa tradição oral, durante o século VIII. Essas obras forneceriam uma herança cultural comum, baseada novamente na linguagem, que proporcionava aos gregos uma visão comum de si mesmos e de seus deuses. Nós vemos nesta tradição uma visão do caráter humano que persiste até hoje no mundo grego.


X. Referências


Wikipédia - Idade das Trevas grega / Esparta / Odisséia / 

XI. - Outras Publicações


História da Grécia I - Civilização Minoica

História da Grécia II - Civilização Micênica


História da Grécia IV. Grécia Antiga - a criação das "poleis" (período arcaico 800 a 500 a.C.)

domingo, 19 de agosto de 2018

Villa Lobos e as Bachianas Brasileiras

I. - Villa Lobos  


 foto de Villa Lobos junto ao piano  Heitor Villa-Lobos, foi o compositor brasileiro de maior expressão da música erudita no Brasil na época do modernismo. 

Nasceu no Rio de Janeiro em 5 de março de 1887 e faleceu também no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1959. 

Destaca-se por ter sido o principal responsável pela introdução de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que contêm nuances das culturas regionais brasileiras, com os elementos das canções populares e indígenas. 

No Brasil, sua data de nascimento é celebrada como Dia Nacional da Música Clássica. 

Estilo

É possível encontrar na obra de Villa-Lobos preferências por alguns recursos estilísticos: combinações inusitadas de instrumentos, arcadas bem puxadas nas cordas, uso de percussão popular e imitação de cantos de pássaros. O maestro não defendeu e nem se enquadrou em nenhum movimento,  e continuou por muito tempo desconhecido do público no Brasil e atacado pelos críticos. Também se encontra em sua obra uma forte presença de referências a temas do folclore brasileiro.

Fonte: Wikipédia - Villa Lobos

II. - Pequeno histórico


foto de Villa Lobos de paletó    Filho de Noêmia Monteiro Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos, foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo médico. No entanto, Raul Villa-Lobos, pai do compositor, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador,  deu-lhe instrução musical e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo.

Aos 12 anos, órfão de pai, Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes; paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão. 

Em 1922 Villa-Lobos participou da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte embarcou para a Europa, regressando ao Brasil em 1924


Era Vargas


foto de Villa Lobos regendo   Em 1930, Villa-Lobos, que atuava no Brasil como maestro, planejava o seu retorno a Paris. Uma das consequências da revolução nesse ano resultou que dinheiro não poderia ser retirado do país, tornando Villa-Lobos incapaz de pagar qualquer tipo de aluguel no exterior. Sendo assim, forçado a ficar no Brasil, ele organizou vários concertos nos arredores de São Paulo e compôs músicas educativas e patrióticas.

Em 1932 ele se tornou diretor da Superintendência de Educação Musical e Artística (SEMA), e, entre as suas atividades, produzia arranjos, como a Missa Solemnis de Ludwig van Beethoven e também de várias composições brasileiras.

A sua posição no SEMA o levou a compor diversas peças consideradas patrióticas e propagandistas. A sua série de Bachianas Brasileiras são consideradas uma notável exceção.


O impacto de sua obra

O impacto internacional de sua obra fez-se sentir especialmente na França e Estados Unidos, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte. Villa-Lobos casou-se em 1913 com a pianista Lucília Guimarães. Separou-se e casou-se em 1948, com Arminda Neves d'Almeida com quem viveu até a sua morte e ficou encarregada de administrar a sua obra. Villa Lobos nunca teve filhos.

Fonte: Wikipédia Villa lobos


III. - Bachianas Brasileiras


Bachianas brasileiras é uma série de nove composições de Heitor Villa-Lobos escrita em 1922. Nesse conjunto, escrito para diversas formações, Villa-Lobos fundiu material folclórico brasileiro (em especial a música caipira) às formas pré-clássicas no estilo de Bach, intencionando construir uma versão brasileira dos Concertos de Brandemburgo. Esta homenagem a Bach também foi feita por compositores contemporâneos como Stravinski. Todos os movimentos das Bachianas, inclusive, receberam dois títulos: um bachiano, outro brasileiro.

São trechos famosos de Bachianas a Tocata (O Trenzinho do Caipira), quarto movimento das n° 2; a Ária (Cantilena), que abre as de n° 5; o Coral (O Canto do Sertão) e a Dança (Miudinho), ambos nas n° 4.



 foto da capa do cd de Villa Lobos Bachianas Brasileiras - capa te  folhas e pássaro brasileiro

Bachiana #5


Provavelmente o trabalho mais popular do compositor, tendo sido a mais gravada fora do Brasil, é dividida em dois movimentos:


  • Aria (Cantilena) - Adagio
  • Foi dedicada a Arminda Villa-Lobos. A letra deste movimento é de Ruth Valadares Corrêa, e a composição possui semelhanças com obras como a "Ária" de Bach e o "Vocalise" de Rachmaninov. Ruth Valadares também foi a cantora do movimento durante sua estréia em 1939, sob condução do próprio Villa-Lobos.
  • Dança (Martelo) - Allegretto
  • A letra deste movimento é de Ruth Valadares Corrêa, apresentada em 1945. Dois anos mais tarde, estreou em Paris.





Letra da segunda parte

"Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente. Sobre o espaço, sonhadora e bela! Surge no infinito a lua docemente, Enfeitando a tarde, qual meiga donzela Que se apresta e alinda sonhadoramente, Em anseios d'alma para ficar bela Grita ao céu e a terra toda a Natureza! Cala a passarada aos seus tristes queixumes E reflete o mar toda a Sua riqueza... Suave a luz da lua desperta agora A cruel saudade que ri e chora! Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente Sobre o espaço, sonhadora e bela!"

Bachiana #4  - 

Foi composta para piano a partir de 1930, mas estreada somente em 1939. Recebeu novo arranjo para orquestra em 1941, estreando em meados do ano seguinte. Esta obra contém quatro movimentos:

  • Prelúdio (Introdução) - Lento
  • Coral (Canto do Sertão) - Largo
  • Ária (Cantiga) - Moderato
  • Dança (Miudinho) - Muito animado


a) Preludio


 


b)  Dansa (Miudinho)


 



IV. - Os intérpretes


a) Amel Brahim

Amel Brahim-Djelloul é uma cantora de ópera soprano e recitalista. Ela é argelina e francesa com origem berbere .



 foto da cantora  Amel Brahim-DjelloulConsiderada uma das cantoras mais promissoras de sua geração, Amel Brahim-Djelloul iniciou seus estudos musicais com o violino. Ela começou a estudar canto em 1995 em Argel sob o ensino de Abdelhamid Belferouni. 

Particularmente admirada pela qualidade de sua voz e seu opulento timbre iluminado pelo sol, Amel Brahim-Djelloul aparece regularmente em recitais com Claude Lavoix, Anne le Bozec e Anne-Céline Barrère, por exemplo em abril de 2006 na Ópera de Lille e em junho de 2006 na Festival Saint-Denis.

Fonte: Wikipédia - Amel Brahim


b) Nelson Freire


Nelson Freire começou a tocar piano quando tinha três anos, surpreendendo a todos ao tocar de memória peças que haviam sido executadas pela sua irmã mais velha, Nelma. Seus principais professores no Brasil foram Nise Obino e Lúcia Branco, que havia estudado com um aluno de Franz Liszt. Em seu primeiro recital, aos 5 anos de idade, Nelson escolheu a Sonata para piano em Lá maior, K331 de Mozart.



 foto de Nelson Freire pianista e intérprete das Bachianas  Em 1957, aos 12 anos de idade, Nelson Freire foi o sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, cujo vencedor foi o austríaco Alexander Jenner, e na prova final executou o Concerto para piano n.º 5 "Imperador" de Beethoven.

Em 1964, Nelson Freire conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta em Lisboa e em Londres recebeu as medalhas de ouro Dinu Lipatti e Harriet Cohen.



Nelson Freire embarcou em sua carreira internacional em 1959, dando recitais e concertos nas maiores cidades da Europa, Estados Unidos, América Central e do América do Sul, Japão e Israel.


Fonte: Wikipédia - Nelson Freire

c) Gabriel Ferraz


Gabriel Ferraz é Doutor em Musicologia na University of Florida (2012), Mestre em Performance Pianística pela Miami University de Ohio (2009), Mestre em Musicologia pela Universidade de São Paulo (2005), e Bacharel em Performance Pianística pela Universidade de São Paulo (1999). Sua tese de doutorado investiga os desdobramentos políticos da participação de Villa-Lobos como educador musical e agitador cultural, de 1932 a 1945, no regime de Vargas, e revela aspectos nunca antes investigados do trabalho educacional de Villa-Lobos. O trabalho demonstra que, mais do que um educador, VIlla-Lobos foi um doutrinador, impondo valores nacionalistas e rígida disciplina aos escolares, e, por meio de concertos educacionais, inculcando valores associados à ideologia de Vargas também em adultos.

(fonte: https://www.escavador.com/sobre/3808773/gabriel-augusto-ferraz)

V. - Referências


A quase totalidade do texto é uma cópia / compilação dos artigos da Wikipédia, que são usados com o intuito de divulgação cultural.


Wikipedia - Villa Lobos / Bachianas Brasileiras / Amel Brahim / Nelson Freire