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sábado, 14 de novembro de 2020

Três romances franceses marcantes II

 I. Introdução 


Nessa segunda publicação sobre os romances franceses mais marcantes, vamos abordar agora  três deles que fazem parte do período do romantismo e sua transição para o realismo. São verdadeiras obras-primas da literatura mundial e estão sempre presentes nas listas dos melhores romances de todos os tempos. Os três romances escolhidos, os quais apreciamos  muito , são os seguintes: "Os Miseráveis" de Victor Hugo, "Ilusões Perdidas" de Honoré Balzac,  "O Vermelho e o Negro" de Stendhal.

foto de um livro aberto escrito em russo com um ramo de flores em cima das páginas
Literatura com natureza morta,  um livro de Balzac em russo, foto de dimakig em shutterstock.com


 II. Victor Hugo


Victor-Marie Hugo nasceu em Besançon, 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em Paris, 22 de maio de 1885. Ele foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos e de grande atuação política no país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras clássicas de fama e renome mundial.

foto de Victor Hugo em preto e branco
Victor Hugo
A infância de Victor Hugo foi marcada por grandes acontecimentos. Napoleão Bonaparte foi proclamado imperador dois anos depois de seu nascimento, e a monarquia dos Bourbons foi restaurada antes de seu décimo oitavo aniversário. Os pontos de vista políticos e religiosos opostos dos pais de Victor Hugo refletiam as forças que lutavam pela supremacia na França ao longo de sua vida: seu pai era um oficial que havia atingido uma elevada posição no exército de Napoleão.

Cansada das constantes mudanças exigidas pela vida militar, e em litígio com o marido infiel, sua mãe Sophie separou-se temporariamente de Joseph Léopold em 1803 e se estabeleceu em Paris. A partir de então, ela dominou a educação e formação de Victor Hugo. 

Como resultado, os primeiros trabalhos de Hugo na poesia e ficção refletem uma devoção apaixonada tanto do rei como da fé. Foi somente mais tarde, durante os eventos que levaram à Revolução de 1848, que ele iria começar a se rebelar contra a sua educação católica e monarquista e em vez disso advogar o republicanismo e o livre pensamento.

Como muitos escritores de sua geração, Victor Hugo foi profundamente influenciado por François-René de Chateaubriand, famosa figura da escola romântica e figura proeminente da literatura francesa do começo do século XIX. Quando jovem, Hugo afirmou que seria “Chateaubriand ou nada”, e sua vida teria muitas semelhanças com a de seu predecessor.

A partir de 1849, Victor Hugo dedica um quarto da sua obra à política, um quarto à religião e outro à Filosofia humana e social.

Sempre um reformista, envolve-se em política por toda a sua vida. Mas se critica as misérias sociais, não adota o discurso socialista da luta de classes. Pelo contrário, ele próprio viveu uma vida financeiramente confortável, construída com seus próprios esforços. (fonte: wikipedia)


Os Miseráveis


Seu principal romance, os Miseráveis, narra a história de um homem que dá a "volta por cima", Jean Valjean, condenado por roubar um pão, ele é posto em liberdade condicional após dezenove anos de prisão. 

A história passa-se na França do século XIX entre duas grandes batalhas: a Batalha de Waterloo (1815) e os motins de junho de 1832. O livro é narrado, por cinco volumes, a vida de Jean Valjean, da sua libertação, até sua morte. 

Em torno dele giram algumas pessoas que vão dar seus nomes para os diferentes volumes do romance, testemunhando a miséria deste século, a pobreza miserável de: Fantine, Cosette, mas também o inspetor Javert e o jovem sonhador Marius. O livro retrata a sociedade francesa do sec. XIX , mostra o panorama socioeconomico da população mais pobre.

quadro com desenho de uma pequena mendinga
Cosette
Rejeitado pela sociedade por ser um ex-presidiário, Valjean pensa em enveredar pelo caminho dos roubos. Um encontro com o Bispo Myriel muda sua vida. Ele assume uma nova identidade para seguir uma vida honesta, tornando-se proprietário de uma fábrica e prefeito. Ele adota e cria a filha de Fantine, Cosette, salva Marius da barricada, e morre com uma idade avançada.  

Suas boas obras são interrompidas apenas quando um policial que o tinha preso na primeira vez, mesmo após a mudança de nome de Valjean e da sua fuga da prisão condicional, após anos de busca / perseguição infrutífera, finalmente o identifica. O policial é Javert um inspetor de polícia obsessivo que sempre persegue e perde Valjean.  


quadro de Delacroix A Liberdade Guinado o Povo - o quadro mostra uma mulher com a parte superior do vestido caido, mostrando os seios, segurando a bandeira da França à frente de um conjunto de pessoas armadas em um conflito
A Liberdade guiando o povo, Eugene Delacroix, 1830, Museu do Louvre

Os Miseráveis, portanto, traz claramente a filosofia política de Victor Hugo. É um mundo onde há cooperação - e não luta - entre as classes;  onde o trabalho é a via principal de aprimoramento pessoal e social; onde a presença do Estado e seus representantes traz complicações sem fim para a vida do povo oprimido.


Filmes


Inúmeras adaptações para o cinema, teatro e televisão foram feitas ao longo do tempo. Adaptações para o teatro já foram vistas por mais de 60 milhões de pessoas. No cinema mais de 10 adaptações foram feitas. Uma de grande sucesso foi a  versão de Jean-Paul Le Chanois, de 1958, com Jean Gabin como Jean Valjean. Entretanto, a de maior impacto foi a  adaptação   mais recente, 2012, dirigida pelo britânico Tom Hooper, de "O Discurso do Rei",  na forma de musical com Hugo Jackman, Russel Crowell e Anna Hathaway.


Os miseráveis - direção de Tom Hooper

 

Essa adapatação foi muito premiada. Indicada para 08 oscars, ganhou 03, com Anna Hathaway recebendo o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Ganhou também o globo de ouro de melhor filme comédia / musical e mais dois prêmios, incluindo melhor ator (Hugo Jackman) e melhor atriz coadjuvante Anna Hathaway. Indicado para 10 premiações no Bafta, ganhou 04, entre outros novamente Anna Hathaway como melhor atriz coadjuvante. 


III. - Honoré de Balzac e as "Ilusões Perdidas"


Honoré de Balzac


foto de rosto do escritor Honoré de Balzac
Honoré de Balzac nasceu em Tours, França, em 20 de maio de 1799 e faleceu em  Paris, 18 de agosto de 1850. Ele foi um grande escritor francês   notável por suas agudas observações psicológicas e que por isso é  considerado o fundador do Realismo na literatura moderna.  Sua magnum opus (obra maior), "A Comédia Humana", consiste de 95 romances, novelas e contos que procuram retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em particular a florescente burguesia após a queda de Napoleão Bonaparte em 1815.

Entre seus romances mais famosos, destacam-se "A Mulher de Trinta Anos" (1831-32), "Eugènie Grandet" (1833), "O Pai Goriot" (1834), "O Lírio do Vale" (1835), "As Ilusões Perdidas" (1839), "A Prima Bette" (1846) e "O Primo Pons" (1847).


quadro com personagens do livro o Pai Goriot
personagens do Pai Goriot

Desde "Le Dernier Chouan" (1829), que depois se transformaria em "Les Chouans" (1829), Balzac denunciou ou abordou os problemas do dinheiro, da usura, da hipocrisia familiar, da constituição dos verdadeiros poderes na França liberal burguesa e, ainda que o meio operário não apareça diretamente em suas obras, discorreu sobre fenômenos sociais a partir da pint ura dos ambientes rurais, como em Os Camponeses, de 1844.   

Balzac tinha uma enorme capacidade de trabalho, usada sobretudo para cobrir as dívidas que acumulava. De certo modo, as suas despesas foram a razão pela qual, desde 1832 até sua morte, se dedicou incansavelmente à literatura. Sua extensa obra influenciou nomes como ProustZolaDickensDostoiévskiFlaubertHenry JamesMachado de AssisCastelo Branco e Ítalo Calvino, e é constantemente adaptada para o cinema. 

Participante da vida mundana parisiense, teve vários relacionamentos, entre eles um célebre caso amoroso, desde 1832, com a polaca Ewelina Hańska, com quem veio a se casar pouco antes de morrer.

quadro de Ewelina Hanska
Ewelina Hanska


As Ilusões Perdidas

Illusions perdues (em português, Ilusões Perdidas), considerado por Balzac como o principal livro constituinte de sua  Comédia Humana, é um de seus romances mais extensos e mais famosos. Para muitos, como Marcel Proust, este livro é também o melhor de Balzac

Ele foi publicado em três partes entre 1836 e 1843: Les Deux poètes (Os dois poetas), Un grand homme de province à Paris (Um grande homem da província em Paris) e Ève et David (Eva e David, que na versão final aparece como Les souffrances de l'inventeur).

quadro com desenho de um homem ajoelhado com orosto nos joelhos de uma dama. O homem parece estar chorando.
Temática: Neste livro, Balzac narra o fracasso de Lucien de Rubempré, jovem provinciando de Angoulême, ao buscar conquistar a glória em Paris. O percurso triste e alimentado por imperdoáveis fraquezas do grande homem da província, alternativamente herói e anti-herói, é agravado sem cessar pelo contraponto de dois círculos virtuosos: a família de Luciano e o Cenáculo de homens magnânimos. 

As ilusões perdidas são as de Luciano face ao mundo literário e ao seu próprio futuro, mas também as de sua família e amigos em relação às capacidades e qualidades humanas de Luciano.

No livro o  estilo de vida das províncias é justaposto ao das metrópoles; Balzac contrasta o ritmo de Angoulême e Paris, os diferentes padrões (como o de preço) das duas cidades.

Balzac explora a natureza da vida artística de Paris em 1821-1822. Lucien, que ainda não era um autor com obras publicadas no início do romance, falha na publicação de sua obra em Paris e, durante o tempo que passa na capital, nada escreve em consequência disso. 

Minisérie para Televisão - 4 horas (2 dvds) - "Balzac" (1999).


Observação: Está previsto para ser lançado em 2020 o filme "Comedie Humaine" que é uma adaptação do livro "Ilusões Perdidas". O filme é dirigido por Xavier Gianolli, com participação do onipresente Gerard Depardieu e Cecile de France.

IV. - Stendhal e  "O Vermelho e o Negro"


Stendhal

foto de Stendhal
Stendhal
Henri-Marie Beyle, mais conhecido como Stendhal, foi um escritor francês nascido em Grenoble, em 23 de janeiro de 1783 e falecido em Paris, em 23 de março de 1842. Stendhal é admirado pela fineza na análise dos sentimentos de seus personagens e por seu estilo deliberadamente seco.

Órfão de mãe aos seis anos, criou-se entre seu pai e sua tia. Rejeitou as virtudes monárquicas e religiosas que lhe inculcaram e expressou cedo a vontade de fugir de sua cidade natal. Abertamente republicano, acolheu com entusiasmo a execução do rei e celebrou inclusive a breve detenção de seu pai. A partir de 1796 foi aluno da Escola central de Grenoble e em 1799 conseguiu o primeiro prêmio de matemática.

Viajou a Paris para ingressar na Escola Politécnica, mas adoeceu e não pôde se apresentar à prova de acesso. Graças a Pierre Daru, um parente longínquo que se converteria em seu protetor, começou a trabalhar no ministério de Guerra.

Admirador incondicional de Napoleão, exerceu diversos cargos oficiais e participou nas campanhas imperiais. Em 1814, após queda do corso, se exilou na Itália, fixou sua residência em Milão e efetuou várias viagens pela península italiana. 

Publicou seus primeiros livros de crítica de arte sob o pseudônimo de L. A. C. Bombet, e em 1817 apareceu Roma, Nápoles e Florença, um ensaio mais original, onde mistura a crítica com recordações pessoais, no que utilizou por primeira vez o pseudônimo de Stendhal.

quadro Napoleão cruzando os Alpes, mostra Napoleão de uiforme empinando o cavalo
Napoleão cruzando os Alpes,
Jean Louis David, 1801-1805


"Dandy" afamado, frequentava os salões de maneira assídua, enquanto sobrevivia com os rendimentos obtidos com as suas colaborações em algumas revistas literárias inglesas. Em 1822 publicou Sobre o amor, ensaio baseado em boa parte nas suas próprias experiências e no qual exprimia ideias bastante avançadas; destaca a sua teoria da cristalização, processo pelo que o espírito, adaptando a realidade aos seus desejos, cobre de perfeições o objeto do desejo.

Estabeleceu o seu renome de escritor graças à Vida de Rossini e às duas partes de seu Racine e Shakespeare, autêntico manifesto do romantismo. Depois de uma relação sentimental com a atriz Clémentine Curial, que durou até 1826, empreendeu novas viagens ao Reino Unido e Itália e redigiu a sua primeira novela, Armance.

Em 1830 aparece sua primeira obra-prima: O Vermelho e o Negro, uma crónica analítica da sociedade francesa na época da Restauração, na qual Stendhal representou as ambições da sua época e as contradições da emergente sociedade de classes, destacando sobretudo a análise psicológica das personagens e o estilo direto e objetivo da narração.

Stendhal viveu no período das conquistas e queda de Napoleão, da restauração da monarquia Bourbon e o último reinado de Luís Felipe I.

O Vermelho e o Negro

Le Rouge et le Noir (O Vermelho e o Negro, em francês), com o subtítulo Chronique du XIX siécle ("Crónica do século XIX"), é um romance histórico psicológico em dois volumes, publicado em 1830. Costuma ser citado como o primeiro romance realista.

A ação transcorre na França no tempo da Restauração antes da Revolução de 1830, supostamente entre 1826 e 1830, e trata das tentativas de um jovem de subir na vida, apesar do seu nascimento plebeu, através de uma combinação de talento, trabalho duro, engano e hipocrisia, apenas para encontrar-se traído por suas próprias paixões. Em ensaio de 1954, Somerset Maugham incluiu-o entre os dez maiores romances de todos os tempos.

quadro com ilustração de um rapaz conversando com duas moças debaixo de uma árvore, ilustração do livro Vermelho e o Negro
O Vermelho e o Negro, Ilustração de Henri Dubouchet


Enredo

O Vermelho e o Negro é a história de Julien Sorel, o ambicioso filho de um carpinteiro, na aldeia fictícia de Verrières, no Franco-Condado.

O romance é composto por duas partes: a primeira transcorre na província com Julien Sorel como tutor dos filhos dos Rênal e depois no seminário em Besançon.

O primeiro livro apresenta Julien Sorel, preferindo gastar seu tempo lendo ou sonhando com a glória do exército de Napoleão a trabalhar como carpinteiro no quintal do pai ao lado de seus irmãos. Julien Sorel acaba se tornando um acólito do cura Chélan, que mais tarde lhe assegura um lugar de tutor para os filhos do prefeito de Verrières, Sr. de Rênal, onde ele se apaixona pela Sra. Renal.


quadro com ilustração de um rapaz conversando com duas moças debaixo de uma árvore, ilustração do livro Vermelho e o Negro


A segunda parte transcorre em Paris como secretário do Marquês de La Mole. Apesar de se movimentar na alta sociedade e de seus talentos intelectuais, a família e seus amigos menosprezam Sorel devido à sua origem plebeia. Apesar de tudo Sorel tem um romance com a filha de La Mole e então surgem todos os conflitos.

O nome Vermelho e Negro

O nome da obra é motivo para controvérsias. Discute-se muito a que Stendhal se referia com o "vermelho" e o "negro". Muitos atribuem o negro a cor da batina do herói e o vermelho ao sangue lavado, mas há outras interpretações que também podem ser citadas como a razão para o nome. 

Adaptações para o cinema - "Le Rouge et Noir", 1997 

Movie: "Le Rouge et Le Noir" (1997) diregido por Jean-Daniel Verhaeghe e  com Carole Bouquet, Kim Rossi Stuart, Judith Godrèche, Claude Rich, Olivier Sitruk.


V. Referências


Wikipedia - Victor Hugo e Os Miseráveis, Honoré de Balzac e Ilusões Perdidas, Stendhal e O Vermelho e o Nefro.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

O Mayflower e os "Pais Peregrinos".

 1. - Mayflower


Mayflower (em português: "flor de maio") foi o famoso navio que, em 1620, durante o reinado de Jaime I, da Escócia (dinastia Stuart), transportou os chamados Peregrinos, do porto de Southampton, Inglaterra, para o Novo Mundo. Esses primeiros peregrinos também são chamados "Pais Peregrinos".


quadro do navio Mayflower chegando em terras americanas
Mayflower, pintura de William Halsall, 1882, museu do Peregrino, Massachussets


Devido a uma série de problemas no navio, os peregrinos viram-se obrigados a regressar duas vezes, pouco depois de zarpar, para fazer reparos. A viagem estava programada para ser feita em dois navios: o Mayflower e o Speedwell, mas problemas de vedação no casco do último impediram a sua partida. Por causa disso, 20 passageiros desistiram da viagem. Os outros foram todos juntos no Mayflower. Numa terceira tentativa, saíram de Plymouth a 6 de Setembro e, finalmente, a 11 de novembro, o Mayflower chegou ao Cabo Cod, no atual estado do Massachusetts.

O navio transportava 102 passageiros, na sua maioria puritanos separatistas, que procuravam liberdade religiosa, longe do poder hegemônico da Igreja Anglicana.

Os Peregrinos do Mayflower foram os primeiros colonos a se estabelecerem nas terras que seriam os futuros Estados Unidos da América. Fundaram aí a cidade de Plymouth, que se tornaria a capital da Colónia de Plymouth.

Mapa com a localização da baía de chegada dos Peregrinos - Baía de Cape Cod
 Baía de Cape Cod, Plymouth


2. - Os puritanos do Mayflower


O século 17 começou com o endurecimento da perseguição religiosa na Inglaterra. A ruptura com a Igreja Católica foi muito recente e o rei Jaime I queria que toda a população se submetesse aos preceitos anglicanos. O aprofundamento da Reforma Protestante, que desafiou todas as autoridades e promoveu uma visão muito mais horizontal da religião e do mundo, era perigoso demais para os interesses da coroa.

quadro mosstrando como teria sido a partida do Mayflower
Mayflower partiu em 1620 fazendo agora 400 anos 


Uma pequena comunidade na cidade de Scrooby, no condado de Nottinghamshire, relutou em se curvar aos ritos da Igreja da Inglaterra, que consideravam serem muito semelhantes aos católicos.

Seguidores de Lutero e, especialmente de Calvino, acreditavam que não deveria haver hierarquias ou intermediários entre Deus e os fiéis. Liderados por William Bradford, eles decidiram manter seu culto reformado em segredo. Eles começaram a ser chamados de separatistas, embora mais tarde seriam conhecidos como peregrinos.

Na época, todos na Inglaterra eram obrigados por lei a freqüentar sua igreja paroquial, mas em 1606 esse grupo começou a se reunir ilegalmente em uma igreja separatista em Scrooby. Mas logo essa prática começou a ficar perigosa.

Eles então se mudaram para a Holanda onde, embora pudessem praticar sua fé sem reservas, não estavam acostumados com a vida mais urbana de um centro moderno como Leiden. Eles gostavam de uma vida rural mais tranquila. Além disso, os mais novos estavam se tornando holandeses e era essencial para os pais preservar a cultura inglesa.

Assim surgiu o projeto de construção de uma comunidade a partir de seus alicerces no “Novo Mundo”. A Inglaterra já havia enviado muitas expedições ao norte do continente americano, mas havia apenas um assentamento permanente, não muito bem-sucedido: Jamestown, na colônia da Virgínia. Fundado em 1607, foi temporariamente abandonado em 1610 e enfrentava sérias dificuldades para sobreviver .

Fonte: Davio Miraze, setembro de 2020 em: 


3. - As primeiras colônias


Os peregrinos haviam obtido uma licença para estabelecer uma plantação na foz do rio Hudson, em Nova York. Para financiar a viagem, eles conseguiram um empréstimo da empresa Mercantile Adventurers, interessada em criar uma colônia para importar algodão. Então eles teriam que pagar a dívida com o que produziram nos anos seguintes.

Mas o plano não saiu como planejado. O Mayflower chegou em 9 de novembro na área de Cape Cod, em Massachusetts, um pouco ao norte de onde termina o Hudson . Quando tentaram ir para o sul, encontraram um mar muito agitado, dificultando o avanço. Passaram quase dois dias tentando chegar ao destino original, mas percebendo que era muito perigoso e que estavam ficando sem suprimentos, decidiram ancorar no promontório, em Provincetown.


quadro que reproduz a assinatura do pacto Mayflower
Pintura de Jean Leon Gerome Ferris que reproduz a assinatura do Pacto Mayflower (Wikimedia Commons)


O maior problema é que eles não tinham permissão para se instalar naquela área. Isso levou alguns dos passageiros que não faziam parte da congregação a dizer que não se submeteriam a nenhuma autoridade assim que desembarcassem. Assim, para evitar uma coexistência caótica, 41 homens assinaram o Pacto Mayflower, no qual lançaram as bases de um autogoverno leal à coroa da Inglaterra. 

O promotor foi John Carver, que mais tarde seria eleito o primeiro governador da nova colônia.

Plantation de Plimouth


Em 21 de dezembro de 1620, o primeiro grupo de desembarque chegou ao local de Plymouth . Os planos para construir casas, no entanto, foram adiados pelo mau tempo até 23 de dezembro. À medida que a construção avançava, 20 homens sempre permaneciam em terra para fins de segurança, enquanto o restante das equipes de trabalho voltava todas as noites para o Mayflower . Mulheres, crianças e enfermos permaneceram a bordo do Mayflower , e muitos não saíram do navio por seis meses. A primeira estrutura era uma casa comum de pau-a-pique, e levou duas semanas para ser concluído no rigoroso inverno da Nova Inglaterra. Nas semanas seguintes, o resto do assentamento lentamente tomou forma. As estruturas de vida e de trabalho foram construídas no topo relativamente plano de Cole's Hill, e uma plataforma de madeira foi construída no topo de Fort Hill para apoiar o canhão que defenderia o assentamento.



foto com a repodução do que teria sido a planttion de Plimouth
Plantation de Plimouth, foto em Shutterstock por Michael Sean OLeary


O Primeiro Inverno



Durante o inverno, os colonos do Mayflower sofreram muito com a falta de abrigo, doenças como escorbuto e condições gerais a bordo. Muitos dos homens estavam enfermos demais para trabalhar; 45 de 102 peregrinos morreram e foram enterrados em Cole's Hill . Assim, apenas sete residências e quatro casas comuns foram construídas durante o primeiro inverno de um planejado 19. No final de janeiro, o suficiente do assentamento foi construído para começar a descarregar provisões do Mayflower .

Os homens do assentamento se organizaram em ordens militares em meados de fevereiro, após vários encontros tensos com os índios locais, e Myles Standish foi designado comandante. No final do mês, cinco canhões foram posicionados defensivamente em Fort Hill. John Carver foi eleito governador para substituir o governador Martin.

quadro dos peregrinos indo com as famílias para a Igreja
Os peregrinos indo para a Igreja


Em 16 de março de 1621, ocorreu o primeiro contato formal com os índios. Samoset era um sagamore Abenaki originário de Pemaquid Point, no Maine . Ele tinha aprendido um pouco de inglês com pescadores e caçadores no Maine, e ele caminhou corajosamente no meio do povoado e proclamou: "Bem-vindos, ingleses!" Foi durante esta reunião que os peregrinos souberam como os residentes anteriores de Patuxet morreram de uma epidemia. 

Eles também aprenderam que um importante líder da região era o chefe índio Wampanoag Massasoit , e aprenderam sobre Squanto(Tisquantum) que foi o único sobrevivente de Patuxet. Squanto havia passado um tempo na Europa e falava inglês muito bem. Samoset passou a noite em Plymouth e concordou em marcar um encontro com alguns dos homens de Massasoit.  

quadro do rpimeiro encontro entre os peregrinos e os índigenas da região.


Massasoit e Squanto estavam apreensivos com os peregrinos, pois vários homens de sua tribo haviam sido mortos por marinheiros ingleses. Ele também sabia que os peregrinos haviam comprado alguns depósitos de milho em seus desembarques em Provincetown.  O próprio Squanto foi sequestrado em 1614 pelo explorador inglês Thomas Hunt e passou cinco anos na Europa, primeiro como escravo de um grupo de monges espanhóis, depois como homem livre na Inglaterra. Ele havia retornado à Nova Inglaterra em 1619, atuando como guia para o explorador capitão Robert Gorges , mas Massasoit e seus homens massacraram a tripulação do navio e levaram Squanto. 

Samoset voltou a Plymouth em 22 de março com uma delegação de Massasoit que incluía Squanto; Massasoit juntou-se a eles logo depois, e ele e o governador Carver estabeleceram um tratado formal de paz após trocarem presentes. Este tratado garantiu que cada povo não causaria dano ao outro, que Massasoit enviaria seus aliados para fazer negociações pacíficas com Plymouth e que eles viriam em auxílio uns dos outros em tempo de guerra.


4. - Alguns Legados


Trabalho árduo. Os americanos não tiram muitas férias anuais. Tem fortes noções de autossuficiência e esperam pouco da assistência social governamental.

Bebidas: Leis que proíbem o consumo de álcool em bares para jovens de até 21 anos.

Religiosidade: Os americanos continuam a esperar que seus presidentes sejam homens de fé. Na verdade, nenhum ocupante da Casa Branca se identificou abertamente como ateu.

Busca do lucro: A motivação do lucro era forte entre os colonos, e com ela a crença de que a prosperidade era uma recompensa divina por seguir o caminho de Deus.

quadro da ceebração ao ar-livre de um culto de ação de graças. Mostra sa famílias sentadas ao redor de uma grande mesa e os indígenas sentados no chão ao redor
Celebração de Ação de Graças


Ação de Graças: Esse feriado decorre da celebração que marcou a primeira colheita em 1621, quando os colonos se reuniram com os nativos americanos Wampanaog. Foi registrado como um ato de coexistência pacífica, um banquete pacífico  que sugere que os índios americanos receberam os Padres Peregrinos de braços abertos.

fonte: Por Nick Bryant, BBC News, New York

5. A dura realidade para os nativos


Embora houvesse uma sensação de distensão naqueles primeiros anos - principalmente porque os Wampanoag estavam ansiosos para recrutar aliados contra uma tribo rival - ela logo mudou.

Os nativos americanos foram vítimas dos colonos; presa de grilagem de terras, exploração de seus recursos naturais e doenças mortais importadas da Europa, às quais eles não estavam imunes.

Todas essas tensões explodiram em uma série de guerras entre os habitantes indígenas da Nova Inglaterra e os colonos que roubaram suas terras.

Esta, então, é mais uma história de conflito do que colaboração, derramamento de sangue, não de fraternidade .


quadro de um encontro entre um conjunto de senhores estabelcidosnas terras com um conjunto de indígenas



Os feriados de Ação de Graças às vezes eram comemorados para celebrar as vitórias sobre os nativos americanos.

fonte: Por Nick Bryant BBC News, New York


6. - Hierarquia Cultural


Como o historiador David Silverman mostrou em seu livro, " Esta Terra é a Terra deles " , a ideia de que os Peregrinos foram os pais da América foi adotada pelos habitantes da Nova Inglaterra de no final do século 18, preocupados que sua influência cultural não fosse tão forte quanto deveria ser quando a primeira república tomou forma.

Depois disso, a primazia dos peregrinos e os mitos do Dia de Ação de Graças foram reutilizados sempre que os protestantes brancos sentiam que sua hegemonia estava ameaçada.

Isso foi especialmente verdadeiro no século 19, quando ondas de imigrantes europeus católicos e judeus desafiaram o domínio do protestantismo branco.

Os Pilgrim Fathers foram cooptados para afirmar o domínio da cultura WASP: branco, anglo-saxão e protestante. Eles foram usados ​​para estabelecer uma hierarquia cultural.

Esse domínio persiste até hoje.

fonte: Por Nick Bryant , BBC News, New York


7. - Escravidão


Assim como sua brutalidade tem sido tradicionalmente minimizada, a aceitação da escravidão pelos puritanos foi ignorada.

Os colonos não apenas importaram escravos africanos, mas exportaram nativos americanos. Na década de 1660, metade dos navios do porto de Boston estava envolvida no comércio de escravos. Pelo menos centenas de nativos americanos foram escravizados.

 quadro de um navio de escravos


A divisão racial tem sido a configuração padrão para a vida americana, e aqueles primeiros colonos brancos traçaram a linha de cores com o sangue nativo americano


fonte: Por Nick Bryant BBC News, New York


8. - Descendentes


E talvez o óbvio valha a pena notar de início: que os Pilgrim Fathers não devem ser confundidos com os Founding Fathers, os patriotas que lutaram contra os britânicos na guerra revolucionária, os visionários que em 1776 lançaram essa experiência turbulenta de democracia. 

George Washington não era um dos passageiros a bordo do Mayflower, um erro que foi cometido na ocasião, embora nove presidentes dos EUA possam rastrear suas linhagens até aqueles que fizeram a viagem, incluindo os Bushes e Franklin Delano Roosevelt.
foto colorizada de Franklin Delano Roosevelt
Franklin Delano Rooselvet


 Também é um erro ver a chegada do Mayflower como a primeira interação entre colonos brancos e nativos americanos.

O contato com os europeus durou pelo menos um século, em parte porque os comerciantes de escravos tinham nativos americanos em vista.

Quando os peregrinos chegaram à terra, alguns membros da tribo Wampanoag podiam até falar inglês.

fonte: Por Nick Bryant, BBC News, New York

9. - Referência


Nick Bryant, BBC News, New York

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

A História do Reino da Inglaterra, parte IV - Dinastia Stuart, guerra civil, revolução gloriosa

 I. - A Sucessão de Elizabeth I (1603)


Elizabeth l I morreu sem descendentes em 1603, sendo sucedida por seu primo, o rei Jaime VI da Escócia. A partir de então, a casa de Stuart reinou na Inglaterra em uma união pessoal com a Escócia e Irlanda, conhecida como União das Coroas, sucedendo a dinastia Tudor. 

quadro da rainha Elizabeth I
Elizabeth I
Uma longa disputa com Maria Stuart da Escócia, pela sucessão do trono da Inglaterra, havia atormentado todo o reinado de Elizabeth I. 
Em 1571, um plano para colocar Maria Stuart no trono, com apoio da Espanha, para restaurar o catolicismo, foi descoberto e seus idealizadores executados. Uma nova conspiração católica contra Isabel (Elizabeth I) que pretendia assassinar a rainha e coroar Maria Stuart foi descoberta em 1586 e terminou com a execução da prima de Elizabeth.

Maria Stuart viveu a maior parte da sua infância na França, enquanto a Escócia era governada por regentes. Posteriormente casou-se com  Francisco II que tornou-se rei da França mas morreu com um ano de reinado. Por isso a Escócia era uma ameaça constante para a Inglaterra, por causa da simpatia com a França e com a continuação do catolicismo, que fazia frente ao protestantismo da religião inglesa.

Maria Stuart


Após sua volta para a Escócia em agosto de 1561, Maria Stuart casou-se quatro anos depois com seu primo Henrique Stuart, Lorde Darnley, porém a união era infeliz. A sua residência foi destruída em fevereiro de 1567 numa explosão, com Henrique sendo encontrado morto no jardim.

Quadro de Maria Stuart  rainha da Escócia
Maria Stuart, rainha da Escócia

Acreditava-se que Jaime Hepburn, 4º Conde de Bothwell, havia orquestrado a morte de Henrique Stuart, porém ele foi absolvido das acusações em abril de 1567 e casou-se com Maria no mês seguinte. Após um levante contra o casal, ela foi aprisionada no Castelo de Lochleven. 

Maria foi forçada a abdicar em 24 de julho em favor de seu filho com Henrique, Jaime, até então com apenas um ano de idade. Depois de uma tentativa mal-sucedida de reconquistar o trono, ela fugiu procurando a proteção de sua prima, a rainha Isabel I de Inglaterra

Maria anteriormente havia reivindicado o trono de Isabel para si mesma, e foi considerada como a legítima soberana da Inglaterra por católicos ingleses, incluindo os participantes da rebelião conhecida como Rebelião do Norte. Vendo-a como uma ameaça, Isabel a aprisionou em vários castelos e mansões no interior do país. Depois de dezoito anos e meio, Maria foi condenada por tramar o assassinato de Isabel, sendo decapitada em 1587 aos 44 anos de idade.

Filme sobre o período: Duas Rainhas (Mary Stuart, Queen of Scots)

Estrelando: 
  • Saoirse Ronan como Mary I, rainha da Escócia e prima de Elizabeth I.
  • Margot Robbie como Elizabeth I, rainha da Inglaterra e da Irlanda e prima de Mary. 




II. - A dinastia Stuart (1603 a 1649) e (1660 a 1689)


Jaime I (1603 a 1625)


Jaime I assumiu o trono a partir de 1603 até a sua morte em 1625. Ele já havia assumido o reino da Escócia em 1583. Os dois reinos eram estados soberanos individuais, cada um com seu próprio parlamento, sistema judiciário e leis, governados por Jaime em união pessoal, no período conhecido como Era jacobita, em sua homenagem. 

quadro do Rei Jaime VI da Escócia e  Jaime I da Inglaterra
Jaime VI da Escócia e I da Inglaterra

Após a União das Coroas, ele passou a viver na Inglaterra, voltando para a Escócia apenas em 1617 e se intitulando "Rei da Grã-Bretanha e Irlanda". Jaime foi um grande defensor de um parlamento único para a Inglaterra e Escócia. Durante seu reinado, começaram o Plantation de Ulster e a colonização britânica da América.


emblema heráldico de Jaime I com a rosa de Tudor cortada e montada com outra metade do cardo escocê e encimado pela coroa

A União das Coroas foi simbolizada no emblema heráldico de Jaime I, com a rosa de Tudor cortada na metade pelo cardo escocês e encimados pela coroa.

Os Stuarts após Jaime I


Sob os Stuarts, o reino acabou mergulhando em um guerra civil, que culminou na execução de Carlos I em 1649.  A monarquia retornou em 1660 após uma breve república, mas a guerra civil estabeleceu que um monarca inglês não podia governar sem o consentimento do parlamento, embora esta concepção tenha ganho estabilidade apenas como parte da Revolução Gloriosa em 1688. A partir deste momento o Reino da Inglaterra, bem como os seus estados sucessores, funcionou efetivamente como uma monarquia constitucional. 

A revolução assegurou que para alguém poder suceder ao trono não poderia ser católico romano, lei que prevalece até hoje. Em maio de 1707, a rainha Ana assinou o tratado de união, unindo os reinos da Inglaterra e Escócia, formando o Reino da Grã-Bretanha, ainda em união pessoal com a Irlanda.

Carlos I - O litigante (1625 a 1649)


Carlos I foi o Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 1625 até sua execução. Era o segundo filho do rei Jaime VI da Escócia e sua esposa Ana da Dinamarca; Ele se tornou herdeiro aparente, quando seu irmão Henrique Frederico morreu. 

quadro do Rei Carlos I, o briguento
Rei Charles I
Depois de sua sucessão, Carlos começou uma luta pelo poder contra o parlamento inglês, tentando obter aumento de orçamento e receita, enquanto o parlamento tentava restringir sua prerrogativa real. Ele acreditava no direito divino dos reis e achou que podia governar de acordo com sua consciência. 

Muitos de seus súditos eram contra suas políticas, particularmente suas interferências nas igrejas inglesa e escocesa e o aumento de impostos sem o consentimento parlamentar, vendo suas ações como de um monarca absoluto tirano.

As políticas religiosas de Carlos, junto com seu casamento com uma católica, geraram antipatia e desconfiança entre grupos reformistas como os puritanos e calvinistas, que o viam como muito católico. 

A partir de 1641, Carlos lutou contra as forças dos dois parlamentos na Guerra Civil Inglesa. Depois de ser derrotado em 1645, ele se entregou para forças escocesas que o entregaram para o parlamento inglês. 

Carlos se recusou a aceitar as exigências de uma monarquia constitucional protestante e temporariamente fugiu em novembro de 1647. Recapturado na Ilha de Wight, ele criou uma aliança com a Escócia, porém o Exército Novo de Oliver Cromwell consolidou seu controle da Inglaterra no final de 1648. 

Carlos foi julgado, condenado e executado por traição em janeiro de 1649. A monarquia foi abolida e uma república foi declarada. O Interregnum inglês terminou em 1660 e a monarquia foi restaurada com seu filho Carlos II.


III. - Guerra Civil Inglesa (1642 a 1649) 


A Guerra Civil Inglesa, que aconteceu durante a Revolução Inglesa, foi uma guerra civil entre os partidários do rei Carlos I da Inglaterra e do Parlamento, liderado por Oliver Cromwell. Começou em 1642 e acabou com a condenação à morte de Carlos I, em 1649.

quadro de batalha da guerra civil inglesa

Antes da guerra civil, o parlamento não era um órgão permanente da política inglesa, mas uma assembleia temporária e aconselhadora. O monarca inglês podia ordenar a sua dissolução. O parlamento era composto por representantes da pequena nobreza e tinha o cargo de recolher os impostos e taxas do rei. O rei recebia os avisos do parlamento por intermédio dos chamados Bill of Rights (Declaração de Direitos), todavia o rei não tinha obrigação de segui-los.

Antes da revolução, o poder do rei era absolutista, uma vez que contestá-lo era um sacrilégio. Depois da revolução, o poder do rei se viu reduzido, onde o rei existe e reina, mas não governa, quem governa é o Primeiro-Ministro, através do parlamento.

quadro com o cavaleiro ferido
The wounded cavalier (o cavaleiro ferido), William Shakeaspeare Burton, 1855


Durante uma década, Carlos I da Inglaterra reinou sem parlamento. Essa política revelou-se desastrosa, particularmente quando foi declarada a Guerra dos bispos entre 1639 e 1640 contra os escoceses.

No início do conflito, a Marinha Real Britânica e a maioria das cidades inglesas apoiaram o parlamento, o rei encontrou partidários nas zonas rurais; porém, a maior parte do país se encontrava neutra. Cada adversário conseguiu juntar 15 mil homens. Os defensores do rei combateram para uma Igreja e um poder tradicional. Os partidários do Parlamento defenderam reformas na religião, na política econômica e na repartição dos poderes.

O parlamento tinha a vantagem de ter ao seu lado as grandes cidades que abrigavam grandes arsenais como Londres e Kingston upon Hull. A primeira batalha foi uma vitória do parlamento em Hull em julho. Em seguida a batalha de Edgehill foi vencida pelos partidários do rei em 23 de outubro de 1642. 

Derrotado em Turnham Green, Carlos I fugiu para Oxford, sua principal base para o resto da guerra. Em 1643, os monarquistas venceram as batalhas de Adwalton Moor, Lansdowne, Roundway Down e controlaram Yorkshire e Bristol. Entretanto, Oliver Cromwell criou os "Ironsides", que permitiram a vitória em Gainsborough em Julho.

Filme sobre o período: Morte ao Rei (To kill a king)

A Inglaterra está em ruínas. A Guerra Civil Inglesa que dividia o país terminara. Os puritanos derrubaram o rei Carlos 1º. Surgem dois heróis após a guerra: Lorde General Thomas Fairfaix e o sub-General Oliver Cromwell. A missão de ambos é unir e reformar o país.

Atores: Tim Roth (Oliver Cromwell) e Rupert Everett (rei Carlos I).




IV. Antecedentes (governo pelo parlamento 1649 a 1653)



Antes da criação do Protectorado, a Inglaterra (e posteriormente a Escócia e a Irlanda) tinha sido governada directamente pelo Parlamento desde a instauração da Commonwealth da Inglaterra em 1649, após o início das hostilidade que desencadearam a Guerra civil inglesa. Em abril de 1653, o Rump Parliament (em português, 'parlamento manco') foi dissolvido à força, pelo exército de Oliver Cromwell, impulsionado pela percepção da ineficácia do governo e falta de soluções para vários problemas


V. - Oliver Cromwell e o período do "Protetorado" (1653 a 1660)



quadro com busto de Oliver  Cromwell
Oliver Cromwell, foi um militar e líder político inglês e, mais tarde, Lorde Protetor. Nasceu no seio da nobreza rural, os primeiros quarenta anos da sua vida são pouco conhecidos. Após passar por uma conversão religiosa na década de 1630, Cromwell tornou-se um puritano independente, assumindo uma posição, no geral, tolerante, face aos protestantes do seu tempo. Um homem intensamente religioso - auto-denominado de Moisés puritano — ele acreditava profundamente que Deus era o seu guia nas suas vitórias.

Cromwell foi eleito membro do parlamento pelo círculo eleitoral de Huntingdon em 1628, e por Cambridge, no Pequeno (1640) e Longo Parlamentos (1640–49). Participou na Guerra civil inglesa, ao lado dos Parlamentaristas. Chamado de "Old Ironsides", foi rapidamente promovido da liderança de uma simples tropa de cavalaria para um dos comandantes principais do New Model Army, onde desempenhou um papel de destaque na derrota das forças realistas. 

Foi um dos signatários da sentença de morte do rei Carlos I em 1649, e, como membro do Rump Parliament (1649–53), dominou a Comunidade da Inglaterra. Foi escolhido para assumir o comando da campanha inglesa na Irlanda durante 1649–50. As suas forças derrotaram a coligação entre os Confederados e os Realistas, e ocuparam o país – terminando, assim, com as Guerras confederadas irlandesas. 

Protetorado de Oliver Cromwell (1653 a 1659)


Na história da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, dá-se o nome de Protetorado ou Ditadura Cromwell ou, ainda, República Puritana ao período de 1653 a 1659, quando o governo da Comunidade da Inglaterra (que incluía também a Escócia e a Irlanda) foi exercido por um Lorde Protetor.

Nomeação


Depois da dissolução, o general John Lambert apresentou uma nova constituição conhecida como Instrumento de Governo. Essa constituição nomeava Cromwell como Lorde Protetor vitalício, sendo "a cabeça da magistratura e da administração de governo". Através desse cargo tinha o poder de convocatória e de dissolução dos parlamentos, mas a obrigação, no respeito da constituição, de procurar obter o voto da maioria do Conselho de Estado.

Por não concordar com um projecto de lei elaborado pelo Parlamento, Cromwell dissolve-o em 22 de janeiro de 1655. Depois de um levante dirigido por John Penruddock, um monarquista, Cromwell (influenciado por Lambert) divide a Inglaterra em distritos governados por militares, os quais foram designados por ele próprio. Os generais não apenas supervisionavam as forças das milícias e a segurança mas também recolhiam os impostos que garantiam o governo da nação.

Política Externa


Durante este período, Cromwell consegue finalizar a Primeira Guerra Anglo-holandesa, que tinha começado no ano de 1652, contra a República das Sete Províncias Unidas graças ao esforço empreendido pelo almirante Robert Blake em 1654. Graças a esta vitória, o comércio inglês consegue derrotar o holandês e os britânicos convertem-se nos seus líderes mundiais

Estando consciente da ajuda prestada pela comunidade judaica acedeu a dar maior tolerância para o culto privado do judaísmo e permitiu o regresso dos judeus 350 anos depois da expulsão decretada por Eduardo I de Inglaterra.


Protetor ou Rei ?


Oliver Cromwell no papel de Lorde Protetor converte-se na prática em "rei de uma república" segundo os historiadores atuais, sendo realmente um governo próximo de uma ditadura.

Em 1657, foi oferecida a Cromwell a coroa real pelo Parlamento como parte de um acordo de revisão constitucional, o que lhe colocou um dilema, já que ele fora "instrumental" na abolição da monarquia. Cromwell hesitou durante seis semanas em relação a esta "oferta". Era atraído pela estabilidade que esta solução traria, mas num discurso datado de 13 de Abril de 1657 foi claro a referir que a providência divina falara contra o cargo de rei: «Não procurarei tomar o que a Providência destruiu e deixou em pó, e não reconstruirei Jericó de novo».

Cromwell faleceu em 1658 acometido de malária e cálculo renal: "m ataque repentino das febres provocadas pela malária, seguido imediatamente por um ataque com sintomas próprios de "stones". Depois da sua morte, em 3 de Setembro de 1658 (no aniversário das suas grandes vitórias em Dunbar e Worcester), foi sucedido pelo seu filho Richard Cromwell, mas este não conseguiu manter-se com o controlo absoluto do poder para estabilizar o país, abdicando em Maio de 1659.

Richard Cromwell (1659 a 1660)


Filho de Oliver Cromwell, sucede o pai, como Lorde Protetor da Inglaterra enquanto República. Mas Richard Cromwell não era um líder hábil como seu pai, não tinha a confiança do exército e não conseguiu se manter no poder por mais que dezessete ou dezoito meses. 

Um novo Parlamento, eleito (em 1660), decide  pela restauração da monarquia dos Stuarts

Filme sobre o período: Cromwell

No filme de Ken Hughes, Cromwell é personificado por Richard Harris e Sir Alec Guinness interpreta o rei Jaime.




VI. - Restauração (1660 a 1688)



A Restauração da monarquia inglesa teve seu início em 1660 quando as monarquias inglesa, escocesa e irlandesa foram todas restauradas sob o domínio de Carlos II, após o interregno inglês que se seguiu à Guerra Civil Inglesa.

Após a morte de Oliver Cromwell, o seu filho Richard Cromwell assumiu a função de lorde  protetor, mas ele não tinha as mesmas habilidades políticas do pai e o respaldo para conduzir o governo e porisso caiu após dezoito meses na chefia do governo.

A Restauração da monarquia Stuart nos reinos da Inglaterra, Escócia e Irlanda ocorreu em 1660, quando Carlos, filho mais velho de Carlos I (executado durante a Revolução Inglesa), retornou de seu exílio na França, após receber um convite do Parlamento Inglês para assumir o trono

O termo Restauração é utilizado para definir os anos em que Carlos II (de 1660 a 1685) e seu irmão Jaime II (de 1685 a 1688) reinaram. 

Carlos II (1660 a 1685)


Em 29 de maio de 1660, no seu aniversário de trinta anos, Carlos II foi recebido em Londres com grande aclamação pública. Depois disso, todos os documentos legais foram datados como se ele tivesse sucedido seu pai em 1649.

quadro com pintura de Charles II
Charles II
O parlamento inglês aprovou leis conhecidas como o Código Clarendon, criado para fortalecer a posição da restabelecida Igreja Anglicana. Ele concordou com o código, mesmo sendo a favor de uma política de tolerância religiosa.

Em 1679, as revelações de Tito Oates sobre um suposto "Complô Papista" iniciaram a Crise da Exclusão quando se descobriu que o irmão do rei, Jaime, Duque de Iorque e Albany, era um católico. 

Carlos II se aliou aos Tories e, após a descoberta de uma conspiração para matá-lo junto com o irmão em 1683, alguns líderes Whigs foram mortos ou exilados. Carlos II dissolveu o parlamento em 1681, reinando sozinho até morrer em 1685

Não teve nenhum filho com sua esposa Catarina de Bragança, apesar de ter reconhecido vários ilegítimos, sendo assim sucedido por seu irmão Jaime.

Obs: Tory ou tóri é um antigo partido de tendência conservadora do Reino Unido, que reunia a aristocracia britânica. No princípio, tinha conotações depreciativas, já que procede da palavra irlandesa thairide ou tóraighe, que significava bandoleiro.


Jaime II (1685 a 1689)


O catolicismo de Jaime foi descoberto em 1678 e ele foi forçado a fugir do país depois da resultante onda de histeria anticatólica, porém sua imagem foi restaurada alguns anos depois com a revelação de uma conspiração para assassinar ele o rei.

quadro com pintura de Jaime II
Carlos nunca teve filhos legítimos e assim Jaime ascendeu ao trono após a morte do irmão. No entanto, membros da elite política e religiosa anglicana suspeitavam cada vez mais que Jaime era pró-francês e pró-católico e também tramava se tornar um monarca absoluto.

Essa tensão fez o reinado de quatro anos de Jaime uma disputa pela supremacia entre o parlamento e a coroa, resultando na sua deposição, na aprovação da Declaração de Direitos de 1689 e a posterior sucessão hanoveriana.


As tensões explodiram com o nascimento de seu herdeiro católico Jaime Francisco Eduardo e vários nobres convidaram seu genro e sobrinho protestante Guilherme III, Príncipe de Orange, para invadir a Inglaterra com um exército. 

Guilherme era filho de Maria I, Princesa Real, filha do rei Carlos I da Inglaterra e irmã de Jaime II. Maria II era filha de Jaime II e prima de Guilherme de Orange, os dois se casaram em 1677.



VII. - Revolução Gloriosa (1688 e 1689) e Declaração de Direitos (1689)


O período da Restauração teve fim com a invasão do holandês Guilherme de Orange (vale do ródano, sul da frança), que iniciou a chamada Revolução Gloriosa, a convite de líderes do Parlamento. Maria, filha de Jaime II, assume o trono e se casa com Guilherme, dando continuidade à Dinastia, entretanto, com um novo sistema de governo.

Guilherme III preparou uma invasão, desembarcando no oeste do país com seu exército no mesmo ano, mas não encontrou muita resistência, uma vez que houve muita deserção no exército de Jaime II.

quadro mostrando o embarque do Príncipe Guilherme em navio com destino À Inglaterrs
Embarque do Príncipe Guilherme 

Jaime II respondeu a situação voltando atrás em suas ações, alegando que os católicos continuariam a ser impedidos de terem uma cadeira na Câmara dos Comuns, colocando um protestante no comando da frota. Também anulou todos os alvarás feitos desde 1679, aboliu a Comissão eclesiástica e alguns tenentes-mor papistas foram tirados de seus postos. Entretanto, era tarde demais.

Declaração de Direitos



Por receio de um aumento no poder do rei, o Parlamento fez um conjunto de demandas que o limitava. Maria II e Guilherme III, antes de serem coroados tiveram que aceitar a Declaração para que o Parlamento os apoiassem, importante fator para um monarca recém coroado na Inglaterra. Os dois foram declarados monarcas conjuntos em abril de 1689.

Anexada ao atualmente conhecido como Bill of Rights, um Ato do Parlamento, a Declaração de Direitos não só limitou os poderes do monarca, mas também determinou certas leis civis, liberdade de expressão e especifica o funcionamento do Parlamento, e o sucessor da Coroa Britânica.

desenho antigo mostrando o parlamento inglês antes do incendio de 1834
Casa do Parlamento, antes do incêndio de 1834

A Declaração de Direitos assegurava antigos direitos, como a supremacia do Parlamento ilustrada nas Dezenove Proposições de 1942, mas trata-se de um documento radical, pois reconfigurava a monarquia inglesa.

Síntese

O Ato afirmou "certos antigos direitos e liberdades" declarando:

  • o poder de suspender e alterar leis sem consentimento com o Parlamento é suspenso, sendo considerado ilegal;
  • aumentar impostos sem consentimento do Parlamento é ilegal;
  • manter um exército em tempos de paz, sem o consentimento do Parlamento é considerado ilegal;
  • os protestantes devem ter direito à arma para sua proteção;
  • as eleições do Parlamento devem ser livres;
  • o debate e a liberdade de expressão no Parlamento não devem ser impedidos ou questionados, mesmo fora do Parlamento;
  • para preservação das leis, manutenção do poder do Parlamento e resolução de queixas, seções do Parlamento devem ser frequentes.
quadro mostra o Príncipe Guilherme aceitando a declaração de direitos
Princípe Guilherme aceitando a declaração de direitos



VIII - Guilherme de Orange e Maria II (1689 a 1702)


Guilherme de Orange era o Príncipe de Orange e "estatuder" (cargo político com funções executivas) da Holanda, Zelândia, Utreque, Guéldria e Overissel da República dos Países Baixos.

Guilherme e Maria foram coroados na Abadia de Westminster em 11 de abril de 1689 por Henrique Compton, Bispo de Londres. Normalmente, a coroação é realizada pelo Arcebispo da Cantuária, porém o arcebispo da época Guilherme Sancroft se recusou a aceitar a remoção de Jaime. 

quadro mostrando Guilherme de Orange e Maria coroados como reis da Inglaterra e Escócia. O quadro mostra os dois arrodeados de anjos
Guilherme e Maria coroados como reis da Inglaterra e Escócia

Guilherme também convocou o parlamento escocês, que se reuniu em 14 de março, e enviou uma carta conciliatória, enquanto Jaime enviou ordens arrogantes e intransigentes que ajudaram a maioria dos parlamentares a apoiar Guilherme. No mesmo dia da coroação inglesa os escoceses declararam que Jaime não era mais o Rei da Escócia.  A coroa foi oferecida a Guilherme e Maria, que aceitaram em 11 de maio.

IX - Rainha Ana da Grã Bretanha (ùltima Stuart), 1702 a 1714

Ana, filha de Jaime II, foi a Rainha da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 8 de março de 1702 até 1 de maio de 1707, quando uniu a Inglaterra e a Escócia em um único estado soberano, o Reino da Grã-Bretanha, com o Tratado de União

Ela continuou a reinar como a Rainha da Grã-Bretanha e Irlanda até sua morte em 1714, e foi a última monarca da Casa de Stuart.

quadro mostrando a Rainha Ana   de pé com um vestido dourado
Rainha Ana, da Grã Bretanha

Como rainha, ela favorecia os moderados políticos tories, que estavam mais inclinados em partilhar suas visões religiosas que os oponentes whigs. Os whigs ficaram mais poderosos no decorrer da Guerra da Sucessão Espanhola; Ana retirou vários do cargo em 1710. Sua amizade com Sara Churchill, Duquesa de Marlborough, foi-se desfazendo por diferenças políticas.

Ana sofreu de saúde ruim por toda sua vida, tendo ficado cada vez mais manca e corpulenta a partir dos trinta anos de idade. Apesar de ter ficado grávida dezessete vezes do seu marido, o príncipe Jorge da Dinamarca, morreu sem deixar nenhum herdeiro. 

Sob os termos do Decreto de Estabelecimento de 1701, Ana foi sucedida por seu primo, Jorge I da Casa de Hanôver, que era descendente dos Stuart através de sua avó materna Isabel da Boêmia, filha de Jaime VI & I.

Whigs:


Os Whigs eram uma facção política e depois um partido político nos parlamentos da Inglaterra , Escócia , Grã-Bretanha , Irlanda e Reino Unido . Entre as décadas de 1680 e 1850, os Whigs disputaram o poder com seus rivais, os Conservadores . Em 1912, os remanescentes do Partido Whig se fundiriam com seus antigos rivais conservadores, para se tornar o moderno Partido Conservador (Reino Unido) .

quadro mostrando a facção política Wigg

Obs: O Whig Party, era o partido que reunia as tendências liberais no Reino Unido, e contrapunha-se ao Tory Party, de linha conservadora.

Arquitetura no tempo dos Stuarts - Catedral de São Paulo (1666 a 1710)



A atual catedral de São Paulo, datada do final do século 17, foi projetada no estilo barroco inglês porSir Christopher Wren . Sua construção, concluída durante a vida de Wren, fazia parte de um grande programa de reconstrução na cidade após o Grande Incêndio de Londres . A catedral anteriormente gótica ( Antiga Catedral de São Paulo ), em grande parte destruída no Grande Incêndio, foi um foco central para Londres medieval e moderna.

foto da fachada da Catedral de São Paulo em Londres
foto de Bernanrd Gagnon em wikipedia, licença GNU   https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9b/Cath%C3%A9drale_St-Paul_-_entr%C3%A9e_principale.jpg

A catedral é um dos pontos turísticos mais famosos e reconhecidos de Londres. Sua cúpula, emoldurada pelas torres das igrejas de Wren's City, dominou o horizonte por mais de 300 anos. Com 111 m de altura, foi o edifício mais alto de Londres de 1710 a 1963.

A Catedral foi consagrada em 1697 e concluída em 1710.

O grande incêndio de Londres - 1666


O grande incêndio de Londres foi uma das maiores catástrofes da capital inglesa, tendo destruído as partes centrais da cidade de 2 de setembro a 5 de setembro de 1666. O incêndio ameaçou destruir o distrito de Westminster, o Palácio de Whitehall e alguns subúrbios, mas não chegou a destruí-las. Destruiu 13.200 casas, 87 igrejas, a Catedral de St. Paul e 44 prédios públicos. Entretanto, acredita-se que poucas pessoas morreram. Os registros da época computaram um total de 100 mil desabrigados e nove óbitos.

X. - Referências


Wikipédia: Dinastia Stuart, Todos os reis da Inglaterra no período Stuart, Mary Stuart, guerra civil inglesa, revolução gloriosa, Guilherme de orange, Declaração de Direitos.