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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Músicas do Ceará - Terral e outras

1. - Músicas do Ceará


Dando sequência a publicação de músicas que representam os estados do Brasil, chegamos agora ao Ceará. Pela abundância, não conseguimos selecionar apenas uma e por isso colocamos cinco delas. As músicas que caracterizam o Ceará falam de suas belas praias, da seca no sertão ou de bairros como o  Aldeota em Fortaleza. É a partir daí que começamos:

Praias do Ceará: Jericoacoara / Canoa Quebrada / Morro Branco / Cumbuco / Futuro / Meireles / Mucuripe.

Cantores populares: Fagner, Belchior, Ednardo, Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga, ...,.



foto da praia de Jericoacoara
Praia de Jericoacoara - foto HistoriacomGosto


Patativa do Assaré (pequena lembrança ao artista cearense)


Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré, 5 de março de 1909 — Assaré, 8 de julho de 2002), foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.

Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego do olho direito por causa de uma doença. Com a morte de seu pai, quando tinha oito anos de idade, passou a ajudar sua família no cultivo das terras. Aos doze anos, frequentava a escola local, em qual foi alfabetizado, por apenas alguns meses. A partir dessa época, começou a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por volta dos vinte anos recebeu o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto dessa ave.

Indo constantemente à Feira do Crato onde participava do programa da Rádio Araripe, declamando seus poemas. Numa destas ocasiões é ouvido por José Arraes de Alencar que, convencido de seu potencial, lhe dá o apoio e o incentivo para a publicação de seu primeiro livro, Inspiração Nordestina, de 1956.

Poema

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.
(Patativa do Assaré)


 foto da paraia de Canoa Quebrada
Canoa Quebrada - Foto HistoriacomGosto

2. Músicas escolhidas


Difícil escolher músicas do Ceará. Selecionamos Terral do Ednardo, Velas do Mucuripe com Fagner, Súplica cearense com Luiz Gonzaga, Prece ao Vento de Lcyr Pires e Gilvan Chaves, e Vaca estrela e Boi Fubá com Patativa do Assaré.

2.1 - Terral

Uma música que fala das dunas brancas das praias como Morro Branco, Jericoacoara, da praia do futuro e do bairro da Aldeota, é muito cearense. Por isso essa música de Ednardo é um pequeno hino do Ceará.

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Eu venho das dunas brancas
Onde eu queria ficar
Deitando os olhos cansados
Por onde a vida alcançar
Meu céu é pleno de paz
Sem chaminés ou fumaça
No peito enganos mil
Na Terra é pleno abril
Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho o sol e areia
Eu sou da América, sul da América, South America
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará

Aldeia, Aldeota, estou batendo na porta prá lhe aperriá
Prá lhe aperriá, prá lhe aperriá
Eu sou a nata do lixo, eu sou o luxo da aldeia, eu sou do Ceará
A Praia do Futuro, o farol velho e o novo são os olhos do mar
São os olhos do mar, são os olhos do mar
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou
Luzindo na madrugada, braços, corpos suados, na praia falando amor



Em meu estoque de propósitos não está disponível vender o que não ofereço, nem existe vaga para compradores de meus sonhos. Acho que caminho à minha própria luz e não está em minhas preocupações obter massificação ao custo da integridade artística ou do que possa aviltar aquilo em que acreditoEdnardo


2.2. - Velas do Mucuripe (Belchior / Fagner)


Mucuripe é uma praia de Fortaleza, que é a continuação da Praia do Meireles. Fica na avenida Beira-Mar da cidade. Na praia do Mucuripe existem diversas jangadas turísticas espalhadas que são de fato utilizadas como meio de vida pra diversas famílias de pescadores. No final da avenida beira-mar, encontra-se o mercado de peixes e frutos do mar, e também existem diverso restaurante de frutos do mar. 

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As velas do Mucuripe vão sair para pescar
Vou mandar as minhas magoas
 Pras águas fundas do mar
 Hoje a noite namorar, sem ter medo da saudade
 Sem vontade de casar

Calca nova de riscado
 Paletó de linho branco
 Que ate o mês passado
 La no campo ainda era flor
 Sob o meu chapéu quebrado
 O sorriso ingênuo e franco
 De um rapaz novo encantado
 Com vinte anos de amor

Aquela estrela é dela
 Vida,vento,vela,leva-me daqui 





2.3. - Súplica Cearense - Luiz Gonzaga

Essa música trata da realidade da seca nordestina e do drama do povo rezando para obter um pouco de chuva. O nordestino acima de tudo sempre foi crente na misericórdia de Deus. Essa súplica revela o desespero de uma seca prolongada.  

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Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará




2.4. - Prece ao Vento

Essa canção embora seja de um artista pernambucano, lembro dela pois minha mãe cantava muito quando mudou-se do Ceará para a Paraíba. Então em sua homenagem coloco-a aqui.


"Prece ao Vento é uma melodia do consagrado pianista Alcyr Pires Vermelho que recebeu letra de Gilvan Chaves e Fernando Luiz da Câmara Cascudo, filho do renomado folclorista potiguar. Por muito tempo a música Prece ao Vento foi confundida com as canções praieiras de Dorival Caymmi tal a semelhança de estilo.

Gilvan Chaves a gravou acompanhado somente do seu violão e de uma leve percussão e depois disso ninguém conseguiu regravá-la tão bem quanto ele. Nem mesmo Elizeth Cardoso e o Quinteto Violado. Como eu consegui convertê-la para o formato digital a partir de um vinil já meio estragado pela ação do tempo, a qualidade do som não está muito boa. Mas dá muito bem para se perceber tanto a beleza da música quanto da interpretação”.




2.5. - Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré)



"A Literatura de Cordel é uma manifestação literária da cultura popular brasileira. Foi introduzida no Brasil pelos portugueses no fim do século XVIII. Manifestou-se com força entre 1930 e 1960 como criar um blog consolidando-se sendo tradicionalmente na cultura nordestina. Nas escolas faz-se necessário introduzir este assunto para que os discentes possam reconhecer a importância desta manifestação literária como Patrimônio Histórico Cultural do povo brasileiro." https://www.pedagogaandreaeduca.com.br/2012/01/literatura-de-cordel-vaca-estrela-e-boi.html




3. - Referências