I - A música popular de Minas Gerais
A música se faz presente em Minas Gerais desde o período colonial. Os primeiros instrumentos musicais a adentrarem o estado foram trazidos pela Companhia de Jesus na segunda metade do século XVI, com objetivo de converterem os indígenas aos costumes europeus, difundindo a música barroca. Por décadas, os jesuítas foram responsáveis tanto pelo ensinamento da gramática e do latim quanto pela alfabetização musical nas escolas.
No século XVIII, destacou-se a obra barroca de Lobo de Mesquita. A partir do século XIX, as bandas de música se desenvolvem a ponto de serem hoje um dos marcos de identidade cultural do estado. Na primeira metade do século XX, destacam-se o samba, a bossa nova, o chorinho e as marchinhas com os compositores Ary Barroso, de Ubá, e Ataulfo Alves, de Miraí.
Na década de 1970, surge em Belo Horizonte o movimento Clube da Esquina, cujas maiores influências eram a bossa nova e os Beatles. Na década de 80, destacaram-se mundialmente Sepultura e Sarcófago e na década de 90, surgem Skank, Jota Quest, Pato Fu e Tianastácia. Às primeiras décadas do século XXI, surgem artistas musicais como César Menotti & Fabiano e Paula Fernandes. (Wikipedia: Musica popular mineira)
II - Clube da Esquina
Clube da Esquina surgiu da grande amizade entre Milton Nascimento, e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), no bairro de Santa Tereza, Belo Horizonte, em 1963, depois que Milton chegou à capital para estudar e trabalhar. Milton acabara de chegar de Três Pontas, cidade onde morava a família e onde tocava na banda W's Boys com o pianista Wagner Tiso; com Marilton foi tocar na noite, no grupo Evolusamba. Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento, pondo o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira e ao ter uma de suas composições, "Canção do sal", gravada pela então novata Elis Regina
O nome Clube da Esquina
Fãs dos Beatles e The Platters novos integrantes vieram juntar-se: Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Beto Guedes e os letristas Fernando Brant e Ronaldo Bastos.
O nome do grupo foi ideia de Márcio que ao ouvir a mãe perguntar dos filhos, ouvia a mesma resposta: "Estão lá na esquina, cantando e tocando violão." Outra versão dada por Lô Borges nos "bastidores" do seu DVD "INTIMIDADE" de 2008, diz que o nome "Clube da Esquina" se deu por acaso, quando um amigo abonado, passando de carro pela esquina onde ele e os amigos se reuniam, resolveu convidá-los para seguir com ele para um clube onde a rapaziada mais abastada costumava se divertir. Como a condição econômica deles não permitia frequentar clubes, um deles respondeu: "Nosso clube é aqui, na esquina!";
Principais integrantes do Clube da Esquina:
Flávio Venturini, Vermelho, Tavinho Moura, Toninho Horta, Lô Borges, Márcio Borges, Fernando Brant, Beto Guedes, Wagner Tiso e Milton Nascimento, Ronaldo Bastos.
III - Músicas representativas dos integrantes do Clube da Esquina
a) Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant)
Miton Nascimento é carioca de nascmento e mineiro de coração. Veio a tornar-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967.
Na pensão onde foi morar na capital mineira, no Edifício Levy, Milton conheceu os irmãos Borges, Marilton , Lô e Márcio. Dos encontros na esquina das ruas Divinópolis com Paraisópolis, no tradicional bairro belorizontino de Santa Tereza, surgiram os acordes e letras de canções como "Cravo e Canela", "Alunar", "Para Lennon e McCartney", "Trem Azul", "Nada Será Como Antes", "Estrelas", "São Vicente" e "Cais".
Teve como parceiros e músicos que regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Simone e Elis Regina. Já recebeu 5 prêmios Grammy. Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997. Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
Fernando Brant, é mineiro, sua entrada no ramo musical foi em 1966, quando Nascimento o convidou para colocar, pela primeira vez, letra em uma melodia. O resultado foi "Travessia", inspirada na obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
b) Um girassol da Côr dos seus Cabelos (Lô Borges)
Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges nasceu em Belo Horizonte, 10 de janeiro de 1952. Entre suas composições mais famosas destacam-se, entre outras, "Paisagem da Janela", "Um girassol da côr dos seus cabelos","Para Lennon e McCartney", "Clube da Esquina n.º 2" e "O Trem Azul".
É considerado um dos compositores mais influentes da música brasileira, tendo sido gravado por Elis Regina, Milton Nascimento, Flávio Venturini, Beto Guedes, Nenhum de Nós, Ira!, 14 Bis, Skank, Nando Reis, entre outros.
c) Amor de Índio (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)
Beto Guedes é mineiro e desde a adolescência tocava em bandas. Aos 18 anos participou do V Festival Internacional da Canção, com sua composição Feira Moderna, em parceria com Fernando Brant. Tendo a música mineira como uma de suas principais influências (ao lado do rock dos anos 1960 e dos choros que o pai seresteiro compunha), participou ativamente do Clube da Esquina
d) Manoel Audaz (Toninho Horta / Fernando Brant)
Toninho Horta é um compositor, arranjador, produtor musical e guitarrista mineiro. Foi escolhido como o 5º melhor guitarrista do mundo pela revista britânica "Melody Maker" em 1977 e 7º melhor guitarrista em 1978, pela mesma revista. Em 2012, foi incluído na lista dos 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão da revista Rolling Stone Brasil.
Por seu talento extraordinário, Toninho tocou com músicos renomados do jazz mundial, como Sergio Mendes, Gil Evans, Flora Purim, Astrud Gilberto, Naná Vasconcelos, Paquito De Rivera, Airto Moreira, Wayne Shorter, Eliane Elias, Herbie Hancock, Keith Jarrett, George Benson,Pat Metheny Flavio Sala e muitos outros.
A música "Manoel Audaz" fala de um Jipe (um Land Rover 1951), velho e bravo companheiro de guerra, cujo nome foi inspirado em uma personagem do escritor mineiro Guimarães Rosa em seu Grandes Sertões: Veredas, e que, subindo e descendo as montanhas, atravessando paisagens bucólicas, cruzando rios e estradas de terra, conduzia uma gurizada afoita por bem-estar e aprendizado para tudo quanto era lugar que iam.
e) Todo Azul do Mar (Flávio Venturini e Ronaldo Bastos)
Flávio Venturini foi também revelado nos anos 1970 pelo movimento Clube da Esquina. Participou do grupo musical O Terço, entre 1974 e 1976, antes de criar em 1979 o grupo 14 Bis, pelo qual fez sucesso entre 1980 e 1989, quando saiu do grupo para seguir carreira solo, também com grande sucesso.
Entre seus principais sucessos, como compositor ou intérprete, estão "Todo Azul do Mar", "Linda Juventude", "Planeta Sonho", "Nascente", "Nuvens", "Espanhola" (parceria com Guarabyra, da dupla Sá e Guarabyra), que é sua música mais conhecida e foi um grande hit entre 1986 e 1987.
f) Coração de Estudante (Milton Nascimento e Wagner Tiso)
Wagner Tiso Veiga (Três Pontas, 12 de dezembro de 1945) é um músico, arranjador, regente, pianista e compositor mineiro de formação erudita. Em 1970 passou a acompanhar MIlton com a banda que se tornaria, posteriormente, o lendário Som Imaginário ao lado de Zé Rodrix, Tavito, Robertinho Silva, Luiz Alves e Frederah.
Integrante do Clube da Esquina, logo começou a fazer sucesso no exterior, apresentando-se em Atenas e Montreux, e também acompanhando não só Milton, como também de Flora Purim, Ron Carter e Airto Moreira.
Wagner Tiso é considerado patrimônio musical da música mineira, brasileira e internacional.
g) Ronaldo Bastos, Tavinho Moura e Vermelho
Ronaldo Bastos -
Fez parte do Clube da Esquina, juntamente com Milton Nascimento, Beto Guedes, Wagner Tiso, Lô Borges e Márcio Borges, a partir de 1967, e é autor de vários sucessos da música popular brasileira.
Foi parceiro de Ed Motta, Tom Jobim, Edu Lobo, Dori Caymmi, Flávio Venturini, Cleberson Horsth e Lulu Santos, entre outros. Em 1989, lançou o disco Cais, pelo selo Dubas, com vários artistas como Caetano Veloso, Simone Gal Costa, Tom Jobim, Chico Buarque e Paralamas do Sucesso cantando suas composições.
É autor dentre outras obras de "Seguindo o Trem Azul", "Fé cega e faca amolada", "Nada será como antes" e "Todo azul do Mar".
Fez parte do Clube da Esquina, juntamente com Milton Nascimento, Beto Guedes, Wagner Tiso, Lô Borges e Márcio Borges, a partir de 1967, e é autor de vários sucessos da música popular brasileira.
Foi parceiro de Ed Motta, Tom Jobim, Edu Lobo, Dori Caymmi, Flávio Venturini, Cleberson Horsth e Lulu Santos, entre outros. Em 1989, lançou o disco Cais, pelo selo Dubas, com vários artistas como Caetano Veloso, Simone Gal Costa, Tom Jobim, Chico Buarque e Paralamas do Sucesso cantando suas composições.
É autor dentre outras obras de "Seguindo o Trem Azul", "Fé cega e faca amolada", "Nada será como antes" e "Todo azul do Mar".
Tavinho Moura é compositor mineiro da geração do Clube da Esquina. Gravou vários discos e trilhas sonoras de filmes, com notável expressividade no meio musical e cinematográfico.
Sua obra é principalmente composta por pesquisa e adaptação do folclore mineiro e brasileiro como por exemplo em "Calix Bento", adaptado da Folia de Reis, ou "Peixinhos do Mar", uma canção tradicional de marujada.
IV - Referências
Wikipedia - Música Popular Mineira / Clube da Esquina / Milton Nascimento / Fernando Brant / Lô Borges / Beto Guedes / Toninho Horta / Flavio Venturini / Wagner Tiso / Tavinho Moura / Vermelho / Ronaldo Bastos.