I - A Arquitetura Gótica
Arquitetura gótica é um estilo arquitetónico caracterizado como a evolução da arquitetura românica e precedente à arquitetura renascentista. Foi desenvolvida no norte da França durante a Alta Idade Média (900–1300) entre os anos 1050 e 1100, originalmente se chamava "Obra Francesa" (Opus Francigenum).
O termo 'gótico' só apareceu na época do Renascimento como um insulto estilístico, já que para os Renascentistas a arte gótica é bárbara, sendo tipicamente Medieval. A palavra gótico é em referencia aos godos, povo bárbaro-germano.
Com o gótico, a arquitetura ocidental atingiu um dos pontos culminantes da arquitetura pura, ou seja, sem influencia externa que não seja a própria matriz romana ancestral. As abóbadas cada vez mais elevadas e maiores, não se apoiavam em muros e paredes compactas e sim sobre pilastras ou feixes de colunas.
Uma série de suportes que eram constituídos por arcobotantes e contrafortes possuíam a função de equilibrar de modo externo o peso excessivo das abóbadas. Desta forma, imensas paredes espessas foram excluídas dos edifícios de género gótico e foram substituídas por vitrais e rosáceas que iluminavam o ambiente interno.
II - Elementos da Arquitetura Gótica
a) Fachada
As igrejas românicas apresentavam unicamente um portal de entrada, As igrejas góticas apresentam três portais, um central e dois laterais. Geralmente em cima do portal central tem uma rosácea. Os portais laterais normalmentes são continuados por duas torres simétricas.
foto de TTStudio |
Na foto mostramos a Igreja de São Vito em Praga em foto de TTstudio.
b) Planta
A planta de uma catedral com arquitetura gótica tem sempre uma aparência de uma cruz latina (crucifixo), onde situa-se a nave, os transeptos e o coro; na parte inferior da "cruz" fica localizada a nave central circundada por naves laterais; na faixa horizontal havia os transeptos e o cruzeiro;
c) Arcos de Ogiva
Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em igrejas e catedrais de arquitetura românica faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.
Este arco foi substituído pelos arcos ogivais (também chamados de arcos cruzados e arcos quebrados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos.
d) Abóbadas ogivais ou abóbada de nervuras
Abadia de Beverley, Inglaterra, foto de Matana, Wikimedia |
e) Pilares
Dispostos em espaços regulares, os pilares dispensam as grossas paredes romanicas que sustentavam a estrutura.
f) Arcos botantes e contrafortes
O contraforte fica posicionado em um ângulo reto em relação à estrutura gótica contra a parede lateral e eleva-se a uma altitude considerada alta, em um enorme grau de perfeição. O peso do contraforte neutraliza a pressão causada pelas abóbadas. O arcobotante possui uma caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à parede e por outro lado pela claraboia da nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso lateral das abóbadas e associado aos contrafortes possui uma força enorme. Graças à estes dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente altas, com muitos vitrais e rosáceas
g) Iluminação
Vitral Notre Dame, Paris |
h) Verticalismo
Outra característica importante das estruturas eclesiásticas góticas é o verticalismo, ou seja, sua elevada altitude. No interior e exterior das construções góticas, os elementos arquitetônicos apontam para o céu. Um exemplo conhecido são os arcos ogivais, que são pontiagudos e possuem a impressão de uma seta apontada para cima.
i) Esculturas
Além das gárgulas e esculturas grotescas, existem outras esculturas religiosas presentes na arquitetura gótica. Através destas, eram expressadas a fé e religiosidade que o povo europeu sentia. Os caracteres esculturais seguem o fundamento gótico do verticalismo e são, majoritariamente, encontrados em portais e colunas. As esculturas, muitas vezes, representam personagens bíblicos como a Virgem Maria e alguns santos.
Escultura em pórtico da catedral de Notre Dame, Paris, foto de HistoriacomGosto |
III - Exemplos de Igrejas de Arquitetura Gótica
a) Saint Dennis - Paris
Fundada no século VII por Dagoberto I onde São Dinis, um santo padroeiro da França, foi sepultado, a igreja se tornou um local de peregrinação e o mausoléu dos reis franceses. A maioria dos reis franceses do século X ao XVIII foi sepultado lá.
No século XII o Abade Suger reconstruiu partes da abadia usando inovadas características estruturais e decorativas. Ao fazer isso, ele criou o primeiro edifício verdadeiramente gótico. A nave do século XIII da basílica também é o protótipo do estilo gótico radiante, e forneceu um modelo de arquitetura para catedrais e mosteiros do norte da França, Inglaterra e outros países.
A Basílica de Saint Denis é um marco arquitetônico. Tanto estrutural quanto estilisticamente ela introduziu a mudança da Arquitetura românica para a Arquitetura gótica. Na época não se usava o termo "gótico", esse estilo de construção ficou conhecido como "Estilo Francês" (Opus Francigenum).
Fachada e Nave
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Vitrais e abóbadas
Interior da Basílica de Saint Denis, foto de photogolfer em Shutterstock.com |
b) Notre Dame de Paris
A Catedral de Notre-Dame de Paris é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo gótico. Iniciada sua construção no ano de 1163, é dedicada a Maria, Mãe de Jesus Cristo , situa-se na praça Paris, na pequena ilha "Île de la Cité" em Paris, França, rodeada pelas águas do Rio Sena.
A catedral surge intimamente ligada à ideia de gótico no seu esplendor, ao efeito claro das necessidades e aspirações da alta sociedade, a uma nova abordagem da catedral como edifício de contacto e ascensão espiritual.
Esquema de construção de Notre Dame
Visão em 3D da Catedral de Notre Dame, Paris, foto de aurielaki |
Fachada e Vista Lateral
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A arquitetura gótica substituiu as paredes grossas das igrejas românicas por colunas altas e arcos capazes de sustentar o peso dos telhados. Como consequência, os edifícios góticos ganharam um aspecto mais leve, e as janelas, mais amplas e altas, foram decoradas com belos vitrais coloridos que filtravam a luz natural, e com isso, criavam um "clima" de misticismo em seu interior.
Nave central
Interior da Catedral de Notre Dame, foto de HistoriacomGosto |
c) Catedral de Colonia - Alemanha
A Catedral de Colônia, localizada na cidade alemã de Colônia, é uma igreja de estilo gótico, o marco principal da cidade e seu símbolo não-oficial.
É a terceira igreja mais alta do mundo e é considerada patrimônio da humanidade. O símbolo da cidade atrai seis milhões de turistas por ano, sendo o local turístico mais visitado da Alemanha. Em 1164, foram trazidas de Milão as supostas ossadas dos Três Reis Magos. Elas estão atrás do altar, numa arca de ouro e prata, ornamentada com pedras preciosas.
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A construção da igreja gótica começou no século XIII (1248) e levou, com as interrupções, mais de 600 anos para ser completada. As duas torres possuem 157 metros de altura, com a catedral possuindo comprimento de 144 metros e largura de 86 metros. Quando foi concluída em 1880, era o prédio mais alto do mundo. A catedral é dedicada a São Pedro e a Nossa Senhora
Interior da Catedral de Colonia, foto de Yury Dmitrienko / Shutterstock, Inc. |
Na Segunda Guerra Mundial, a catedral acabou recebendo 14 ataques por parte de bombas aéreas e não caiu; a reconstrução foi completada em 1956.
d) Catedral de Santo Estevão - Viena
A Catedral de Santo Estêvão é uma das mais antigas catedrais do estilo gótico europeu, está situada na Stephansplatz, no centro da cidade Viena, Áustria.
Trata-se de uma obra mundialmente conhecida e um exemplo da arquitetura do século XII. A também denominada "Steffl" é uma das mais importantes catedrais góticas do mundo.
Foi renovada no estilo gótico entre 1304 e 1433. Sua torre norte, elevada à altura de 70 metros, foi renovada de acordo com a estética renascentista em 1579 e seu interior adquiriu uma tendência barroca.
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Interior da Catedral
A parte construtiva da Catedral como os pilares, abóbada, torres, tudo permanece no estilo gótico no qual foi renovado entre e 1304 e 1433. Entretanto, a decoração, os altares laterais, as esculturas já estão mais adaptadas ao estilo barroco.
e) Catedral de Milão
A Catedral de Milão (em italiano: Duomo di Milano) situa-se na praça central da cidade de Milão, na Lombardia, no norte da Itália. É a sede da Arquidiocese de Milão e uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa.
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A catedral é imensa, com 157 m de comprimento e 109 m de largura. O interior tem cinco naves com uma altura que chega aos 45 metros, divididas por 40 pilares. Possui um transepto com três naves. O estilo predominante da catedral é o gótico flamejante, relativamente pouco comum na Itália.
A construção do edifício começou em 1386 sob a iniciativa do arcebispo Antonio da Saluzzo, em um estilo gótico tardio de influência francesa e centro-europeia, distinto ao estilo corrente na Itália de então. Os trabalhos foram apoiados pelo senhor da cidade, o duque Gian Galeazzo Visconti, que impulsionou a obra através de facilidades fiscais e promoveu o uso do mármore de Candoglia como material de construção. A obra avançou rápido, e em 1418 o altar-mor da catedral foi consagrado pelo Papa Martinho V. Já em meados do século XV a parte leste (abside) da igreja estava completa. A partir desta data, porém, as obras prosseguiram lentamente até fins do século XV.
IV - Referências
Wikipedia: Arquitetura Gótica / Catedral de Saint Denis / Catedral de Notre Dame / Catedral de Colonia / Catedral de Santo Estevão / Duomo de Milão