I - Ingá, a árvore e o município na Paraíba
a) O Ingá / Inganzeira
O ingá, também chamado(a) ingazeira, é uma árvore do gênero Inga. "Ingá" também designa o fruto da árvore: uma longa vagem que contém sementes envolvidas por uma polpa muitas vezes comestível. É muito comum nas margens de rios e lagos, sendo muito procurado pela fauna e pelo homem por suas sementes envolvidas por polpa branca e adocicada. O ingazeiro costuma apresentar floração mais de uma vez por ano.
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São conhecidas cerca de 300 espécies do gênero Inga. O atual centro de diversidade do gênero é a floresta amazônica, mas o gênero possui representantes no México, Antilhas e em toda a América do Sul, sendo um gênero exclusivamente neotropical. Em geral, os ingás preferem nascer às margens dos rios, devido à grande quantidade de sementes levadas e depositadas nas várzeas pelas enchentes.
b) O Município
Ingá é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba. Sua população em 2011 foi estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 18.234 habitantes,distribuídos em 288 km² de área.
A denominação Ingá, segundo alguns historiadores, originou-se do tupi-guarani, e significa cheio d'água. Sua formação administrativa começa com a criação do distrito denominado Vila do Imperador, pela lei provincial nº 2 e depois, é elevada a vila com mesmo nome pela lei provincial nº 6 de 3 de novembro de 1840.
c) A Terra das Itacoatiaras
O município de Ingá é conhecido por suas itacoatiaras, inscrições rupestres feitas em pedras, provavelmente, pelos indígenas, muito antes dos europeus chegarem ao continente americano. Não se conseguiu ainda decifrar o significado de tais inscrições.
Placa de indicação turística, foto historiacomgosto |
II - O sítio arqueológico
O termo "itacoatiara" vem da língua tupi: itá ("pedra") e kûatiara ("riscada" ou "pintada"). De acordo com a tradição, quando os índios potiguaras que habitavam a região foram indagados pelos colonizadores europeus sobre o que significavam os sinais inscritos na rocha, usaram esse termo para se referir aos mesmos.
A formação rochosa em gnaisse cobre uma área de cerca de 250 m². No seu conjunto principal, um paredão vertical de 50 metros de comprimento por 3 metros de altura, e nas áreas adjacentes, há inúmeras inscrições cujos significados ainda são desconhecidos. Neste conjunto estão entalhadas figuras diversas, que sugerem a representação de animais, frutas, humanos e constelações como a de Órion.
Vista do sítio arqueológico com as ingazeiras com poucas folhas devido à seca, foto historiacomgosto |
II.1 - Origem das Inscrições
a) Fenícios
Não se sabe como, por quem ou com que motivações foram feitas as inscrições nas pedras que compõem o conjunto rochoso. Têm sido apontadas diversas origens, e há muitos que defendem que a Pedra do Ingá tenha origem fenícia. O catedrático Pe. Inácio Rolim que viveu no século XIX, foi um dos primeiros defensores e divulgadores dessas teses, fazendo analogias entre os símbolos escritos na Pedra do Ingá e caracteres da escrita fenícia. A pesquisadora Fernanda Palmeira no início do século XX, percorreu várias regiões do sertão do Nordeste estudando supostos vestígios fenícios nessa região. Além de vários artigos, ele chegou a escrever o livro "História Antiga do Brasil", no qual não só associou as inscrições rupestres de Ingá aos fenícios, como também, à escrita demótica do Egito.
Painel Vertical - Pedra do Ingá, foto HistoriacomGosto |
b) ET´s
Também há uma corrente que defende que os sinais do Ingá foram obra de engenharia extraterrestre. O ufologista Cláudio Quintans sugeriu que naves alienígenas teriam pousado na região da Pedra do Ingá. O ufólogo chegou a recolher amostras do solo onde, segundo ele, tais naves teriam pousado, mas não houve maiores conclusões acerca dessas afirmativas. Outro pesquisador, Gilvan de Brito, no livro "Viagem ao Desconhecido", afirma existir no Ingá fórmulas de produção de energia quântica e até combinações matemáticas que poderiam apontar a distância entre a Terra e a Lua.
c) Índigenas
Apesar das teorias fantasiosas, muito provavelmente as inscrições foram feitas por índigenas que frequentavam a região muito antes dos europeus chegarem por lá. A dificuldade de identificação se dá pelo fato que as inscrições na pedra que é muito dura, certamente terem sido feitas com objetos de metal, o que era desconhecido pelos indígenas encontrados pelos portugueses na época do descobrimento.
Conforme Almair de Albuquerque Fernandes em seu livro sobre "Arte rupestre na Paraíba".
"O elemento indígena encontrado pelo luso descobridor no século XVI não conhecia e nem fabricava instrumentos de ferro. Desta forma, ele não teria condições de trabalhar a rocha dura e nela fazer inúmeros desenhos, ricos em detalhes como os encontrados na Pedra do Ingá, considerada um monumento arqueológico nacional. É mais aceitável que tais monumentos sejam obras de grupos indígenas extintos.
Através das gravuras e das pinturas, os primitivos habitantes do Nordeste brasileiro deixaram as marcas de sua presença, como meio de mostrar os vestígios de seu cotidiano."
II.2 - Leito do Riacho - Pedras Furadas
A pedra do ingá fica ás margens do pequeno "riacho do bacamarte". Em tempo de muita chuva já aconteceu inclusive da "pedra do ingá" ficar totalmente submersa. Hoje em dia com a seca que assola a região, o leito do rio está completamente vazio e podemos ver a sua formação mostrada nas fotografias abaixo.
Leito do riacho de bacamarte, foto HistoriacomGosto |
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II.3 - Significado das inscrições
Figuras e supostas interpretações
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III - Museu e Artesanato
A infra-estrutura do lugar é bastante simples. A entrada ao local só é permitida até as às 16:00h, o museu funciona na parte da manhã e tem alguns esqueletos de animais que viveram na região e estão desaparecidos. O Artesanato tem o mesmo da visitação ao local e funciona até às 16:00h. Ele tem lembranças da pedra com as suas inscrições, livros sobre o local, ...,.
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Artesanato, foto historiacomgosto |
IV- Referências
A Pedra do Ingá - Wanderley de Brito
Arte Rupestre na Paraíba - Almair de Albuquerque Fernandes
Fotos - Historiacom Gosto e Wikimedia Commons