I - O Pepino de Londres (The Gherkin) ou 30 St Mary Axe
O 30 St Mary Axe, também conhecido como "The Gherkin (O pepino)" é um prédio comercial neo-futurístico localizado no distrito financeiro de Londres, também chamado de "City". Ele foi completado em dezembro de 2003 e aberto em abril de 2004. Com 41 níveis, ele tem 180 metros de altura e na sua localização existia um prédio de comércio marítimo que foi completamente destruído por uma bomba colocada pelo grupo terrorista do IRA em 1992. 30 St. Mary Axe é o endereço da localização e da qual o prédio tomou seu nome.
No início o plano era de reconstruir o prédio original, inclusive com o seu formato, mas depois percebeu-se qua estrutura original não suportaria. Apenas no ano 2000 foi dado o consentimento para se construir um novo edifício no local, mas com uma série de condicionantes para que fossem respeitadas a identidade e o estilo dos edifícios existentes.
Inicialmente o plano era construir um prédio de 92 andares, mas foi depois abandonado. O atual 30 St. Mary Axe foi projetado por Norman Foster e Arup Grupo. A construção realizada pela empresa Skanska começou em 2001.
O prédio pertenceu originalmente à Companhia de Seguros Swiss Re, uma das maiores companhias de seguros e resseguros do mundo. Em novembro de 2014 a torre foi adquirida pelo Grupo Safra do banqueiro brasileiro Joseph Safra em um negócio estimado em R$ 2,9 bilhões (726 milhões de libras).
O prédio no ínício foi alvo de muitas controvérsias, e uma das principais críticas foi que ele obstruía a visão da Catedral de São Paulo, construída por Cristphe Wren, trezentos anos antes, e que devia ser o ponto mais alto da cidade. Com o passar do tempo o prédio tornou-se um símbolo íconico de Londres e é um dos exemplos da arquitetura contemporânea mais reconhecidos na cidade tendo ganhado vários prêmios de arquitetura, entre eles o prestigiado Prêmio Stirling do Royal Institute of British Architects em 2004.
I.1 - A Forma
Além disso, a forma oferece vantagens no interior como a possibilidade de arranjo ortogonal em áreas de computadores, no centro, em uma área de banheiros e escadas. A maioria das salas têm vista para o exterior: apenas 3% dos espaços são fechados.
I.2 - Estrutura
É a estrutura que difere "The Gherkin" da maioria dos edifícios de grande altura, que utilizam o centro para a estabilidade lateral. Aqui, a estrutura é composta por um núcleo central rodeado por uma rede de elementos de aço interligados na diagonal. O sistema de suporte da torre é assegurado por esta armadura exterior de aço cuja pedra angular é formado por dois poderosos "V invertidos", atingindo até dois níveis.
A grade externa da fachada é composta de três painéis de espessura: vidro duplo exterior e vidro inteiror laminado para otimizar o investimento sem retirar entradas de luz. É uma orquestração trabalhosa de luz e reflexos controladas.
O brilho é mais elevado em níveis mais baixos, enquanto a partir da cintura do prédio os efeitos de reflexão solar foram minimizados. Isso também foi possível graças a ferramentas digitais implantadas no projeto. No total, cerca de 5.500 painéis que foram montados na estrutura: todos são planos (exceto para a cúpula) e somente os que estão localizados em cortinas externas podem ser abertos para ventilação.
Parte térrea da Torre na City Visão interna da Torre
I.3 - Visão geral da cidade
Com os cuidados tomados sobre a altura máxima, reflexão do sol, equilibrio com prédios vizinhos, o "The Ghenkin" harmonizou com a paisagem existente e já não chama tanto a atenção dos Londrinos, que hoje até o apreciam.
II - Torre de Barcelona (Torre Agbar)
A Torre Agbar (acrônimo de Águas de Barcelona) é um arranha-céus em Barcelona (Espanha), localizado no encontro da Avenida Diagonal com a Calle Badajoz, perto da Plaza de las Glorias e marca a porta de entrada para o distrito tecnológico de Barcelona conhecido como 22 @ .
A torre foi projetada pelo arquiteto Jean Nouvel, em colaboração com a empresa b720 Fermín Vázquez Arquitectos.
A Torre tem 34 andares na superfície e quatro pisos subterrâneos com um comprimento total de 145 metros, tornando-se, no momento da abertura (Junho de 2005) no terceiro edifício mais alto na capital catalã. Ela é superada apenas pelas Torres do Hotel Arts e da Mapfre (ambos com 154 metros de altitude).
O edifício tem um total de 50,693 metros quadrados, dos quais 30.000 são escritórios, 3.210 instalações técnicas, 8.132 serviços, incluindo um auditório e 9.132 estacionamento.
Foi oficialmente inaugurada pelos reis da Espanha em 16 de setembro de 2005 e teve um custo de 130 milhões de euros.
II.1 - Conceito
O edifício é formado como a união de dois opostos: a leveza do vidro que cobre o edifício em forma de ripas de 120 x 30 cm, e a solidez da estrutura de concreto, criando entre eles um grande fractal.
"Isto não é uma Torre"
Segundo os seus projetistas, esta não é uma torre ..., ou um arranha-céus, no sentido americano. É uma forma emergente, elevando-se singularmente no centro de uma cidade normalmente tranquila.
As ambiguidades de matéria e luz fazem a torre Agbar ressoar contra a linha do ceú de Barcelona, de dia e de noite, como uma miragem distante que marca a entrada na avenida diagonal a partir da Plaça de les Glories. Este objeto único vai se tornar o novo símbolo da Barcelona, a cidade internacional, e um dos seus melhores embaixadores ... (Jean Nouvel)
II.2 - Estrutura
A estrutura é formada de dois cilindros de concreto ovais não-concêntricos, de modo que um é totalmente coberto pela outra. O cilindro mais exterior é completado por uma cúpula de vidro e aço que, como um resultado fornece à torre a sua forma característica de um projétil.
Neste cilindro exterior, com uma espessura de 45 cm na base e 25 nas suas aberturas superiores estão localizados as janelas, enquanto que no interior, de 50 cm na base e 30 no seu topo, é onde estão os elevadores, escadas e instalações.
Iluminação
Um dos aspectos mais característicos do edifício é a sua iluminação noturna. A torre tem mais de 4.500 dispositivos de iluminação, que podem operar de forma independente usando a tecnologia LED e permite a geração de imagens luminosas em toda a sua fachada. O sistema permite a projetar 16 milhões de cores, graças a um sofisticado sistema de hardware e software, além da capacidade de criar transições também de cor independente, mostrando sem atrasos e criando um efeito impressionante.
II.3 - Visão geral da cidade
Uma vez finalizada, a Torre de Agbar se converteu rapidamente em um ícone arquitetônico da cidade de Barcelona e um de seus edifício mais conhecidos.
No início exisitiram muitas críticas dos cidadãos e especialistas que achavam que uma construção com essas características, difícilmente se encaixaria em Barcelona. Com o passar do tempo, entretanto, a torre tornou-se um dos símbolos da capital da catalunha e um dos seus atrativos turísitcos.
foto de Ekaterina Pokrovsky em Shutterstock.com
Outros ângulos da Torre Agbar
Foto de DiegoMariottini em Shutterstock.com | Foto de Luciano Mortula /Shutterstock.com |
III - Comparação entre as Torres de Londres e de Barcelona
a) The Guardian - Londres - "A Torre Agbar é a Torre Gherkin de férias"
À primeira vista, os dois arranha-céus cônicos de fato, parecem ser gêmeos. Mas é ao chegar mais perto da torre de Barcelona, que as diferenças se revelam. Desenhado por Jean Nouvel, arquiteto de bonitas obras como "Institut du Monde Arabe" e "Fondation Cartier", em Paris, vemos que o prédio cintilante de 31 andares, 144m Torre Agbar é mais curto, mais estreito e metade do volume de "The Gherkin".
Onde a estrutura da torre de Londres é uma grade de aço diagonal exposta e reluzente, a Torre Agbar é uma concha de concreto espessa envolta em uma pele de folhas de alumínio perfilado e uma blusa diáfana de grelhas de vidro.
Enquanto "The Gherkin" é cercado em uma cidade apertada no centro financeiro de Londres, a Torre Agbar tem vista para uma ampla rotunda onde Avenida Diagonal encontra Carrer Badajoz, e está situada em uma área de baixo crescimento fragmentada.
Uma explosão de cores, a Torre Agbar é a torre de Foster de férias. É maravilhoso ao pôr do sol, como os vermelhos, laranjas e azuis de sua pele interna capturam o sol e refletem através de uma miríade de pequenas telas de vidro.
Em uma certa luz, a torre realmente parece ser feita de água, ou luz ou fogo. Esta é a torre do arquiteto francês, que longe de imitar a Torre de Foster, estava tentando construir por muitos anos.
As torres iluminadas
The Gherkin de Foster Torre Agbar de Jean Nouvel
foto de anders/Shutterstock.com | foto de holbox/Shutterstock.com |
Conclusão
Como vimos, apesar de as duas torres terem o formato parecido, e terem sido construídas em períodos muito próximos (dois anos de diferença), elas tem características arquitetônicas completamente diferentes e que as tornam ímpares e igualmente interessantes.
IV - Referências
Texto:
Torre Agbar:
Wikipedia Espanhola e en.wikiarquitectura.com/index.php/Agbar_Tower
The Gherkin:
Wikipedia Inglesa e
en.wikiarquitectura.com/index.php/30_St_Mary_Axe_(The_Gherkin)
Fotos: Shutterstock e wikiarquitectura