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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

História de Paris, França 03 século XVII ao século XVIII

I. - História de Paris, 03 - Idade Moderna


O fim das guerras religiosas

Com o fim das guerras religiosas os ministros cardeais Richelieu e Mazarin tornaram possível a monarquia absoluta de Luís XIV. Nesse período desenvolveram-se estilos artísticos de sofisticação sem precedentes, grandes edifícios barrocos, a dramaturgia de Moliére e Racine, e o luxo de Versailles  que se tornou a glória da Europa. Entretanto, o custo das obras e o envolvimento em várias guerras levou a França à pobreza e à miséria para o povo. (Guia Visual Folha São Paulo)

foto dos Hotel des Invalides
Hotel des Invalides, foto de Dmitry Brizhatyuk  em shutterstock.com

I.1 -  Luís  XIV, o Rei Sol (reinado de 1643 a 1715)

Luís XIV nasceu em 1638 e faleceu em  Versalhes, em 1715. Apelidado de "o Grande" e "Rei Sol", foi o Rei da França e Navarra de 1643 até à sua morte. 

foto de Luís XIV - O rei Sol  Seu reinado de 72 anos é o mais longo de toda história do planeta; Nenhum outro monarca ocupou um trono por tanto tempo. 

Foi um dos líderes da crescente centralização de poder na era do absolutismo europeu.

Era filho do rei Luís XIII e de sua esposa Ana da Áustria. Seu pai morreu em 1643, quando Luís tinha apenas cinco anos de idade, tendo sua mãe se instaurando regente em seu nome. Seu reinado pessoal começou em 1661, após a morte do seu principal ministro, o cardeal italiano Jules Mazarin.


Luís apoiava o conceito do direito divino dos reis, continuando a política de seus predecessores de criar um governo centralizado a partir da capital. Procurou eliminar os últimos vestígios de feudalismo que ainda existiam em algumas partes da França e pacificar a aristocracia, oferecendo a muitos membros da nobreza a oportunidade de morar no seu luxuoso Palácio de Versalhes. 

Por esses meios, Luís XIV se tornou um dos monarcas franceses mais poderosos da história e consolidou o sistema da monarquia absoluta que perdurou na França até à Revolução Francesa.

Seu reinado viu a França chegar à liderança das potências europeias, e lutar em três guerras diferentes: a Guerra Franco-Holandesa, a Guerra dos Nove Anos e a Guerra da Sucessão Espanhola. 


foto do Palácio de Versailles
Palácio de Versailles, foto de  S-F em shutterstock.com

O Tesouro estava perto da falência quando Luís XIV assumiu o poder. As coisas não melhoraram já que ele gastava dinheiro extravagantemente, despendendo vastas somas de dinheiro financiando a Corte Real. Parte desse dinheiro ele gastou como patrono das artes, financiando nomes como Moliere, Charles Le Brun e Jean-Baptiste Lully. Também gastou muito em melhorias no antigo Palácio do Louvre, que acabou por abandonar em favor da nova fundação de Versalhes, construído sobre um antigo pavilhão de caça de Luís XIII. (fonte: wikipedia)

Luis XIV e Paris

Luís XIV escolhe Versalhes como residência em 1677, antes de para lá mudar a sede do governo em 1682. Colbert toma em sua mãos a gestão parisiense e faz as idas e vindas entre Paris e Versalhes. 

Durante o seu reino, o Rei Sol não foi mais que vinte-e-quatro vezes à Paris, essencialmente só para marcar presença em cerimônias oficiais, numa mostra de hostilidade da qual não gostavam muito os parisienses.

I.2 - Dia das Barricadas


O dia 26 de agosto de 1648 é conhecido como o dia das barricadas. Ele se refere  à revolta que eclodiu em Paris, pois o povo ficou enfurecido pela prisão de Potier de Blancmesnil e Pierre Broussel , conselheiros do Parlamento, e levantou mais de seiscentas barricadas na cidade. Este incidente é considerado o começo da Fronda .

I.3 - Fronda


A Fronda, foi uma série de guerras civis ocorridas na França entre 1648 e 1653, em plena Guerra Franco-Espanhola (1635-1659), e alguns anos após a Guerra dos Trinta Anos. Manifestação palpável da decomposição do Estado e da sociedade francesa, no seio de uma conjuntura econômica deprimida, e com graves problemas de organização política e coesão social sem solução. Tinha, por objetivos iniciais, limitar o poder real e discutir abusos cometidos pela Corte.

 quadro com o episódio da Fronda
episódio da fronda, quadro por autor desconhecido, localizado no palácio de Versailles

Apesar duma alta taxa de mortalidade infantil, a população atinge a marca de 400 000 habitantes graças à imigração das províncias. Paris é uma vila paupérrima onde reina a falta de segurança. O bairro da lendária corte dos milagres (assim chamada porque os indigentes e enfermos do dia desapareciam após passar-se a noite, como por milagre) é progressivamente esvaziado a partir de 1656 pelo tenente-general de polícia Gabriel Nicolas de la Reynie. (fonte:wikipedia)

I.4 - Hotel des Invalides


O Hôtel National des Invalides, ou Palácio dos Inválidos, é um enorme monumento parisiense, cuja construção foi ordenada por Luís XIV, em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje em dia, continua acolhendo os inválidos, mas é também um cemitério militar e sede de vários museus.

foto aérea do Hotel des Invalides
hotel des invalides, vista aérea, foto de Eric Gaba em wikimedia commons


Entre as personalidades ilustres lá sepultadas encontra-se Napoleão Bonaparte, assim como o coração de Sébastien Le Prestre de Vauban, ilustre arquitecto militar francês, o qual criou, na época de Luís XIV, uma série de fortificações militares ao reino, tornando-o impenetrável.


foto da Igreja do Domo - Hotel des Invalides
Igreja do Domo, Hotel des Invalides, foto de  Alexey Seleznev em shutterstock.com


I.5 - Porta de Saint Denis


A Porta Saint-Denis é um arco triunfal situado no atual 10 º arrondissement de Paris e construído em 1672 pelo arquiteto François Blondel , para a glória de Louis XIV . Ele está localizado no local de um portão de Paris da antiga muralha de Carlos V .

É um dos monumentos mais representativos da arte oficial de sua época.  



 foto do portal de Saint Denis
Porta de Saint Denis, foto de Coyau / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0

O arco é ladeado por obeliscos erguidos na face da parede tendo grupos escultóricos de troféus de armas. Acima do arco principal, a face sul carrega um grupo escultórico de "A Passagem do Reno" (de Michel Anguier), em um painel afundado, enquanto a face norte traz figuras alegóricas do Reno e dos Países Baixos.

I.6 - Place Vendôme


Place Vendôme está localizada no 1º arrondissement de Paris localizada ao norte do Jardim das Tulherias e a leste da igreja de la Madeleine. É o ponto de início da Rue de la Paix. Sua arquitetura deve-se a Jules Hardouin-Mansart, que concebeu em 1699 um plano urbanístico ao qual deviam moldar-se os proprietários dos imóveis. A maior parte das fachadas está classificada como Monumento histórico.

quadro da feira de la Saint Ovide na Praça Vendôme
Feira de la saint-Ovide , place Vendôme, Paris. (musée de la Révolution française - Vizille)


O local também é conhecido por ser o local onde o compositor romântico Frédéric Chopin,  viveu seus últimos anos e morreu em 17 de outubro de 1839.


foto da Praça Vendôme com a coluna vendôme esverdeada no centro
Place Vendome, Paris, foto de Yair Haklai, wikimedia commons


Em seu centro está a coluna Vendome, construída em 1810, no local da estátua de Louis XIV que havia sido destruída, em imitação da Coluna de Trajano, em Roma. A coluna é encimada por uma estátua de Napoleão, como César. Essa estátua também foi retirada, danificada e depois recuperada. A praça Vendôme tornou-se local de hotéis luxuosos e joalherias de alto padrão. 


II. -  Paris no período  de Luís XV (1715 a 1774)


II.1 - Luís XV


Luís XV (Versalhes, 15/02/1710 – Versalhes, 10/05/774), também conhecido como Luís, o Bem Amado, foi o Rei da França e Navarra de 1715 até sua morte. 

quadro de Luís XV
Ele sucedeu seu bisavô Luís XIV com apenas cinco anos de idade. Até alcançar a maioridade em 1723, seu reino foi governado por seu tio-avô Filipe II, Duque d'Orleães como regente. O cardeal André Hercule de Fleury foi seu principal ministro de 1726 até 1743, quando o rei assumiu controle único de seu reino.

Durante seu reinado, Luís devolveu os Países Baixos Austríacos de volta a Áustria como parte do Tratado de Aquisgrão de 1748. Ele também cedeu a Nova França na América do Norte depois da Guerra dos Sete Anos em 1763. Ele acabou incorporando os territórios de Lorena e Córsega ao Reino da França. Morreu em 1774 e foi sucedido por seu neto Luís XVI.

O rei Luís XV, como  os outros, teve várias amantes, destacando-se entre elas a marquesa de Pompadour, que sobre ele exerceu grande influência.


Luís XV e Paris


No século XVIII, Versalhes não tira de Paris a liderança intelectual; pelo contrário, Paris se torna uma chama revolta a se alimentar das ideias iluministas. 

É esse o período dos salões literários, como aquele de madame Geoffrin. Os anos setecentos são também um período de forte expansão económica a qual permite um importante marco demográfico: a vila chega a 640 000 habitantes às vésperas da Revolução Francesa.

Em 1715, o regente Filipe d'Orleães abandona Versalhes pelo Palais Royal. O jovem Luís XV se instala no Palácio das Tulherias, assim fazendo um efémero retorno da realeza à Paris. Em 1722, Luís XV volta ao Palácio de Versalhes, rompendo a frágil reconciliação com o povo parisiense.

A cidade de então se estendia mais ou menos sobre os seis primeiros arrondissements atuais, com o Jardin du Luxembourg marcando a fronteira ocidental da cidade. Luís XV começa a se interessar pessoalmente pela cidade em 1749, que é quando ele decide reformar a praça Luís XV (atual Praça da Concórdia), criar a escola militar em 1752,  e sobretudo construir uma igreja dedicada à Santa Genoveva em 1754, melhor conhecida atualmente como Panteão. (fonte: wikipedia)


II.2 - Praça da Concordia


A cidade de Paris, na pessoa de seus vereadores e de seu prefeito, decidiu, em 1748, erigir uma estátua equestre do Rei Luís XV para festejar o restabelecimento do rei após uma doença que o havia acometido em Metz. Foi lançado um concurso para encontrar o melhor local, concurso do qual participam dezenove arquitetos, entre os quais Germain Boffrand e Jacques-Germain Soufflot. 


Projeto da Praça da Concórdia
Projet d'Ange-Jacques Gabriel pour la place Louis XV (place de la Concorde) à Paris.

Um deles, Ange-Jacques Gabriel, propôs reservar uma esplanada simples de terra batida, sem função ou propósito, que se situava ao final do Jardim das Tulherias e que se chamava « Esplanade du Pont-Tournant », em referência a uma ponte de madeira que então cruzava o fosso próximo ao terraço das Tulherias. Apesar de fora do centro, o local poderia servir para a urbanização dos novos bairros que tendiam a ser construídos para o oeste da capital, no faubourg Saint-Honoré.


foto aérea da Praça da Concórdia com o obelisco egípcio no centro
Praça da Concordia, foto de Cristian Bortes, wikimedia commons


II.3 - Igreja de Santa Genoveva / Panteão


As obras da Igreja de Santa Genoveva, situada no quartier latin, foram iniciadas em 1764, pelo monarca Luís XV, o qual, após recuperar-se de uma grave doença, ordenou ao arquiteto Soufflot a construção de uma basílica em tributo à Santa Padroeira de Paris, em substituição à antiga abadia ali existente. 


 foto do Panteão - antiga Igreja Santa Genoveva
Igreja de Santa Genoveva, atual Panteão, foto de  paolo airenti em shutterstock.com

Concluída em 1790, sob a gerência de Rondelet, o edifício foi tornado laico pelos movimentos revolucionários burgueses, transformando-o em Panteão nacional. Hoje, estão enterrados na cripta, 70 célebres personagens da história francesa – tais como escritores, cientistas, generais e políticos –, motivo pelo qual o frontão contém, inscrito, a seguinte frase “Aux grands hommes, la patrie reconnaissante” (“Aos grandes homens, a pátria é grata”).


foto do interior do Panteão mostrando suas belas colunas e cúpulas
Panteão, foto de  Brian Kinney em shutterstock.com

II.4 - O salão literário de Madame Geoffrin

Marie-Thérèse Rodet Geoffrin, também conhecida como Madame Geoffrin (Paris, 1699 – Paris, 1777), foi a organizadora de um importante salão literário em Paris nos meados do século XVIII.

quadro com o salão literário de Madame Geoffrin
Lecture de la tragédie de l'orphelin de la Chine de Voltaire dans le salon de madame Geoffrin (Malmaison, 1812), pintura de Anicet Charles Gabriel Lemonnier, 1755 


Casou-se aos 16 com Monsieur Geoffrin, e a partir de 1730 frequentou o salão de Madame de Tencin, mãe de Jean le Rond d'Alembert. O salão de Madame Geoffrin seria um dos mais sérios competidores do salão de Madame du Deffand, mais famoso. Mesmo assim pelo salão Geoffrin passaram personalidades como Catarina, a Grande, Denis Diderot, D'Alembert,  Benjamin Franklin, Friedrich Melchior von Grimm, Gustavo III da Suécia,  David Hume,  Madame de Pompadour, Montesquieu, Estanislau II Poniatowski, Voltaire e Horace Walpole


III. - O Iluminismo Francês


"O movimento Iluminista aconteceu entre 1680 e 1780, em toda a Europa, sobretudo na França, no século XVIII. O Iluminismo caracterizou-se pela importância dada à razão. Com isso, a razão encaminharia o homem à sabedoria e o conduziria à verdade. A maior expressão da manifestação aconteceu com o Iluminismo Francês, a partir daí propagou-se por todo o mundo ocidental. Notamos que nesse período a França era atormentada pelas contradições do antigo Regime e, principalmente, pelo jugo de um sistema fundiário moroso, de caráter aguçado, que por fim gerou insatisfação nos diversos setores da sociedade, especialmente entre a burguesia e os pequenos camponeses.

por Lilian Aguiar, (https://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/a-importancia-do-iluminismo-frances-.htm)

IV. - Referências


Wikipedia - Luis XIV, Luis XV, Fronda, Barricada, Historia de Paris, Hotel des Invalides, Praça da Concordia, Praça Vendome.

Movimento Iluminista Francês: Texto de Lilian Aguiar em https://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/a-importancia-do-iluminismo-frances-.htm

V. - Outras publicações da série:


História de Paris, França - 01 (fundação ao século XV)
https://historiacomgosto.blogspot.com/2018/07/historia-de-paris-franca-01.html

História de Paris, França - 02 (Século XV ao Século XVII)

História de Paris, França 03 século XVII ao século XVIII

História de Paris, França - 04 (Quase cem anos de revoltas, guerras e transformações)

História de Paris V - Da belle époque ao período entre guerras