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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Historia do Egito VI - Império Novo I (Karnak, Luxor, Vale dos Reis)

I. Período Anterior -  Império Médio e o Segundo Período Intermediário


a) Império Médio


O Império Médio do Egito (também conhecido como O Período de Reunificação) é o período na história do antigo Egito entre cerca de 2050 a.C. e 1710 a.C., que se estende desde a reunificação do Egito sob o impulso de Mentuotepe II da Décima Primeira Dinastia até o fim da Décima Segunda Dinastia. Entre 1806 e 1802 houve o último reinado da 12a dinastia com a rainha Sebekneferu que não deixou herdeiros. Abriu-se então o caminho para a desordem política e o segundo período de transição. 
gravura com visão geral do templo de Karnak em Tebas
Vista geral do Templo de Karnak em Tebas, gravura de David Roberts, Egito e Terra Santa, 1838


Características do Médio Império


- Fortalecimento do poder dos Faraós.

- Transferência da capital para Tebas (região central às margens do rio Nilo).

- Período marcado por muitas conquistas militares e territoriais.

- No campo artístico destaca-se a representação humanizada da realeza egípcia, principalmente da figura do faraó.

- Na área religiosa, destaca-se a importância dada para a adoração do deus principal de Tebas, Amon.



b) Segundo Período Intermediário


O Segundo Período Intermediário marca um período em que o Antigo Egito caiu em desordem pela segunda vez, entre o fim do Império Médio e o início do Novo Reino.

Mapa mostrando o avanço do reino dos Hicsos e do reino Kush sobro as terras do Egito
É mais conhecido como o período em que os Hicsos fizeram invasão e dominação no Egito. Esse período incluiu da 15ª a 17a dinastia e durou até 1570 a.C.. 

Na figura vemos o avanço dos Hicsos (cor amarela) e também do reino Kush (marrom).


II. - Império Novo


O Império Novo, que iniciou-se com a expulsão dos Hicsos,  abrangeu as 18ª, 19ª e 20ª dinastias do Egito, e iniciou-se em torno de 1570 a.C..

Foi o período mais próspero do Egito e marcou o auge de seu poder. 

A parte posterior deste período, sob as dinastias 19 e 20 (1292-1069 AC), também é conhecido como o período Ramsida. Recebeu essa denominação após os 11 Faraós que usaram o nome Ramessés, depois de Ramessés I, o fundador da 19ª dinastia. 

Características do Império Novo


Para melhor se proteger no Império Novo o Egito finalmente criou um exército fixo sob o comando do Faraó, e em uma política de proteção avançou para o sul controlando uma parte maior da Núbia e avançou para o norte criando uma área de amortecimento entre a região do Levante (Síria, Israel, ...) e o Egito propriamente dito. Nesse tempo o Egito alcançou a sua maior extensão territorial. 


Ilustração colorida Faraó com carro de Guerra
Faraó com carruagem de guerra, foto por Patkul

Observação: O uso de carruagens como carros de guerra foi introduzido no Egito pelos Hicsos. Posteriormente os egípcios se tornaram mestres no seu uso.


Principais Características

- Formação de um império militarista.

- Iniciou-se com a expulsão dos hicsos, durante o reinado do faraó Amósis I.

- Expansão territorial através de várias guerras de conquistas incluindo a Síria. Dominaram os fenícios, cananeus, hititas e assírios, obrigando esses povos a pagarem impostos para o Egito.

- Fortalecimento da figura do Faraó

- Os principais faraós do Novo Império foram: 
  •    Amósis I (Expulsão dos Hicsos) 
  •    Hatshepsut (Madrasta do filho de Amenófis III, Tutmés III e que reinou em seu nome)
  •    Tutmés III (Grande período de conquistas) 
  •    Amenófis IV (Mudou o costume dos egípcios para um Deus único) 
  •    Tutancâmon 
  •    Ramsés II 
- No Novo Império, o Egito teve três capitais: Tebas, Pi-Ramsés e Mênfis.

 - A crise do Novo Império teve início após a morte do faraó Ramsés II, quando começou a ocorrer o empobrecimento interno e o início de invasões estrangeiras.

Tutmés III - O Napoleão do Egito



Tutemés III foi o sexto faraó da XVIII dinastia egípcia, da época do Império Novo. O seu prenome ou nome de coroação foi Menkheperré o que significa "Estável é a manifestação de Ré".


escultura de Tutemés IIITeoricamente, governou durante mais de cinquenta anos, mas deve-se enquadrar neste período os vinte e dois anos de reinado da sua tia e madrasta Hatshepsute (esposa do seu pai Tutemés II), que assumiu o trono durante a sua menoridade. 

Tutemés III notabilizou-se pela sua atividade militar, mas também pela sua intensa atividade construtora. Alguns autores consideram-no como um dos faraós mais importantes do Antigo Egito, tendo mesmo sido apelidado de "Napoleão do Egito" por James Henry Breasted.

III. - A cidade de Tebas


Tebas (Uaset em antigo egípcio) estava Localizada a 800 km do delta do Nilo a sul de Alexandria. Foi capital do reino durante o Império Novo (c. 1550 a.C. - 1070 a.C.). Hoje, nas suas proximidades, ergue-se a cidade de Luxor. Tebas e a sua Necrópole foram classificados Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em 1979.

a) Principais Monumentos  Templo de Karnak


O templo de Karnak é um templo dedicado ao deus Amon-Rá. Iniciado por volta de 2200 a.C. e terminado por volta de 360 a.C., o Templo de Karnak era naquela altura o principal local de culto aos deuses de Tebas, entre eles: Amom, Mut e Quespisiquis; 

foto das ruínas do Templo de Karnak visto de cima


Atingiu o seu apogeu durante a XVIII dinastia, após a eleição de Tebas para capital do Egito. No maior templo do Egito nenhum pormenor era descuidado, e durante a XIX dinastia trabalharam no templo cerca de 80 000 pessoas. 

O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de mil anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.

Atualmente é um dos locais mais procurados pelos turistas que visitam o Egito e pode ser admirado à noite um espetáculo de luz e som.


foto da entrada do Templo de Karnak com a avenida com esculturas dos leóes dos dois lados e a grande parede de tijolos de sua entrada
Entrada do Templo de Karnak, foto HistoriacomGosto


grandes colunas no templo grande escultura com uma pequena na altura das pernas, provavelmente a grande do Faraó  e a pequena da rainha


grande salão com escultura dos dois lados foto de alguns habitantes locais com suas túnicas brancas sentados na sombra e observando os turistas


Observamos que Amon Ra era um deus local de Tebas e o seu templo era cultuado naquele local. Quando a capital passou a ser Tebas, depois da expulsão dos Hicsos, os sacerdotes dividiam a importância com o Faraó, devido ao crédito da vitória ser dado aos deuses. Foi aí que o Faraó Amenophis III decidiu criar o maior templo do Egito que hoje chamamos de Templo de Luxor 



b) Templo de Luxor (Amenofis III a Ramsés II)


A construção do Templo de Luxor começou na época do faraó Amenófis (Amenhotep) III, teve continuação no reinado de Ramsés II e só veio a ser concluído já no período islâmico. Amenhotep III foi um dos grandes construtores do antigo Egito, construiu o templo durante seu reinado do Novo Império, que durou de 1390 a 1352 aC. 

O templo parece ter sido uma decisão de Amenhotep III para construir em seu nome um templo de importância igual ao de Karnak e que apesar de ser dedicado ao mesmo deus Amon, ele era também dedicado às divindades Mut (esposa de Amom) e Quespisiquis.


foto da entrada do templo de Luxor com um Obelisco de um lado e quatro estátuas do faraó na entrada - falta uma estátua e um obelisco
Entrada do templo de Luxor, foto historiacomgosto

Em sua forma atual, no entanto, o templo parece ser um dos muitos projetos que Ramsés II encomendou durante seu longo reinado. Ramsés também reaproveitou muitos monumentos existentes para aumentar sua reputação. As estátuas e esculturas que decoram o templo hoje apresentam principalmente a figura de Ramsés II.  Amenhotep construiu a parte interior e Ramsés a parte exterior.


O Templo de Luxor é construído de blocos de arenito provenientes da Núbia. Já o complexo do templo é cercado por paredes de tijolo de barro, símbolo da separação do espaço mundano e do espaço divino.

foto de uma estátua colossal de Ramsés II sentado, em cor cinza, com altura de 15,5 metros na entrada do templo
Ramses II, foto por Agsaz
Na entrada do templo havia originalmente dois obeliscos de 25 m de altura. Atualmente temos apenas o obelisco da esquerda pois o da direita foi dado de presente para o governo francês em 1835,  e está instalado em París na Place da Concorde.

Duas estátuas colossais de Ramsés II sentado com altura de 15,5 metros estão colocadas ne entrada do templo.



Depois da entrada, temos o pátio de Ramsés II com 57 metros de comprimento e 51 metros de largura. Temos setenta e quatro colunas. 


foto do pátio de Ramsés II com 74 colunas
foto historiacomgosto
foto de escutura em relêvo nas paredes do templo
foto historiacomgosto


No canto noroeste há um santuário dedicado a Thutmose III, enquanto na parte sul há uma série de colossos em pé de Ramsés II.


foto de esculturas no pátio de Ramsés II
foto HistoriacomGosto


O pátio de Ramsés II está ligado ao pátio de Amenhotep III  pela colunata de Amenhotep III. 


c) Vale dos reis



O Vale dos Reis é um vale onde, por um período entre os séculos XVI-XI a.C.,  foram construídas tumbas para os faraós e poderosos nobres do Reino Novo (da XVIII até a XX dinastia do Antigo Egito). 



foto aérea do Vale dos Reis vista de passeio de balão - Vê-se a região desértica e as várias tumba e templos escavados
Vale dos Reis, foto aérea, historiacomgosto

O vale se localiza na margem oeste do Rio Nilo, oposto a Tebas (atual Luxor), no centro da Necrópole de Tebas. O uádi consiste em dois vales, Vale Oriental (onde a maioria da tumbas reais estão situadas) e o Vale Ocidental.



foto de mapa mostrando a localização do vale dos Reis

Ele foi o principal local de sepultamento das principais figuras reais do Reino Novo egípcio junto com os de poderosos nobres. As tumbas reais são decoradas com cenas da mitologia egípcia e dão pistas para as crenças e rituais funerários do período. Quase todas as tumbas encontradas foram abertas e roubadas na antiguidade, mas mesmo assim ainda transmitem uma ideia da opulência e poder dos faraós.



Com a descoberta em 2006 de uma nova câmara (KV63), e em 2008 de outras duas entradas de tumbas, sabe-se que o vale possui 63 tumbas sendo que em algumas como a KV5, encontra-se mais de 120 câmaras.  



KV8 - Tumba de Merenptah (foto HistoriacomGosto)

foto do caminho para a entrada da tumba de Merenptah foto da placa descritiva da tuma de Merenptah




O local é foco de explorações arqueológicas e egiptológicas desde o final do século XVIII, e suas tumbas continuam a estimular interesse e pesquisas. Nos tempos modernos o vale ficou famoso pela descoberta da tumba de Tutancâmon.

KV 17 - Tuba de Seti I (foto HistoriacomGosto)

foto da parte externa da tumba de Seti I foto da placa descritiva da tumba de Seti I



Interior das tumbas



foto da descida toda decorada de dourado para a tumba de Taousertet e Sethnakht
foto da sala principal da tumba de Ramsés IV
Tumba de Ramsés IV, foto de Pocholo Calapre




foto do corredor de descida ricamente decorado para a tumba de Ramsés VI
Tumba de Ramses VI, foto de Jacub Kincl
foto de uma bela parede com esculturas em relevo colorida na tumba de Ramsés III
Tumba de Ramses III, foto de Agsaz


foto de uma sala com rica decoração colorida em uma tumba no vale dos reis
tumba no vale dos reis, foto de whatafoto
foto de uma sala de uma tumba no vale dos reis com paredes coloridas
tumba no vale dos reis, foto de whatafoto


Templo de Hatshepsut


a) Hatshepsut


Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e rainha-faraó do Antigo Egito. Viveu no começo do século XV a.C., pertencendo à XVIII Dinastia do Reino Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde a uma era de prosperidade econômica e relativo clima de paz.


Hatshepsut tomava as decisões por Tutemés III, mas o pequeno faraó era responsável pela realização dos cultos às divindades. No sétimo ano do reinado de seu meio-irmão, Hatexepsute adota o nome Maatkare e considera-se soberana do Egito, adotando os atributos e faraônicos como títulos, nomes, cetros, barba postiça, tanga curta e cauda de touro, além de unificar as duas coroas. Segundo Mokhtar (2010:57), Hatshepsut "declarou publicamente ser filha do deus nacional Amom-Rá, que se apresentara à sua mãe como Tutemés I.”

b) O templo

Ao oitavo ano do reinado de Hatshepsut, a grande obra do templo de Milhões de Anos é iniciada na margem ocidental de Tebas. O lugar escolhido: - a encosta de uma falésia, no Vale dos Reis e das Rainhas.


foto externa do templo de Hatshepsut
Templo de Hatshepsut, foto HistoriacomGosto


IV. - Continuação - Parte II


Na segunda parte referente ao novo império abordaremos o reinado de Aquenaton (Amenofis IV) e sua esposa Nefetiti, o grandioso faraó Ramsés II e o declínio da civilização egípcia.

V. - Referências

Templo de Luxor / Templo de Karnak / Vale dos Reis - Wikipédia

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O Nilo e o início das dinastias -
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As primeiras dinastias
https://historiacomgosto.blogspot.com/2019/01/a-historia-da-civilizacao-egipcia-ii.html

Dinastia IV e as grandes Pirâmides
 https://historiacomgosto.blogspot.com/2019/01/historia-da-civilizacao-egipcia-iii.html

O Médio Império
(A desenvolver)

O Império Novo I
https://historiacomgosto.blogspot.com/2020/04/historia-do-egito-vi-imperio-novo-i.html