I. Introdução
No século XVIII, a Grã Bretanha se recupera do período de guerra civil e com o período de estabilidade começa a desenvolver o seu potencial comercial e o consequente poderio econômico. Londres torna-se um centro financeiro e uma nova classe de comerciantes e profissionais ganham espaço.
A supremacia nos mares lança as bases do poderio do império. Uma Revolução Industrial é iniciada com os motores a vapor, que movimentam barcos e trens. Com isso surgem canais e ferrovias e uma grande movimentação em toda cadeia econômico.
Arquitetura Georgiana |
Surgem novas habitações com arquiteturas de casas altas com balcões para as famílias abastadas, e novos hábitos elegantes. Em contraste, quanto mais habitadas ficam as cidades, piores ficam as condições dos mais pobres.
Em resumo o que vemos é a Grã Bretanha tendo como reis herdeiros vindos da Alemanha, sem conhecimento e alguns sem muito interesse pela política britânica, e apesar disso, devido ao novo modo de governo, que administrava o país através do parlamento e de um primeiro ministro, a Inglaterra no século XVIII deu um grande salto rumo a modernização do País se tornando uma potência internacional.
II. - Dinastia de Hannover
A rainha Ana apesar de ter ficado grávida dezessete vezes do seu marido, o príncipe Jorge da Dinamarca, morreu sem deixar nenhum herdeiro. Sob os termos do Decreto de Estabelecimento de 1701, Ana foi sucedida por seu primo, Jorge I da Casa de Hanôver.
Jorge apresentou sua pretensão baseado no fato de ser bisneto do rei Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra através da sua mãe, Sofia de Hanôver. Havia ainda membros mais próximos da família Stuart, mas como estes eram católicos romanos, Jorge que era de confissão luterana foi preferido pelo parlamento britânico.
A Casa de Hanôver então substituiu a Casa de Stuart na Coroa britânica a partir de 1714, inserindo uma nova dinastia de soberanos para o país. Antes de adquirir a coroa da Grã-Bretanha (que tornou-se Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda em 1801) o chefe da família era também eleitor de Hanôver e duque de Brunsvique-Luneburgo, títulos que manteve até 1837.
II.1 - Jorge I (1714 a 1727)
Durante o reinado de Jorge, os poderes da monarquia foram enfraquecendo e a Grã-Bretanha empreendeu uma transição para um sistema moderno de governo por meio do Conselho de Ministros, dirigido pela figura do primeiro-ministro. Perto do final de seu mandato, o verdadeiro poder político estava nas mãos de Robert Walpole , reconhecido como o primeiro "primeiro-ministro" de fato do Reino Unido.
Jorge morreu de um acidente vascular cerebral em uma viagem a Hannover, onde foi sepultado. Ele foi o último monarca britânico a ser enterrado fora das fronteiras do Reino Unido.
George reviveu a Ordem do Banho (Ordem de Bath) em 1725 a pedido de Walpole, permitindo-lhe recompensar aqueles que o apoiaram ou obter mais apoio, concedendo-lhes a honra. Na verdade, ele adquiriu grande poder e tinha a capacidade de nomear ministros de sua própria escolha. Ao contrário de sua antecessora, a rainha Anne, George não costumava comparecer às reuniões de gabinete. A maioria de suas conversas eram privadas e ele exercia apenas uma influência notável na política externa. Com a ajuda de Lord Townshend, ele conseguiu que a Grã-Bretanha, a França e a Prússia ratificassem o Tratado de Hanover , projetado para se opor à aliança austro-espanhola nascida do Tratado de Viena.e proteger o comércio britânico.
Os britânicos o viam como muito alemão e, de acordo com o historiador Ragnhild Hatton , eles tinham a falsa crença de que ele tinha uma longa lista de amantes alemãs. No entanto, na Europa continental era considerado um governante progressista, favorável ao Iluminismo e que permitia que seus críticos se expressassem em público sem risco de serem censurados; da mesma forma, deu refúgio a Voltaire quando foi forçado ao exílio de Paris em 1726.
II.2 Rei Jorge II (1727 - 1760)
Jorge II foi o último monarca britânico a nascer fora da Grã-Bretanha: nasceu e foi criado no norte do Sacro Império Romano-Germânico. Durante os primeiros anos do reinado do seu pai, Jorge foi associado a políticos da oposição até eles se juntarem novamente ao partido governante em 1720.
Rei a partir de 1727, Jorge tinha pouco domínio sobre a política interna da Grã-Bretanha que era controlada majoritariamente pelo parlamento do país. Como príncipe-eleitor, passou doze vezes o verão em Hanôver onde tinha um controle mais directo sobre a política do governo.
A sua nova residência em Londres, a Casa Leicester, tornou-se um ponto de encontro frequente dos opositores políticos do seu pai, incluindo sir Robert Walpole e o Visconde Townshend, que tinha deixado o governo em 1717.
Em 1720, Walpole encorajou o rei e o seu filho para uma reconciliação em nome da unidade pública, algo a que ambos consentiram, mas sem grande vontade.
Durante o reinado de Jorge II, os interesses britânicos expandiram-se por todo o mundo, o desafio Jacobita para a dinastia de Hanôver acabou e o poder dos ministros no Parlamento britânico ficou bem estabelecido.
Apesar de tudo, nas memórias de contemporâneos Jorge é retratado como um palhaço fraco, controlado pela esposa e pelos ministros.
II.3 Rei Jorge III (1760 a 1800)
King George III |
No restante de sua vida, Jorge sofreu de um transtorno mental recorrente e enfim permanente. Os médicos ficaram perplexos com sua condição, apesar de desde então se acreditar que o rei sofria de porfiria.
III. - Revolução Industrial
Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
Ferro e Carvão, de William Bell Scott (1855-60). |
Essa Revolução Industrial tira o centro da produção das corporações de ofício da Idade Média para a produção em manufaturas.
III.1 - Máquinas a Vapor
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e movimentavam as máquinas que fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.
O Primeiro Motor a Vapor
A primeira máquina a vapor relatada, foi a eolípila (também chamada de "bola de vento"), criada por Heron de Alexandria no século I. Em 1698, Thomas Savery, engenheiro militar inglês, criou um motor que leva seu nome que poderia ser utilizado dentro das fábricas, sendo considerado uma das evoluções iniciais da revolução industrial.
Eolípila |
Em 1712, Thomas Newcomen projetou uma nova máquina que poderia ser utilizada dentro de minas de carvão, a qual, apesar de mais lenta que as anteriores, podia tanto elevar água quanto cargas mais pesadas e tinha um custo de capital muito menor (uma vez que substituía os cavalos que eram usados no trabalho).
Todavia, foi no ano de 1777 que o motor a vapor mais importante foi criado, quando James Watt, fabricante de instrumentos londrino, aperfeiçoou o motor a vapor de Newcomen. Após perceber uma falha no projeto da mesma, que era o tempo gasto, demasiadamente elevado, para ter o aquecimento, tanto do vapor quanto do combustível, em um mesmo cilindro. melhorando o projeto, criou assim um segundo cilindro.
Meios de Transporte
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força). A partir do século XIX os navios movidos a vapor se tornariam o modo predominante.
Locomotiva de Trevithick |
IV. - Segunda fase do Capitalismo - O Capitalismo Industrial
No final do século XVIII e início do XIX, ocorreu a transição do capitalismo comercial para o chamado capitalismo industrial. Esse ficou caracterizado por muitas evoluções que foram primordiais à ocorrência da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra, já citadas no parágrafo anterior como, a utilização do carvão mineral como fonte de energia para a indústria têxtil e o invento da máquina a vapor.
Essa produção industrial tornava-se necessária, pois o crescimento das cidades e o aumento demográfico demandavam mais produtos e menor custo para serem consumidos por toda população.
Mulheres trabalhando em fábrica |
V. - Arquitetura Georgiana
Arquitetura georgiana é, na maioria dos países anglófonos, a arquitetura produzida ao longo dos reinados de Jorge I, Jorge II, Jorge III e Jorge IV, compreendendo o período de 1720 a 1840, aproximadamente.
Apesar de receber um nome genérico, não é um estilo unificado, pois transita do final do Barroco até o ecletismo romântico de meados do século XIX. Esse ecletismo agradou especialmente a classe média, mas também serviu à nobreza.
Marble Hill House (arquiteto Roger Morris) margem norte do Rio Tâmisa, entre Richmond e Twickenham, Reino Unido. Marble Hill House é uma bela Villa Palladiana do século XVIII. |
As casas mais abastadas são geralmente de dois pavimentos principais, amplas e confortáveis, com uma distribuição simétrica e regular de aberturas, e uma ornamentação relativamente discreta, mas podendo ter uma entrada bastante imponente com pórticos, escadarias e colunatas.
Casas citadinas
O período georgiano tardio viu o nascimento da casa geminada, planejada sistematicamente, como um compromisso suburbano entre as casas com terraço da cidade e as “moradias” isoladas mais distantes, onde a terra era mais barata.
Houve exemplos ocasionais nos centros das cidades que remontam aos tempos medievais. A maioria dos primeiros exemplos suburbanos é grande, e no que hoje são as margens externas do centro de Londres, mas estavam em áreas sendo construídas pela primeira vez.
O estilo gerogiano de uma forma geral foi um estilo largamente empregado nas Ilhas Britânicas, nos Estados Unidos, Canadá e em outras colônias inglesas. O estilo declinou no fim do século XIX, mas no século XX conheceu uma voga revivalista.
VI - Eventos importantes do século XVIII referentes à Grã Bretanha
1721 - Robert Walpole torna-se primeiro ministro (1616-1745)
1776 - Declaração de Independência dos Estados Unidos
1769 - James Watt patenteou o motor a vapor e o desenvolveu para locomoção
1788 - Primeiro navio de condenados enviado à Australia
VII. - Referências
Arquitetura georgiana - https://www.hisour.com/pt/georgian-architecture-29066/