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domingo, 3 de novembro de 2019

Ravena, Itália - Cidade da Arte.

1. - Introdução


À primeira vista, Ravena é uma cidade pacata, plana, um pouco monótona e quase desligada dos fatos históricos. Depois, quando começamos a visitar os locais indicados somos tomados de surpresa pela riqueza de seu acervo.


Basílica de São Vital, Mosaico com Cristo ao centro, dois anjos, São Vital e o Arcebispo Eclésio com o modelo da Igreja, foto historiacomgosto


A origem de Ravena se perde na história. Provavelmente foi primeiramente habitada pelos Úmbrios e em sequência  pelos Etruscos. 

A certeza que se têm, é que no segundo século A.C., boa parte da Planície Padana já havia sido conquistada pelos romanos e também Ravena nessa época tinha se tornado uma cidade romana. 

A posição de Ravena, uma cidade rodeada de pantânos e distante apenas 4 Km do mar, garantia uma boa segurança contra ataques e ainda um ponto de interligação e saída para o mar adriático. 

Pequeno resumo histórico 

Século I

No século I, o Imperador Cesar Augusto, escolheu Ravena como sede da frota do Mediterrâneo Oriental. Fez construir um grande porto na área chamada Classe que se transformou na frota mais aguerrida do Império.

402 D.C.

O período mais importante de Ravena se inicia em 402 DC, quando ela se torna capital do Império Romano do Ocidente. Honório estava preocupado com os ataques dos bárbaros e não se sentindo seguro em Milão, transferiu a corte para Ravena.

476 D.C.

Em 476, não resistindo aos ataques constantes dos bárbaros, acaba o império romano e o rei Odoacre assume o título de rei da Itália e escolhe Ravena como sua capital. 

493 DC

Em 493, Ravena é ocupada pelo rei Ostrogodo, Teodorico, o qual governou por mais de 30 anos, com sabedoria e dotou-lhe de grandes obras. Como Teodorico era do culto Ariano, ele construiu igrejas para o seu povo mas permitiu também que a população católica mantivesse a sua crença e os seus cultos. 

Arianismo

O arianismo foi uma visão cristológica antitrinitaria sustentada pelos seguidores de Ário, presbítero cristão de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, que os igualasse, concebendo Cristo como um ser pré-existente e criado, embora a primeira e mais excelsa de todas as criaturas, que encarnara em Jesus de Nazaré. Jesus então, seria subordinado a Deus Pai, sendo Ele (Jesus) não o próprio Deus em si e por si mesmo.  (fonte: wikipédia)

540 D.C.

Nesse período, o imperador bizantino cristão ortodoxo, Justiniano I , opôs-se ao governo dos Ostrogodos e à variedade ariana do cristianismo. Em 535, seu general Belisário invadiu a Itália e em 540 conquistou Ravena. Depois que a conquista da Itália foi concluída em 554, Ravena se tornou a sede do governo bizantino na Itália. Como era uma área descontínua do Império foi também conhecido como um exarcado bizantino.

De 540 a 600, os bispos de Ravena iniciaram um notável programa de construção de igrejas em Ravena e nos arredores da cidade portuária de Classe. Os monumentos sobreviventes incluem a Basílica de San Vitale e a Basílica de Sant'Apollinare in Classe.


Justiniano sonhava com reunir novamente os impérios romanos do ocidente e oriente em um novo período de glórias.

751 D.C.


Em 751, o rei Lombardo, Astolfo, conseguiu conquistar Ravena, terminando assim o domínio bizantino no norte da Itália.

Ravena gradualmente ficou sob a autoridade direta dos papas, embora isso tenha sido contestado pelos arcebispos em vários momentos. 

1431 DC a 1509

A cidade foi submetida ao domínio da Republica de Veneza. 


1509 a 1861

Após a retirada veneziana, Ravena foi novamente governada por legados do Papa como parte dos Estados Papais com pequenos períodos de alternancia. 


1861 aos dias atuais

Ocupada pelas tropas piemontesas em 1859, Ravena e a área circundante da Emiglia Romagna tornaram-se parte do novo Reino unificado da Itália em 1861

2. - Principais Monumentos Históricos de Ravena


2.1 Basílica de São Vital


A Basílica de São Vital é o monumento mais famoso de Ravena, Itália e um dos exemplos mais importantes de arte e arquitetura bizantina na Europa Ocidental. A basílica é uma das oito construções dos monumentos paleocristãos de Ravena, consideradas Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. É dedicada a Vital de Milão.

A Basílica começou a ser construída em 526 d.C., sob ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do ostrogodo Teodorico, o Grande,  e foi concluída por Maximiniano em 548 d.C., durante o Exarcado de Ravena, já há sete anos sob domínio do Império Bizantino. Não se sabe quem foi o arquiteto da obra.



Entrada da Basílica de São Vital, foto historiacomgosto


A basílica é mais famosa por sua riqueza de mosaicos bizantinos, os maiores e mais bem preservados fora de Constantinopla. A Basílica é de extrema importância para a arte bizantina, visto que é a única grande igreja do período do imperador Justiniano que sobreviveu virtualmente intacta até hoje.

A construção foi patrocinada pelo banqueiro grego Juliano Argentário, de quem pouco se sabe, exceto que também tinha patrocinado a construção da Basílica de Santo Apolinário em Classe na mesma época.  



Interior da Basílica de São Vital, foto historiacomgosto

As séries de mosaicos representam sacrifícios do Antigo Testamento: a história de Abraão e Melquisedeque, o sacrifício de Isaac, a história de Moisés, Jeremias e Isaías, representações das 12 tribos de Israel, Abel, Caim e o Cordeiro de Deus. 






Há também mosaicos dos quatro Evangelistas, sob seus símbolos e todos vestidos de branco. Todos os mosaicos foram executados na tradição helenístico-romana: vívidos e imaginativos, com ricas cores e uma certa perspectiva, com vívidas representações da paisagem, plantas e pássaros.





Ao pé da abside estão os dois mosaicos mais famosos, executados em 548, com o Imperador Justiniano, vestido com um manto de cor púrpura e com um halo dourado, ao lado do clero. A semelhança da corte do imperador com Jesus e seus apóstolos marca a simbologia de que o Império Romano tinha se transformado no teocrático Império Bizantino.


Mosaico do Imperador Justiniano com o clero, foto historiacomgosto

Do outro lado está a imperatriz Teodora, solene e formal, também com um halo dourado, joias e sua corte. Esses mosaicos são praticamente os únicos exemplos que ainda existem de mosaicos seculares do Império Bizantino.


Mosaico da Imperatriz Teodora, foto historiacomgosto


A basílica foi a inspiração para que Filippo Brunelleschi projetasse a cúpula da Santa Maria del Fiore, em Florença.

2.2 - Mausoléu de Galla Placídia


a) Quem foi Galla Placídia


Galla  Placídia , é a celebre filha do Imperador Teodosio dona de vida aventurosa e movimentada. Ela se casou com o bárbaro Ataulfo e depois com o seu patricio Constancio III, com o qual teve dois filhos; Onória e Valentiniano III. Governou Ravena e o Ocidente por muitos anos, primeiro associado com a dignidade imperial, depois como regente em nome do filho Valentiniano III.

Galla Placídia morreu no ano de 450 em Roma, onde quase certamente foi sepultada no mausoléu da família Teodosiana, perto da Basílica da São Pedro Vaticano.

O Mausoléu

Acredita-se que foi a própria Galla Placídia que mandou construir o mausoléu e o  consenso é que foi em torno do segundo quarto do século V. O exterior do edifício é bastante simples. O interior é que surpreende pela sua preciosidade decorativa.

Estilo

O estilo dos mosaicos figurativos é uma derivação direta da pintura mural da Roma tardo-imperial, a qual por sua vez era herdeira da antiga tradição grega de pintura, transição intermediada pelos artistas do helenismo.

Lunetas

Sobre as quatro lunetas que simbolizam a transição entre o mundo celeste e o terrestre, estão duplas de figuras masculinas vestidas de túnicas brancas com pálios, características dos senadores romanos, mas que podem simbolizar a pureza dos recém-batizados ou a transfiguração da alma na Ressurreição final. 

Quase todas as figuras à esquerda das janelas seguram um rolo de pergaminho em sua mão esquerda, e as da direita escondem a mesma mão mão na túnica; ambas sempre têm sua mão direita elevada em aclamação, numa postura que era típica da iconografia dos oradores romanos. 


luneta  Mausoléu Galla Placídia, foto historiacomgosto


Diferem dois personagens, identificados como São Paulo e São Pedro. O primeiro, por sua longa barba escura, e o segundo, por segurar uma chave e ter cabelos brancos, traços convencionais na sua iconografia.

Cúpula


2.3 - Batisterio Neoniano


O Baptistério Neoniano  em Ravena (Itália) é a mais antiga das oito estruturas de Ravena inscritas na lista do Patrimônio da Humanidade em 1996. Este  é "um dos melhores e mais completos  exemplos sobrevivente de um batistério dos primeiros tempos do Cristianismo" que "retém a fluidez na representação da figura humana derivada da arte greco-romana".


Em parte construiu-se sobre uma terma romana. Também é chamado de Batistério ortodoxo   para distingui-lo do Batistério ariano construído a pedido do rei ostrogodo Teodorico cerca de cinquenta anos depois. Os dois edifícios, embora destinados à mesma função, eram cada um próprio de uma das duas comunidades cristãs que coexistiam então em Ravena. Era chamado "ortodoxo" no sentido da época, que se referia aos cristãos da "reta" doutrina em contraste com a "heresia" ariana.

A estrutura é de planta centralizada octogonal. Foi construída de tijolo pelo bispo Urso no final do século IV ou princípio do V, como parte da sua grande basílica (destruída em 1734). O batistério foi concluído pelo bispo Neon no final do século V, tempo no que se adicionaram as decorações em mosaico.


Cúpula do batistério, foto historiacomgosto

2.4 - Basílica de Santo Apolinário Novo


Basílica de Santo Apolinário Novo, foi construída pelo Rei ostrogótico Teodorico, o Grande, para ser a igreja de seu palácio e uso de sua corte, durante o primeiro quarto do século VI. Era uma igreja do culto ariano professado por Teodorico.

Foi reconsagrada como uma igraja católica em 561, sob o reinado do imperador Justiniano (r. 527–565), sob o nome "São Martim em Céus Dourados". Foi dedicada a Martinho de Tours que era defensor da fé católica. De acordo com a lenda, o papa Gregório I ordenou que os mosaicos da igreja fossem escurecidos para que os visitantes não ficassem distraídos em suas orações. A Basílica foi renomeada em 856, quando as relíquias de Santo Apolinário foram transferidas para a Basílica de Santo Apolinário em Classe.


Nave principal, Igreja São Apolinário Novo, Ravena, foto HistoriacomGosto


Quando a UNESCO colocou a igreja na lista de Património Mundial, seus peritos destacaram que "o exterior e o interior da Basílica ilustram graficamente a fusão entre os estilos oriental e ocidental que caracterizam a virada do século V para VI. Esta é uma das construções mais importantes de um período de crucial significação cultural na arte religiosa européia."

Detalhes de alguns mosaicos (fotos historiacomgosto)



Mosaicos de Jesus e Nossa Senhora



Mosaicos - Procissão das virgens e Reis Magos fazendo oferendas



3. 0 Batistério Ariano 


O Batistério dos arianos foi construído pelo rei ostrogodo Teodorico, na primeira metade do século VI, na tentativa de pacificar os godos cristão-arianos e os latinos de culto ortodoxo. O Arianismo foi uma doutrina cristológica do início do século IV que negava a Trindade, e foi condenado pelo Concílio de Nicéia em 325. Apesar de ter sido considerada heresia, tornou-se comum nos séculos seguintes, especialmente na Idade Média e entre os povos germânicos. Eles acharam no Arianismo uma espécie de distinção do Império Romano, que se professava de religião católica. A luta entre católicos e arianos (que havia se tornado o contraste entre “Romanos” e “Bárbaros”) também experimentou momentos de verdadeira guerra religiosa. (fonte: https://www.janelaitalia.com/ravenna-os-mosaicos-cor-de-ouro/)




Batistério Ariano


4.0 -  Dante em Ravena

Dante viveu entre os anos de 1265 a 1321, época de uma guerra constante entre Florença e Siena pela supremacia de seus reinos, ao mesmo tempo que também havia na própria Florença, outra guerra interna entre os partidos guelfos e gibelinos que traziam partidários do Papa ou dos governantes da cidade.

Tendo nascido de uma família importante, Dante foi médico  e farmacêutico para pertencer a uma das corporações de artes e ofícios (guildas) e assim poder ocupar cargos públicos em Florença.


Estátua de Dante em Verona
De 1295 a 1300, Dante fez parte do "Conselho dos Cem" entidade política que governava Florença.

Dante tomou partido dos guelfos que foram derrotados em Firenze e portanto foi expulso da cidade e proibido de voltar. Dante morou por um período em Verona e depois Ravena onde passou o resto de sua vida. Foi no exílio que passou a escrever o seu famoso livro.


Exílio

A partir de 1315, fixa-se em Verona por dois anos, na corte de Cangrande della Scala. Ali faz a revisão de “Inferno”, divulgado desde fins de 1314, escreve “Purgatório”, que começa a circular em 1315 e começa o “Paraíso”. 

Em 1316, recebe o perdão do exílio e é convidado pelo governo a retornar a Florença, mas as condições impostas são humilhantes, semelhantes àquelas reservadas aos criminosos. Dante rejeita o convite. Em represália à sua negativa, recebe nova condenação, dessa vez extensiva aos filhos.


Em 1318, deixa Verona, que é agitada por conflitos políticos. Vai para Ravena, na corte de Guido Novello da Polenta. É nesse momento que conclui o “Paraíso” e quando escreve “Quaestio de Aqua et Terra”, versão pouco alongada da aula ministrada pelo poeta sobre a questão de não poder a água, em altura, superar a terra imersa.


Em 1321, ao regressar de uma embaixada, desempenhada em Veneza por conta de Guido da Polenta. Dante adoece e é vencido pela malária. Morre em Ravena na noite de 13 para 14 de setembro de 1321. Foi sepultado na Igreja de São Francisco.

Carlo Wostry, i funerali di Dante, 1921, Museo Dantesco, Ravenna


Zona Dantesca

a) Centro Dantesco Franciscano


O Centro Dantesco é uma atividade cultural da Província Bolonhesa dos Frades Menores Conventuais, inaugurado em Ravena às vésperas do VII Centenário do nascimento de Dante Alighieri, pelo Padre Severino Ragazzini (1920-1986) .

"Accanto alla tomba di Dante, che mette a contatto con Dante morto, volevo creare un centro dantesco che mettesse a contatto con Dante vivo. Insomma, volevo unire Sepolcro glorioso (con i resti mortali dell’Alighieri) e Centro Dantesco con gli scritti del Poeta che ancora lanciano messaggi all’umanità. Così il Centro Dantesco avrebbe dato voce ad un sepolcro"

"Ao lado da tumbe de Dante, que se colocar em contato com Dante morto, quero criar um Centro Dantesco que se permita o contato com o Dante Vivo. ..."
il fondatore Padre Severino Ragazzini





O Centro baseia sua atividade na declaração - expressa pela primeira vez pelo papa Bento XV na encíclica In praeclara summorum (1921) e posteriormente retomada pelo papa Paulo VI na carta apostólica Altissimi cantus (1965) - que "Dante é nosso". Mas, como este último se apressou em ressaltar, "afirmamos isso não para torná-lo um troféu ambicioso de glória egoísta, mas para nos lembrar do dever de reconhecê-lo como tal e de explorar em seu trabalho os inestimáveis ​​tesouros do pensamento  e do sentimento cristão, convencidos que somente os que podem penetrar na alma religiosa do soberano poeta, podem entender e provar as maravilhosas riquezas espirituais ». 

Uma responsabilidade, portanto, e um compromisso com o qual o Centro deseja continuar fiel, todos os dias testemunhando como - usar as palavras de outro Papa, o Papa João Paulo II - «depois de quase sete séculos, a arte de Dante  evocando emoções sublimes e certezas supremas, ainda se revela capaz de incutir coragem e esperança, direcionando a difícil busca existencial do homem de nosso tempo em direção à Verdade que nunca se põe "

(Palavras no final da leitura de Dante pelo professor Vittorio Sermonti, Castel Gandolfo, 31 de agosto de 1997).´


b) Túmulo de Dante


Dante passou seus últimos anos em Ravena e morreu em 1321. No dia seguinte à sua morte, seu funeral foi realizado no claustro da basílica, então um mosteiro franciscano, a Igreja de San Pier Maggiore, mais tarde chamada Basilica di San Francesco . Ele foi então enterrado do lado de fora do claustro, na beira da estrada, em um antigo sarcófago romano, no qual ele ainda descansa.


Monumento construído em 1781


O sarcófago foi movido para o lado oeste do claustro por Bernardo Bembo, podestà veneziano de Ravena, no final do século XV.

Alguns anos depois, a cidade natal de Dante, Florença, começou a fazer pedidos para que seus restos mortais fossem devolvidos. Estes tiveram o apoio de dois papas dos Médici , o Papa Leão X e o Papa Clemente VII . O primeiro pedido foi apoiado por Michelangelo e, em 1519, foi concedida a Florença permissão para mover o sarcófago para lá, mas os franciscanos tiveram tempo suficiente para fazer um buraco na parede e secretamente mover os ossos de Dante para lá. 
Uma delegação da Toscana chegou devidamente, mas encontrou o sarcófago vazio. Foi transferido para o claustro e mantido sob guarda.

Enquanto isso, os ossos foram colocados em uma nova caixa em 1677 por Antonio Sarti, antes do mosteiro. O sarcófago foi restaurado sob guarda armada em 1692. Os ossos foram recolocados em seu sarcófago original em 1781, no mesmo ano em que o monumento projetado foi concluído, tendo sido encomendado ao arquiteto local Camillo Morigia por Luigi Valenti Gonzaga , cardeal legado em Romagna.  

Os frades esconderam os ossos na caixa de 1677 novamente em 1810, durante a ocupação francesa, para impedir que fossem confiscados. Eles esconderam a caixa sob uma porta antiga entre a Basílica de San Francesco e a Capela Braccioforte antes de deixar a cidade.

A localização da caixa foi esquecida até 27 de maio de 1865, quando foi encontrada por um trabalhador que realizava obras de restauração pelo 600º aniversário do nascimento de Dante. Um jovem estudante e mais tarde um respeitado notário, Matteucci Anastasio, notou as palavras "OSSA DANTIS" (ossos de Dante) na caixa e a salvou de ser jogada em uma cova comum.

Os ossos foram escondidos mais uma vez durante a Segunda Guerra Mundial para impedir que fossem destruídos por bombardeios. Eles foram enterrados no jardim de março de 1944 a 19 de dezembro de 1945 até serem devolvidos ao monumento, agora marcado com uma placa.

O monumento foi restaurado em 2006-2007, incluindo uma repintura completa de suas fachadas.


c) Zona Dantesca - entorno da tumba



O jardim com o Quadrarco di Braccioforte também foi o lugar onde foi enterrado os ossos junto à árvore para proteger dos bombardeios.


monte com os ossos de Dante entre 1944 e 1945



d) Igreja Basílica Franciscana


A igreja foi construída na metade do século V, pelo bispo Neone que a dedicou aos apóstolos. Em 1261 foi dada em concessão aos frades menores franciscanos que celebraram seus rituais até 1810, ano na qual a ordem foi sumprimida por ordem de Napoleão I. Somente em 1949 os franciscanos voltaram a celebrar nessa igreja. É conhecida como a Igreja de Dante pois era nela que o poeta ia rezar e meditar. 



4.0 - Patrimônios culturais da Humanidade em Ravena


A Itália é o País que mais detém locais considerados como "Patrimônios Culturais da Humanidade" pela UNESCO, com um total de 43 localizações. Desses, oito ficam em Ravena e são , o Mausoléu de Gala Placídia, o Batistério Neoniano, Basílica de Santo Apolinario Novo, a Igreja de São Vital,  o Batistério Ariano, a Capela Arquiepiscopal, o Mausoléu de Teodorico,  e Basílica de São Apolinário in Classe.

5.0 - Referências


Ravenna Cittá d'Arte - Edizioni Salbaroli - Ravenna

Itinerari Danteschi - Ravenna, Comune di Ravenna e Centro Dantesco dei Frati Minori

Batisterio Ariano - (fonte: https://www.janelaitalia.com/ravenna-os-mosaicos-cor-de-ouro/)


Wikipedia - Ravenna / Dante / Basilica de São Vital