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terça-feira, 19 de novembro de 2019

A região do Chianti Clássico - Toscana

1. - A Região do Chianti Clássico


A Toscana está localizada no centro da Itália e, no centro da Toscana, entre Florença, Siena e Arezzo fica Chianti , uma encantadora região coberta de colinas, cercada pelas principais cidades “artísticas” da região. Ainda no centro dessa região fica a área visitada que chamamos "Região do Chianti Clássico". 


Panorama da região de Chianti vendo a região bem verde de vinhedos, ciprestes e olivais
Panorama da região de Chianti, foto historiacomgosto



Geograficamente falando, Chianti é uma terra montanhosa que se estende por cerca de 60 km a 70 km na sua extensão, cujo ponto mais alto é Monte San Michele, a 893 mt. Existem 5 rios que cruzam e definem a área com: os rios Pesa, Greve, Ombrone, Staggia e Arbia.

2. O Vinho Chianti e a Sangiovesi



O cultivo de videiras e oliveiras na região de Chianti vem de muito tempo. A história começa talvez no tempo dos etruscos e dos romanos. Sabemos com certeza que no século XII as videiras da região eram bem conhecidas e nos anos trezentos os vinhos de chianti gozavam de bom reconhecimento. 

O significado do nome Chianti vem de “bater de asas” ou “fanfarra de buzinas e sons” ou simplesmente a extensão da palavra etrusca “Clante”, encontradas em registros do século XIV.

Uma das características típicas da legítima sangiovese é elevada acidez e concentração de taninos. Por isso, é muito comum que os produtores de vinho a misturem com outras uvas, como a canaiolo, mais macia e suave.


Criação da Liga del Chianti



No século XIII auge das constantes guerras entre Florença e Siena, a região de Florença foi dividida em ligas militares de cidades. Em 1384 foi criada a Lega del Chianti, que compreendia as vilas de Radda, Gaiole e Castellina (até hoje o centro da região que se denomina Chianti Classico), e essa liga durou até 1774, atuando ativamente durante as batalhas entre Firenze e Siena.

Autorização específica para produção do Chianti


No entanto, o nome do vinho ficaria definitivamente gravado na história a partir de 1716, quando Cosimo III de Médici, o penúltimo de sua família a ser Grão Duque da Toscana, determinou que as três cidades da Lega del Chianti, mais uma parte da vila de Greve, estavam aptas a produzir o vinho de nome Chianti. 

Esta pode ter sido a primeira demarcação territorial, ou seja, a primeira Denominação de Origem, conhecida no mundo. Apesar de o reinado de Cosimo III ter sido desastroso para a região, que se viu diante de uma enorme crise econômica e social, a demarcação durou até 1932, quando a área foi gradualmente expandida (a última expansão seria em 1967).


Barão de Ricasoli e as regras para a produção do Chianti


No início, juntamente com a Sangiovese, uma das principais uvas usadas na produção do vinho era a Canaiolo. Seria somente durante o Risorgimento italiano no século XIX, que o vinho tomaria uma forma, muito próxima do que é hoje.


Credita-se ao Barão Bettino Ricasoli a criação do vinho Chianti, quando no ano de 1872, após trinta anos de pesquisas e experimentações – unindo paixão, arte e ciência – escreveu a “fórmula do Chianti” na famosa carta endereçada ao professor Cesare Studiati da Universidade de Pisa, na qual exaltava os aromas e a estrutura da Sangiovese, a maciez da Canaiolo e a tendência da Malvasia a diluir o vinho, o que fez o Barão sugerir que esta uva não fizesse parte do corte dos vinhos de guarda da sua região. A receita do Barão era 70% Sangiovese, 15% Canaiolo and 15% Malvasia bianca.

Obs 1: Hoje para ser reconhecido como Chianti Clássico precisa ter pelo menos 80 % de sangiovese, os outros 20 % podem ser qualquer combinação de uvas vermelhas. Não pode ter uva branca na mistura.


Obs 2: O Barão Bettino Ricasoli era uma figura política de renome na Itália, tendo sido inclusive Primeiro Ministro do Reino da Itália, logo após a unificação (rissorgimento) em 1861.

Além de ser a criadora do Chianti, a família Ricasoli produz vinhos desde o ano 1141, quando adquiriu o legendário Castello de Brolio. Essa longa história faz da Barone Ricasoli a vinícola mais antiga da Itália e a segunda mais antiga do mundo. 


vista panorâmica dos vinhedos do castelo de broglio
Vista panorâmica dos vinhedos do Castelo Broglio, foto historiacomgosto


3. - A lenda do Galo Negro


Os cidadãos de Florença e os de Siena estavam lutando há muito tempo: eles não conseguiam chegar a um acordo sobre como estabelecer a fronteira entre seus dois territórios!

Cansados ​​das constantes brigas, eles organizaram um desafio.

No canto do galo, dois cavaleiros deixavam a praça central de suas respectivas cidades.

escutura do galo negro que é o símbolo da região de chianti
Galo Negro de Chianti, foto historiacomgosto


O ponto onde eles se encontrassem seria marcado a fronteira entre os territórios da cidade de Florença e os da cidade de Siena.

Os dois galos foram escolhidos, um branco para os sieneses e um preto para seus oponentes.

Os florentinos não alimentaram o galo preto, que acordou muito cedo na manhã seguinte, permitindo que o cavaleiro de Florença saísse cedo.

Os sieneses , por outro lado, alimentavam e abraçavam o galo branco, que acordou mais tarde.

O cavaleiro de Siena quando deixou a cidade o sol já estava alto no céu.

Por esse motivo, o cavaleiro florentino atravessou toda a região de Chianti e encontrou o outro cavaleiro a doze quilômetros de Siena.

Todas as terras ricas da região vinícola ficaram assim dentro das fronteiras de Florença.






Ainda hoje, o símbolo da região de Chianti é um galo preto


4. A Chiantigiana


A estrada que nos leva a descobrir as belezas da região de Chianti é a estrada regional 222 também conhecida como Chiantigiana. Ela parte de Florença e vai até Siena atravessando toda a região de Greve in Chianti, Rada in Chianti, Gaiole  in Chianti e Castellina in Chianti. Essa é a região original do Chianti, conhecida como região do Chianti Clássico.

A estrada é entremeada por paisagens com plantações de oliva, uva, campos com ciprestes, castelos, propriedades produtoras de vinho e pequenos burgos / vilarejos da época medieval. 

mapa turístico da região de Chianti


No período entre abril e outubro encontramos um grande número de ciclistas percorrendo a região.  O percurso de bike tanto vai margeando o asfalto como muitas vezes em estradas de terra da região.

Muitas provas de ciclismo também são realizadas na região sendo as mais conhecidas as de Granfondo Strade Bianche (profissionais e amadores), Granfondo di Firenze, Granfondo Gallo Nero, Eroica Montalcino (ciclismo vintage), Eroica Gaiole (ciclismo vintage).







5. Greve in Chianti


Greve in Chianti é uma comuna que ainda hoje se situa na província de Florença, e tem cerca de 13.886 habitantes. Estende-se por uma área de 169 km², tendo uma densidade populacional de 82 hab/km².

Desde a Idade Média, a história de Greve está ligada à sua praça principal, que sempre serviu de mercado. A vila era uma simples dependência do castelo de Montefioralle, mas, graças à sua posição, pôde se tornar o principal mercado da região. 


pracinha central de Greve in Chianti
Centrinho de Greve in Chianti, foto historiacomgosto



A praça com a forma característica de um triângulo alongado é cercada principalmente por arcadas e no centro está a estátua do escultor Romeo Pazzini representando Giovanni da Verrazzano. Um dos vértices da praça é ocupado pela igreja paroquial dedicada à Santa Cruz ( século XIX ).


- Antica Macelleria Farloni


Por mais de 200 anos, a Falorni produz carnes embutidas de alta qualidade no coração de Chianti, transmitindo de pai para filho os segredos de receitas antigas e o conhecimento artesanal de processamento.





O vínculo indissolúvel com o território e as suas  raízes, feito de coisas genuínas e um estilo de vida saudável,  permitiu a Falorni obter inúmeros prêmios e exportar seus produtos além de suas fronteiras.


A loja de vendas e degustação

Vista interna da Marcelleria Farloni
Visão geral da loja de revenda Marcelleria Farloni, foto historiacomgosto




A loja de vendas dispõe de uma vasta gama de salames, presuntos, carnes para bistecas, queijos pecorino, vinhos de chianti, brunellos, ...,.


Mesmo que você esteja passeando e não possa comprar toda aquela variedade que gostaria, vale a pena sentar comer um pão com queijos, salames e presuntos e provar de vários vinhos que estão disponíveis para degustação ao preço de 5 euros por taça pequena. 


- Vinna Maggio

A Vignamaggio já era uma região bastante conhecida há 500 anos. Supostamente, foi o local de nascimento de Mona Lisa, pois sua família, os ricos Gherardinis, moravam lá no século XIV.

Desde 1988, o Sr. Gianni Nunziante, o novo proprietário da Vignamaggio, empreendeu uma extensa renovação dos edifícios, dos jardins, das vinhas e das adegas.

Nas antigas caves subterrâneas, o proprietário instalou novas prensas, cubas de aço inoxidável e barricas de carvalho francês, transformando a região em uma das mais importantes vitivinicultoras de Toscana.

Passeio obrigatório para os amantes do vinho e da arte. (fonte:wine.com.br)


visão geral dos vinhedos da Vinna Maggio
Visão geral Vinna Maggio, foto Tripadvisor




6. - Radda in Chianti


As habitações em Radda remontam a assentamentos de até 2000 aC, onde escavações arqueológicas testemunham uma história de habitantes transitórios, talvez os primeiros pastores que viajavam com suas ovelhas em busca de áreas verdes. Também existem muitos artefatos que registram a ocupação após a queda do império romano e uma forte fortificação de etruscos.


vista de baixo da colina de Radda in Chianti
Vista de Radda in Chianti, foto historiacomgosto


A vila medieval e seu castelo faziam parte do feudo do conde Guidi, embora isso não oferecesse muita proteção contra as constantes rixas e invasões de Siena . Em meados da década de 1200, Radda foi estabelecida como sede da Lega di Chianti , muito antes de comercializarem vinho ... embora os registros mostrem que essa área já estava exportando vinho para a Inglaterra nos anos 1600 e os etruscos há 2300 anos cultivavam uvas para vinho .


início do centro histórico de Radda In Chianti
Radda in Chianti, início centro histórico, foto HistoriacomGosto


A comuna de Radda in Chianti atualmente faz parte da província de Siena e conta com cerca de 1.668 habitantes.




Castellina, Radda e Gaiole foram agrupados e existiam sob o domínio florentino, tornando Radda a sede das três áreas. 

A paz não chegou facilmente a essa área até que Siena foi finalmente incorporada à República de Florença.

O amor pela bike

Finalmente encontramos um lugar na Europa onde o esporte que concentra maior paixão não é o futebol. Nessa regiaõ de Chianti definitivamente eles são loucos pelas bikes. Não adiata procurar camisas de times de futebol italianos que você não vai achar. Entretanto lojas com roupas esportivas para ciclismo tem aos montes. 


interior de loja dedicada a vender roupas e acessórios para o pessoal de bike

Hotéis de Típicos em Radda

Em Radda você encontra hotéis de ótima qualidade com mistura de características típicas da época medieval, ambiente de campo com vistas deslumbrantes, aliados a um silêncio calmante e a poucos passos do centro histórico. Exemplo: Hotel Relais in Vignale, referência obtida no Hotels.com;




A comida característica


A bistecca alla Fiorentina é um prato de carne típico da cozinha italiana muito tradicional na região da Toscana. Consiste em um corte que contém o contra filé e o filé mignon bovino, geralmente de um animal da raça Chianina da faixa de 10 a 15 meses de idade. Essa parte é bem espessa e contém osso.



Plantação de Uvas 

Por todos os lados vemos videiras intercaladas com oliveiras. Demarcando a entrada e saída das propriedades sempre existe uma fileira de ciprestes dos dois lados da via.


visão geral de área agrícola de Radda in Chianti
Radda in Chianti, visão geral área agrícola, foto historiacomgosto


O nome real Radda in Chianti é de 1911, em um esforço para dar um valor elevado ao vinho em produção na área. (fonte:https://www.chianti.com/radda-in-chianti/intro-to-radda.html)

7. - Gaiole in Chianti


A cidade de Gaiole in Chianti, com 2.756 habitantes, é outra comuna importante na região de Chianti Classico, onde as principais atrações incluem os deliciosos sabores entre vinho e azeite. No entanto, pode-se dizer facilmente que as verdadeiras atrações de Gaiole, além do vinho Chianti Classico, são seus arredores, que incluem belos castelos e igrejas paroquiais .


Visão geral de Gaiole in Chianti, foto LigaDue em Wikimedia Commons



Situado ao leste de Radda, Gaiole oferece um vislumbre das complexas lutas pelo poder que marcaram esta terra por centenas de anos, da família Ricasoli à família Medici, dos Guelfs aos Ghibilines e entre Florença e Siena. Esses mesmos conflitos foram o estímulo para as cidades fortificadas, castelos imponentes e devastação contínua que marca tantas torres e vilas destruídas. Uma base espetacular para a sua viagem de férias em casas de fazenda ou aluguéis de vivendas .


Mas de todo esse caos, nasceu a tradição do vinho Chianti Classico! Gaiole hospeda a maior vinícola da região de Chianti Classico: o Castelo Brolio , onde o Barão Bettino Ricasoli inventou a fórmula Chianti em 1872 .

- Castelo di Meleto


O castelo de Meleto é uma propriedade privada localizada no município de Gaiole in Chianti. A primeira evidência de Meleto remonta ao século 11, quando chegou à posse da vizinha Badia di Coltibuono.

muralhas do Castelo di Meleto
Visão geral Castelo di Meleto, foto historiacomgosto

Graças à sua posição, localizada perto da fronteira entre os territórios das repúblicas de Florença e Siena, o castelo tornou-se o primeiro baluarte florentino da região e mais tarde uma das principais fortificações da Lega del Chianti. Isso fez do castelo uma presa cobiçada dos dois concorrentes que disputaram por um longo tempo, mesmo que nunca tenham sofrido uma destruição séria.


- Castelo di Broglio


As primeiras pedras do Castelo di Broglio datam da Idade Média. O castelo passou para as mãos da família Ricasoli graças a uma troca de terras pelas quais registros podem ser encontrados já em 1141. Através dos séculos, o castelo sofreu ataques e destruição em numerosas batalhas, desde os ataques aragoneses e espanhóis durante o século XV, até as disputas no século XVII, os bombardeios aéreos e balas de artilharia durante a Segunda Guerra Mundial.


muralhas do castelo di Broglio
castelo di Broglio, foto historiacomgosto


O castelo foi reconstruído e modificado várias vezes e hoje possui as marcas das diferentes épocas: existem bastiões medievais fortificados, adições românicas e neogóticas e detalhes únicos da Toscana do século XIX. 





O Castelo di Broglio se ergue sobre as terras da empresa Ricasoli, a mais extensa da região de Chianti Classico, que se desdobra com uma sucessão contínua de cores e matizes sobre colinas suaves, vales aveludados e bosques espessos de carvalhos e castanhas.



área agrícola do castelo di broglio
Vista da propriedade Castelo di Broglio com seus jardins italianos, foto historiacomgosto

Os 1.200 hectares de propriedade incluem 240 hectares de vinhedos e 26 de olivais, na comuna de Gaiole.


vista do castelo do Broglio, foto historiacomgosto
visão geral produção vinhos, foto historiacomgosto

Enoteca

Abaixo temos uma visão do ponto de apoio para a visita do Castelo do Broglio à esquerda e a sua enoteca à direita onde podemos comprar os seus vinhos especiais.


visão geral apoio castela di Broglio, foto historiacomgosto

8. - Castellina in Chianti


Castellina in Chianti é uma comuna italiana da região da Toscana, província de Siena, com cerca de 2.666 habitantes. Estende-se por uma área de 99 km², tendo uma densidade populacional de 27 hab/km². 






O passeio espetacular até este marco quase oculto de Chianti é motivo suficiente para visitar suas ruas de paralelepípedos. No entanto, como se isso não bastasse, Castellina oferece uma longa história que remonta à Idade do Bronze até hoje e sua participação ativa na produção de vinho e azeite.

O borgo ainda preserva a forma quadrilateral da antiga fortificação medieval e lembretes das muitas torres que uma vez o protegeram da invasão durante o período de conflito entre Florença e Siena podem ser vistas incorporadas em algumas da arquitetura moderna. A principal fortificação, chamada Rocca e sua enorme torre do século XIV, tem uma vista magnífica sobre a cidade e a paisagem circundante. É um local deslumbrante para cerimônias ou eventos civis de casamento. (fonte www.chianti.com)



Castelo di Fonterutoli


A aldeia de Fonterutoli, um antigo bastião de Florença, a poucos quilômetros de Castellina in Chianti, é abençoada com uma vista extraordinária de Siena , tão próxima que é possível discernir a Torre del Mangia e o contorno do Duomo. Parece que a corrida entre o cavaleiro florentino e Siena, para determinar os limites das cidades, terminou aqui nesta área entre Fonterutoli e Castellina: Crocefiorentina .



A propriedade secular de Marchesi Mazzei preservou o punhado de casas, a igreja de San Miniato e a vila erguida no final dos anos 1500, no lugar da cidadela, mais ou menos inalterada. O tempo parou aqui , mantendo o charme da Idade Média .





Em 1435, quando Madonna Smeralda Mazzei se casou com Piero di Agnolo da Fonterutoli, a propriedade passou a fazer parte da propriedade da família Mazzei. Desde então, há 24 gerações , a família Mazzei produz vinho no Castello di Fonterutoli , que, mesmo após sua recente expansão, continua sendo o coração pulsante da empresa.


9. Expansão da área de Chianti

Como mostramos acima, a área original de Chianti compreendia apenas as comunas de Greve in Chianti, Radda in Chianti, Gaiole in Chianti, e Castellina in Chianti. Essa é a razão pela qual elas tem essa terminação " in Chianti".

A liga foi criada em 1384, e em 1716 Cósimo de Médici determinou que as três cidades mais Greve estavam autorizadas a produzir vinhos com a denominação Chianti. 

Expansão de 1932


No início do século XX a fama do Chianti levou a outros produtores fora da região delimitada por Cosimo III a produzir Sangiovese. Para proteger o seu produto de imitações, em 1924 um grupo de 33 produtores de vinho do território do Chianti se reuniram para abrir o atual Consórcio Chianti Clássico e para se distinguir dos demais Chianti da Toscana, em 1932 eles conseguiram obter a denominação “Clássico” através de um decreto ministerial. (www.vivatoscana.com.br)


Pelo decreto ministerial de 1932, a zona do Chianti passou a compreender o entorno de Florença, como as colinas de Chianti, o vale de Elsa e Siena. 

Passaram a ser sete denominações: A região do Chianti Classico é a de maior destaque, formada por nove comunas: Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Greve in Chianti, Radda in Chianti, e expandiu para incluir Barberino Val d´Elsa, Castelnuovo Berardenga, Poggibonsi, San Cassiano in Val di Pesa e Tavamelle Val di Pesa.

As outras denominação além do Chianti Clássico que foram incluídas são: Colli Arentini, Colli Fiorentini, Coline Pisane, Colli Senesi, Montalbano, Rufina.


Expansão de 1967


Em  9 de agosto de 1967 um Decreto do Presidente da República, expandiu a denominação do termo "Chianti" no qual foram incluídos mais territórios vizinhos, caindo nas províncias de Arezzo, Florença, Pisa, Pistoia e Siena.


Em 1996 foi criada a zona de Montespertoli




Evolução da Qualidade

a) Áreas Novas de Produção - Chianti DOC e Chianti DOCG

A demanda e o crescimento da produção  fez o governo italiano criar, em 1967, a Denominazione di Origine Controllata (DOC) e incluir outras sub-regiões no conjunto nChianti Clássico. Só que, com o passar do tempo e o aumento da demanda, muitos produtores começaram a empregar uvas de qualidade inferior e aumentar a produção de um jeito desordenado e confuso, criando vinhos ruins.


A má fama do Chianti durou tempo demais até que viticultores desgostosos resolveram plantar “uvas proibidas” na região e deram início à produção de vinhos espetaculares, mas que ficaram de fora da classificação da DOC. 

Começava ali a era dos supertoscanos. Foi em 1984 que, com algumas modernizações e mudanças nas regras, os Chianti ganharam a máxima classificação do vinho italiano e passaram a ostentar DOCG (Denominazione di Origine Controllata e Garantita).

b) Chianti Clássico 


Um pouco mais adiante, o Chianti Classico também recebeu sua própria DOCG, e descolou-se do Chianti DOCG produzido nas outras áreas. 

Resumo

Nesse post falamos apenas da área original do Chianti Clássico que foi criada em 1716. Ela foi expandida em 1932 e nessa época também foram criadas mais 06 regiões fora do Chianti Clássico.

Em 1967 a área de produção que pode receber a denominação Chianti foi expandida novamente. A do Chianti Clássico permaneceu inalterada. Além das denominações existentes foram criadas regiões gerais com classificação DOC e DOCG. 

As regiões de Chianti Clássico e Chianti Geral, tem regras diferentes quanto ao mínimo de uva sangiovese que pode ser plantada e quais outras uvas podem ser misturadas.

Obs 1: Apenas as vinícolas produtoras de Chianti Clássico podem ostentar o Galo Nero nos seus rótulos.


Obs 2: As regiões que tem uma denominação específica como Colli Senesi ou Rufina só podem usar uvas de seu próprio vinhedo.

Obs 3: Observem que no post comentamos apenas sobre as quatro regiões originais e apenas alguns produtores de vinho dessas regiões. Imaginem a quantidade de propriedades em toda área. 

Obs 4:  A distância maior entre as duas vinícolas mais afastadas é em torno de 70 Km. A distância normal entre as vinícolas é entre 10 a 20 Km. É uma região ideal para ser percorrida de carro / bike e ir visitando os castelos / vinícolas e comunas. 


10. - Produtores / Produtos Renomados


Vinhos mais leves / mais econômicos

Poggio al sole - Chianti Classico 2016 - 100 % sangiovese

Rocca di Montegrossi - Chianti Classico - 100 % sangiovese

Bucciarelli Chianti Classico Riserva 2011 - 100 % sangiovese


Vinhos Encorpados / top linha

Barone di Ricasoli - Castelo di Broglio


Descrição: Este é o vinho que representa a essência da Barone Ricasoli, sua longa história em busca da perfeição e a natureza privilegiada de seu terroir. O Chianti Castello di Brolio é o Grand Vin de Ricasoli. Apenas as uvas que atingem a maturação perfeita são selecionadas para compor o corte deste vinho; portanto, a produção de cada safra varia em quantidade, mas a qualidade é sempre excepcional. Os vinhedos se situam entre 250 a 450 m acima do nível do mar, com exposição sul/sudoeste. A exposição perfeita, a excelente elevação e o solo pedregoso são responsáveis pelo caráter do Castello de Brolio. O vinho fermenta em tanques de aço inox e amadurece durante 18 meses em pequenas barricas novas de carvalho francês e em grandes tonéis, também de carvalho francês.

Castelo di Fonterutoli - Chianti Classico gran selezione

Badia a Pasignano - Chianti Classico Gran Selezione Badia a Passignano 2015

Badia a Coltibuono - 


Felsina Berardenga - Chianti Clássico e 

Fontodi - Chianti Classico Gran Selezione Vigna del Sorbo 2015

Castelo di Ama -  Chianti Classico Gran Selezione 
Bellavista 2016                                                                                                             
                          Gran Selezione San Lorenzo 2016

Isole e Olena - Chianti Classico



Observação: Colocamos aqui realmente os melhores vinhos da região. Estando lá aproveita-se para provar, degustar ou comprar. Aqui no Brasil com o cambio do euro nas alturas e as várias taxas de importação eles são praticamente proibitivos.


11. - Referências


Il Chianti - storia, natura, tradizioni - miniguida RotalSele 

Chianti / Greve / Radda / Gaiole / Castellina / Bettino Ricasoli- Wikipedia

Gaiole e Castelina - www.chianti.com

Melhores vinhos chianti clássico  - Marcelo Copello

fotos: historiacomgosto