Páginas

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Michelangelo Buonarroti, II - Teto da Capela Sistina

1. - Michelangelo e O Teto da Capela Sistina


1.1 - Michelângelo Buonarroti


Michelangelo Buonarroti é um dos maiores gênios da arte ocidental, tendo deixado belíssimas demonstrações de seu talento em obras que até hoje encantam todos aqueles que têm a oportunidade de vê-las.


pintura da face de Michelangelo    Nascido em Caprese, a 6 de março de 1475, ele desenvolveu o seu trabalho por mais de setenta anos entre Florença e Roma, onde viveram os seus grandes patronos, a família Médici de Florença e vários Papas em Roma. Michelangelo veio a falecer em Roma em 18 de fevereiro de 1564, perto de completar os seus oitenta e nove anos.       

Michelangelo foi um dos grandes artistas do renascimento italiano e foi contemporâneo de Leonardo da Vinci, Rafael e outros. 

Foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada ainda em vida. Sua fama era tamanha que, mais do qualquer artista anterior ou contemporâneo seu, sobrevivem registros numerosos sobre sua carreira e personalidade, e objetos que ele usara ou simples esboços para suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores.


1.2 - Decoração da Capela Sistina - Contexto Histórico


pintura do Papa Julio II
A Capela Sistina, tinha sido construída entre 1477 e 1480, a mando do papa Sisto IV, em homenagem ao qual foi nomeada. No local, acontecem o conclave e outros importantes eventos da Igreja Católica. 

Em 1506, o papa Júlio II, iniciou a reconstrução da Basílica de São Pedro na forma que a conhecemos hoje. Nesse mesmo ano, o sumo pontífice concebeu um planejamento para a execução de uma pintura no teto da Capela Sistina. 

As paredes da construção já haviam sido decoradas vinte anos antes, com o mais baixo dos três níveis pintado para lembrar cortinas drapeadas, até hoje cobertas com as tapeçarias de Rafael em ocasiões especiais; o nível médio contendo um complexo plano de afrescos que ilustram a vida de Jesus no lado direito e a de Moisés no esquerdo; e o nível superior das paredes sendo composto, entre as janelas, por pares de ídolos que representam os primeiros 32 papas.

Após o seu trabalho com a Pietá, Michelangelo, foi convidado por Julio II, para realizar a tarefa. Por considerar-se mais um escultor que pintor, relutou em aceitar o trabalho. Ele, ainda, mostrava-se atarefado com uma grande encomenda escultural para a tumba do papa. Este, no entanto, foi insistente, deixando o artesão sem escolha

1.3 A concepção do Teto 


O plano proposto pelo papa previa doze grandes representações dos apóstolos nos pendículos. Michelangelo, entretanto, negociou a confecção de um plano maior, mais complexo, vindo posteriormente a receber autorização para, em suas próprias palavras, "fazer como eu gostaria".

Michelangelo então concebeu o teto entre 1508 e 1512 e confeccionou-o como um extenso afresco. O trabalho,  é considerado não só um marco da pintura da Alta Renascença, mas também uma das mais famosas obras da história da arte e um dos maiores tesouros da Santa Sé. 


foto com a visão global do teto da Capela Sistina
Visão global do teto da capela sistina, Michelangelo, foto por S-F em shutterstock.com

Os vários elementos pintados no teto da capela são parte de um plano maior de decoração, o qual inclui outro grande afresco, o Juízo Final, na parede do altar do santuário, também obra de Michelangelo.

Centrais no teto, estão nove cenas do Gênesis, dentre as quais A Criação de Adão é a mais famosa, tendo uma representatividade icônica igualada somente pela Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. 

Um símbolo da influência desse painel do afresco é o detalhe do encontro das mãos de Deus e Adão, reproduzido incontáveis vezes na arte e na cultura popular.  


2.0 Destaque de alguns quadros da Pintura



A temática mais notória da pintura no teto da capela aborda a doutrina da busca humana pela Salvação enquanto oferta de Deus por meio de Jesus, o Cristo, sendo representada através de metáforas visuais acerca da necessidade de aliança com o Criador.


2.1 - A criação de Adão



Para a seção central do teto, Michelangelo tomou como influência quatro episódios da história de Adão e Eva como é contada nos três primeiros capítulos do primeiro livro bíblico. Nessa sequência de três painéis, dois deles são grandes e um menor. No primeiro, que contém uma das imagens mais famosas, hoje, da história da arte, Michelangelo retratou Deus aproximando-se para tocar Adão, personagem esse, nas palavras de Vasari, "representado por uma figura de uma beleza, postura e contornos tais que [Adão] parece ter sido criado naquele momento, pelo Supremo Criador, e não por desenhos e pinceladas de um mortal." Por baixo de Seu braço, Eva observa o acontecimento de forma levemente apreensiva. A "glória" de Deus, representada pela área escurecida em Sua volta, tem a mesma geometria anatômica de um cérebro humano.



 parte do teto Criação de Adão
Criação de Adão, Michelangelo, capela sistina, Vaticano

2.2 - O pecado original e a expulsão do Paraíso


No painel final dessa sequência, Michelangelo combinou duas cenas contrastantes numa só composição, de Adão e Eva com fruto proibido da Árvore da Ciência do Bem e do Mal, ela recebendo-o confiantemente das mãos da Serpente e ele avidamente tomando-o para si mesmo; e a expulsão do casal do Jardim do Éden — onde viveram na companhia do próprio Criador — com destino ao mundo exterior, onde tiveram que se defender sozinhos e vivenciar a morte.



Parte do Teto - Adão e Eva sendo expulsos do Paraíso
Adão e Eva sendo expulsos do Paraíso, Michelangelo

2.3 - Sibilas



As sibilas foram profetizas residentes dos santuários ou templos do Mundo Clássico, representando, portanto, a cultura do paganismo. As cinco retratadas no afresco tornaram-se conhecidas por terem predito o nascimento do Messias. A sibila de Cumas, por exemplo, é citada por Virgílio como declarante de que "uma nova progenitura dos Céus" traria o retorno da Era dourada, o que foi interpretado como uma referência a Jesus.


Parte do teto - Sibila Délfica
Sibila Délfica, Michelangelo, Capela Sistina, Vaticano, foto de  JurateBuiviene / Shutterstock.com 


2.4 - Profetas


Os sete profetas de Israel escolhidos para a composição da pintura incluem parte dos chamados profetas maiores, notadamente Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Dos doze profetas menores, foram escolhidos Jonas, Joel e Zacarias. Embora estes últimos sejam considerados "menores" em decorrência do comparativamente diminuto número de páginas de suas profecias na Bíblia, todos eles produziram vaticínios de profunda significância. 

Frequentemente citados, alguns de seus ditos serviram de inspiração para a concepção do plano decorativo de Michelangelo, a exemplo do pensamento de Joel que diz "Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos idosos terão sonhos e sua juventude terá visões


 Parte do Teto - Profeta Joel
  Profeta Joel, Michelangelo 
 Parte do teto - Profeta Isaías
  Profeta  Isaías, Michelangelo 

2.5 - Pendículos


Em cada canto da capela, há pendículos triangulares a preencher os espaços entre as paredes e arcos da abóbada, formando juntas acima das janelas próximas. Nas formas curvas desses espaços, Michelangelo pintou quatro cenas de histórias bíblicas associadas à salvação de Israel por quatro grandes figuras de heróis: Moisés, Ester, rei Davi e Judite. Os temas em específico são a Serpente de Bronze, o Castigo de Hamã, Davi e Golias, e Judite e Holofernes.



 Parte do teto -David e Golias
Cena de David e Golias, Michelangelo, capela sistina, Vaticano



3.0 - Considerações Finais


Na capela sistina encontra-se também um monumental afresco medindo 13,7m x 12,2 m, pintado por Michelangelo, na parede do altar da capela. Esse afresco representa o "Dia do Juízo Final", e foi pintado no período de 1535 a 1541.


Faremos posteriormente um post sobre essa pintura.

4.0 - Referências


Todo o texto retirado da Wikipédia - Teto da Capela Sistina / Capela Sistina