1. - Rafael Sanzio
Rafael Sanzio nasceu em Urbino, 6 de abril de 1483 , e logo cedo demonstrou o seu talento tendo iniciado o aprendizado com o seu pai e logo se mudado para Perúgia, Siena e Florença onde concluiu sua fase de aprendizagem. Rafael foi contemporâneo de Leonardo da Vinci e Michelangelo. Eles formaram a tríade dos grandes mestres do Alto Renascimento.
Em 1508, Rafael mudou-se para Roma, onde trabalhou por doze anos, até o fim de sua vida. Rafael morreu jovem aos 37 anos.
Seu trabalho é admirado por sua clareza de forma, suavidade, facilidade de composição e conquista visual do ideal neoplatônicode grandeza humana.
2.0 - Biografia resumida
a) Nascimento e formação
Rafael era filho de Giovanni Santi, poeta e pintor. Ele dirigia um famoso estúdio em Urbino e ensinou seu filho a pintar e o introduziu à corte humanista de Urbino. Lá, Rafael pode conhecer os trabalhos de Paolo Uccello, Luca Signorelli, e Melozzo da Forlì. Precoce, aos dezessete anos (em 1500) Rafael já era considerado um mestre.
Perúgia
De acordo com Giorgio Vasari, Rafael foi levado pelo pai em torno dos onze anos para ser aprendiz de Pietro Perugino, em Perúgia. Com Perugino, Rafael aprendeu a técnica do afresco ou pintura mural.
Siena e Florença
Em 1504, Rafael se mudou para Siena com o pintor Pinturicchio, a quem ele tinha fornecido desenhos para os afrescos da Biblioteca Picolomini. De lá foi para Florença atraído pelos trabalhos que estavam sendo realizados, no Palazzo della Signoria, por Leonardo da Vinci e Michelangelo. Viveu na cidade nos quatro anos seguintes, viajando a outras cidades ocasionalmente. Em 1507, uma nobre de Perugia lhe encomendou uma "Deposição de Cristo", hoje exposta na Galleria Borghese, em Roma.
Deposição de Cristo, 1507, galeria Borghese |
Sob a influência sobretudo da obra de Da Vinci, absorveu a estética renascentista e executou diversas madonas, entre as quais a Madona Esterházy e A Bela Jardineira. Fez uso das grandes inovações introduzidas na pintura do Renascimento, e de Da Vinci a partir de 1480: o chiaroscuro ("claro-escuro"), contraste de luz e sombra que empregou com moderação, e o sfumato (esfumado), sombreado levemente esbatido, em vez de traços, para delinear as formas.
A influência de Michelangelo, patente na Pietà e na Madona do Baldaquino, consistiu sobretudo na exploração das possibilidades expressivas da anatomia humana.
Entretanto, a maior influência sobre a obra de Rafael durante seu período florentino realmente veio de Leonardo da Vinci e suas composições, figuras e gestuais, bem como suas técnicas inovadoras.
Roma
Na segunda metade de 1508, o papa Júlio II, encorajado por Donato Bramante, amigo e parente distante de Rafael e arquiteto do Vaticano, contratou os serviços do pintor.
Papa Julio II, |
Ao final do ano de 1508, ele começou a decoração dos apartamentos de Júlio no Vaticano, os quais, na visão do papa, eram destinados a glorificar o poder da Igreja Romana através da justificação do humanismo e do neoplatonismo. Uma série de obras-primas, como a Disputa (ou Discussão do Santíssimo Sacramento) e a Escola de Atenas, pintados na Stanza della Segnatura, o tornou o artista mais procurado da cidade.
3. - Os Trabalhos de Rafael
3.1 - O Casamento da Virgem, 1504, Pinacoteca de Brera, Milão
Encomendada a Rafael pela família Albizzini para a Capela de São José na Igreja de S. Francesco em Città di Castello, esta obra foi baseada em uma composição bastante similar feita por Pietro Perugino para a Catedral de Perúgia.
O casamento da virgem, 1504 |
3.2 - Virgem do Prado, 1505 a 1506, Kunsthistorisches MuseumViena
A Virgem do prado é uma das primeiras composições em larga escala e com figuras completas mostrando o encontro apócrifo entre João Batista e o Menino Jesus. A influência das pesquisas figurativas de Michelangelo é evidente nessa composição
Virgem do Prado, 1505 a 1506 |
3.3 - Escola de Atenas, 1510 a 1511, Stanza della Segnatura, Palácio Apostólico, Vaticano.
Um dos ícones maiores da arte ocidental, A Escola de Atenas tem por tema o "Templo da Filosofia", conforme definido por Marsilio Ficino. Em um edifício amplo, decorado com estátuas de deuses e relevos, encontram-se os pensadores antigos: no centro, Platão, com o Timeu em suas mãos, aponta para cima, em direção ao mundo das idéias. Aristóteles, portando a Ética, gesticula para baixo, indicando as práticas terrestres. À esquerda, é possível reconhecer Sócrates, conversando com cidadãos atenienses, nomeadamente Alcebíades. Em primeiro plano está Pitágoras, escrevendo e conversando com um grupo de discípulos. Diógenes aparece prostado sobre as escadarias. À direita, Bramante personifica Euclides, explicando as leis da geometria a um grupo de discípulos. Por fim, em meio a multidão, encontra-se o próprio Rafael, na extremidade direita do afresco.
Escola de Atenas, 1510 a 1511 |
Do ponto de vista pictórico, A Escola de Atenas representa o ápice da evolução artística de Rafael: aqui, sua pincelada se mostra mais segura e acabada, as figuras possuem mais peso e volume, a composição é mais rica e mais livre e o colorido mais harmônico.
3.4 - Madona Sistina, 1513 a 1514, Gemäldegalerie Alte Meister, Dresden
Este retábulo, uma das mais famosas madonas de Rafael, foi executado a pedido de Júlio II para a igreja de S. Sisto em Piacenza, onde se localizava o túmulo de Sisto II, nomeado por Sisto IV (tio de Júlio II) patrono da casa Della Rovere. A obra permaneceu em Piacenza até 1754, quando foi adquirida pelo rei da Saxônia.
Madona Sistina, 1513 a 1514 |
3.5 - Êxtase de Santa Cecília, 1514 a 1515, Pinacoteca Nacional, Bolonha
Este retábulo foi provavelmente encomendado a Rafael por Elena Duglioli dall'Olio, para figurar em sua capela privada em Bolonha. O tema teria sido sugerido por Elena, famosa por suas visões místicas, onde músicas celestiais sempre se faziam presentes. Essa seria a razão do painel representar Santa Cecília, padroeira dos músicos.
Extâse de Santa Cecília, 1514 a 1515 |
3.6 - A Moça com véu, 1515 a 1516, Galeria Palatina, Florença
A retratada é tradicionalmente identificada como a mesma modelo da obra La Fornarina, que, segundo alguns estudiosos, seria Margherita Luti, amante de Rafael durante seu período romano. Essa hipótese, entretanto, permanece meramente conjectural e é possível que as semelhanças entre as duas mulheres sejam devidas a uma concepção de beleza ideal do artista nesse período.
A moça com véu, 1515 a 1516 |
3.7 - Madona do diadema azul, 1518, Museu do Louvre, Paris
Não se conhece nenhum desenho preparatório executado especificamente para esta composição, que, entretanto, certamente deriva do protótipo desenvolvido por Rafael em sua Madona de Loreto. A paleta clara e o tom de "porcelana" da matéria pictórica advogam em favor de uma atribuição a Gian Francesco Penni, discípulo de Rafael.
Madona com diadema azul, 1518 |
3.8 - Transfiguração, 1518 a 1520, Pinacoteca Vaticana, Vaticano
Obra encomendada a Rafael por Giulio de' Medici, para figurar na Catedral de Narbonne. A obra foi deixada inacabada por Rafael, sendo completada por Giulio Romano. Por muito tempo creditou-se a maior parte da execução a assistentes de ateliê, mas restaurações recentes mostram que a pintura é em grande parte autógrafa do mestre.
Transfiguração, 1518 a 1520 |
4.0 Referências
Wikipédia - Rafael Sanzio
Wikipédia - Lista de Trabalhos de Rafael
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