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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente

I -  Fundação de Constantinopla - capital do Império Romano  (330 a 395 d.C.)

O império romano desde o governo de Diocleciano, vinha sendo governado por uma tetrarquia de dois Augustos e dois Césares. O pai de Constantino foi nomeado um dos Césares, por Diocleciano em 293, com controle sobre a Gália, Britânia, Germânia e Hispânia. Constantino sucedeu o seu pai em 306 e partir de então começou a suas batalhas e manobras políticas  para a unificação do império em uma única dinastia. 

 Mosaico de Constantino
Mosaico de Constantino

Em 312, Constantino derrotou Magêncio, o outro imperador de Roma Ocidental. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha, Constantino sonhou com uma cruz onde estava escrito em latim "in hoc signo vincis" que significa: "Sob este símbolo vencerás". A partir dessa data Constantino passou a professar o cristianismo e liberou em seguida a prática da religião no império.


No ano de 324, Constantino derrotou o seu cunhado Licínio, imperador romano do oriente e unificou o império romano em uma única dinastia.

Para resolver o problema de logística entre a sede do império e as frentes de batalhas e também para ter uma cidade onde reinasse absoluto, Constantino decide reconstruir a cidade de Bizâncio tornando-a a capital do império romano em 330. Constantino chamou-a de "Nova Roma", mas na prática todos a chamavam de Constantinopla, o que acabou tornando-se o seu nome definitivo. 


Cidade Grega de Bizâncio  (600 ac a 165 dc)


A cidade era chamada de Bizâncio pois foi iniciada pelos gregos a partir do reinado de Bizas, em 600 a.c., e por isso chamada de Bizâncio, essa colônia já tinha uma  importância comercial devido a sua localização. Foi destruída pelos romanos em 165 d.c.


Divisões e reunificações pós-Constantino

Após a morte de Constantino,  em 337, o império romano passou por um processo de divisão,  unificação e divisão novamente. 

Foi o Imperador  Teodósio I, quem, à beira da morte (em 395), dividiu para sempre o Império Romano em duas partes: o Ocidente (que legou ao seu filho Honório) e o Oriente (que ficou com Arcádio). 

Com  Justiniano o Império chegou a ser reunificado apenas temporariamente e posteriormente se separou definitivamente.

II. - Império Romano do Oriente ou Império Bizantino (395 d.C. a 1450 d.C.)


Após a separação dos impérios, Constantinopla passou a ser conhecida como capital do império romano do oriente, chamado então de Império Bizantino, devido às origens de sua capital. O império Bizantino foi bastante duradouro e sua influência se deu por mais de  1.000 anos, desde 350 a 1450, quando foi então dominado pelos turcos. 


O apogeu do Império Bizantino ocorreu no governo de Justiniano (483-565) que, a partir de 527, estabeleceu a paz com os persas e concentrou suas forças na reconquista dos territórios dos bárbaros no Ocidente. Justiniano construiu fortalezas e castelos para firmar as fronteiras e também obras monumentais, como a Catedral de Santa Sofia. 

Ocupou o norte da África, derrotou os vândalos e tomou posse da Itália. No sul da Espanha submeteu os lombardos e os visigodos. Estimulou a arte bizantina na produção de mosaicos e o desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos orientais e romanos.

De uma forma resumida a História do Império Bizantino constuma ser dividida em 03 partes:


A civilização Bizantina


As premissas de Bizâncio a partir dos séculos VI e VII foram: um império cristão e grego, com cultura e língua grega, dirigido por um basileu, marcado por uma organização social e administrativa muito particular.


 foto do mosaico A Virgem com o Menino na igreja de Santa Sophia em Istambul
A Virgem com o Menino, Igreja de Santa Sophia, Istambul, foto historiacomgosto


Divisão Histórica


i)  Antiguidade Tardia, que engloba a proto-história bizantina (de Constantino a Zenão), o notável principado de Justiniano (527-565) e o governo dos seus sucessores imediatos;

ii) Época médio-bizantina, situada entre a crise do século vii (incursões dos Persas, dos Árabes e dos Lombardos) e a insólita conquista de Constantinopla pela Quarta Cruzada, em 1204, incluindo portanto a dinastia macedónica (867- 1057), a mais brilhantes de todas, e a famosa dinastia dos Comnenos (1081-1185); 

iii) Época tardia, que inclui a resistência no exílio de Niceia, a restauração de 1261 e, por fim, a prolongada decadência política que acompanha a longa dinastia dos Paleólogos, até à conquista de Constantinopla pelos Otomanos de Mehmet II, em 1453. 

III. - Antiguidade Tardia


III.1 - Os cuidados de Constantino (306 d.C a 337 d.C)


Constantino assim que construiu a nova cidade, cuidou de construir uma muralha que cobria uma área de cerca de 750 hectares. Isso aliado a posição geográfica protegida pelo mar, tornou Constantinopla uma área segura e de difícil invasão.

As fortificações de Constantino consistiam de um único muro, com torres colocadas a distâncias regulares, que começou a ser construído em 324 e foi concluído no reinado de seu filho, Constâncio II.

Hipódromo


O Hipódromo de Constantinopla foi o centro esportivo e social da cidade, que no século V chegou a ser a maior cidade do mundo. Atualmente é uma praça chamada Sultanahmet Meydanı (Praça Sultão Ahmet) na cidade turca de Istambul, sobrevivendo unicamente alguns fragmentos da estrutura original.



A hípica e as corrida de bigas eram passatempos muito populares no mundo antigo e os hipódromos foram bastante comuns nas cidades gregas durante os períodos helenístico, romano e bizantino.


foto da antiga praça do hipódromo,a tual praça Sultahnamet com o obelisco em Istambul
Local do Hipódromo, atual praça Sultahnamet, com o obelisco da época, foto historiacomgosto


III.2 - Aquedutos / Aqueduto de Valens (364 a 378 d.c)


Aquedutos


O suprimento de água era uma questão fundamental para o estabelecimento das cidades. Constantinopla, diferentemente das outras grandes cidades medievais, não se assentou na beira de grandes rios. Por isso, Constantino I e seus sucessores construíram uma enorme rede de aquedutos e cisternas para suprir a cidade de água. O sistema de aquedutos coletava água de lugares que eram até 200 km de distância de Constantinopla. Um exemplo é o aqueduto de Valens. (fonte: https://imperiobizantino.com.br/)



Aqueduto de Valens


O Aqueduto de Valens é um aqueduto romano que era o principal sistema fornecedor de água para a capital romana oriental de Constantinopla. Concluído pelo imperador romano Valens no final do século IV dC, foi mantido e usado pelos bizantinos e mais tarde Otomanos, e continua a ser um dos marcos mais importantes da cidade.

O aqueduto de Valens, que originalmente obtinha sua água das encostas das colinas entre Kağıthane e o Mar de Mármara , era apenas um dos pontos terminais desse novo sistema amplo de aquedutos e canais - que chegou a mais de 250 quilômetros ( 160 mi) em extensão total, o sistema mais antigo da Antiguidade - que se estendia por toda a região montanhosa da Trácia e fornecia água à capital. 



 foto do aqueduto de Valens



Uma vez na cidade, a água era armazenada em três reservatórios abertos e mais de cem cisternas subterrâneas , como a Cisterna da Basílica , com capacidade combinada de mais de um milhão de metros cúbicos.

O Aqueduto de Valens está situado na parte europeia de Istambul.

Tem 64 m de altura desde o nível do mar e 20 m desde sua base. Em sua origem, somente esse aqueduto propriamente dito,  tinha 1 km de comprimento, mas atualmente apenas se conservam 600 m no bairro de Unkapani e 200 m em Beyazıt.


III.3 - Investimentos de Teodósio II (408 d.C a 450 d.C) 


Devido a um crescimento populacional espetacular, que depressa conduziu ao número exorbitante de 500 000 habitantes, Teodósio II (408-450) seria obrigado a ampliar a área fortificada, tanto na parte terrestre como na zona ribeirinha; 

Quando Átila ameaçou Constantinopla, já a muralha (com doze a quinze metros de altura) se estendia por oito quilômetros junto ao mar de Mármara, por sete quilômetros no Corno de Ouro e por seis quilómetros e meio na parte terrestre, achando-se reforçada, ao longo de todo este percurso, por 394 torres capazes de impor respeito aos mais audazes dos conquistadores. A história do Império Bizantino dificilmente se compreende se não tivermos isto presente. (fonte: história concisa do império bizantino)

 foto da muralha restaurada de Constantinopla, atual Istambul
foto da muralha restaurada de Constantinopla (Istambul) / foto de Bigdaddy1204 em wikipedia


III.4 - Justiniano (527 d.C. a 565 d.C.)



Também conhecido como Justiniano, o Grande e São Justiniano, o Grande na Igreja Ortodoxa, foi imperador bizantino de 527 a 565. Em seu reinado, procurou reviver a grandeza do Estado e reconquistar o Império Romano Ocidental perdido aos bárbaros. Seu governo constituiu uma época distintiva na história do Império Romano Tardio.


 Mosaico de Justiniano, igreja em Ravena
Mosaico de Justiniano,
 Igreja de Ravena
Apesar de pertencer a uma família de origem humilde, que se crê ser de origem Ilírica ou Trácia foi nomeado cônsul ligado ao trono por seu tio Justino I, a quem sucedeu, após a morte deste (527) sendo o cognome Justinianus, que este adoptou mais tarde, um indicativo da sua adopção pelo seu Tio Justino. 

Culto, ambicioso, dotado de grande inteligência, o jovem Justiniano parecia talhado para o cargo. O Império Bizantino brilhou durante o seu governo. Na Páscoa de 527, ele e a sua esposa, Teodora, foram solenemente coroados. Sobre Teodora, sabe-se que era filha de um tratador de ursos do hipódromo e que tivera uma juventude desregrada, escandalizando a cidade com as suas aventuras de atriz e dançarina. Não se sabe exatamente como Justiniano a conheceu. 

Segundo Procópio, um escritor daquele tempo, Justiniano aspirava a restabelecer o antigo esplendor de Roma, motivo pelo qual concretizou toda a ampla série de campanhas posteriores.

III.4.1 - Mapa do Império, antes e depois de Justiniano


No mapa abaixo ressaltamos que o Império Romano do Oriente dominava a área da Grécia, a área de Éfeso até Arbela e Antioquia, Jerusalém, Alexandria e todo o Egito. Com Justiniano acrescentou Tripoli, Catargo, Cesareia, Cartagena e a área da Itália, desde Sicília até Milão.


Mapa do imério bizantino antes e depois de Justiniano


Mapa do Império Bizantino na época de Justiniano, fonte: coladaweb.com
Enquanto o Império Romano do Ocidente definhava com as invasões bárbaras, o império bizantino crescia e florescia. Constantinopla na época de Justiniano chegou a cerca de 500.000 habitantes.

III.4.2 As construções de Justiniano


a) A Igreja de Hagia Sophia


A Igreja de Hagia Sophia é um imponente edifício construído entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla. Da data em que foi edificada, em 537, até 1453, ela serviu nesta função, com exceção do período entre 1204 e 1261, quando ela foi convertida para uma catedral católica romana durante o Patriarcado Latino de Constantinopla que se seguiu ao saque da capital imperial pela Quarta Cruzada. 


O edifício foi uma mesquita entre 29 de maio de 1453 e 1931, quando foi secularizada. Ela reabriu como um museu em 1 de fevereiro de 1935. 

A igreja foi dedicada ao Logos, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com a festa de dedicação tendo sido realizada em 25 de dezembro, a data em que se comemora o Nascimento de Jesus, a encarnação do Logos em Cristo.

Embora ela seja chamada de "Santa Sofia" (como se tivesse sido dedicada em homenagem a Santa Sofia), sophia é a transliteração fonética em latim da palavra grega para "sabedoria" — o nome completo da igreja em grego é Ναός τῆς Ἁγίας τοῦ Θεοῦ Σοφίας, "Igreja da Santa Sabedoria de Deus". 


Interior da Basílica de Hagia Sophia
Interior da basílica de Hagia Sophia, foto historiacomgosto


Famosa principalmente por sua enorme cúpula, ela é considerada a epítome da arquitetura bizantina e é tida como tendo "mudado a história da arquitetura". Ela foi a maior catedral do mundo por quase mil anos, até que a Catedral de Sevilha fosse completada em 1520.


b) A cisterna da Basílica


Cisterna de Basílica, é a maior das dezenas ou centenas de cisternas construídas em Istambul durante a época bizantina e se encontra perto da Basílica de Santa Sofia. Construída em poucos meses, no ano 532, utilizando 336 colunas romanas procedentes de templos pagãos da Anatólia. Ocupa uma área de 10.000 m², tem 8 metros de altura e capacidade para 30 milhões de litros. Foi utilizada até finais do século XIV como cisterna de água e em meados do século XIX foi restaurada depois de ser usada como armazém de madeira.


interior da Cisterna da Basílica
Cisterna da Basílica, foto historiacomgosto


IV. - Época Médio-Bizantina (600 a 1261)


IV.1 - Invasões Persas

A guerra bizantino-sassânida de 602-628 foi a última e mais devastadora de uma série de guerras travadas entre o Império Bizantino e o Império Sassânida.

A guerra anterior entre estas potências havia terminado em 591 após o imperador Maurício I (r. 582–602) ajudar o xá sassânida Cosroes II(r. 590–628) a recuperar seu trono. 

Em 602, Maurício foi assassinado por seu rival político Focas (r. 602–610), e Cosroes II, como consequência, declarou guerra, aparentemente para vingar sua morte. Isto tornou-se um conflito de décadas, o mais logo de uma série, e foi travado em todo o Oriente Médio e partes da Europa Oriental: no Egito, Levante, Mesopotâmia, Cáucaso, Anatólia, e mesmo diante das próprias muralhas de Constantinopla.



 quadro de guerra bizantino-sasânida



Enquanto os persas mostraram considerável sucesso durante o primeiro estágio da guerra, de 602 a 622, conquistando muito do Levante, Egito e partes da Anatólia, a ascensão do imperador Heráclio (r. 610–641) em 610 levou, apesar dos contratempos iniciais, à derrota persa. 

A campanha de Heráclio em territórios inimigos entre 622 e 626 forçou-os a manter-se na defensiva permitindo que suas forças recuperassem o momentum. Aliados com os ávaros, os persas fizeram uma tentativa final de tomar Constantinopla em 626, mas foram derrotados. Em 627, Heráclio invadiu o coração da Pérsia o que os levou a pedir paz no ano seguinte.

Até o final do conflito ambos os lados tinham esgotado seus recursos humanos e materiais. Consequentemente, estavam vulneráveis ao surgimento repentino do Califado Ortodoxo, cujas forças invadiram-nos poucos anos após a guerra, em 632. 

As forças muçulmanas rapidamente conquistaram o Império Sassânida por completo e privaram o Império Bizantino de seus territórios no Levante, Cáucaso, Egito e Magrebe. Ao longo dos séculos seguintes, metade do Império Bizantino e o Império Sassânida ficaram sob domínio muçulmano.


IV.2 - A Onda Árabe (Guerras Bizantinas x Arábes)


As guerras bizantino-árabes foram uma série de conflitos armados entre os califados árabes e o Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) que ocorreram entre os séculos VII e XII. Foram iniciadas durante as primeiras conquistas muçulmanas do expansionismo dos califados Ortodoxo e Omíada e continuaram na forma de disputas fronteiriças persistentes até ao início das Cruzadas.


 representação da utilização do fogo grego nas batalhas navais
representação da utilização do fogo grego nas batalhas navais


Em consequência destas guerras, os Bizantinos, a quem os Árabes chamavam Rûm ou Rumes (Romanos), perderam uma parte considerável do seu império, nomeadamente todos os territórios do Levante e Norte de África e inclusivamente uma parte considerável da Anatólia. A capital bizantina, Constantinopla chegou a ser cercada em duas ocasiões, a primeira em 674 e a segunda em 717.



O conflito inicial ocorreu entre 634 e 718, terminando no segundo cerco árabe à Constantinopla, que marcou a rápida expansão árabe na Anatólia. No entanto, a região continuou a ser ocasionalmente fustigada por razias árabes e os conflitos reacenderam-se no final do século VIII, continuando nos séculos seguintes e só terminando em 1169. A ocupação do sul de Itália pelos Abássidas no século IX e X não teve tanto êxito como a da ocupação da Sicília.


 mapa dos califados



Português: Era dos Califas
   Expansão durante a época de Maomé, 622-632
   Expansão durante o Califado Rashidun, 632-661
   Expansão durante o Califado Omíada, 661-750


 foto da esfígie de Gizé    Durante a dinastia macedônica, entre os séculos IX e XI, os Bizantinos recuperaram territórios no Levante, chegando os exércitos bizantinos a ameaçar a reconquista de Jerusalém. O Emirado de Alepo e os estados vizinhos tornaram-se nessa altura vassalos dos Bizantinos. A maior ameaça a leste era então o Califado Fatímida do Egito, o que só mudaria com a ascensão dos Turcos seljúcidas e da criação do Sultanato de Rum por estes, que conquistou os territórios que tinham sido recuperados e expandiu os territórios abássidas até interior da Anatólia.

A expansão islâmica do final do século XI, então protagonizada pelos povos turcos levou o imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) a pedir desesperadamente ajuda militar ao Papa Urbano II (r. 1088–1099) no Concílio de Placência que decorreu em 1095, um dos eventos frequentemente apontado como precursor da Primeira Cruzada.


O império Bizantino em 1180


mapa do império bizantino e califados



IV.3 -  A quarta cruzada e o Império Latino do Oriente  (1203 a 1261)



 quadro da quarta cruzada

Partindo de Veneza, com o propósito declarado da reconquista de Jerusalém, cerca de 10 mil cruzados cristãos, após já terem conquistado a cidade de Zara, também cristã, aportaram pela primeira vez, em final de junho de 1203, à vista da capital bizantina. Com o império passando por várias divisões internas sobre o controle do poder, os venezianos, negociaram a conquista da cidade para colocar no trono Aleixo IV, um soberano fantoche, filho de um ex-imperador destronado antes. Aleixo IV foi logo deposto e um outro soberano foi coroado como Aleixo V. Como os novos soberanos não satisfizeram as exigências dos cruzados, uma rebelião surgiu em 1204 com os cruzados tomando a cidade para si e a saqueando. A devastação produzida na cidade pelos cruzados foi enorme. O saque durou três dias e três noites. Ao final os cruzados fundaram o Império Latino do Oriente. 

V. A época Tardia


Liderados pelo imperador Miguel VIII Paleólogo, os bizantinos se organizaram e retomaram Constantinopla em 1261.

Império Bizantino em 1245 



  mapa do império bizantino na época tardia


Ascenção dos sérvios e otomanos 

A situação piorou para o império durante as guerras civis a partir de 1341. Uma guerra civil de seis anos devastou o império, possibilitando que o governante Sérvio Estêvão Uresis IV (r. 1331–1346) invadisse a maioria dos territórios bizantinos restantes nos Bálcãs e criasse um Império Sérvio de curta duração.


Otomanos x Sérvios

Em 1354, um terremoto em Galípoli devastou a fortaleza, permitindo aos otomanos, que tinham sido contratados como mercenários durante a guerra por João VI Cantacuzeno (r. 1347–1354), se instalassem na Europa. Quando as guerras civis terminaram, os otomanos haviam derrotado os sérvios e os subjugado como vassalos e, depois da Batalha do Cosovo, grande parte dos Bálcãs estava nas mãos dos otomanos. 

Os imperadores bizantinos pediram ajuda ao Ocidente, mas o papa só enviaria ajuda em troca de uma reunião da Igreja Ortodoxa com a Sé de Roma. Essa união foi considerada e finalmente realizada por decreto imperial, mas os cidadãos e clero ortodoxos ressentiram-se intensamente da autoridade de Roma e da Igreja latina. Algumas tropas ocidentais chegaram para reforçar a defesa da capital, mas a maioria dos governantes ocidentais, distraídos com seus próprios assuntos, nada fez em relação aos avanços dos otomanos, que foram tomando os territórios bizantinos que restavam. 


A Queda de Constantinopla e o final do Império


 mapa de Constantinopla no inverno    Nessa época, a cidade de Constantinopla estava despovoada e em ruínas.  A população havia se reduzido de tal forma que a cidade não passava de um aglomerado de vilas separadas por campos. Em 1402, o império experimentou algum desafogo da ameaça otomana quando Tamerlão (r. 1370–1405) derrotou os otomanos na Batalha de Ancara. Porém, isso não impediu que, em 2 de abril de 1453, o sultão Maomé II, o Conquistador (r. 1451–1481) lançasse um ataque contra Constantinopla com um exército de 80 000 homens.  Apesar da defesa desesperada de última hora pelas tropas cristãs (cerca de 7 000 homens, dos quais 2 000 eram estrangeiros), 

Constantinopla finalmente caiu em 29 de maio de 1453, depois de dois meses de cerco. As muralhas da cidade, poderosas e inexpugnáveis por séculos, não conseguiram deter o avanço otomano. O último imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo (r. 1449–1453), foi visto pela última vez despojando-se de suas insígnias imperiais, antes de lançar-se em combate corpo a corpo depois de as muralhas da cidade terem sido tomadas.

VI. - A arte no império Bizantino


Com a proclamação do cristianismo como religião oficial do império, a arte cristã primitiva que era popular e simples foi substituída na região por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprimia o poder e a riqueza do império. 
   Uma das características da arte bizantina era a expressão da autoridade do imperador como o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Uma das convenções adotadas foi a da representação sempre frontal das figuras para que o observador se sinta protegido pelos representados. A maior parte das expressões de arte no período acontecem na forma dos mosaicos.

a) mosaicos

 mosaicos dourados da igreja de Hagia Sophia
O mosaico consiste na colocação, lado a lado,  de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente definido. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante à pintura. 

b) ícones

Historia de Istambul Turquia - Ícone Bizantino
Além de trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, que são quadros que representam figuras sagradas. Em geral, os artistas revestiam a superfície de madeira ou da placa de metal com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, adquiriam então a cor de ouro do fundo.



OBS: textos acima retirados do livro "História da Arte" de Graça Proença.

c) afrescos

Istambul Turquia - Afrescos da Virgem com o Menino
Os afrescos são técnicas de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou nata de cal ainda úmida - por isso o nome derivado da expressão italiana fresco - na qual o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente em água. Dessa forma, as cores penetram no revestimento e, ao secarem, passam a integrar a superfície em que foram aplicadas.
(fonte: Wikipedia - afrescos)

Essa técnica já era conhecida e utilizada pelos gregos e romanos desde o século V a.c.,. Nós a incluímos na arte bizantina, devido aos maravilhosos afrescos da igreja de São Salvador in Chora (Chora Church).

VII. - Literatura no Império Bizantino


"A literatura bizantina é a literatura grega da Idade Média, seja escrita em território do Império Bizantino ou fora de suas fronteiras. Constituiu o segundo período da história da literatura grega, embora a literatura popular bizantina e literatura grega moderna inicial, que começou no século XI, são indistinguíveis.

A literatura bizantina possui influência de quatro elementos culturais: grego, romano, cristão e oriental. 

Ela é frequentemente classificada em cinco grupos: historiadores e analistasenciclopedistas e ensaístas, e escritores de poesia secular. Os dois grupos restantes incluem novas espécies literárias: literatura eclesiástica e teológica e poesia popular. Dos cerca de três mil volumes da literatura bizantina que sobrevivem, apenas trezentos e trinta consistem de poesia secular, história, ciência e pseudo-ciência. Na literatura religiosa bizantina (sermões, livros litúrgicos e poesia, teologia, tratados devocionais etc.), Romano, o Melodista foi seu representante mais proeminente. 


exemplo de ilustração da literatura bizantina


Os bizantinos tiveram interesse na literatura clássica, especialmente para a poesia lírica e/ou satírica. Ela teve uma grande influência na literatura bizantina até o século VI, no entanto a partir deste momento, quando o império havia entrado em um período de declínio decorrente de crises econômicas e dos ataques constantes de árabes e depois de búlgaros, a língua clássica declinou. 

Durante os séculos IX e século X, durante o chamada Renascimento bizantino da dinastia macedônica, ocorreu a recriação da cultura helênico-cristã da antiguidade clássica, na medida em que a língua popular deixou de ser utilizada e a hagiografia (biografia de santos) foi escrita em língua e estilo clássico. 

Durante o Renascimento do século XII novos gêneros literários foram desenvolvidos com ênfase no romance de ficção e a sátira. No entanto, durante o período entre a Quarta Cruzada (1204) e a Queda de Constantinopla (1453) houve um novo ressurgimento da literatura clássica." fonte (Wikipédia)


Um das coisas importantes dos bizantinos foi a cópia dos documentos antigos gregos que permitiu a difusão desses pela Europa.


VIII. - Referências


Wikipédia - Império Bizantino