I - Introdução
O Pantanal Matogrossense, é um bioma constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte, com 250 mil quilômetros quadrados de extensão, altitude média de 100 metros.
Está situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco boliviano).
A região é considerada pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira. Além disso, tem poucas montanhas, o que facilita o alagamento.
Pôr do Sol em lagoa do pantanal com jacarés na borda, foto historiacomgosto |
Aspectos Geográficos
O Pantanal é formado por uma planície e está situado na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai. Recebe uma grande influência do Rio Paraguai e seus afluentes, que alagam a região formando extensas áreas alagadiças e favorecendo a existência de uma rica biodiversidade. A época de chuvas e cheias dos rios ocorre durante os meses de novembro a abril.
O clima do Pantanal é úmido (alto índice pluviométrico), quente no verão e seco e frio na época do inverno.
II - As cidades
A região do pantanal para quem vem de Cuiabá, começa na cidade de Poconé que fica a 103 Km de Cuiabá tomando cerca de uma hora e meia de carro.
Poconé
Poconé foi descoberta por Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, em 1777, após ter sido achado ouro na região. Seu primeiro nome foi Beripoconé, nome proveniente de uma tribo indígena que habitava a área. Em 21 de janeiro de 1781, sob ordens de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, Antonio José Pinto de Figueiredo criou a Ata de fundação do Arraial de São Pedro d’El Rey. O nome Arraial de Beripoconé não foi usado pelo gentílico ser considerado bárbaro, derivando do gentio "habitou nesta paragem".
Em 25 de outubro de 1831, o Decreto Geral do governo regencial criou o município, junto com seus limites políticos atuais, de Villa de Poconé, o último nome sendo uma modificação do nome original.
Entrada da cidade de Poconé |
No Hotel Pantanal que fica a cerca de 60 Km de Poconé pode-se pegar um barco e explorar um pouco da fauna e flora da região.
Local de saída de barcos, Pantanal Mato Grosso Hotel, foto historiacomgosto |
Pantanal Mato Grosso Hotel
III - Fauna na região do Pantanal
O ecossistema do Pantanal é muito diversificado, abrigando uma grande quantidade de animais, que vivem em perfeito equilíbrio ecológico. Podemos encontrar, principalmente, as seguintes espécies: jacarés, capivaras, peixes (dourado, pintado, curimbatá, pacu), ariranhas, onça-pintada, macaco-prego,veado-campeiro, lobo-guará, cervo-do-pantanal, tatu, bicho-preguiça, tamanduá, lagartos, cágados, jabutis, cobras (jibóia e sucuri) e pássaros (tucanos, jaburus, garças, papagaios, araras, emas, gaviões). Além destes citados, que são os mais conhecidos, vivem no Pantanal muitas outras espécies de animais. (https://www.suapesquisa.com/geografia/pantanal.htm)
a) Jacarés
O jacaré-do-pantanal não é agressivo ao ser humano e outros mamíferos. Ele pode muda de cor para se camuflar e só ataca quando é ameaçado; Ele atinge 2,5 metros de comprimento e alimenta-se de peixes. No período de seca eles permanecem junto às pequenas poças de água se alimentando do resto de peixe existente. Eles convivem com o gado, búfalos e pássaros de uma maneira pacífica.
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b) Gado e Búfalos
Uma grande criação de gado existe na região do pantanal. Como o clima varia entre secas e alagamentos, a movimentação do gado no período de cheia é obrigatória. Um alerta deve ser feito para não haver o desequilíbrio com uma presença muito grande de gado introduzindo o desequilíbrio na ecologia do local.
c) Capivaras
É um animal adaptável e pode ser encontrada em inúmeros ambientes mesmo os altamente alterados pelo homem, principalmente em pastagens e canaviais. Pode alcançar altas densidades nesse locais se não caçada, sendo considerada uma praga em algumas ocasiões.
As capivaras são animais sociais, vivendo em bandos que em média têm entre 10 e 30 animais. Alguns estudos apontam grupos com até 100 indivíduos. Em todos os locais em que a capivara foi estudada, ela forma grupos.
Outra razão para a caça são os danos causados pelas capivaras à agricultura. Particularmente nas plantações elas podem causar estragos consideráveis e em alguns lugares são consideradas uma praga. As capivaras também são perseguidas pelos proprietários de pastagens, especialmente durante a estação seca, já que são consideradas concorrentes ao alimento do gado
Dado as adaptações de seu sistema digestório, a capivara é um animal herbívoro, se alimentando principalmente de gramíneas. Entretanto, é seletiva nas espécies de planta que consome, escolhendo aquelas que possuem altas quantidades de proteínas.
Em alguns lugares a capivara é objeto de caça devido a sua tendencia de alta reprodução. Elas podem originar danos à agricultura. Particularmente nas plantações elas podem causar estragos consideráveis e em alguns lugares são consideradas uma praga. As capivaras também são perseguidas pelos proprietários de pastagens, especialmente durante a estação seca, já que são consideradas concorrentes ao alimento do gado
A carne da capivara não é apreciada em todos os lugares, já que pode ter cheiro forte e provocar doenças de pele. É consumida principalmente na Venezuela, onde é seca e salgada e é consumida preferencialmente em dias de jejum.
c) Pássaros
Cerca de 650 aves habitam a região pantaneira, algumas delas em risco de extinção, como sua ave símbolo o tuiuiu.
Tuiuiu ou Jaburu:
O Tuíuiu é a ave símbolo do Pantanal. É uma ave pernalta, tem pescoço nu e preto e, na parte inferior, o papo também nu mas vermelho. A plumagem do corpo é branca e a das pernas é preta e a ave chega a ter 1,4 metros de comprimento e pesar oito quilogramas. A envergadura (a distância entre as pontas das asas abertas) pode chegar a quase três metros. O bico tem trinta centímetros, é preto e muito forte.
Tuiuiu, foto historiacomgosto |
O habitat do jaburu são as margens dos rios, em árvores esparsas. A fêmea forma seus ninhos no alto dessas árvores com ramos secos e a ajuda do companheiro. Os ninhos são feitos em grupos de até seis, às vezes junto a garças e a outras aves. A fêmea põe de dois a cinco ovos brancos.
Sua alimentação é basicamente composta por peixes, moluscos, répteis, insetos e até pequenos mamíferos. Também se alimenta de pescado morto, ajudando a evitar a putrefação dos peixes que morrem por falta de oxigênio nas épocas de seca.
d) Ariranha
A ariranha, também conhecida como lontra-gigante, é um mamífero típico da fauna brasileira, embora possa ser encontrado em outros países da América do Sul. No Brasil, encontramos estes animais em grande quantidade na região do pantanal mato-grossense e na bacia do rio Amazonas. (todabiologiacom)
É uma das maiores entre as 13 espécies de lontras existentes no mundo, com quase dois metros de comprimento (incluindo a cauda), e pesa até 34 kg. No Brasil encontramos além da ariranha, uma outra, de menor porte, chamada apena de lontra.
Ariranha, foto historiacomgosto |
A ariranha vive apenas em cursos d’água extremamente preservados e, portanto, a presença delas indica que o rio está praticamente intacto. A fartura de peixes também é pré-requisito para a presença da espécie.
Cada ariranha adulta come, em média, 2 kg de peixes por dia, por isso depende de um rio bem povoado. As nossas lontras, no passado, eram muito caçadas para comercialização da pele e estão na lista dos animais em extinção do Ibama.
Hoje a ariranha sofre com a pressão da perda do hábitat, com a poluição, dragagem e barramento dos rios ou destruição da vegetação das margens. Em algumas regiões ainda são abatidas por pescadores, que as consideram concorrentes na pesca comercial. (g1.globo.com)
e) Peixes
São cerca de 230 espécies de peixes, destacando-se a piranha, o pintado, o pacu, o curimbatá e o dourado. O maior peixe do Pantanal é o jaú, um bagre gigante, pesa até 120 Kg, e chega a 1,5 metros de comprimento, e o maior peixe do mundo, está na Amazônia - o pirarucu que atinge 3 metros do comprimento e 200 Kg.
Pintado
Surubim Pintado, foto do site https://www.hotellaregina.com.br |
O pintado é um dos maiores peixes do Pantanal. Quando atinge entre 70 e 80 cm é considerado adulto, ocorre sobretudo no leito principal dos rios e corixos, embora possa ser encontrado em lagoas e áreas inundadas na época das cheias e realiza longas migrações rio acima na época da seca, acompanhando os cardumes de curimbatás (seu principal alimento nessa época), para desovar nas cabeceiras entre dezembro e fevereiro.
Muitos pescadores se enganam em achar que o pintado e o surubim são peixes de subespécie diferente, na verdade tratasse do mesmo peixe, outros o confundem com o cachara que apesar de ser bem parecidos tem diferenças bem distintas nas manchas da pele .
A carne do pintado é muito saborosa , praticamente sem espinhas , a sua estrutura corporal é de aproximadamente 60% de carne pura , carne esta que rende pratos excepcionais, como o famoso filé de pintado ou as moquecas. (hotellaregina.com)
Observação: São muitas as regiões de pesca e dependem do nível desejado de cada um. É importante pesquisar com cuidado para definir os objetivos de sua viagem.
Macaco Prego (www.pantanalecoturismo.com.br)
O macaco-prego (Cebus apella) é um mamífero onívoro, primata da família Cebidae. Existem 12 espécies conhecidas do gênero Cebus. Como a maioria dos primatas, o macaco-prego é inteligente e muito ativo. Atingem no máximo 60 cm de comprimento e 3,5 kg. Essa espécie é encontrada na América do Sul, principalmente nas florestas tropicais e regiões como a do Pantanal. Muito ágeis, os macacos-prego vivem no topo das árvores, onde passam a maior parte do tempo. Normalmente só descem ao chão para beber água ou para "atacar" plantações nos arredores da floresta.
macaco prego na árvore, foto historiacomgosto |
Vivem em bandos compostos por até 30 indivíduos, com maioria de fêmeas e com um macho dominante, que se comunicam por meio de assobios, gritos e chiados, entre outros tipos de sons e se reconhecem pelo cheiro. São muito colaborativos entre si.
Os macacos têm hábitos diurnos e uma alimentação variada, composta principalmente por frutas, sementes, ovos, pequenos vertebrados, aranhas e uma grande variedade de insetos. Muito hábil e muito perspicaz, essa espécie utiliza pedras para quebrar frutas de casca dura (como cocos e nozes), e usa galhos para coçar as costas, ou para alcançar aquilo que não alcança com as mãos.https://www.pantanalecoturismo.tur.br/NOTICIA-3908-CONHECA+O+MACACO+PREGO+DO+PANTANAL.htm#ixzz4WQvSokpY
IV - Flora
Assim como ocorre com a vida animal, o Pantanal possui uma extensa variedade de árvores, plantas, ervas e outros tipos de vegetação. Nesta região, podemos encontrar espécies da Amazônia, do Cerrado e do Chaco Boliviano.
Nas planícies (região que alaga na época das cheias) encontramos uma vegetação de gramíneas. Nas regiões intermediárias, desenvolvem-se pequenos arbustos e vegetação rasteira. Já nas regiões mais altas, podemos encontrar árvores de grande porte.
É casualmente definida como um mosaico de cinco regiões distintas: Floresta Amazônica, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano).
Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras. Já em altitudes menores figuram os campos destinados à agropecuária onde predominam as gramíneas.
A vegetação aquática é bem característica com a presença de batume, plantas flutuantes como o aguapé e a salvínia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos rios e juntas formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria. A palmeira acuri forma uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a embaúba, o jenipapo e as figueiras, além da presença de árvores como o angico, ipê e aroeira.
V - Referências
- Wikipedia - Pantanal Matogrossense