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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Música Barroca - A música de Johann Sebastian Bach

I - Música Clássica (erudita) e Música Barroca


Oposto aos termos música popular, música folclórica ou música oriental, o termo "música clássica" abrange uma série de estilos musicais, desde intricadas técnicas composicionais (como a fuga) até simples entretenimento (operetas). 

O termo só apareceu originalmente no início do século XIX, numa tentativa de se "canonizar" o período que vai de Bach até Beethoven como uma era de ouro. Na língua inglesa, a primeira referência ao termo foi registrada pelo Oxford English Dictionary, em cerca de 1836. 

Hoje em dia, o termo "clássico" aplica-se aos dois usos: "música clássica" no sentido que se refere à música escrita "modelar," "exemplar," ou seja, "de mais alta qualidade", e, stricto sensu, para se referir à música do classicismo, que abrange o final do século XVIII e parte do século XIX. No primeiro sentido é melhor chamarmos música erudita.

As principais divisões cronológicas da música erudita são: o período da música antiga, que inclui a música medieval (476 – 1400) e a renascentista (1400 – 1600), o período da prática comum, que inclui os períodos barroco (1600 – 1750), clássico (1730 – 1820) e romântico (1815 – 1910), e os períodos moderno e contemporâneo, que incluem a música clássica do século XX (1900 – 2000) e a música clássica contemporânea (1975 – presente).

Período da Prática Comum


O chamado período da prática comum ocorreu quando a maior parte das ideias que pautam a música erudita ocidental tomou forma, foi padronizada e codificada. Iniciou-se com o período barroco, que vai aproximadamente de 1600 até a metade do século XVIII; seguiu-se o período clássico, que terminou aproximadamente em 1820, com o advento do período romântico, que percorreu todo o século XIX e terminou por volta de 1910.


Música Barroca

A música barroca caracteriza-se pelo uso de complexos contrapontos tonais e pelo uso de uma linha contínua de baixo. Os inícios da forma sonata foram estabelecidos na canzona, bem como uma noção mais formal de tema e variações. As tonalidades maior e menor também tomaram forma como meio de administrar a dissonância e o cromatismo na música.


grupo de música de câmara   Durante o período, a música tocada em instrumentos de teclado, como o cravo e o órgão tornaram-se gradativamente mais populares, e a família de instrumentos de corda do violino assumiu a forma pela qual é conhecida hoje. 



A ópera, uma forma de drama musical sobre o palco, começou a se diferenciar das outras formas musicais e dramáticas, e outras formas vocais como a cantata e o oratório também se tornaram mais comuns. Grupos instrumentais passaram a ficar cada vez mais diversificados, e suas formações foram se padronizando; surgiram os grandes grupos de músicos, as primeiras orquestras, e a música de câmara, composta para grupos menores de instrumentos, onde cada parte era executada por um instrumento individual, no lugar de um grupo de instrumentos semelhantes. 

O concerto, como veículo para uma performance solo acompanhada de uma orquestra, tornou-se extremamente difundido - embora a relação entre solista e orquestra ainda fosse relativamente simples. As teorias em torno do temperamento igual começaram a ser postas em prática, na medida em que possibilitavam uma amplitude maior de possibilidades cromáticas em instrumentos de teclado de difícil afinação. O temperamento igual possibilitou, por exemplo, a composição do Cravo Bem Temperado, de Johann Sebastian Bach

O apogeu da música instrumental 


Pela primeira vez na história, música e instrumento estão em perfeita igualdade. Nesse período a instrumentação atinge sua primeira maturidade e grande florescimento. Pela primeira vez surgem gêneros musicais puramente instrumentais, como a suíte e o concerto. 

Nesta época surge também o virtuosismo que explora o instrumento musical... Johann Sebastian Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do órgão. Jean-Philippe Rameau, Domenico Scarlatti e François Couperin eram virtuoses do cravo. Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no violino.


a) Orgãos

 foto do Orgão da Igreja Thomaskirche, Leipzig
Orgão da Thomaskirche, Leipzig
foto do orgão da Igreja de Frauenkirche
Orgão da Frauenkirche, Dresden


A 25 de Novembro de 1736, o famoso artesão Gottfred Silbermann (1683-1753) concluiu um órgão para a igreja Frauenkirche de Dresden. Uma semana depois, Johann Sebastian Bach (1685-1750) tocou o novo instrumento em um recital.


b) Cravo e Violino 


 foto de um cravo  foto de um violino



A época das orquestras de câmara 


 foto da orquestra de câmara Sesi-Minas
Orquestra Sesi-Minas, foto Portal da UFMG


O barroco foi a época de máximo desenvolvimento de instrumentos como o cravo e o órgão, mas também surgiram várias peças para grupos pequenos de instrumentos, que iam de três até nove instrumentista.

O Piano só veio a se tornar o principal instrumento de teclado no período entre 1750 e 1820, que já caracteriza o período clássico

III- Johan Sebastian Bach (1685 a 1750)


Johann Sebastian Bach (Eisenach, 21 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) foi um compositor, cravista, Kapellmeister, regente, organista,professor, violinista e violista oriundo do Sacro Império Romano-Germânico, atual Alemanha.


 quadro com Johann Sebastian Bach

Nascido numa família de longa tradição musical, cedo mostrou possuir talento e logo tornou-se um músico completo. Estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores. Desempenhou vários cargos em cortes e igrejas alemãs, mas suas funções mais destacadas foram a de Kantor da Igreja de São Tomás e Diretor Musical da cidade de Leipzig, onde desenvolveu a parte final e mais importante de sua carreira.



Absorvendo inicialmente o grande repertório de música contrapontística germânica como base de seu estilo, recebeu mais tarde a influência italiana e francesa, através das quais sua obra se enriqueceu e transformou, realizando uma síntese original de uma multiplicidade de tendências. Praticou quase todos os gêneros musicais conhecidos em seu tempo, com a notável exceção da ópera, embora suas cantatas maduras revelem bastante influência desta que foi uma das formas mais populares do período Barroco. 

Sua habilidade ao órgão e ao cravo foi amplamente reconhecida enquanto viveu e se tornou legendária, sendo considerado o maior virtuose de sua geração e um especialista na construção de órgãos. Também tinha grandes qualidades como maestro, cantor, professor e violinista, mas como compositor seu mérito só recebeu aprovação limitada e nunca foi exatamente popular, ainda que vários críticos que o conheceram o louvassem como grande. 


IV - A música de Johann Sebastian Bach 


A maior parte de sua música caiu no esquecimento após sua morte, mas sua recuperação iniciou no século XIX e desde então seu prestígio não cessou de crescer. Na apreciação contemporânea Bach é tido como o maior nome da música barroca, e muitos o vêem como o maior compositor de todos os tempos, deixando muitas obras que constituem a consumação de seu gênero. 


Entre suas peças mais conhecidas e importantes estão os Concertos de Brandenburgo, o Cravo Bem-Temperado, as Sonatas e Partitas para violino solo, a Missa em Si Menor, a Tocata e Fuga em Ré Menor, a Paixão segundo São Mateus, a Oferenda Musical, a Arte da Fuga, e várias de suas cantatas.

a) - Concerto de Brandemburgo (entre 1718 a 1721)


Os Concertos de Brandemburgo  (BWV 1046-1051, título original: "Six Concerts avec plusieurs instruments", em alemão: Brandenburgische Konzerte) são uma coleção de seis peças musicais compostas por  Bach entre 1718 - 1721, dedicados e apresentados a Cristóvão Ludovico de Brandemburgo-Schwedt em 1721. São amplamente considerados como expoentes da música do período barroco, além de estar entre os clássicos mais populares.





b) - Ária para corda de Sol - Suíte no 3  (entre 1717 a 1723)


Ária na corda Sol (G) ou Ária da quarta corda é uma adaptação para violino e piano do segundo movimento da Suíte nº 3 para orquestra, de J. S. Bach

A peça original faz parte da Suíte nº 3 para orquestra, em Ré Maior, de Johann Sebastian Bach, BWV 1068, escrita para o Príncipe Leopoldo, entre 1717 e 1723.

Os títulos "Ária na corda Sol" e "Ária da 4ª Corda" não são originais. Vieram de uma adaptação para violino e piano do 2º movimento da suíte nº 3 para orquestra, em Ré Maior, de J. S. Bach, feita por August Wilhelmj (1845 - 1908). Transpondo a tonalidade da peça de Ré Maior para Dó Maior, Wilhelmj foi capaz de tocar a peça em apenas uma corda de seu violino, a 4ª corda, que é normalmente afinada em Sol (G).




c) - O Cravo bem Temperado (1722 e 1744)


O Cravo Bem Temperado  é uma coleção de música para cravo solo, composta por Johann Sebastian Bach. Ele inicialmente escreveu prelúdios e fugas tendo por base os 24 tons (12 maiores mais 12 menores), surgidos em 1722 "para o proveito e uso dos jovens músicos desejosos de aprender e, especialmente, para o entretenimento daqueles já experientes com esse estudo". Mais tarde, Bach compilou um segundo livro de prelúdios e fugas (seguindo o mesmo esquema de composição tonal do primeiro) aparecido em 1744, desta feita, intitulando-o apenas "Vinte e quatro Prelúdios e Fugas". Atualmente, os dois volumes são conhecidos e citados como "Livro I"  e "Livro II  de "O Cravo Bem Temperado".







O Cravo bem Temperado é uma das obras musicais mais importantes da música ocidental, de grande envergadura, profundidade, diversidade musical, estética e psicológica e de grande complexidade que demonstrou tanto tecnicamente como por meio de sua grandiosidade, o potencial musical dos temperamentos musicais circulares.

Formalmente, O Cravo Bem Temperado engloba uma gama extraordinariamente grande de estilos. Os Prelúdios são formalmente livres, embora individualmente muitos exibam formas melódicas tipicamente barrocas, frequentemente vinculadas a uma coda estendida e livre (por exemplo, os prelúdios em Dó menor, Ré maior e Si bemol maior do Livro I). 

A obra mais conhecida do Cravo Bem Temperado é o prelúdio nº 1 do Livro I, uma progressão simples de acordes arpejados. A simplicidade técnica deste prelúdio tornou-o uma das obras para teclado mais estudadas pelos que iniciam os seus estudos musicais (seja em piano ou em cravo). 

Este prelúdio escrito por Bach, luterano conservador, também serviu de base, mais de um século depois, para o Ave Maria de Charles Gounod. Hoje costumamos chamar Ave Maria de Bach / Gounod.

V - Filme - A Vida de Bach


Excelente filme sobre a vida de Johann Sebastian Bach, produção Alemã e Húngara em 4 capítulos. Apresentação legendada. É muito interessante e não é cansativo. 

https://www.youtube.com/watch?v=Gism1T5Rvuc

VI - Referências


Wikipedia - Johann Sebastian Bach
Wikipedia - Música Clássica
Wikipedia - Música Barroca

https://www.culturaclassica.com.br/conheca-a-musica-classica/