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terça-feira, 29 de agosto de 2017

A arte de Caravaggio - A Incredulidade de São Tomé e outros

I. - Caravaggio


Michelangelo Merisi, conhecido como Caravaggio, nasceu em 29 de setembro de 1571, na aldeia que tem esse nome, e faleceu na comuna de Monte Argentario em 18 de julho de 1610. Ele foi um dos mais célebres pintores italianos, e atuou em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. Seu trabalho exerceu importante influência no estilo barroco, do qual foi o primeiro grande representante.


 selo com o rosto de Caravaggio
foto de wantanddo, shutterstock.com
A maior parte do trabalho de Caravaggio é focado em temas religiosos. No entanto, muitas vezes   as suas pinturas chocavam os seus clientes. Nos seus quadros, em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, ele preferia escolher por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras. 

Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Ele não tinha receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras. Essa abordagem as vezes chocava seus contemporâneos, pela rudeza das suas pinturas. 

Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se o tenebrismo, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz. Muitas vezes chama-se também de efeito  "chiaro - scuro" (Fonte: Wikipedia)

II. Três Obras de Caravaggio


II.1 - A Incredulidade de São Tomé


A obra descreve o episódio narrado no capítulo 20 de João, em que Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, aparece aos apóstolos e, em especial, a Tomé, que duvidava dos relatos da ressurreição do Mestre, dizendo: "Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei?."

Na cena, Cristo diz ao discípulo: "Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente." (fonte: wikipedia)


 quadro a Incredulidade de São Tomé
A Incredulidade de São Tomé, 1599, Palácio de Potsdam


II.2 - A deposição de Cristo


O Sepultamento de Cristo, chamada também de A Deposição de Cristo, é uma das peças-de-altar mais admiradas de Caravaggio e foi pintada em 1603-4 para a segunda capela de Santa Maria in Vallicella (a Chiesa Nuova). Atualmente uma cópia da pintura decora a capela e a original está na Pinacoteca Vaticana. A pintura foi copiada por vários artistas posteriores como Rubens, Fragonard, Géricault e Cézanne. Ela retrata a cena da retirada da cruz e do sepultamento de Jesus.


 quadro a Deposição de Cristo
A deposição de Cristo, 1603-1604, Pinacoteca do Vaticano


Esta pintura da época da Contra Reforma — com uma diagonal de pranteadores e carregadores descendente até o flácido corpo morto de Cristo e a pedra nua — não é um momento de transfiguração, mas de lamento. Conforme os olhos do público vão descendo a partir do brilho, há também um movimento de descida a partir da histeria de Maria de Cleófas passando pelas emoções contidas sobre a morte como o silenciamento emocional final. 

Ao contrário do sanguinolento Jesus pós-crucificação frequente nas mórbidas telas espanholas, os Cristos da arte italiana geralmente morrem sem sangue e seu corpo se posiciona de uma forma desafiadora. Como se enfatizasse a incapacidade do Cristo morto de sentir dor, uma mão penetra na ferida no seu flanco. Seu corpo está representando como o musculoso, cheio de veias e de membros grossos corpo de um trabalhador ao invés do usual corpo esguio. 

Dois homens estão carregando o corpo. João Evangelista, identificado apenas por sua aparência juvenil e seu manto vermelho, segura o Cristo morto sobre seu joelho direito e com seu braço direito, inadvertidamente abrindo-lhe a ferida. Nicodemos agarra-lhe os joelhos com seus pés plantados na beira da laje. Caravaggio balanceou a posição estável, digna, do corpo com os esforços instáveis de seus carregadores. 

Enquanto as faces são importantes para todas as pinturas, nas obras de Caravaggio é sempre importante notar para onde os braços estão apontando. Aqui, o braço caído do Deus morto e seu manto imaculado tocam as pedras; a chorosa Maria de Cleófas gesticula para o céu. Esta seria uma interpretação da mensagem de Cristo: Deus veio à terra e humanidade se reconciliou com o céu. Como sempre, mesmo em suas obras de maior devoção, Caravaggio jamais deixa de lado suas convicções. No centro está Maria Madalena, secando as lágrimas com um lenço branco, com a face encoberta pelas sombras. 

Segundo a tradição, a Virgem Maria é geralmente representada como eternamente jovem, mas aqui, Caravaggio a pinta como uma senhora de idade. A figura da Virgem está também parcialmente encoberta por João; podemos vê-la vestida com o hábito de uma freira e seus braços estão abertos para os lados, imitando a linha da laje de pedra sobre a qual o grupo está. Sua mão direita paira acima da cabeça de Jesus como se ela estivesse se esticando para tocá-lo. Vistas em conjunto, as três mulheres constituem três diferentes expressões complementares do sofrimento. Fonte (Wikipedia)

II.3 - A Ceia de Emaús


Essa pintura reflete também a técnica concebida por Caravaggio, conhecida como tenebrismo, a qual consiste na aplicação de um fundo escuro, muitas vezes completamente negro, e incidência de focos de luz sobre os detalhes e normalmente nos rostos.


 quadro A Ceia de Emaús
A Ceia de Emaús, 1601, Galeria Nacional de Londres


A cena desenrola-se numa modesta casa em Emaús, onde se encontram os discípulos. Reflete o instante no qual Jesus abençoa a refeição, revelando-se aos seus interlocutores os quais  retribuem com expressões de espanto ou choque. Embora Jesus esteja no centro da ação, alvo da atenção e espanto dos três pescadores, Jesus não surge aparentando ser uma divindade, mas sim um conselheiro, como exemplo. (fonte: wikipedia)

III. - Referências


Caravaggio - Wikipedia (Obs: Todo o texto foi compilado da Wikipedia com a finalidade de divulgação cultural)

Arte Cristã: https://arte-crista.blogspot.com.br/2017/01/caravaggio-incredulidade-de-sao-tome.html