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quinta-feira, 29 de junho de 2017

A música de Ludwig van Beethoven - Intensa!

I - A Música de Beethoven - A Transição do Classicismo para o Romantismo


Ludwig van Beethoven nasceu em Bonn, em dezembro de 1770. Neto de músico que era regente da capela, ele herdou do avô o talento músical que fugiu ao seu pai. Este, frustrado, viu no talento precoce de Beethoven, uma possibilidade de ganhar dinheiro com concertos e exibições à maneira que fizera o pai de Mozart.

quadro de Beethoven maduroSendo um pouco mais velho, um talento brilhante, mas não uma virtuose fora de série como Mozart, esse intento foi logo frustrado. De todas as formas, o seu pai, que se tornara alcóolatra, insistia tanto em seu treinamento musical que é de admirar como Beethoven não adquiriu hostilidade para essa arte.

Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados, mas sempre revelou talento excepcional para a música. Com apenas oito anos de idade, foi confiado a Christian Gottlob Neefe(1748-1798), o melhor mestre de cravo da cidade de Colônia na época, que lhe deu uma formação musical sistemática, levando-o a conhecer os grandes mestres alemães da música.

Aos 17 anos ele já tinha aprendido tudo o que era possível na cidade de Bonn, e graças ao patrocínio de um nobre, o Conde Waldstein, foi enviado para Viena para estudar com o maior mestre da época, Joseph Haidn. 

Em Viena, desejoso de alçar voos maiores, Beethoven concentra toda energia, raiva e frustrações na sua música. Ele logo passa a ser reconhecido como um grande talento musical da época e tenta penetrar nos altos circulos sociais com seus relacionamentos amorosos. Vendo-se frustrado em alguns deles, Beethoven inicia um período de retração em que se concentra cada vez mais na sua música.

quadro de Beethoven jovemO Arquiduque da Áustria, Maximiliano, subsidiou então os seus estudos. No entanto, ele teve que regressar pouco tempo depois, assistindo à morte de sua mãe. 

Beethoven foi o primeiro músico que se recusou a ser empregado dos nobres. Ele produzia a sua música por encomenda, mas ele não admitia ter obrigações permanentes com ninguém. Ele se considerava um talento que interpretava a vontade Deus que lhe concedia a inspiração. 

É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. "O resumo de sua obra é a liberdade", observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida".


Intenso


"O estilo de Beethoven tem características marcantes: grandes contrastes de dinâmica (pianíssimo x fortíssimo) e de registro (grave x agudo), acordes densos, alterações de compasso, temas curtos e incisivos, vitalidade rítmica e, em obras na forma-sonata, desenvolvimentos longos em detrimento de exposições mais concentradas. "(geniosmundiais.blogspot.com)


II - A música de Ludwig van Beethoven


Em Viena Beethoven tornou-se então um pianista virtuoso, cultivando admiradores, muitos dos quais da aristocracia. Começou então a publicar as suas obras (1793-1795).


Surdez em Viena

Foi em Viena que lhe surgiram os primeiros sintomas da sua grande tragédia. Foi-lhe diagnosticado, por volta de 1796, aos 26 anos de idade, a congestão dos centros auditivos internos (que mais tarde o deixou surdo), o que lhe transtornou bastante o espírito, levando-o a isolar-se e a grandes depressões.

Embora tenha feito muitas tentativas para se tratar, durante os anos seguintes a doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade (1816), estava praticamente surdo. 


Vida artística síntese


A sua vida artística poderá ser dividida - o que é tradicionalmente aceite desde o estudo, publicado em 1854, de Wilhelm von Lenz - em três fases:

II.1 Primeira fase: 


Após a mudança para Viena, em 1792, Beethoven alcança a fama de brilhantíssimo improvisador ao piano; por volta de 1794, se inicia a redução da sua acuidade auditiva, fato que o leva a pensar em suicídio; Nessa fase ele compõe, os trios do Opus 1, a Sonata Patética, os dois primeiros concertos para piano e a Primeira Sinfonia, obras ainda tradicionais, mas que já apresentam alguns aspectos pessoais.


Sonata "Patética"


É uma Sonata para piano No. 8 em Dó menor, op. 13, geralmente conhecida como, Sonata Patética, foi publicada em 1799, embora tenha sido escrita no ano anterior, quando o compositor tinha 28 anos de idade.  Beethoven dedicou esta obra ao seu amigo, o Príncipe Karl Lichnowsky.

Já no primeiro movimento Beethoven traz características revolucionárias. Pela primeira vez, Beethoven inicia uma sonata com um movimento lento. Um acorde forte estabelece a tonalidade e inicia uma seção muito expressiva, que funciona como uma introdução. As nuances são muito sutis, mas criam uma atmosfera nunca antes experimentada numa sonata para piano – quasi una fantasia. Mais do que uma simples introdução, esse Grave abre uma nova maneira de se expressar é parte integrante do movimento já que retorna, de forma abreviada, no começo e na  seção de desenvolvimento deste movimento.





Daniel Barenboim


Daniel Barenboim (Buenos Aires, 15 de novembro de 1942) é um pianista e maestro argentino.

Daniel Barenboim mora em Berlim. Começou sua carreira como pianista, sendo mais conhecido como maestro. É conhecido por seu trabalho com a West-Eastern Divan Orchestra, uma orquestra de jovens músicos árabes e judeus, que ele fundou com Edward Said

II.2 -  Segunda fase: 


Em 1801, Beethoven afirma não estar satisfeito com o que compôs até então, decidindo tomar um "novo caminho". Dois anos depois, em 1803, surge o grande fruto desse "novo caminho": a sinfonia nº3 em Mi bemol Maior, apelidada de "Eroica", cuja dedicatória a Napoleão Bonaparte foi retirada em 1804, com a autoproclamação de Napoleão imperador da França.

Em 1808, surge a Sinfonia nº5 em Dó menor (sua tonalidade preferida), cujo famoso tema da abertura foi considerado por muitos como uma evidência da sua loucura.

Em 1814, ainda na segunda fase, Beethoven já era reconhecido como o maior compositor do século.


Sonata 14 Op 27 No 2 "Moonlight" - "Quase uma Fantasia"


A Sonata para piano n.º 14, Op. 27 n.º 2 foi muito tocada na época de Beethoven. A "Sonata ao Luar", que serviu de tema para inúmeros filmes e romances, só recebeu seu apelido em 1832, cinco anos depois da morte de Beethoven. Foi o crítico Rellstab que comparou a música a um luar ao lago Lucerna. Tal comparação foi adotada como apelido para a obra.

O primeiro movimento vem com a indicação "quasi una fantasia". Uma melodia melancólica é apresentada acompanhada por um ostinato (motivo músical repetido) que dura o movimento inteiro.

O segundo movimento é um minueto (dança de origem francesa) com trio. Possui uma melodia simples, porém Beethoven usa uma mudança rítmica com síncopes. A atmosfera é bem leve e alegre.

O terceiro movimento é o mais extenso e "dramático". De uma dificuldade técnica muito grande, esse movimento vem na forma sonata. O tema principal é heróico e turbulento - uma série de acordes arpejados ascendentes e bastante rápidos.





II.3 Terceira e última fase: 


De 1814 à 1827, ano de sua morte, seria o período das obras monumentais e das grandes inovações: a Nona Sinfonia, a Missa Solene, os últimos quartetos de cordas.

Em 1824, surge a Sinfonia nº9 em Ré Menor. Pela primeira vez na história da música, é inserido um coral numa sinfonia, inserida a voz humana como exaltação dionisíaca da fraternidade universal, com o apelo à aliança entre as artes irmãs: a poesia e a música.

Beethoven começou a compor música como nunca antes se houvera ouvido. A partir de Beethoven a música nunca mais foi a mesma. As suas composições eram criadas sem a preocupação em respeitar regras que, até então, eram seguidas. Considerado um poeta-músico, foi o primeiro romântico apaixonado pelo lirismo dramático e pela liberdade de expressão.


 A Nona Sinfonia de Beethoven - Ode a Alegria dos Homens.

A Sinfonia n.° 9 em ré menor, op. 125, Coral, é a última sinfonia completa composta por Ludwig van Beethoven. Completada em 1824, a Nona, é uma das obras mais conhecidas do repertório ocidental, considerada tanto ícone quanto predecessora da música romântica, e uma das grandes obras-primas de Beethoven.

A nona sinfonia de Beethoven incorpora parte do poema An die Freude ("À Alegria"), uma ode escrita por Friedrich Schiller, com o texto cantado por solistas e um coro em seu último movimento. Foi o primeiro exemplo de um compositor importante que tenha utilizado a voz humana com o mesmo destaque que a dos instrumentos, numa sinfonia, criando assim uma obra de grande alcance, que deu o tom para a forma sinfônica que viria a ser adotada pelos compositores românticos.

A sinfonia n.° 9 tem um papel cultural de extrema relevância no mundo atual, esse último movimento, chamado informalmente de "Ode à Alegria", foi rearranjada por Herbert von Karajan para se tornar o hino da União Europeia. Um dos seus manuscritos originais atingiu o valor de 3,3 milhões de dólares em venda feita em 2003 pela Sotheby's, de Londres. Segundo o chefe do departamento de manuscritos da Sotheby's à época, Stephen Roe, a sinfonia "é um dos maiores feitos do homem, ao lado do Hamlet e do Rei Lear de Shakespeare".

Foi apresentada pela primeira vez em 7 de maio de 1824, no Kärntnertortheater, em Viena, na Áustria. O regente foi Michael Umlauf, diretor musical do teatro, e Beethoven - dissuadido da regência pelo estágio avançado de sua surdez - teve direito a um lugar especial no palco, junto ao maestro.



Trecho de "Ode to Joy" com regencia do Maestro italiano Claudi Abaddo




Letra de "Ode to Joy"  

Ó, amigos, não nesse tom!
Em vez disso, cantemos algo mais delicioso
Cantar e sons alegres
Alegre! Alegre!

Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce voo se detém.
Alegremente, como seus sóis voem
 
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo;
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo que ele chama de uma alma
Sua própria alma em todo o mundo!
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!

Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza;
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
 
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.

Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!


Claudio Abaddo

Claudio Abbado (Milão, 26 de junho de 1933 — Bolonha, 20 de janeiro de 2014) foi um maestro italiano. Serviu como diretor musical da casa de ópera La Scala, de Milão, como principal regente da Orquestra Sinfônica de Londres, principal maestro convidado da Orquestra Sinfônica de Chicago, diretor musical da Ópera Estatal de Viena, e maestro principal da Orquestra Filarmônica de Berlim de 1989 a 2002. Tais cargos por ele assumidos o colocam na posição de um dos mais renomados e reconhecidos maestros do século XX.


III - Outras obras importantes / populares -  


a) Quinta Sinfonia


A Sinfonia n.º 5 em Dó menor Op. 67, dita Sinfonia do Destino, [1][2] de Ludwig van Beethoven, escrita entre 1804 e 1808, é uma das composições mais populares e mais conhecidas em todo repertório da Música Erudita Europeia, além de ser uma das sinfonias mais executadas nos tempos atuais.[3]

Trata-se da primeira sinfonia do autor composta em tonalidade menor, o que só voltaria a acontecer em 1824 com a Sinfonia n.º 9, em Ré menor op. 125. A Sinfonia n.º5 em Dó menor ainda hoje é considerada como um "monumento" da criação artística.

Os quatro movimentos caracterizam-se pela homogeneidade orquestral, sendo, ao mesmo tempo, um exemplo de alternância: o primeiro movimento, revelando grande tensão, denunciada pelas cordas e elevada a um dramatismo extremo; o segundo movimento revela solenidade, numa marcha fúnebre que se eleva pela sua emoção e beleza; o terceiro andamento, uma crispação; o quarto movimento expressa triunfo e magnificência.



Leonard Bernstein



Leonard Bernstein(Lawrence, 25 de agosto de 1918 – Nova Iorque, 14 de outubro de 1990) foi um maestro, compositor, e pianista americano. Vencedor de vários Emmys, Bernstein foi o primeiro compositor nascido nos Estados Unidos no século XX a receber reconhecimento mundial, ficando famoso na direcção da Filarmônica de Nova York.

b) Fur Elise - Uma das músicas mais conhecidas


A «Bagatela para piano ‘Für Elise’», conhecida também «Para Elisa», em lá menor (WoO 59), de  Beethoven, está  entre as três obras mais conhecidas do compositor. Ela figura ao lado da famosa «Quinta Sinfonia», em dó menor (1807-1808, op. 67), e da sua «Nona Sinfonia», em ré menor (1823-1824, op. 125).

As origens históricas desta bagatela para piano são muito pouco conhecidas. Sabe-se (pelo rascunho encontrado) que Beethoven teria composto esta pequena obra, pelos anos 1808 ou 1810, em honra de uma senhora a quem propôs casamento, chamada Therese Malfatti . Ela era sobrinha do Dr. Giovanni Malfatti, um médico italiano que se instalou em Viena, em 1795, e que foi um dos médicos do compositor, tratando-o inclusive durante a sua doença final em 1827.






Georgii Cherkin


Georgi Cherkin nasceu em Sofia , na Bulgária , em uma família com ótima tradição musical (seu avô Georgi Zlatev-Cherkin era um famoso compositor búlgaro). Começou a tocar piano e a compor aos seis anos de idade e, no ano seguinte, matriculou-se na Escola Nacional de Música de Liubomir Pipkov em Sofia, onde era estudante de Antonina Boneva. Em 1996, ele foi admitido na Academia de Música Estadual Pancho Vladiguerov, em Sofia. Um ano depois, ele também foi admitido na prestigiada Accademia di Santa Cecilia em Roma, onde foi treinado por um dos mais famosos professores de música da Itália, Sergio Perticaroli, formando "cum laude".

IV - Filmes


Dos filmes sobre Beethoven destacamos dois como interessantes de assistir.

a) Minha Amada Imortal
https://youtu.be/j_9SCHbmHM4

b) O segredo de Beethoven
https://youtu.be/ScFStjquBqA

V - Referências


- Textos compilados da Wikipedia, nada é de minha autoria, apenas para efeito de divulgação cultural. 

- Muito boa a comparação Beethoven x Mozarthttps://blogdomaximus.com/2011/11/15/o-maior-genio-da-musica-classica/

- Beethoven https://geniosmundiais.blogspot.com/2006/01/biografia-de-ludwig-van-beethoven.html 


VI - Outras Publicações sobre Música Erudita


Música Barroca - A Música de Johann Sebastian Bach

A música clássica de Franz Joseph Haydn

Período Clássico - A música de Mozart

A transição do Clássico para o Romântico - Beethoven
https://historiacomgosto.blogspot.com.br/2017/06/a-musica-de-ludwig-van-beethoven-intensa.html

Música Romântica - A Música de Chopin

terça-feira, 27 de junho de 2017

A arquitetura de Santiago Calatrava

I. - Calatrava


foto de Santiago CalatravaSantiago Pevsner Calatrava Valls (Valência, 28 de julho de 1951) é um arquiteto e engenheiro espanhol cujo trabalho tem se tornado bastante popular nas últimas décadas.

Calatrava licenciou-se em arquitetura em 1974. Mudou-se para Zurique para estudar engenharia civil, licenciando-se em 1979 e doutorando-se em 1981.

Entre os mais de 50 prêmios e reconhecimentos que recebeu, destacam-se  o Prémio Príncipe das Astúrias para as Artes 1999,  o Prêmio Nacional de Arquitectura 2005 , e o Prémio de Arquitectura Europeia 2015. Atualmente tem escritórios em Nova York, Doha e Zurich.


II. O estilo


É difícil estabelecer um perfil da arquitetura de Calatrava devido a sua complexidade e heterodoxia que são difíceis de traduzir em fórmulas e que combinam uma presença visual marcante com conhecimentos tecnológicos sólidos.

Frequentemente inspirado por formas orgânicas como esqueletos, seus trabalhos elevaram o desenho de certas obras de engenharia a novos patamares. Calatrava gosta de evidenciar o movimento das forças que animam as construções. Introduz soluções móveis e configurações dinâmicas, frequentemente assimétricas. Talvez por isso seja classificado como um dos mais ativos "estruturistas" contemporâneos. 

Também gosta de dotar suas realizações de conotações organicistas e surrealistas. Inspira-se primordialmente nos seres da natureza (antropomórficos, harmonias e equilíbrios dos esqueletos ou das formas naturais, articulações-rótulas, tendões-cabos); assume muitos riscos na busca de um estilo próprio que se baseia na natureza. Em sua curta trajetória, já tem obras suficientemente importantes para ser reconhecido. 

Dotado de um grande talento para o desenho, também se ocupou de pesquisas paralelas à sua arquitetura, tanto no campo do desenho de objetos como no da escultura.


III. - Cinco obras de Calatrava


a) Torre de Montjuic (1989 a 1992)


A Torre de Montjuïc é uma torre de telecomunicações, obra de Santiago Calatrava construída entre 1989 e 1992 na vila olímpica de Montjuïc, Barcelona,  para os Jogos Olímpicos de 1992.

Esta torre de aço possui cerca de 136 metros de altura e um desenho inovador com respeito à maioria das torres de comunicação, já que sua forma estrutural não está baseada em um tronco vertical, mas sim em uma silhueta que lembra a um atleta ajoelhando-se para recolher uma medalha.
Torre de comunicação de Montjuic

 Também conhecida como "Torre Calatrava", sua base está recoberta de trencadís, em clara referência a uma das características construtivas de Gaudí.
A própria orientação da torre faz com que ela atue como um relógio de sol ao projetar a sombra de sua agulha central sobre a praça da Europa (plaça d'Europa).
Ademais, apresenta a novidade técnica de incluir uma plataforma circular com os pratos de transmissão de dados.


Trencadís (termo catalão) é um tipo de aplicação ornamental de mosaico a partir de fragmentos de cerâmica, basicamente, azulejos - em conjunto com argamassa ; característica muito comum em arquitetura modernista catalã .

b) Cidade das Artes e das Ciências em Valencia (1996 a 1998)


A Cidade das Artes e das Ciências (em valenciano: Ciutat de les Arts i les Ciències) é um complexo arquitetónico, cultural e de entretenimento existente na cidade de Valência, na Espanha.


Desenhado por Calatrava e Félix Candela, o projeto começou a ser executado em Julho de 1996 e foi inaugurado em 16 de Abril de 1998. O último componente da Cidade, "El Palau de les Artes Reina Sofía", foi inaugurado em 9 de Outubro de 2005.
Cidade de as artes e das ciências em Valença
foto de bright em Shutterstock.com

c) Estação de Trem em Lisboa - "Estação do Oriente" (1998)


A Estação do Oriente ( Estação do Oriente ), também conhecida como Estação do Oriente Intermodal é uma das estações ferroviárias mais importantes em Lisboa , Portugal 


Estação de trem em Lisboa
foto de Martin Gómez Tagle, em wikimedia commons

As obras dessa estação terminaram em 1998, para utilização  como parte da Expo '98 , no Parque das Nações . O complexo inclui uma estação de Metrô nos dois primeiros níveis, um espaço comercial e uma estação ferroviária nos próximos dois níveis. O edifício é coberto por um grande telhado de vidro.


Mais detalhes em https://www.factoriaurbana.com/transportes/estaciones.php?id=4

d) Ponte em Jerusalém (2008)


A "ponte de cordas" ou a "ponte do trilho de luz" de Jerusalém , é uma ponte estaiada em Jerusalém , Israel . A estrutura foi projetada por Calatrava e é usada pela Linha Vermelha da Jerusalém Light Rail , que começou a funcionar em 19 de agosto de 2011. 

Incorporado na ponte há uma ponte de vidro para pedestre os que permite cruzarem de Kiryat Moshe para a Estação Rodoviária Central de Jerusalém . A ponte, que custou cerca de US $ 70 milhões, foi inaugurada em 25 de junho de 2008.



Calatrava primeiro visitou Israel para a abertura de uma exposição de suas obras em Haifa em 1997. Durante essa visita, ele foi convidado a projetar uma ponte pedestre em Petah Tikva , que foi inaugurada em 2005. Foi convidado para Jerusalém pelo engenheiro da cidade Uri Shetrit e ex-prefeito Ehud Olmert ,  que, de acordo com Calatrava, desafiou-o a "fazer a mais bela ponte contemporânea"
Ponte em Jerusalém
foto de Little Savage, wikimedia commons


e) Museu do Amanhã - Rio de Janeiro (2015)


O Museu do Amanhã está no município do Rio de Janeiro, Brasil. O projeto de Calatrava, foi erguido ao lado da Praça Mauá, na zona portuária (mais precisamente no Píer Mauá). Sua construção teve o apoio da Fundação Roberto Marinho e teve o custo total de cerca de 230 milhões de reais. O edifício foi inaugurado em 17 de dezembro de 2015

O Museu do Amanhã foi erguido no píer em meio a uma grande área verde. São cerca de 30 mil metros quadrados, com jardins, espelhos d'água, ciclovia e área de lazer. O prédio tem 15 mil m² e arquitetura sustentável. O projeto arquitetônico, concebido por Calatrava, utiliza recursos naturais do local - como, por exemplo, a água da Baía de Guanabara, utilizada na climatização do interior do museu e reutilizada no espelho d´água. Calatrava disse que se inspirou nas bromélias do Jardim Botânico do Rio de Janeiro ao projetar o edifício.


Museu do Amanhã no Rio de Janeiro
fonte agencia Brasil, wikimedia commons
O projeto do Museu do Amanhã foi totalmente inspirado pela paisagem da zona portuária e da Baía de Guanabara. Como parte integrante do Projeto Porto Maravilha, foi feita a demolição do Elevado da Perimetral no intuito de revitalizar a região portuária do Rio. No telhado da construção, grandes estruturas de aço, que se movimentam como asas, servem de base para placas de captação de energia solar. 

A pretensão do Museu do Amanhã é inaugurar uma nova geração de museus de ciências no mundo,  com uma concepção que o posiciona como o primeiro museu global de "terceira geração". 

A "primeira geração" de museus é voltada para os vestígios do passado, como os museus de história natural. A "segunda geração" busca difundir as evidências do presente, como os museus de ciência e tecnologia. A "terceira geração", destina-se a expor as mudanças, perguntas e a exploração de possibilidades futuras para a humanidade. É neste último conceito que se encaixa o museu carioca.


IV. Críticas


Embora seja um ponto comum o reconhecimento ao estilo inovador de Calatrava, críticas ao seu trabalho também surgiram em função de algumas deficiências apresentadas em alguns de seus projetos como os de Bilbao, Veneza e Oviedo.  
As obras de Calatrava foram criticadas, principalmente por quatro razões

  1. Orçamentos elevados ( que também tendem a aumentar durante a construção)
  2. Custos de manutenção elevados.
  3. Semelhanças entre as obras.
  4. Deficiências estruturais e funcionais graves em casos que tiveram que ser ajustadas posteriormente a sua inauguração

V. - Prêmios


No final a balança pende sem nenhuma dúvida para o lado do arquiteto. Ganhador de inúmeros prêmios (>50 prêmios internacionais) podemos destacar para Calatrava os seguintes maiores:

- Medalha de Ouro do IStructE (1992)

- Prémio Príncipe das Astúrias (1999)
- Medalha de Ouro da AIA (2005)
- European prize for architeture (2015)

Calatrava recebeu também inúmeras homenagens de várias faculdades de engenharia e arquitetura ao redor do mundo pelo seu trabalho inovador. Contabilizamos cerca de 19 títulos honorários concedidos a Santiago Calatrava por várias universidades ao redor do mundo.


VI. - Referências

Wikipédia - Santiago Calatrava

sábado, 17 de junho de 2017

Paulinho da Viola - A música do Brasil I

I. - Paulinho da Viola;

foto colorida de paulinho da viola tocando cavaquinho . Ele usa paletó branco e por baixo uma camisa de malha com listras azul e preto Paulo César Batista de Faria, ou simplesmente Paulinho da Viola, nasceu no Rio de Janeiro em 12 de novembro de 1942. Filho do músico Cesar Faria, Paulinho  cresceu num ambiente naturalmente musical. Na sua infância em Botafogo, bairro tradicional da zona sul do Rio, teve contato constante com a música através do pai, violonista integrante do conjunto Época de Ouro. Nos ensaios familiares do conjunto, Paulinho conheceu Jacob do Bandolim e Pixinguinha, entre muitos outros músicos que se reuniam para fazer choro e eventualmente cantar valsas e sambas de diferentes épocas.


Ainda jovem, por diversas vezes, foi por conta própria às reuniões promovidas por Jacob do Bandolim, o maior virtuose do instrumento no país, lá ficava atento aos encontros musicais e as histórias do grande mestre. Mesmo com toda essa experiência, a profissão de músico era algo que Paulinho não imaginava estar no seu caminho, já que até grandes ícones da música brasileira como o próprio Jacob não viviam exclusivamente de sua arte. 


Os primeiros sambas


Além de manter contato com o mundo do choro, na sua juventude Paulinho freqüentava a casa de sua tia Trindade no bairro de Vila Valqueire, no subúrbio da cidade. Lá, brincou diversos carnavais, uma experiência marcante para sua formação como sambista.

A escola de samba União de Jacarepaguá, localizada perto dali, estava crescendo e convidou os jovens foliões para integrar o seu conjunto. Foi o primeiro contato de Paulinho com uma escola de samba. Logo na quadra desta escola, Paulinho apresentou um de seus primeiros sambas, chamado “Pode ser Ilusão”. Ilusão não era, começava sua história como sambista.



O primeiro emprego


Pouco antes, logo após ter completado 19 anos, Paulinho conseguiu seu primeiro emprego como contador em uma agência bancária do centro do Rio e estudava economia. Em um dia de trabalho, viu Hermínio Bello de Carvalho, a quem conhecia de vista dos saraus musicais na casa de Jacob do Bandolim, entrar no banco para pagar uma conta e - depois de uma rápida conversa - lhe aconselhou a abandonar a carreira enquanto era jovem. 

Paulinho atendeu um convite para visitar o apartamento do poeta no Catete, que naquela época era bastante frequentado por músicos, intelectuais e artistas diversos. Lá, pôde ouvir pela primeira vez gravações de compositores como Anescar do Salgueiro, Carlos Cachaça, Cartola, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Zé Ketti e também a ensaiar composições originais com Hermínio, um de seu primeiros parceiros musicais e grande incentivador de sua carreira. 

Zicartola


foto em preto e branco de paulinho da viola muito moço tocando cavaquinho  Ainda em 1963, Hermínio levou Paulinho para conhecer o Zicartola, bar e restaurante fundado por Cartola e a Dona Zica na Rua da Carioca que se convertera em um reduto de sambistas, chorões artistas, intelectuais e jornalistas. Quando aparecia por lá, o jovem Paulinho acompanhava, no cavaquinho ou no violão, compositores e intérpretes e também se apresentando cantando músicas de outros autores e, após fazer um show com o compositor Zé Ketti, foi incentivado pelo mesmo a cantar suas próprias músicas no Zicartola. 


No ano seguinte, após ter acompanhado o cantor Ciro Monteiro em uma canja no Zicartola, decidiu abandonar seu posto de bancário para se dedicar exclusivamente à música. Também em 1964, seu primo Oscar Bigode, que era diretor de bateria da Portela, o convenceu a mudar de escola de samba e o apresentou para a ala de compositores da agremiação de Oswaldo Cruz, onde Paulinho mostrou a primeira parte de um samba que fazia e que Casquinha, um dos compositores portelenses, havia gostado e completado com a segunda parte, criando-se assim "Recado". 

Rosa de Ouro e o nome artístico "Paulinho da Viola"


foto do conjunto Rosa de Ouro  Já em 1965, participou do musical "Rosa de Ouro", montado por Kléber Santos e Hermínio Bello de Carvalho, que marcou o retorno de Araci Cortes e lançou Clementina de Jesus, e que culminou na gravação do LP Rosa De Ouro Vol.1, pela Odeon. Ainda naquele ano, o nome de Paulinho da Viola apareceu no LP Roda de Samba, da Musidisc. Essa gravadora, a mesma onde Paulinho estava registrando seus sambas, pediu para Zé Ketti organizar o conjunto A Voz do Morro, composto por integrantes do conjunto Rosa de Ouro - Anescar do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento e Paulinho - e acrescidos de Oscar Bigode, Zé Cruz e o próprio Ketti.  No processo de finalização desse álbum, um funcionário da Musidic não gostou do nome “Paulo César” e, tendo conhecimento da anedota, o jornalista Sérgio Cabral e Zé Ketti bolaram o nome artístico Paulinho da Viola. Nesse primeiro disco, aparecem as composições "Coração vulgar", "Conversa de malandro" e "Jurar com lágrimas".


No início de carreira Paulinho foi parceiro de nomes ilustres do samba carioca, como Cartola, Elton Medeiros e Candeia, entre outros. Destaca-se como cantor e compositor de samba, mas também compõe choros e é tido como um dos mais talentosos representantes da chamada Música Popular Brasileira. Torcedor do Vasco da Gama, participou do show comemorativo dos 113 anos do clube, onde apresentou as músicas "Coração Leviano" e "Foi um Rio que Passou em Minha Vida".


II. - A Música de Paulinho da Viola


Experimentar a música de Paulinho da Viola é encontrar um elo que alguns julgavam perdido. Fruto de encontros e fusões, sua obra origina-se a partir de um evento incomum: A interação de dois fenômenos culturais vistos como antagônicos. A estética e sofisticação da classe média da zona sul do Rio de Janeiro dos anos 50 e 60 encontram-se com a vibração dos subúrbios cariocas, resultando numa nova forma que atravessa o tempo sem alterar sua essência e abraçando a modernidade. 



foto de Paulinho em uma apresentação sentado tocnado violão com um conjunto de sambistas por trás acompanhando em pé A obra de Paulinho nos envolve de imediato com a habilidade de fazer desaparecer a preocupação cronológica dos acontecimentos. Nela, não há início, meio e fim. Há uma essência definida pelo encontro de sons que se casam harmoniosamente criando forma e conteúdo únicos.

Paulinho compõe nas formas de sambas, choros e experimentações. O samba é a forma principal, maternal do artista. O choro é a forma herdada do pai, um sofisticado estilo instrumental, quase erudito. A experimentação surgiu para atender ao desejo de dar vazão a um sentimento de busca por novas formas, traço comum do artista.

a) O samba


O samba surgiu no Brasil a partir da união da música trazida por escravos africanos com a música que veio com os imigrantes europeus. Diversos grupos culturais em várias regiões brasileiras já responderam por sua autoria, mas em cada lugar do país essa manifestação ocorre de forma diferente, sendo que na Bahia e no Rio de Janeiro encontramos as duas formas mais conhecidas.

O termo samba é aplicado de forma muito abrangente desde o século XIX. Determina vários estilos sincopados. O que vamos tratar aqui é mais precisamente do samba carioca, aquele que surgiu nos morros do Rio de Janeiro no século retrasado.

Não é possível descrever exatamente como se formou a cultura do samba carioca, que ocorreu nas escolas de samba durante a sua formação, qual era exatamente o significado de um gesto, de um sapato, de um paletó. Sabemos muito, mas não o suficiente para esgotar este universo. Os sambistas que antecederam Paulinho da Viola viveram sua cultura sem se preocupar em contar essa história. A arte do samba não persegue admiradores, simplesmente acontece.

Desde o seu início, o samba foi diretamente associado às festas africanas. Com o tempo, samba e carnaval foram crescendo juntos, tornando-se pilares da cultura popular e urbana do Brasil.

b) O choro


O choro surgiu no século XIX em áreas tradicionais do Rio de Janeiro. É um estilo instrumental popular que deriva principalmente da música de Bach. Sofisticado e complexo, é talvez um dos primeiros estilos musicais a se firmar nas Américas. Já foi dito que o choro é o jazz brasileiro, porém o choro é algumas décadas mais antigo do que o estilo instrumental americano. Não é um gênero tipicamente moderno como jazz, mas não estranha quando é trabalhado em novas formas.

Grandes músicos brasileiros surgiram deste estilo. Na primeira metade do século XX, Pixinguinha, João Pernambuco, Garoto, Dino 7 cordas, Jacob do Bandolim, Valdir Azevedo e muitos outros marcaram época e levaram o estilo, já tradicional, para as novas gerações que cultuam o choro até hoje. Muitos outros grandes músicos fizeram parte desta história. Desde Ernesto Nazareth e Joaquim Callado no século XIX até Raphael Rabello no final do século XX, considerado até hoje um violonista insuperável.

Atualmente o choro é um estilo propagado pelo mundo a fora. Há grupos de choro até no Japão, país que há algum tempo vem absorvendo a música brasileira. Dentro do país há várias instituições relacionadas ao assunto como os clubes de choro de Brasília e São Paulo. Com poucas, porém marcantes alterações de forma, continua sendo um dos mais autênticos estilos da música brasileira.


III. - Cinco músicas de Paulinho da Viola


a) 14 anos / Jurar com Lágrimas (1968)

Um pout pourri de 3 músicas de 1968 para dar uma idéia  das primeiras músicas. 


b) Foi um rio que passou em minha vida (1969)



Foi um Rio Que Passou em Minha Vida é também a canção que dá o nome ao segundo album do compositor lançado em 1970. A música foi lançada no 1969 na Feira Mensal de MPB da TV Tupi e se tornou o maior sucesso do 1970, projetando Paulinho a nível nacional.

Paulinho, da escola de samba da Portela, quis compensar com essa canção os seus companheiros de escola de uma canção lançada no ano anterior, "Sei lá Mangueira" feita por ele e Hermínio Bello de Carvalho como homenagem a escola concorrente da Mangueira e que se tornou um grande sucesso.

A música é uma declaração de amor de Paulinho para a sua escola de samba. 

A canção não foi o samba enredo da Portela no carnaval do 1970, mas, no documentário "Meu Tempo é Hoje", Paulinho conta como foi acolhida entusiasticamente no aquecimento e cantada por todos não apenas no desfile que acabara de terminar.



Foi um rio que passou em minha vida ficou classificado em 75o lugar na lista das 100 melhores músicas brasileiras de todos os tempos da revista Rolling Stone.

c) Sinal fechado (1969)





Lançada por Paulinho da Viola em 1969 e ganhadora do V Festival de Música Brasileira da TV Record, essa é uma canção diferente de tudo o que seu autor havia feito até então. 

Trata-se de um diálogo angustiado e apressado no meio do trânsito, de um encontro entre duas pessoas que têm muito a dizer, mas precisam se calar diante de várias barreiras, que aqui podem ser interpretadas tanto como a censura imposta por uma ditadura como o medo de gente que não quer mexer em sentimentos passados. 

A versão mais famosa ficou sendo a de Chico Buarque, lançada em 1974 em seu disco de mesmo nome, numa fase em que o compositor tinha o material próprio constantemente vetado pela censura. - Alexandre Duarte para a Rolling Stone 

Sinal fechado ficou classificado em 18o lugar na lista das 100 melhores músicas brasileiras da revista Rolling Stone.


d) A dança da solidão (1972)


A dança da solidão, além de música principal, também é o título do quinto álbum lançado em 1972.



e) Guardei minha viola (1972)


É a primeira música do quinto álbum de Paulinho da Viola.




IV. Documentário


Documentário: "Paulinho da Viola – meu tempo é hoje"-

Sinopse: O cantor, compositor e instrumentista Paulinho da Viola apresenta seus mestres e amigos, suas influências musicais e percorre sua rotina peculiar e discreta, apresentando hábitos e costumes desconhecidos do grande público.
Data de lançamento: Brasil, 2003  
Direção: Izabel Jaguaribe
Roteiro: Izabel Jaguaribe, Joana Ventura, Zuenir Ventura
Elenco: Elton Medeiros, Marina Lima, Marisa Monte, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho
Produção: Beto Bruno    Fotografia: Flávio Zangrandi

 V. - Referências


Obs: O texto não é original. Todo o texto foi retirado, uma parte do site www.paulinhodaviola.com.br e outra parte da wikipedia - Paulinho da Viola, com a finalidade de divulgação cultural.

Site Oficial - https://www.paulinhodaviola.com.br

Wikipedia - Paulinho da Viola

Youtube - Músicas de Paulinho da Viola